Friends By Fate escrita por Mandy-Jam


Capítulo 10
Hora de acordar


Notas iniciais do capítulo

Mais um, como vocês já devem ter notado...



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Eles acordaram de manhã com o barulho do apito.

- Ah! – Berraram de susto.

Rhamon caiu da cama, Natália deu um pulo e abraçou seu travesseiro, e Rodrigo deixou escapar alguns palavrões.

- Mas que porra...?! – Exclamou ele.

Mas então todos notaram de onde veio o barulho. Hermes estava em pé no meio do quarto. Ele tinha dito que dormiria em um saco de dormir mesmo, mas agora ele já o tinha guardado.

- Hora de acordar! – Falou Hermes – Temos um longo treino pela frente, por isso vamos logo.

- Mas... Que hora são? – Perguntou Natália bocejando.

- São... 4 da manhã. – Falou ele.

- Quatro da manhã?! – Exclamou Rhamon ainda no chão – Só pode estar de sacanagem! O que a gente vai fazer ás 4 da manhã?!

- Não quero nem saber! – Exclamou Rodrigo – Eu vou voltar á dormir.

- É... Eu acho uma boa idéia – Concordou Natália.

- Boa noite. – Falou Rhamon deitando no chão mesmo.

Hermes respirou fundo, e soltou um suspiro.

- Se vocês preferem assim... – Falou ele encolhendo os ombros – Então vai ser do jeito difícil.

Ele bateu palmas duas vezes. Como que por mágica Natália, Rhamon e Rodrigo voaram de suas camas e caíram no chão perto dos pés do Deus.

- O que é isso?! – Perguntou Natália.

- Isso se chama treinamento. Não adianta ficar fazendo corpo mole. – Explicou Hermes – Os monstros e os inimigos não vão esperar você tirar um cochilo para atacar. E nem mesmo vão esperar para lutarem. Vão acabar com vocês, e vocês realmente precisam estar preparados.

- Mas... São 4 da manhã! – Falou Rodrigo.

- Deus ajuda quem cedo madruga. Ou pelo menos... Eu ajudo. – Hermes riu da própria piada.

- Não quero ajuda. – Falou Rodrigo.

- Mas vai ter. Para acordar vocês, que tal duas série de 50 flexões? – Perguntou Hermes.

- Não! – Responderam todos apressados.

- Então está combinado. – Sorriu Hermes.

Os braços deles começaram a abaixar e levantar seus corpos do chão. Estavam fazendo flexões bem rápido e contra a vontade. Hermes podia ser severo quando quisesse, por isso eles entenderam aquilo como um lembrete para não contrariá-lo.

Ou pelo menos para acordar cedo.

- Ah! Eu já fiz 500 ontem! – Protestou Rodrigo cansado.

- Aquilo foi um castigo. – Falou Hermes – Isso é para ajudar vocês.

- Eu realmente queria ter ficado com Ares! – Falou Rodrigo.

- Então você não sabe quanta sorte tem... – Murmurou Hermes mais para si mesmo, do que para ele.

- Cala a boca, Rodrigo! Vai piorar a situação. – Falou Natália.

- Ah... Eu... Não agüento mais... – Bufou Rhamon chegando na 48ª flexão.

- Nem eu...! – Falou Natália também na 48ª.

Eles completaram as 50 e caíram no chão. Suas respirações estavam pesadas. Estavam começando á suar e isso logo ás 4 da manhã.

- Rita, Vinícius e Mateus devem estar relaxando... Afrodite deve ser um amor de pessoa. – Comentou Rhamon.

- Aposto que sim. – Concordou Rodrigo – Qual o pior que ela pode fazer? Encher o quarto de perfume?

- Nem pergunte. – Falou Natália – Eu não achava que Hermes podia fazer grande coisa, e agora aparece isso. Ah! Sem ofenças.

Hermes suspirou. Sua cabeça não estava pensando nisso. Parecia que não tinha nem mesmo ouvido o que eles tinham dito, muito menos á Natália.

- O que pode ser... – Murmurava ele.

Rhamon franziu o cenho.

- Você... Está falando do objeto perdido? – Perguntou ele.

Hermes olhou para o chão. Por um vago segundo tinha esquecido que eles ainda estavam ali.

- Sim. – Concordou ele – Nós temos que procurá-lo. Não podemos perder tempo.

- E como é esse objeto? – Perguntou Natália – Ninguém nos disse nada.

- Uhm... Na verdade... Isso é porque ninguém sabe o que ele é, e nem onde está. – Respondeu ele.

- O que?! – Exclamou Rodrigo – Então... Você está dizendo que nós estamos procurando por qualquer coisa em todo lugar?!

Hermes refletiu sobre aquilo.

- Sim. Exato. – Falou ele.

- Que legal... Isso me anima muito. – Resmungou Rodrigo.

- Que bom. Então pode fazer a outra série de flexões. – Sorriu Hermes.

- Não! – Exclamaram todos eles, mas já era tarde.

Enquanto faziam o resto das flexões, Rhamon olhou para Rodrigo.

- Você e essa sua maldita boca grande! – Reclamou – Se eu sobreviver á isso eu juro que te mato!

- De acordo com a profecia, 4 de nós vão morrer. – Comentou Rodrigo – Então... Pode ser morrendo de cansaço, certo?

Rhamon revirou os olhos. Mas que droga, pensou ele.

Quando acabaram de fazer as flexões eles não agüentavam nem mesmo se mover. Estavam completamente suados, mesmo com o frio do inverno.

- Bem... Acho que dá tempo de vocês tomarem um banho. Mas não demorem, certo? – Falou Hermes.

- Quem vai primeiro? – Perguntou Rhamon deitado no chão.

- Eu vou... – Murmurou Rodrigo se arrastando até o banheiro. Ele estava deitado no carpete, mas puxava o seu corpo pelo chão com as mãos cansadas.

Natália conseguiu se levantar bem devagar. Quando ficou de pé, Hermes ficou impressionado.

- Nossa... Você é mais forte do que esses molengas. – Brincou ele.

- Até um criança de 5 anos é. – Brincou Natália.

- Ei! Eu estou aqui ainda... – Murmurou Rodrigo se arrastando pelo chão do quarto.

- Sério? Jurava que você estava morto. – Brincou Natália, mas depois se virou para Hermes – Eu tenho mais resistência física, porque faço natação.

- Natação é um bom esporte. – Ponderou Hermes – Acho que deve ser óbvio, mas eu amo todas as corridas.

- É mesmo. – Concordou Natália – Se o Deus das corridas não gostasse, quem gostaria? Mas... Por acaso... Eu não sou a sua filha?

Hermes olhou para ela.

- Sinto muito. Não. – Disse por fim.

- Ah... Eu devia imaginar. – Assentiu ela – Mas... Você não sabe quem é o meu pai, não é?

- Sinto muito novamente. Não tenho como saber, se ele não te reclamar como filha. Mas não se preocupe. Isso não tardará á acontecer.

Natália tentou parecer um pouco mais otimista.

- Certo. Obrigada mesmo assim. – Disse ela sorrindo de leve.

Depois de uma hora todos tomaram banho e arrumaram as coisas. Estavam prontos para partir. Eles saíram do quarto de hotel, e desceram até a recepção. Era cedo demais para um café da manhã, mas eles sabiam que sentiriam fome mais tarde.

- Esperem aqui um momento. – Falou Hermes – Vou correndo ali e já volto.

- Há! Correndo ali! Entendi. – Riu Rhamon.

- Digno de Vinícius... – Comentou Natália revirando os olhos.

Em poucos segundos Hermes voltou trazendo um carrinho com ele. Lá tinha várias panquecas que seriam servidas no café da manhã do hotel.

- Você roubou isso? – Perguntou Natália.

- Ele... É o Deus dos ladrões. – Lembrou Rodrigo.

- Podem comer. Não se preocupem com isso. – Falou Hermes.

- Mas é comida roubada! Nós não devíamos...! – Rhamon tentou protestar, mas foi interrompido.

- Dane-se se é roubada ou não! É comida! – Rodrigo começou a comer algumas panquecas, e Natália foi junto. Rhamon encolheu os ombros e acabou aderindo ao café da manhã.

Quando todos acabaram de comer, Hermes estalou os dedos fazendo com que o carrinho se enchesse de comida novamente e o fez voltar ao lugar. Eles piscaram os olhos impressionados, e seguiram o Deus das corridas até a calçada do lado de fora.

A cidade ainda estava escura. Os postes de luz estavam acesos deixando aquele centro urbano com um tom amarelado. Uma picape Cherry estava estacionada na calçada. Hermes abriu a porta sem usar chaves, e eles levantaram as sobrancelhas.

- Ahm... Esse carro não é seu, não é? – Perguntou Rhamon.

- Faz alguma diferença? – Rebateu Hermes fazendo surgir óculos escuros acima da sua testa – Entrem.

Eles entraram e sentaram-se no banco de trás. Assim que fecharam as porta tiveram uma surpresa.

- Ops... – Fez Hermes.

- Ops, o que?! – Perguntou Rhamon ficando tenso.

- Monstros chegando... E muitos. – Falou Hermes olhando pelo retrovisor.

- Então pisa fundo! – Exclamou Rodrigo.

Hermes não precisou pensar duas vezes. Ele afundou o pé no acelerador e o carro saiu cantando pneu. Como era um Cherry, estava pronta para passar por qualquer coisa (ou quase).

Não foi nem um pouco difícil desviar dos poucos carros que estavam na rua. Muito menos pelos hidrantes e outras coisas paradas na calçada.

- Volta para a rua! – Exclamou Rhamon.

- Não dá mais! – Respondeu Hermes.

Do lado esquerdo do carro surgiram dois cães infernais. Eles pulavam para a frente cada vez mais tentando acompanhá-los.

- Cães infernais! – Gritou Natália.

Eles pegaram suas armas. Mas nenhuma delas seria boa para aquela luta. Rhamon sacou a sua foice. Natália tinha um tridente, que já podia ajudar em alguma coisa, mas...

- Um punhal! Viu só?! – Berrou Rodrigo – Eu só tenho a porra de um punhal!

- Não é tão ruim assim! – Falou Rhamon olhando os cães infernais se aproximando.

- Não é tão ruim assim?! O que eu vou fazer com isso?! – Perguntou ele irritado – Pedir para que os cães infernais cheguem perto para eu apunhalá-los?!

- A minha foice também não vai ajudar em quase nada! – Falou Rhamon.

- Quase nada, é melhor do nada! – Reclamou ele – Me dá isso então! Troca de arma comigo!

- O que?! Eu não quero o seu punhal! Ele é inútil! – Falou Rhamon.

- Ah tá! Agora ele é inútil para você, né? Troca comigo! – Berrou ele.

- Nem pensar! – Reclamou Rhamon – Você que se ferrou escolhendo isso!

- Eu não escolhi! Você acha que eu sou retardado para escolher isso?! Eu não tive opção, droga!

- Ei! Temos coisas mais importantes! – Berrou Natália.

Um cão infernal pulou para cima da picape que tinha o teto aperto, e Natália agilmente o furou com o tridente. Ele se desmanchou em poeira diante dos olhos de todos.

Rodrigo ficou irritado, e simplesmente lançou o punhal para fora do carro.

- Por que você fez isso?! – Perguntou Rhamon.

- Como se aquilo fosse realmente ajudar! – Falou Rodrigo.

- Isso não vai dar certo. – Falou Hermes – São muitos cães infernais. Vocês terão que lutar contra eles.

- Mas você é um Deus! Não dá pra fazer eles sumirem? – Perguntou Natália destruindo mais um.

- Não. Eu só posso ter o mínimo de intervenção. – Disse Hermes – Deuses não podem simplesmente ganhar a luta dos heróis ou ajudá-los diretamente. 

- Então você não serve para nada! O máximo que vai conseguir fazer é olhar a gente morrer! – Exclamou Rodrigo.

- Ei! Eu estou dirigindo o carro para vocês! Me dê um crédito por isso! – Exclamou Hermes novamente.

Ele desviou os olhos da estrada por alguns minutos e acabou não percebendo quando o carro entrou na areia, e acabou parando na água da praia.

- Droga! – Falou ele.

- E agora? – Perguntou Rhamon nervoso – Eles estão vindo!

Hermes olhou para trás. Seus olhos castanhos transmitiam compaixão e pena.

- Bem... Vocês vão ter que descer e lutar. – Falou ele.


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Notas finais do capítulo

Então?

Será que eles realmente têm chances contra os cães infernais?

Tam tam tam taam!

Descubram no próximo capítulo!



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