Inconsequente Paixão escrita por Marimai


Capítulo 11
11. Porque te amo


Notas iniciais do capítulo

Tcham! Demorei muito? Desculpe não postar semana passada, as tava dando umas aulinhas de revisão para o Enem. Ainda estes dias eu vou estar ocupada, mas me esforçarei pra postar o mais rápido que puder, mas não garanto sair semana que vem ou esta semana.
Bem, acabando o falatório, postei um novo capítulo pra vocês, meus queridos leitores. Antes de mais nada, queria mandar mil "obrigadas" para as pessoas que favoritaram minha fanfic: Thalia Costa, ronda, Soldier Lighning, Sarah Kurosaki, Lightning (hontoni arigatou gozaimasu!) *--* E estou sentindo saudades da Anabeli e da Ellijica Pretty. Agradeço pela Fe-chan (Fe Neac) e a Crol 6425 por ainda acompanherem minha fic (espero que vocês curtam os capítulos que ainda não leram assim que estiverem livres).
Agora, vamos À leitura. Eu não sei se vocês vão gostar deste capítulo, afinal eu tentei apressá-lo de todas as maneiras para poder postá-los para vocÊs.
"Ichigo vê Rukia e Yuren se beijarem, por conta disso, deixou sua pasta cair no chão, chamando sendo percebido pelos dois. O que será que ele vai fazer agora? Ele vai fazer o mesmo que fez com o estudante gentil? Ele irá fugir?"
Por favor, leiam À vontade!
Boa leitura a vocês! ♥



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Rukia: Ichigo?

Yuren: Morango-san...


Ichigo permaneceu parado ali, perplexo. Ainda não havia acreditado no que tinha acabado de ver. Pensou ter tido um sonho, mas era a mais pura verdade. Logo, caiu a ficha de que Yuren e Rukia haviam percebido sua presença. Estes ficaram esperando Ichigo responder por um tempo, até que Yuren resolve quebrar o silêncio.

Yuren: Morango-san, eu...

Ichigo (interrompendo): Não precisa explicar nada. Eu vi o que aconteceu

Yuren: Eu posso...

Ichigo (interrompendo): Não adianta explicar. Não precisa. Eu vi tudo o que aconteceu desde o início.

Yuren: Morango-san...

Ichigo: Pare de me chamar de Morango-san como se fosse meu melhor amigo. Isso é irritante. –Rukia não podia evitar se incomodar com aquilo, afinal lembrou bastante a confusão que Ichigo gerou com Yuren no dia anterior. Ainda irritada com ele. Põe-se na frente de Yuren. –

Rukia: O que você faz aqui, Ichigo? Por acaso você esteve me seguindo?

Ichigo (olhando para Rukia): Rukia, eu-

Rukia: Pensei que havia deixado bastante claro a você que não o considero mais meu nakama, Ichigo. Responda-me, o que você veio fazer aqui? – Ouvindo aquilo, Ichigo recorda as palavras que Rukia havia dito horas atrás no terraço da escola e logo se lembra da cena que presenciou. Sentiu-se traído e logo, pensou em desistir do seu verdadeiro ideal. –

Ichigo: Agora tudo faz sentido...

Rukia (sem entender): Hã?

Ichigo: Vim aqui fazer algo que eu devia ter feito há um bom tempo, mas acho que atrapalhei vocês dois e no fim de tudo, levei um baita castigo. –Yuren vira o rosto. Havia entendido o que Ichigo estava dizendo. No entanto, Rukia continuava sem entender o que o ruivo dizia. –

Rukia: O que você está dizendo? Não entendo.

Ichigo: Não precisa entender Rukia. Não preciso dizer o que eu devia ter dito há meses.

Rukia: Ichigo, o que-

Ichigo (virando de costas): Desculpe a interrupção. Continuem o que estavam fazendo antes. – vira-se para Rukia – Rukia, não adianta me seguir. Esqueça sobre o que eu queria dizer. Minha resposta... eu já recebi. – Ichigo sai correndo dali, sem dizer mais nada. –

Rukia: Ichigo! –gritou, mas foi em vão. – Mas o que deu nele?

Yuren: Vá atrás dele!

Rukia (virando-se para Yuren): O quê?

Yuren (virando o rosto para o lado): Por favor, vá atrás dele, Rukia-san.

Rukia (chateada): Por que eu deveria? Eu não-

Yuren: Rukia-san! – grita, fazendo Rukia se calar. – Você não percebeu? O Morango-san está magoado. Eu percebi isso ao ver o rosto dele.

Rukia: M-magoado? – Yuren assente com a cabeça. –

Yuren: Sabe, eu posso entender com clareza os sentimentos do Ichigo-san. Desde que eu lhe conheci, eu percebi pelo olhar dele os seus sentimentos. Sabia que ele fica bastante alegre quando está perto da Rukia-san?

Rukia (corando de leve): O Ichigo?

Yuren: Isso. Ele me mostrou que não seria capaz de deixar nada acontecer a você. Lembra quando Rukia-san e eu estávamos na casa do Ichigo-san? Quando eu disse que tinha uma irmã para cuidar, eu menti.

Rukia (virando o rosto): Então você estava mesmo mentindo.

Yuren (coçando a nuca): Sim, mas não fique chateada por causa disso. Naquele dia, eu vi o quanto Ichigo-san tem medo. Apesar de aquilo ter sido chato, eu decidi respeitar o medo dele.

Rukia: O medo de Ichigo?

Yuren (pondo as mãos dentro do bolso da bermuda): Sabe, o Ichigo-san é bastante apegado a você, até parece uma criança que é apegada a sua mãe. Assim como uma criança, ele tem muito medo de se distanciar de você ou de que algo muito ruim lhe aconteça. Talvez ele exagere bastante na sua forma de mostrar o quanto quer ficar perto de você, mas acho que é assim que ele demonstra o que ele sente.

Rukia (surpresa): O Ichigo...?

Yuren: É. O que aconteceu entre nós minutos atrás deixou o Ichigo-san bastante magoado. Se eu o conhecesse melhor, poderia jurar que ele estava a ponto de chorar. – rindo de leve – Aquele cabeça-de-abóbora não gosta muito de mim. Na verdade, ele me detesta. Pela cara que ele fez, ele parecia querer me bater até eu perder todo o meu sangue.

Rukia: Mas por que será que Ichigo não gosta de você?

Yuren: (virando o rosto para Rukia): Talvez seja porque eu esteja querendo roubar dele sua preciosa nakama.

Rukia: P-preciosa?

Yuren: Sim. Ontem, quando você me disse que Ichigo-san era uma importante nakama para você, fiquei com um pouco de inveja do Ichigo-san. Eu acho que se eu tivesse uma nakama tão maravilhosa como você, eu seria igual ao Ichigo-san. Eu seria bastante ciumento com quem chegasse perto dela. Acho que é isso que Ichigo-san sente.

Rukia (inclinando a cabeça, corada): Ichigo... Mas o Ichigo...

Yuren: Rukia-san! Esqueça tudo o que aconteceu hoje e ontem. Vá atrás do Ichigo-san e converse. Eu sei que você está um pouco chateada com ele, mas ele também está bastante magoado. O que você disse a ele foi muito cruel, especialmente agora, se tratando dos sentimentos dele de agora.

Rukia: Os sentimentos de Ichigo?

Yuren: É! Mas se quiser saber dos sentimentos do Morango-san, você terá que falar diretamente com ele.

Rukia: Mas o Ichigo...

Yuren: Disse que não iria mais contar? Acho que ele falou aquilo porque estava magoado. O que aconteceu foi um choque para ele, então, devemos relevar o que houve entre vocês.

Rukia (surpresa): Yuren-dono...

Yuren (fazendo cara de bobo): Hã?! Você ainda está aí? Vai logo, senão eu lhe arrasto até onde ele estiver!

Rukia: P-por que você está fazendo isso?

Yuren: Bem... Eu me sinto mal com o Morango-san para baixo e ficaria pior ainda em saber que vocês dois estão brigados, afinal vocês são muito apegados um ao outro e estão ligados há tempos.

Rukia: Yuren-dono...

Yuren (fazendo beicinho): Pensei que eu tivesse dito para você ir atrás dele. – sorrindo de leve – Boa sorte, Rukia-san! E se aquele cabeça-de-cenoura lhe fizer algo ruim, me ligue e eu virei correndo acertar aquele nariz de palhaço dele! – avisa, piscando para Rukia –

Rukia (curvando-se): Obrigada... – Rukia sai correndo atrás de Ichigo, aproveitando para pegar a pasta que ele havia largado lá. –

Yuren (coçando a cabeça): Heh! Isso é o que eu ganho por bancar o bobo apaixonado. – Yuren começa a fitar o céu, percebendo algumas nuvens cinza se agregando. – Epa! Parece que vai chover mar hoje – Enquanto permanecia fitando o céu, Yuren relembra o momento em que beijou Rukia e toca os lábios, um pouco chateado. – Morango-san, é melhor você me arrumar logo uma nova namorada...

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Rukia começa a correr atrás de Ichigo, seguindo sua reiatsu a pedido de Yuren. Mesmo estando um pouco chateada pelo que ele fez desde o dia anterior, resolveu deixar o que ocorreu de lado. Precisava saber que tipo de sentimento era aquele. Precisava ouvir da boca dele este sentimento e assim quem sabe fazer as pazes com ele. Enquanto corria, olhou rapidamente para o céu percebendo algumas nuvens carregadas. Estavam incrivelmente escuras, escurecendo precocemente o céu entardecido de Karakura. Começou a apressar o passo para evitar ser pega pela chuva.

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Ichigo estava correndo pelas ruas de Karakura sem rumo algum. Ainda estava com aquela cena em sua cabeça. Perguntava-se o porquê de Rukia e Yuren terem se beijado. E por que logo ele? Aquele que Ichigo tanto queria que não existisse? É óbvio que qualquer um que a beijasse o deixaria bastante incomodado, mas por que ao lembrar que foi ele o seu coração doía tanto? Dentro dele, aquele céu nublado e chuvoso igual o céu de Karakura neste momento, tornou a ocupar seu coração. A chuva de Karakura caía com incrível força e incessantemente sobre Ichigo, parecia acompanhar a chuva que caía dentro de seu coração partido. Encharcado pela chuva e cansado de correr, Ichigo para de correr no intuito de recuperar o fôlego e logo tornou a correr como se fosse um fugitivo. Mas por qual motivo fugia? Do que fugia? De seus sentimentos? Impossível fugir daquilo. Mesmo que quisesse com todas as suas forças fugir deles, não conseguia. Não havia como esquecer os sentimentos por aquela que ele fora salvo um dia. Por que foi tão bobo? Por que se permitiu amar Rukia? Por que não outra pessoa senão ela? Agora estava sofrendo por algo que antes para ele não havia muita importância. De tanto correr, chegou a um galpão abandonado. Adentrou o lugar para abrigar-se da fria chuva.

O local estava totalmente escuro. Tinha alguns móveis largados cobertos por alguns panos incrivelmente empoeirados e rasgados. Um deles se salvava do estado em que se encontravam os outros. Aquele galpão não parecia ter sido abandonado há anos, mas a poeira e o cheiro leve de mofo indicavam que pelo menos há alguns meses ele fora abandonado. Adentrado o galpão, Ichigo encostou-se na parede, deixando-se deslizar sobre ele até o chão. Ficou ali por alguns minutos olhando para o nada até que sua mente tornou a lembra-lo da cena do beijo, como se quisesse que ele sofresse por aquilo. De tanto lembrar a cena, Ichigo se encheu de raiva, o que deixou imensamente descontrolado. Só de lembrar-se da cara de Yuren, sua vontade era de socar aquele cara até que ele desmaiasse enquanto pedia misericórdia.

Ainda sentado ao chão, Ichigo percebe uma cadeia velha ao seu lado, pega o móvel e atira contra o chão violentamente. Agora controlado pela raiva, Ichigo se levanta e começa a atirar os móveis que podia levantar contra a parede e contra outros objetos que ali existiam, enquanto gritava desesperadamente tentando jogar fora sua raiva. Só de ficar com aquilo na cabeça, seu sangue fervia até a alma e não conseguia se controlar a ponto de tentar pensar. Na verdade não sabia muito bem se sua raiva era por aqueles dois ou se sua raiva era por não ter conseguido dizer nada a ela antes. Sim... A raiva que sentia era por não ter dito a Rukia o que sentia por ela quando teve oportunidade e acabou deixando para depois, pensando que nada ia se interpor. Logo, estava errado. E no final, ele caiu no jogo do tempo. Deixou-se levar pelo medo e machucou quem ele mais amava, além e outros que não tinham nada a ver e também acabou machucado. Talvez se não tivesse deixado o ciúme tomar conta de si poderia estar com Rukia agora. Talvez se não tivesse discutido com ela, poderia ter sido aquele quer iria roubar-lhe o primeiro beijo. E assim, sua raiva foi aumentando. Aquele cara calmo e pacífico que era Ichigo, já havia sumido ao deixar-se levar pela raiva. Em poucos minutos, os móveis que ainda restavam ali, já haviam virado pedaços de madeira quebrados, quase reduzidos a pó. Aos poucos, Ichigo foi se cansando de destruir os objetos do galpão. Caiu de joelhos e passou a socar o chão ainda no intuito de se livrar de sua raiva. Apesar do cansaço, sua raiva não havia passado e talvez demorasse a passar.

Não muito distante dali, Rukia continuava a seguir a reiatsu de Ichigo, que parecia agora se concentrar num lugar só. Já se encontrava cansada de tanto correr, apenas tendo a chuva como um modo de continuar a correr sem parar. Desde que saiu procurando por ele não passou pela sua cabeça parar para descansar um só segundo. Precisava esclarecer as coisas com ele urgentemente. De repente, sentiu uma reiatsu intensa exalar na direção norte. Era com certeza a reiatsu de Ichigo. Assustou-se com a intensidade em que fluía. Parecia que Ichigo estava bem irritado. Preocupou-se por aquilo e continuou a seguir em direção à ela, aumentando a velocidade de seus passos.

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Galpão abandonado – 18h30min

Ichigo já apresentava sinais de cansaço enquanto socava o chão. O suor de seu rosto se misturava à água da chuva que o havia encharcado. A força em que golpeava o chão era tanta que suas mãos ficaram feridas. Se entregando ao cansaço, parou de socar o chão. Desabou no chão frio enquanto recuperava o fôlego. Por quanto tempo estava destruindo as coisas? Por que motivo destruía tanto? A raiva foi subindo novamente, mas já não tinha mais força para descarrega-la destruindo coisas. Soltou um grito totalmente cheio de ira.

Ichigo: MERDA! DROGA! DROGA! DROGA! – à medida que sua raiva foi diminuindo, sua reiatsu diminuía ao mesmo passo. Sentiu uma reiatsu familiar, fazendo seu coração bater forte, como se quisesse sair do peito. Será que estava ali desde quando ele começou a destruir as coisas. Estava tão controlado pela raiva que não percebia nada a sua volta, nem mesmo reiatsu. Sua reiatsu tornou a fluir descontroladamente, mas por causa de seu nervosismo. A pessoa cuja reiatsu deixou Ichigo nervoso passou a se aproximar do rapaz, deixando-o ainda mais nervoso.

Ichigo: Como... Você me... Seguiu? Por que me... seguiu, Rukia? – pergunta, enquanto tentava recuperar o fôlego. –

Rukia: Esqueceu? Você... e eu... Compartilhamos... A mesma reiatsu. – Ichigo permaneceu em silêncio por um tempo – Ichig-

Ichigo: O que você quer de mim? – Rukia se aproxima de Ichigo, que ainda estava deitado sobre o chão –

Rukia: Não é óbvio? – Diz, sentando-se ao seu lado – Você desde ontem tem agido de forma estranha e hoje saiu correndo sem ninguém entender o que estava acontecendo. Vim saber de você o que está acontecendo.

Ichigo (evitando olhar Rukia): Não é nada...

Rukia (preocupada): Como assim “não é nada”? Você fala umas coisas estranhas, age do jeito que agiu, sai correndo sem deixar mais explicações e você ainda me diz que “não é nada”? – tocando o ombro de Ichigo – Ei, Ichigo! Me diga o que está acontecendo...

Ichigo (afastando as mãos de Rukia): Já disse que não é nada. Vá embora!

Rukia: Ichigo...

Ichigo (virando o rosto para o lado): Eu falei para você esquecer o que aconteceu, não é mesmo? Você já me deu sua resposta.

Rukia (sem entender): Minha... Resposta?

Ichigo: Volte para casa. Eu quero ficar sozinho.

Rukia (preocupada): Ichigo, eu preciso saber o que você queria dizer. Preciso saber o que você sente...

Ichigo (rindo, sarcástico): O que eu sinto é? – Ichigo se levanta do chão, ficando sentado sobre este. – Passei meses tentando lhe explicar o que eu sinto, de várias maneiras tentei lhe dizer o que eu tanto precisava dizer e você sequer entendeu. Sequer me deu ouvidos. Não é agora que você vai entender o que eu sinto também.

Rukia (virando o rosto para o lado, envergonhada): Ichigo...

Ichigo (impaciente, se levanta): Já chega disso. Se você vai continuar aqui, então eu vou embora. – Rukia se levanta, segurando-o pelo braço – hã? – Ichigo vira o rosto para Rukia e percebe que ela não estava de brincadeira, mas resolveu jogar a sério. Precisava evitar aqueles sentimentos novamente. – Rukia, me solte!

Rukia (séria): Não! Eu tenho meus motivos para ficar bastante irritada com você e nunca mais vê-lo. Mas eu resolvi deixa estes sentimentos ruins de lado e vim ouvir de você os seus motivos para agir daquele jeito desde ontem. Eu tenho certeza de que você tem motivos. Mas, caso você não os tenha, eu ficarei seriamente magoada com você e irei para a Soul Society e não voltarei até que você me peça desculpas ajoelhado. – Ichigo fica um pouco surpreso pela investida de Rukia, mas ainda tenta convencê-la de desistir de ouvir o que ele tanto queria dizer a ela.

Ichigo: Rukia, eu-

Rukia: Por favor... – Ichigo puxa o braço na tentativa de se livrar de Rukia, mas a força em que ela segurava o braço do ruivo impedia do mesmo conseguir um progresso na tentativa de libertar. Ichigo não vê outra opção a não ser contar o que sente. Inclina a cabeça em sinal de desistência e dá um suspiro. Aqueles sentimentos que ele tanto queria se livrar... Realmente não tinha como se livrar deles. Virou o rosto para sua frente, tentando de todas as maneiras olhar para Rukia.

Ichigo: Você está mesmo preparada para ouvir o que eu tenho a dizer, Rukia? – Rukia permanece em silêncio. – Eu queria ficar em paz agora, mas não consigo nem isso. Yuren, aquele cara, eu... queria poder não ligar para o que aconteceu, mas pelo visto é impossível. Da forma como eu me sinto, parece que é impossível.

Rukia (sem entender): Ichigo, o que-

Ichigo: Rukia, você está mesmo preparada?

Rukia (com um pouco de medo): S-sim... – Ichigo esperava que Rukia dissesse “não”, mas foi totalmente o contrário. Derrotado, dá um suspiro longo e começa a contar o que aconteceu.

Ichigo: Rukia, eu... Desde que você me colocou na missão, eu fiquei um pouco nervoso. Eu não sabia como eu deveria agir com você Não sabia como parecer um namorado quando o hollow viesse, afinal, nunca tive algum tipo de experiência deste tipo.

Rukia: Mas naquele dia, no festival, você...

Ichigo: Agi como? Mas aquilo não foi por causa do hollow. Quando você me recrutou, eu fiquei sem saber o que fazer. Mesmo você dizendo que eu não precisava me preocupar, aquilo não saía da minha cabeça. Passado algum tempo, eu comecei a me sentir estranho. De vez em quando eu me sentia deprimido ou ficava nervoso quando eu lhe via. Eu ficava sem saber o que fazer. “O que eu devo fazer?” “o que devo falar?”. Não conseguia me decidir. Inclusive lhe deixei preocupada porque demorei a aparecer no colégio. Lembra-se deste dia? – Rukia deixa sua mente se abrir até se lembrar do dia em que discuti com Ichigo por conta de seu sumiço.

Rukia: S-sim...

Ichigo: Naquele dia, eu também briguei com Ishida e Chad. A princípio, eu pensei que Urahara-san estava por trás de tudo aquilo, mas a verdade foi que eu caí no jogo daqueles dois. Eles me persuadiram e no final, ele me abriu os olhos para algo que eu estava um tanto confuso no início. Fiquei com algumas dúvidas no início, mas no final, eu acabei me tocando que estava apaixonado por quem salvou minha família e me permitiu salvá-la também.

Rukia (nervosa): A... paixo... nado?

Ichigo (virando de frente para Rukia): Rukia! Agora você sabe o porquê de eu ter agido daquele jeito, não é mesmo? Eu... – apertando os punhos – Tenho muito medo de você me esquecer e lhe perder de vez. Talvez... Talvez eu tenha exagerado, mas essa é a verdade. Se eu acabei discutindo com aquele garoto, foi porque eu te queria mais que tudo e tinha medo de que ele e aqueles dois lhe fizessem algum mal. O mesmo vale para aquele Yuren. Mas, - inclinando a cabeça – acho que já recebi minha resposta, não é mesmo?

Rukia: Respos...ta? – Rukia tenta se lembrar de que resposta ele estava se tratando, até que passa em sua mente a cena em que Yuren a beija e fica com vergonha daquilo. No entanto, Ichigo estava errado quanto a sua resposta. – Ichigo, isso-

Ichigo: Tudo bem. Não é por eu ter dito que eu me apaixonei por você que de alguma forma você vá me aceitar.

Rukia (levantando o rosto): Ichigo...

Ichigo: Fui idiota, não é mesmo? Por ter me apaixonado daquele jeito. Quem diria que um dia eu ia ficar assim, deste jeito...

Rukia: Ichigo pare...

Ichigo: Se eu tivesse recusado a missão, talvez nós não estivéssemos no ponto em que estamos agora:

Rukia (nervosa): Pare...

Ichigo: Talvez eu estivesse apoiando vocês e não agiria feito um maluco.

Rukia: Ichigo pare... – Rukia sentiu um parto no peito por causa daquilo, mas também sentiu uma incrível vontade de bater no ruivo pelo que ele dizia.

Ichigo: Às vezes, eu sinto vontade de voltar atrás e ter dit-

Rukia: PARE COM ISSO! – grita impacientemente – O que você pretende com isso? Ganhar minha pena?! Ichigo vira o rosto para Rukia um tanto surpreso.

Ichigo: Ru-Rukia?

Rukia (nervosa): É assim que você vai continuar agindo? Me dizendo que gosta de mim, mas fica se lamentando por isso? Apenas por causa de um incidente? – Ichigo permanece em silêncio – Sabe, eu estou um pouco confusa com tudo isto. Você e o Yuren-dono disseram a mesma coisa a mim. É a primeira vez que eu passo por isto. Digo, eu já amei alguém antes, mas... Bem, eu na verdade não sei se é a mesma sensação que vocês dois estão sentindo, mas de fato eu o amava e infelizmente, ele morreu. Hoje faz 45 anos que ele se foi. – fala, inclinando levemente a cabeça. Dos olhos de Rukia, lágrimas começam a brotar, ameaçando cair – Droga, eu não sei o que eu estou dizendo... – Ichigo podia sentir a tristeza voltar a ocupar os olhos tom violeta de Rukia e sentiu-se um pouco culpado pelas palavras que disse. Sentido por aquilo se aproximou de Rukia, abraçando-a.

Ichigo (corado): Foi mal...

Rukia (surpresa): Ichigo?

Ichigo: Mesmo agora você veio até mim, tentou fazer as pazes comigo mesmo depois de tudo o que eu fiz ontem e hoje.

Rukia: Ichigo...

Ichigo (arrependido): Acho que acabei deixando meu sentimento egoísta falar mais alto. Fiquei com tanto medo de não ter você mais comigo que no final eu acabei apenas ajudando o meu maior a se realizar. Eu realmente fiquei magoado em lhe ver com aquele cara e senti uma imensa vontade de bater nele depois. Eu não posso mentir dizendo que eu gosto dele. A verdade é que eu não suporto aquele desleixado. Mas... – abraçando Rukia com mais força – Se você realmente quiser ficar com ele, eu não vou mais intervir. Se eu lhe visse infeliz, eu me sentiria muito mal, então, sinta-se livre para decidir quem você deve escolher, isso SE você escolher um de nós.

Rukia (com voz embargada): Ichigo... – Ichigo sorri de leve, enquanto permanece abraçando Rukia. –

Ichigo: Sabe, você é realmente incrível...

Rukia (corando): Hã?

Ichigo: Mesmo eu tendo feito tudo aquilo, você ainda vem conversar comigo. Mesmo que eu tenha lhe chateado, você ainda continuou do meu lado. – apertando Rukia – Talvez... seja por isso que eu me apaixonei por você.

Rukia: Ichigo, eu... – sem saber o que dizer ante aquilo, Rukia afunda seu rosto no peito do shinigami substituto. –

Ichigo (corado): Me desculpe por tudo aquilo, baixinha...


Ichigo começa a afagar os cabelos curtos e negros da shinigami, fazendo-a corar ainda mais. Rukia sentia pelo abraço o nervosismo do ruivo. Estava bastante trêmulo ante aquele afago que fazia nos cabelos da baixinha, além de seu coração que batia forte, parecendo que ia sair do peito. O coração de Rukia também começou a bater descompassadamente, como se estivesse respondendo ao coração nervoso de Ichigo. Nervoso, desceu a mão de seus cabelos para sua bochecha, acariciando-a. Rukia sentiu um leve choque percorrer seu rosto a partir daquela carícia. Ichigo, por sua vez, sentiu seu rosto queimar de vergonha. Diferente de quando tentou beijá-la em meio a uma batalha, aquela sensação era incrivelmente especial. Contemplou de canto a face afundada em seu peito, que, mesmo sem poder enxergar muito, já era algo e, com a mesma mão que acariciava sua bochecha, levantou delicadamente aquele rosto vermelho pelo momento e passou a contemplá-lo com mais clareza. Ichigo tornou a acariciar uma de suas bochechas, enquanto se perdia diante no profundo violeta dos olhos de Rukia. Rukia, olhava também nos olhos de Ichigo, bastante encabulada. Nunca havia visto seu nakama daquele jeito. Sentiu-se um pouco entranha enquanto o olhava. Ichigo desceu seu olhar até os lábios entreabertos de Rukia, sentindo-se fascinado por aquilo e, de tanto fascínio que sentia, não pudera mais conter o que tanto guardou para si. Inclinou seu rosto, indo de encontro com o de Rukia enquanto permanecia acariciando seu rosto. Enquanto levantava delicadamente o rosto da morena para receber os lábios que tanto esperou e desejou, sentiu seu coração bater como se fosse ter um ataque cardíaco, depois, sentiu um choque percorrer seu corpo ao acariciar os lábios de Rukia com os seus. Os lábios molhados e delicados de sua amada nakama que tanto ansiou, o gosto que tanto imaginou enquanto sonhava com a shinigami, agora estavam percorrendo entre seus lábios trêmulos e nervosos.

Rukia, por sua vez, sentiu-se novamente numa rua sem saída. Sentia novamente a sensação de ter seus lábios acariciados por outros lábios. No entanto, sentiu-se estranha ao sentí-los. Os lábios que estava provando agora eram mornos e úmidos, além de macios. A sensação agora, já não era mais a mesma da sensação que teve ao ser beijada por Yuren. Era uma sensação indescritível. Seu coração acelerou violentamente, como se quisesse sair de seu peito, igual ao coração de Ichigo. Ele agora estava batendo de uma maneira, acompanhando as batidas nervosas do coração do ruivo, parecia corresponder a ele. Assim como Ichigo, sentiu um choque percorrer seu corpo. Cada segundo que passava com os lábios colados ao dele, um choque percorria seu corpo com maior intensidade, indo parar diretamente em seu peito. E era justamente aquilo que faltou quando foi beijada por Yuren, mesmo que tenha se sentido confortável perto dele naquele momento. “Yuren”? Pelo visto, aquilo que os dois estavam experimentando não ia durar muito. Rukia logo retornou a seus estado de confusão, ao lembrar do momento em que estava com Yuren. Sim... tanto Yuren quanto Ichigo confessaram seus sentimentos para Rukia, mas ela passou a sentir uma sensação diferente perto de Ichigo. Seria ele a pessoa a quem seu coração pedia? Será que o seu nakama era a pessoa ideal? Ou talvez fosse aquele que Rukia conhecia há poucos meses? Sua mente ficou ainda mais confusa. Não sabia a quem responder de verdade. Se respondesse aos sentimentos de Yuren, com certeza Ichigo, aquele que a amava há 5 meses, se magoaria, mesmo que tivesse dito que não iria mais intervir. No entanto, não queria deixar Yuren magoado, pois ele também ficaria magoado. Confundiu-se ainda mais. Por mais que seu coração gritasse a favor do rapaz de cabelo estranho, sua mente confusa não sabia a quem devia responder, fazendo Rukia se afastar de Ichigo e parar o beijo, nervosa e muito mais confusa que antes.

Ichigo: Ru-

Rukia: Desculpa Ichigo! Mas agora eu estou um pouco confusa com tudo isso. Sabe você e o Yuren-dono me disseram a mesma coisa, fizeram a mesma coisa e por isso eu não consigo pensar, mas... – apertando o próprio peito – Dentro de mim, meu coração respondia a você de uma forma totalmente diferente de como respondeu a Yuren-dono. Entretanto, minha mente está muito confusa com tudo isso, por isso, eu não sei o que fazer agora. Eu-

Ichigo (desapontado): Foi mal, Rukia! Acho que eu deixei você ainda mais confusa, mas independente de qual seja sua escolha, eu vou aceitá-la e não importa quanto tempo leve.

Rukia: Ichigo... – Ichigo sorri de leve –

Ichigo: Sinta-se livre para pensar, Rukia! – Rukia, surpresa pela mudança repentina de Ichigo, dá um segundo sorriso naquele dia nublado.

Rukia: Obrig- - Rukia sente uma reiatsu familiar indo em direção a eles e se põe em alerta. Nada mais nada menos, aquela reiatsu com certeza era de um hollow e justo o que ela estava tentando matar há tempos. O hollow quebra uma fração do teto do galpão com um cero, fazendo Rukia cair em cima de Ichigo. Ao se levantar, vê o buraco que ele havia feito na parede. Parecia que ele havia ficado mais poderoso. – droga, por que não capturei você antes?! – Rukia pega o Soul candy do bolso da saia e logo se transforma novamente em tenente. Nervosa, começa a correr atrás do hollow enquanto alerta Ichigo para se transformar - Ichigo! Transforme-se logo!

Ichigo (se levantando do chão): Como?! Eu esqueci minha p- –Rukia joga a pasta de Ichigo para ele – Minha pasta? Como você –

Rukia: Peguei enquanto lhe seguia, agora se transformar logo! – Ichigo obedece, pegando o emblema que havia recebido de Juushiro há dois anos, se transformando em shinigami. Sentia-se bem naquela nova transformação. Ichigo rapidamente vai até a entrada do galpão atrás do hollow.

Ichigo: Onde ele está?! – Ambos já estavam fora do galpão e a chuva continuava a cair forte. Por um momento o hollow desapareceu, o que deixou Rukia irritada. Foi procurando por sinal dele com os olhos até que sentiu um cero indo em direção a Ichigo, - Ichigo, cuidado! – Ichigo vira-se em direção ao ataque e tenta se defender com a zanpakutou, mas é levado pela força do ataque. O cero atinge a parede do galpão. Abrindo um rombo. Ichigo, atingido pelo ataque, se levanta com dificuldade. Como um cero de um hollow poderia ter tamanha força? E como poderia atingir Ichigo naquela forma? Rukia, impaciente, começa a ir em direção ao lugar de onde foi disparado o ataque. –

Rukia: Seu maldito! Mae, Sode no Shirayuki! - a zanpakutou de Rukia, agora haiva se transformado no mais puro branco. – Apareça desgraçado! – o hollow dispara outro cero agora vindo de outra direção, atingindo Rukia em cheio, fazendo-a bater em um prédio qualquer. - M-maldito... – xinga, tentando se levantar com dificuldades. – Apareça, merda! – o hollow começa a rir sarcasticamente, fazendo Rukia se irritar ainda mais. – Merda... CADÊ VOCÊ, DESGRAÇADO?!­

Hollow: Quanto tempo, Rukia-sama!

Rukia (surpresa): O quê?!



Continua...



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Notas finais do capítulo

Curtiram? Odiaram? aff, sua fanfic já foi boa? Por favor, deixei sua opinião quanto ao capítulo nos comentários!
eu fiquei tão feliz quando favoritaram minha estória que senti urgência em postar logo, mas to com medo de ter ficado um droga, caso tenha ficado, eu vou tentar me esforçar no próximo, okay?! beijos! :3