CAPÍTULO 7

POV's Nico

Sonhando, eu estava sonhando.

Estava em um lugar bem ensolarado, em um grande jardim, uma garotinha, com um vestido rosa claro bem rodado, rodopiava e corria rindo, seu vestido rodado e um casal a observava de longe. Os cabelos dela eram dourados e longos, seu riso era melodioso, até a canção mais delicada pareceria com uma coaxar de sapo ao lado dele. Então a garota se virou pra onde eu estava seu sorriso aumentando enquanto ela inclinava a cabeça para o lado, com se visse algo que esperasse pra acontecer. Eu sentia que ela não estava olhando pra mim, então me virei pra trás e vi uma senhora com seus sessenta anos andando até o jardim, os cabelos grisalhos presos em um rabo de cavalo, o sorriso tão grande quanto o da criança.

“Vovó!” a pequena gritou e correu pra abraçar a mulher. Vi o casal se aproximando e percebi que deviam ser os pais da menina, eram um pouco parecidos, os olhos da menina eram como uma mistura dos olhos deles. Os adultos riam da alegria da menina.

“Ah, minha criança!” a senhora falou.

“Mamãe” a mulher falou, sorrindo e abraçando a senhora.

“Selenne, minha filha, Stefan, como estão?” a senhora perguntou se dirigindo ao homem e a mulher.

“Estamos bem, Clarisse, e a senhora?” perguntou o homem com um ar solene.

“Oh, estou ótima. E minha pequena Stella, como está?” ela perguntou pra garotinha. Stella? Tudo bem, ou isso é uma coincidência muito louca, ou eu estava vendo a Stella quando tinha uns cinco anos, o que é muito esquisito.

“Olha, vovó! Ganhei um vestido novo!” ela falou com uma vozinha tão melodiosa quanto o riso e rodopiou mostrando a saia do vestido. Os adultos riram.

“É lindo, pequenina!” a senhora falou. A garotinha riu.

“Trouxe presentes pra mim?” ela perguntou olhando ao redor como se procurasse uma grande caixa ou sei lá o quê.

“Stella!” a mãe dela exclamou horrorizada, mas seu pai e sua avó simplesmente riram.

“Claro, meu anjinho, estão lá dentro.” falou a senhora, e a garotinha ficou pulando feliz da vida.

“Vamos entrar, por favorzinho” ela pedia com uma carinha de gato do shrek de dar dó.

“Vamos sim, princesinha.” a senhora falou e começou a andar de volta pra uma imensa construção, que era um castelo de paredes claras e um estilo arquitetônico complexo que fariam Annabeth endoidar. A garotinha foi saltitando tão graciosamente que aquase parecia que ela não tocava o chão, logo ela deixou os adultos para trás.

“Mamãe, tem que parar de fazer tudo que essa menina quer!” falou a mulher chamada Selenne.

“É, Clarisse, ela vai se tronar muito mais mimada do que já é.” falou o homem, mas Calrisse só balançou a cabeça.

“Ora, essa! A menina tem que ter pelo menos algum consolo, sabem que ela não é como as outras garotas! Deixem que ela aproveite alguma coisa de normal!” ela murmurou.

Eu acordei. Olhei o relógio do lado da cama e vi que eram três da manhã. Fiquei pensando no sonho, era só um sonho, ou era mesmo o passado de Stella? E se fosse, ela morava num castelo gigante? Essas foram as últimas coisas que eu pensei antes de mergulhar em um sono sem sonhos.

POV's Stella.

Subi as escadas e fui pro quarto e entrei no banheiro. Liguei as torneiras da banheira e fui pro closet, peguei um baby-doll rosa claro e o levei pro banheiro. Fiquei vendo TV enquanto a banheira enchia. Ouvi batidas suaves e ritmadas na porta. Levantei e fui ver quem era. Era Annabeth.

“Posso entrar?” ela perguntou, assenti dando espaço pra ela entrar. “Gostou do quarto?”

“Como poderia não gostar? É perfeito!” quando falei vi os olhos dela brilharem

“Mesmo?”

“Claro que sim!”

“Fui eu que projetei”

“Você é a melhor arquiteta que eu já vi.” falei e vi as bochechas dela corarem.

“ Obrigada. Vim perguntar se você precisa de alguma coisa”

“Ah, não, obrigada. Tenho tudo que preciso.”

“tudo bem então. Se precisar de alguma coisa, sabe onde me procurar. Boa noite”

“Boa noite, Annie.” ela sorriu e saiu do quarto. Acho que nós seremos grandes amigas.

Fui até o banheiro e desliguei as torneiras. Escolhi uns sais de banho de pessêgo. Prendi meu cabelo num coque mal-feito, me despi e entrei na água, sentido a espuma macia e o doce aroma de pêssego.

Só sai quando minhas mãos estavam enrugadas. Me enxuguei e me vesti pra dormi. Fui até a varanda e me sentei na cadeira que tinha lá olhando as estrelas e as luzes da cidade. A mansão fica numa parte mais calma da cidade, mas eu ainda podia ver os faróis dos carros. Pensando bem, eu nem sabia em que cidade estava. Ia descobrir amanhã.

Voltei pra dentro fechando a janela e ligando e ar-condicionado (esqueci de dizer que tinha um, né?). Me deitei na cama que era bem macia, e dormi assim que minha cabeça tocou os travesseiros.

Sonhei com minha vida antes de toda aquela idiotice de casamento, quando as coisas eram boas. Mas não era exatamente como na vida real, meus novos amigos estavam lá e o Brandow era só outro amigo e não meu namorado

No outro dia, acordei sorrindo e me senti feliz, como não tinha me sentido há um bom tempo. Tomei banho e vesti um short jeans branco e uma camiseta azul clarinho e uma sandália de dedo. Prendi meu cabelo numa trança e desci pro café da manhã.