CAPÍTULO 37

POV's Percy

Depois do almoço, eu e Annie resolvemos passar um tempo juntos... Eu sei, parece errado, já que estamos tentando salvar o mundo, mas é que nós realmente precisávamos disso. Além do mais, não havia nada que pudêssemos fazer por enquanto (N/A: ahamm, sei. Me engana que eu gosto. N/Percy: me deixa, tá?)

Nós andamos de mãos dadas pela cidade (que era um pouco maior do que eu pensava), e achamos uma praça. Compramos sorvete de casquinha e nos sentamos em um banco na sombra de uma árvore. Nós nos divertimos, rindo e conversando.

“Não devíamos estar fazendo isso” Annie murmurou, parecendo se sentir culpada.

“Relaxa, Annie...”

“Estou falando sério” ela me interrompeu. “Estamos em uma missão! Era para a gente procurar alguma pista sobre as tempestades, onde elas acontecem, se são regulares... Qualquer coisa!”

“Tudo bem, Sabidinha” suspirei. “Se isso te faz feliz, então vamos perguntar para alguém”

“Assim do nada? Sair perguntando para as pessoas no meio da rua?” ela franziu as sobrancelhas.

“Algum plano melhor?”

“Sim” Droga! Por que ela tem que ser filha de Atena e quase sempre ter ideias melhores que as minhas? “Atena sempre tem um plano” ela falou a frase que eu já conhecia tão bem.

“Tá, mas vamos testar o meu primeiro” falei e ela riu.

“Tudo bem, mas é só dessa vez. Quem vai ser a sua primeira vítima?”

“Que tal ele ali?” perguntei, apontando.

“Um mendigo?”

“Não é um mendigo, é o mendigo.” corrigi. Ela me olhou confusa e eu me achei, porque eu tinha percebido alguma coisa antes dela, eu sou demais! “Você não lembra dele?”

“Lembrar de quem?” ela pareceu ainda mais confusa. “Você conhece aquele mendigo?”

então eu me lembrei de um detalhe importante. O motivo dela não reconhecer o “mendigo”. É porque ela não o conhecia, ela estava presa no monte Tam quando nós conhecemos o Fred.

“Esqueci... você não estava comigo quando o encontrei”

“E onde eu estava?”

“No monte Tam” falei, temendo a reação dela. Annabeth não gostava de se lembrar daquilo, ela se sentia fraca e impotente.

“Ah... e quem é ele?” que menina curiosa!

“Você vai ver.”

Andamos até o banco onde “Fred” estava sentado.

“Olá, Percy, Annabeth” ele nos cumprimentou, com um sorriso banguela.

“Como sabe meu nome?” ela perguntou, desconfiada. “Percy falou de mim?”

“Claro, mas já te conhecia antes... e você me conhece, criança de Atena” ele respondeu. “Como está a minha princesinha? Vocês não deixaram ela sozinha, deixaram?”

“Não, ela vai ficar bem” respondi.

“Você... o senhor... é o pai da Stella?” Annie parecia confusa. Apolo assentiu “Lord Apolo” ela fez uma leve mesura.

“Me chame de Fred, não queremos entrar em problemas. Eu não devia estar aqui, nem devia interferir em uma missão, mas não vou deixar minha filha e minha irmãzinha na mão. Pegue isto.” ele colocou alguma coisa na mão de Annabeth e fechou os dedos dela.

“O que é isto?” perguntei.

“Uma espécie de bússola, mas só serve para achar uma pessoa”

“Uma... das deusas perdidas?” a voz de Annie era uma mistura de dúvida e esperança

“O fruto proibido” ele respondeu. Eu ia perguntar que fruto, já que tínhamos vários. Podia ser eu, o Nico, a Thalia... Mas eu preferi fazer outra pergunta.

“E como funciona?”

“Na hora certa, vocês descobriram” ele falou, num tom sério, que não parecia ser dele.

“Obrigada, A... Fred” Annie falou com um sorriso.

“De nada. Ei, querem ouvir meu novo haicai?” ele perguntou, de volta ao tom normal. “Começa assim...”

“Seria muito legal e tudo mais, mas nós temos que voltar ao hotel. Valeu, Fred. Até a próxima” eu falei, puxando Annie rapidamente de volta para o hotel e para longe daquela tortura que seria ouvir o haicai de Apolo. Sério, como ele é deus da poesia se é tão ruim assim?

Fomos em silêncio por uma parte do caminho, mas logo Annie falou.

“Ele adora quebrar regras, não acha?”

“Sim, sorte nossa” falei. “Ele que nos falou sobre Nereu”

“Gosto dele” não pude evitar uma onda de ciúmes. “Relaxa, Cabeça-de-Algas” ela riu, me dando um soco de leve. “Não desse jeito. Só estou dizendo que ele é uma boa pessoa... ou deus. É um dos que mais ajuda os meios-sangues.”

“Sei disso. Também gosto dele. Mas ele tem que para com esses haicais, são horríveis” ela riu do meu comentário.

“Sabe, acho que ele estava falando deusa que Céos ainda não achou” ela estava séria de novo, quando falou aquilo.

“Deusa que... ah! A do sonho da Stella”

“Exatamente...” ela falou. “Mas quem seria? Poderia ser Perséfone, já que Zeus é pai dela...”

“Ela não estava no sonho?” perguntei.

“Sinceramente, eu não lembro” ele suspirou exasperada. Sei que já devo ter isso um bilhão de vezes, mas tudo bem: Annabeth odiava não saber. Nós já estávamos no hotel a essa altura.

“Se pelo menos eles fossem mais diretos” resmunguei.

“Diretos?” perguntou Annie, reprimindo um sorriso.

“É” respondi. “Se eles dessem respostas ao invés de nos deixarem mais confusos com essas respostas vagas. E pior ainda, com seus estúpidos enigmas” reclamei.

“É melhor do que nada.” ela falou. “Além disso, somos quatro pessoas, nós vamos conseguir desvendá-lo.”

“Fale por si mesma, e pela Stella. Eu e o Nico somos horríveis com esse tipo de coisa” ela me encarou, e eu senti a necessidade de me corrigir. Como uma pessoa que parece princesa de contos de fada consegue ser tão assustadora? “Tudo bem, eu admito ele não é tão ruim. Mas eu sou péssimo, okay?”

“Percy, você não é a pessoa mais inteligente do mundo” eu a olhei, irritado. Ela me ignorou. “Mas não é tão burro assim”

“Vou aceitar isso como um elogio.” dei um sorriso, que logo se desfez quando me lembrei de uma coisa que estava me incomodando. “Eu realmente espero que ela não tenha convencido ele a sair do quarto.”

“O Nico não é tão bobo assim”

“Você fala isso porque não sabe o poder que a Stella tem sobre ele. Ela pode moldá-lo como massinha de modelar e seria muito ruim se alguém a encontrasse.” eu quase falava que ela fazia o mesmo comigo, mas achei mais seguro deixar isso em segredo.

“Ela não iria sair”

“Também acho que não. É só que eu fico preocupado com ela.”

“Acho que nós devemos dar mais um tempo para eles e para nós mesmo, antes de dar a notícia”

“É uma ótima ideia...” respondi e a puxei para um beijo. Eu poderia beijá-la pela eternidade e não me cansaria, ela era perfeita, maravilhosa. Eu a amava muito... Mas então ela quebrou o beijo.

“Aqui não, Percy” ela falou, corada. Então notei que algumas pessoas que passavam pelo saguão nos olhavam com curiosidade. Vocês não tem o que fazer não, bando de desocupados!, eu queria gritar para elas.

“Quem liga para eles? Eu te amo, e ninguém vai mudar isso.” falei e a beijei de novo. Ela correspondeu e só paramos quando ficamos sem ar.

“Também te amo, Cabeça-de-algas” ela falou sorrindo. “Vamos, temos que falar com Nico e Stella”

Ela me puxou para longe das pessoas, em direção ao elevador. Eu e a mulher da minha vida indo falar com nossos amigos sobre a nossa conversa com o deus do Sol.

“Com licença” chamou uma voz. Eu parei e olhei para trás. Era uma garota, ruiva com brilhantes olhos azuis quase tão elétricos quanto os de Thalia. Ela estava com mais alguns garotos e umas garotas. “Será... que podemos conversar um instante com vocês?”

Eu olhei para Annabeth em dúvida. Eles podiam ser algum tipo de monstro, ou até meios-sangues do exército de Céos, mas alguma coisa no olhar dela me disse que eu poderia confiar

“Ah... Claro” respondi.

“São amigos da Stella?” perguntou uma garota com longos cabelos castanho claro e olhos verdes.

“Como sabe?” perguntei desconfiado. Opa, acabei de confirmar que sabia da Stella.

“Somos amigos dela” respondeu um cara loiro de olhos azuis mais claros do que os da garota ruiva. “Eu sou Sky. Esses são Timmy, Nabur, Elliot e Riven. Esta é Bloom, minha namorada, essas são Flora, namorada de Elliot, Layla, namorada de Nabur, Tecna, namorada de Timmy e Musa, namorada de Riven” ele gesticulou para cada um ao dizer os nomes.

“Sou Percy Jackson, e essa é Annabeth Chase, minha namorada.”falei, colocando meu braço em torno da cintura dela.

“Prazer em conhecê-los” falou Annie.

“Não quero ser rude nem nada, mas o que vocês querem?” perguntei, cruzando os braços.

“Percy!” Annie me repreendeu.

“Só precisamos falar com a Stella” falou a garota de cabelos cacheados castanho escuro e olhos da mesma cor, Layla eu acho.

“Sinto muito, mas não posso permitir” falei.

“Nós precisamos mesmo! Estão procurando ela, nós só queremos ajudar.” falou a mesma garota ruiva, que se chamava Bloom.

“Como posso saber se é verdade?” perguntei. Espera, Annabeth está estranhamente calada. Olhei para ela, que estava com um olhar perdido, mas pode ter sido apenas impressão minha porque no instante seguinte, ela já estava normal, com um olhar inteligente, como se desafiasse alguém a tentar fazê-la de boba.

“Acho... que vão ter que confiar na gente” respondeu Flora.

Olhei para Annie, normalmente ela era melhor nesse tipo de coisa do que eu. Ela acenou brevemente com a cabeça.

“Tudo bem, mas se vocês tentarem alguma coisa...” nem precisei terminar a frase, a ameaça estava impregnada em minha voz.