Eu não conseguir ver de imediato quem havia entrado no quarto. Eu me enrolei mais no lençol.

Sasuke estava na minha frente tampando toda a minha visão
da porta do quarto.

- Você esta ficando distraído. Itachi falou. – Levou três segundos para perceber que eu estava chegando.

- Estava ocupado. – Sasuke respondeu ríspido.

- Agora não esta mais. Itachi disse. A voz de Itachi era quase idêntica a do Sasuke. O mesmo tom rouco e frio. A diferença era que a voz de Itachi parecia mais calma.

- Já disse para não se meter nos meus assuntos. A voz de Sasuke soou irritada.

- Essa Escola pertence a você e a mim. Itachi respondeu calmo.   - Então qualquer assunto que diz respeito a você nessa Escola diz respeito a mim também.

Quando Itachi disse aquelas palavras eu me dei conta que
estava praticamente em frente a outro Uchiha. Com certeza irmão de Sasuke.

Aquela constatação fez meu sangue gelar. Eu me enrolei mais no lençol.

Sasuke pareceu perceber meus movimentos e virou a cabeça um pouco para trás me lançando um olhar frio.

Eu fiquei presa naquele olhar, até que Sasuke voltou a olhar para frente.

Eu ainda não havia conseguido ver Itachi. Não sabia como ele era por causa de Sasuke que estava na minha frente.

Ele parecia não querer me deixar vê- lo. Ou vice versa.

Mas eu estava tão curiosa para saber como era o irmão de Sasuke, que me inclinei um pouco para o lado para ver se assim eu tinha uma visão dele.

- Sakura, fique quieta. Eu ouvi a voz ríspida de Sasuke me ordenar.

- Não precisa ser tão possessivo, irmãozinho tolo. A voz de Itachi soou como se estivesse brincando.

- Hnf... Ouvi Sasuke grunhi.

- Eu quero conhecer a humana capaz de fazer meu irmão se atrasar para uma reunião importante. Itachi disse irônico.

E minhas bochechas ficaram quentes.

- E tenho quase certeza que ela também quer me conhecer. Itachi disse e apareceu ao lado de Sasuke.

                -Eu pisquei incrédula. Eles eram muito parecidos.

A mesma altura e o mesmo tom de pele. Com certeza se eu encontrasse com Itachi antes de conhece-lo, poderia facilmente confundi-lo com Sasuke.

O cabelo de Itachi era liso e cumprido, ao contrario do de Sasuke que era rebelde e espetado. 

Os olhos negros e frios eram idênticos. A única coisa que era realmente diferente neles era as marcas que enfeitavam a face de Itachi. Como se fossem profundas olheiras.

- Eu sou Uchiha Itachi. Ele disse. – Sou o Onii-chan do Sasuke.

Um sorriso bonito se desenhou na face de Itachi. E eu me perguntei se Sasuke ficaria mais bonito se sorrisse.

- E qual o seu nome? Ouvir Itachi me perguntar. Ele ainda mantinha o sorriso no rosto.

- Sakura... Haruno. Eu respondi e não conseguir evitar de sorrir de volta para ele.

- É um nome perfeito para você, Sakura... – Ele disse e logo depois sua expressão ficou séria novamente.

Eu o vi da as costas e antes dele fechar a porta e ir ele disse: – Não demore irmãozinho.

A primeira impressão que eu tive de Itachi é que ele era sociável, ao contrário de sasuke que sempre mantinha a expressão neutra sem deixar passar nenhuma emoção.

Itachi parecia ser bem diferente de Sasuke.

Eu me sentir sendo observada e desviei minha atenção da porta e encontrei o olhar de Sasuke fixado em mim.

Eu tenho certeza que corei instantaneamente.

Imagens do momento em que eu havia estado nos braços de Sasuke invadiram minha mente.

Eu quase morri de vergonha sobre o olhar dele, enquanto me lembrava do que havia acontecido antes de Itachi chegar.

 Minha pele se arrepiava com a lembrança dos toques e língua dele em mim.

“Você quase se entregou a Sasuke”. Minha mente gritou. E eu
senti meu estômago se embrulhar.

             A razão explodiu em minha consciência como uma bomba.

Mas o pior de tudo foi perceber que iria me entregar a ele de boa vontade.

Eu não havia colocado nem um pouco de resistência contra ele, enquanto ele me tocava.

Ao contrário, eu havia gostado e ainda havia me sentido frustrada quando ele interrompeu o beijo.

Aquilo não podia ser verdade. Meu “eu” racional se recusava a aceitar aquele fato.

Eu quase perdi a virgindade com um vampiro. Aquilo só podia ser um pesadelo.

Mas não era. E por mais que eu negasse, eu sabia que tinha gostado de cada toque que havia trocado com ele.

 De repente eu me lembrei do que Ino havia me dito pelo telefone durante as férias da Escola. ‘Quanto mais forte for a necessidade dele por seu sangue, maior a atração que ele exercera sobre você’.

Eu me agarrei á lembranças daquelas  palavras como um naufrago se agarra á um pedaço de madeira em auto mar.

Foi um alivio ter aquela desculpa para amenizar a revolta que eu sentir contra mim mesma naquele momento. “Revolta por querê-lo”.

Com certeza era culpa dele tudo que havia acontecido. Com certeza ele estava com muita sede do meu sangue.

Aquilo explicava a atração que eu sentir por ele, e acalmava
a minha consciência.

Eu o vi se aproximar de mim, e me afastei imediatamente.

- Não toque em mim. Eu gritei.

As íris dele se tornaram vermelhas no exato momento que eu pronunciei aquelas palavras.

Eu não me importei com o que aquilo significava. Eu só queria mantê-lo longe.

- Não me toque nunca mais. Eu ordenei. As vírgulas negras nos olhos dele giraram furiosas e eu sentir as mãos frias dele apertarem meus braços com força.

- Não me dê ordens. Ele rosnou mostrando as presas para mim. – Humana irritante.

- Eu te odeio!    Gritei. – Seu parasita nojento.

Eu me debati tentando me soltar do agarre das mãos dele.

- Não me achava nojento enquanto estava nos meus braços gemendo feito uma humana qualquer. Ele disse.

 E eu me senti a pior pessoa do mundo naquele momento. E fiz uma coisa que nunca havia feito antes na minha vida. Cuspi.

Cuspi na “cara” dele. E a fúria que eu vi brilhar no olhar dele fez- me arrepender imediatamente.

Eu gritei quando ele apertou meus braços como se quisesse
quebra-los.

Meus olhos se arregalaram devido a dor e eu fitei as íris vermelhas prontas para me torturar. Eu voltei a fechar meus olhos fortemente.

- Tarde demais... Eu o ouvir dizer antes de tudo desaparecer e só restar o desespero.

“Era noite eu estava em auto mar. Eu comecei a me desesperar por não saber nadar. Começou a chover, e as ondas ficaram bravas. A minha garganta queimava por causa da quantidade de agua salgada que eu engolia. Eu estava me afogando. As ondas me levavam para o fundo, meus olhos ardiam e meus pulmões queimavam por falta de ar. “Estava tão frio”. Cada vez que eu tentava abrir a boca para gritar por ajuda, eu voltava a me afogar. Todo o meu corpo doía como se estivesse queimando no frio. A queimação em meus pulmões se tornou insuportável. “Eu precisava respirar” Tudo se tornou demais para eu suportar. Me deixei afundar.  “Era mais fácil desistir sem lutar”.

De repente eu não estava mais me afogando. Eu estava novamente no quarto. Mas a sensação de que eu estava com os pulmões cheio d’agua não sumiu. A dor no meu peito e na minha cabeça era tão forte, como se eu estivesse sendo esmagada.

- Respire. Eu ouvi a voz de Sasuke ordenar.  Mas eu não conseguia puxar o ar para os meus pulmões.

- Respire agora. Ele voltou a ordenar e tudo se apagou.