Inconsequente Paixão escrita por Marimai


Capítulo 10
10. Ciúmes IV: O pior dia de todos.


Notas iniciais do capítulo

Oi oi, gente! viram? Desta vez eu não demorei, né! Este capítulo está bem... não sei como definir, mas eu espero que vocês gostem (particularmente, eu o achei meio esquisito xP). e chegamos ao maior capítulo de todos! *-*
Agradeço a quem escreve seus Reviews para mim ao final de cada caítulo e eu estou sentindo falta de uma leitora em especial (né, Anabelli?) Também sinto falta da Crol6425 comentando a fanfic e também da Elijica Pretty (vc tb é importante, viu? Obrigada por favoritar minha fic ♥)
dou mil obrigados À Jenix por continuar acompanhando minha fanfic desde a primeira vez que ela entrou no Nyah!(super arigatou gozaimaaaasu!) e chega de falatório e vamos ao que mais interessa (uma surpresa os aguarda no final [mode menina má on])
boa leitura a todos! ♥



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Rukia acordara sobressaltada, sem saber onde se encontrava. Rodou o lugar com os olhos e logo tratou de reconhecer o local. Era uma floresta à noite, o mesmo local onde o maldito hollow lhe tirou a única coisa que ela amava e muito admirava. No entanto, se perguntava como havia chegado a este local. Estava em sua forma de shinigami, com sua espada desembainhada, ao seu lado. Levantando-se, começou a andar sem rumo pelo lugar que estava deserto. Começou a sentir um grande aperto no peito. Apertou-o contra si, mas não era o suficiente para este aperto, esta agonia passar. Logo, passou a sentir algo estranho abaixo dos pés. Olhou meio nervosa para baixo e viu seus pés manchados por um líquido coloide.

Rukia (suando, nervosa): Q-que diabos é isto? – Aos poucos, apesar da escuridão pela noite, Rukia conseguia distinguir o que era aquele líquido por conta de sua viscosidade e do cheiro que exalava. – S-san... gue...? – nervosa, continuou a vagar pelo local. A cada passo que ela dava, encontrava mais poças de sangue. Enquanto caminhava, começou a sentir o mesmo líquido caindo sobre seu uniforme, sobre seu rosto, sobre seu cabelo, sobre todo o seu corpo. Sentiu também algo que a deixou ainda mais nervosa e suando frio. Rezou para que não fosse aquilo. Lentamente, foi levantando seu rosto para cima, com medo do que fosse ver, até que...





SEU PESADELO ACONTECEU...







A pessoa que Rukia mais admirava estava ali, pendurada sobre a árvore com sua própria zanpakutou [de Rukia] atravessada em seu corpo. Ao ver a cena, O coração de Rukia falhou batidas por alguns segundos e esta sentiu-se tonta, caindo de joelhos no chão. De pronto, passou-se um flashback em sua mente daquele dia e, a chuva que tentava lavar aquele sangue e o sangue que continuava a escorrer em gotas sobre a shinigami, agora faziam parte daquela memória dramática. Lágrimas amargas começaram a escorrer daquele rosto aterrorizado. As batidas aos poucos, voltavam a seu compasso. Um clarão rasgou o céu, fazendo Rukia voltar a si. Sentiu seu corpo agora, sendo lavado pela chuva que caía sobre aquele local. Percebeu que o sangue parara de escorrer sobre si. Novamente olhou para cima...




... NÃO ESTAVA MAIS LÁ...





Começou a desesperar-se por não ver mais o corpo de seu superior. Sentiu-se ainda mais sem chão. Mais um clarão. Rukia sentiu uma presença a sua frente. Olhou para frente, mas foi por pouco tempo. O mesmo corpo que se encontrava estirado na árvore, agora estava de pé, segurando a mesma espada com a qual foi morto, ainda ensanguentado e com a marca do golpe. Este levantou a espada e...




...UM ÚNICO GOLPE BASTOU.




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Casa dos Kurosaki – Quarto de Yuzu e Karin.

Rukia acordou sobressaltada com o sonho. Suas roupas estavam bastante molhadas de suor e seu rosto estava pálido e banhado em lágrimas. Ofegante, ainda estava tentando recobrar a consciência de seu pesadelo. Logo Rukia cai em si. Apenas tinha sonhado. O pior sonho que já lhe ocorrera nestes 45 anos sem seu amado superior, Kaien. Um pouco mais calma, olha para o relógio. Já eram 6:30 h. Tratou de se levantar da cama e foi tomar banho.

Enquanto a água caía sobre seu corpo, Rukia voltou a lembrar do pesadelo que teve. Deprimiu-se. Como aquele dia podia chegar tão rápido? Odiava esta época do ano. Sentia-se um lixo toda vez que chegava este dia. Mesmo que Kaien tenha agradecido por ela tê-lo matado, mesmo tendo recebido o perdão da família Shiba, se sentia uma miserável, uma assassina, um lixo total. Desligou o chuveiro e trocou-se, ainda distante. Com certeza, este seria o pior dia da vida dela, mais uma vez. Desceu as escadas em direção à cozinha, onde estavam Yuzu, Isshin e Karin. Logo Ichigo iria se juntar a eles.

“Ichigo...”

Sim. Aquele com que Rukia havia brigado no dia anterior. Só de lembrá-lo , seu peito doía e deprimiu-se mais. Por que havia brigado com ele? Não... Por que ele havia brigado com ela? Ela lhe fez algo que o machucasse? Tratou de esquecer aquilo e tentou cumprimentar sorridente a família que ali se encontrava de todas as formas possíveis.

Rukia: Bom-dia!

Yuzu e Karin: Bom-dia!

Isshin (sorridente, saltitando em direção a Rukia): Bom-dia, Rukia-cha... – Karin dá um soco no rosto do pai. –

Karin: Vê se toma jeito, seu velho tarado!

Isshin (choramingando): Karin-chan, você é tão má com seu pobre papai! Por quê, Karin-chan?!

Yuzu (passando para a mesa, levando uma panela com molho): Papai, o senhor está assustando a Rukia-chan.

Isshin (correndo em direção a Yuzu): Yuzu-chan! Você também? – lamenta, abraçando a filha – Yuzu-chan tem ficado tão má com seu velho pai ultimamente! Por quê? – Yuzu dá uma panelada na cabeça do pai. –

Yuzu: Papai, eu estou ocupada agora. Eu não quero me atrasar para a escola. – avisa, soltando-se do pai. –

Isshin (choramingando em direção a Rukia): Rukia-chan!! Você é a única que me resta! – choraminga, abraçado à Rukia – Ainda bem que você não é uma ingrata como aquelas duas.

Rukia (tentando se soltar do ex-shinigami): Er, Isshin-san, eu...

Isshin (abraçado à Rukia): Ainda bem que eu tenho você para me orgulhar! Eu sou tão fel... –Isshin voa em direção à parede após receber um chute de alguém. –

Ichigo (abaixando o pé depois de chutar o pai): você é muito chato, sabia? – Rukia, ao virar o rosto, sente seu peito doer um pouco. Ainda não se esquecera do que aconteceu no dia anterior. Queria muito saber de Ichigo o que havia acontecido para ele agir assim daquele jeito. Mas, mesmo assim, resolveu ignorar o fato de ele estar ali do lado dela e foi em direção ao ex-shinigami que estava caído no chão a ver estrelas. –

Rukia (abaixando-se para segurar Isshin): Isshin-san, o senhor está bem?

Isshin (com lágrimas nos olhos): Ah, eu sou tão sortudo! Tenho uma filha tão gentil! Ao contrário de você! – aponta para Ichigo – Filho ingrato!

Ichigo (com ar de desprezo): Aham, não estou nem aí para o que você diz, seu tarado. – Ichigo olha Rukia por alguns instantes no intuito de arrancar dela ao menos um “bom-dia”, mas é em vão. Ela simplesmente passou a ignorar o ruivo ali. Ichigo suspira e vai em direção à mesa, sentando-se para comer. –

Yuzu: Onii-chan, bom-dia!

Karin: Bom-dia, Ichi-nii!

Ichigo (pegando um prato): Bom-dia... – Rukia também se sentou à mesa, mas distante de Ichigo. Sentou-se em uma cadeira ficando entre Isshin e Yuzu. Ichigo estava sentado próximo a Karin, de frente para Rukia. As irmãs perceberam a tensão que pairava no ambiente. Pelo visto, Ichigo e Rukia ainda não haviam feito às pazes. O café da manhã para a família prosseguiu assim: silencioso. Inclusive Isshin permaneceu quieto. –

Rukia (levantando-se da mesa, séria): Obrigada pela comida!

Yuzu: Mas já?

Rukia (pegando o prato da mesa): Sim, o café-da-manhã estava muito delicioso.

Yuzu: Rukia-chan, não esqueça seu obento!

Rukia (sorrindo): Claro! – põe o prato na pia e se retira. Na verdade, Rukia sequer havia tocado na comida. Estava muito nervosa com o dia pra conseguir comer algo. Ichigo no fundo sentiu vontade de conversar com Rukia sobre o que ocorreu, mas fingiu não estar nem aí para Rukia. Ainda estava um pouco irritado pelo que houve anteriormente.

No quarto de Yuzu e Karin, Rukia pega sua mochila e começa a arrumá-la, até que, retira dela o Soul Candy. Fitou-o por alguns segundos, pensando se deveria ir visitar seu querido superior, Kaien. Como ele fazia falta em um momento desses. Sempre a colocava para cima, do jeito dele, sempre estava do lado dela. Remexeu mais um pouco da bolsa e tirou um papel. Era um retrato que haviam tirado de Kaien durante o treinamento da shinigami. Olhou dolorosamente para a foto e, abraçando-a contra seu corpo, chamou pelo nome do então falecido.

Rukia: Kaien-dono... Faz 45 anos hoje...


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Karakura High School – pátio (13:25 h)

Ichigo estava sentado na relva do pátio da escola, junto com Yasutora Sado, Keigo e Mizuiro. Haviam acabado de almoçar e resolverram fcar por ali. Keigo, como sempre, ficava contando coisas que assistia na televisão envolvendo sobrenaturalismo enquanto Yasutora ficava calado e Mizuiro discordava ou ‘’humilhava’’ de forma delicada o rapaz hiperativo.

Keigo (entusiasmado): Então depois que comeu o cérebro dele, ainda bebeu o sangue como se fosse suquinho de uva!

Mizuiro (fazendo cara de repulsa): Isto é um pouco nojento, Asano-san!

Keigo (desprezando o amigo): Você é muito fresco, isso sim! Aquele filme é tão... é tão... – fala, fazendo cara de apaixonado – Inesquecível!

Mizuiro: Inesquecível por quê?

Keigo: ora, ele é inesquecível porque é inesquecível! – Mizuiro olhou com cara de tacho o rapaz hiperativo, que percebeu o olhar. – Que foi Mizuiro, ficou com medo, foi? – provoca. –

Mizuiro: Eu não, por quê? Por acaso ficou com medo, Asano-san?

Keigo (emburrado): O que você quer dizer com isso, Mizuiro? Está por acaso me chamando de medroso?!

Mizuiro (dando de ombros): Eu não chamei você de adjetivo nenhum...

Keigo (pondo as mãos sobre o ombro de Sado): Mas tenho certeza que o Sado deve ter morrido de medo com a estória, não foi?

Yasutora: Desculpe, mas nem prestei atenção no que você estava falando há uns 10 minutos. – Keigo petrifica após ouvir o comentário. –

Keigo (choramingando): Sado-san! Até você?! Por quê? – lamenta, se arrastando até Ichigo. – Ichigo... Ao menos você... Você ouviu minha estória, não foi?

Ichigo (acordando de seus devaneios): Hein? Disse algo, Keigo?

Keigo (fazendo cara de tacho): O quê?! Você também?! – Apontando para Ichigo, autoritário – Seu cabeça de fósforo ambulante1 nunca mais lhe empresto os meus CD’s daquela banda que você tanto gosta!

Ichigo (virando o rosto, entediado): você não os tem mesmo! E ainda por cima são meus e quem pede os CD’s emprestados é você, e não eu.

Keigo (cruzando os braços e fazendo beicinho): Seu estranho...

Mizuiro (dando por falta de algo): Falando em estranho, alguém aí viu a Kuchiki-san? – O comentário sem maldade de Mizuiro chamou bastante a atenção de Ichigo que não gostou dele. –

Ichigo (virando-se para Mizuiro um pouco emburrado): O que foi que você disse?

Mizuiro: E-eu não disse por mal, Kurosaki-san! Apenas dei por falta da Kuchiki-san! Eu também acho que ela tem agido um pouco estranho hoje.

Keigo: O que houve Ichigo? Por que você ficou assim de repente? – Até Mizuiro sabia da queda que Ichigo tinha pela shinigami, mas Keigo, como um grande cabeça-oca, não sabia disto. –

Ichigo (fingido não saber de nada): Quem sabe...

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Terraço da escola

Rukia estava apoiada à grade do terraço olhando para o céu de Karakura, distante. Estava pensando em ir à Soul Society, ao menos para rezar pela alma de seu superior mais uma vez, mas já o tinha feito no mesmo dia, e não obteve sucesso.

*~Flashback on~*

Rukia, já na Soul Society, começou a andar em direção ao túmulo que haviam feito para Shiba Kaien, próximo ao local onde ele fora morto. Talvez se fosse logo rezar por sua alma, ficaria quem sabe, menos angustiada. Queria muito poder ficar na Soul Society, pelo menos por este dia, mas sua missão e também o receio de encontrar os Shiba lhe fazia hesitar. Nem que fosse por 10 minutos, mas queria muito ficar. Ao chegar ao local, avistou a família Shiba em frente ao túmulo. Com medo de ser vista, se escondeu atrás de um arbusto. Pelos pertences que traziam, eles aparentavam querer ficar até a hora do almoço. . Ainda sentia-se mal pela família. Mesmo tendo recebido o perdão, se sentia mal. Rukia, magoada, dá meia-volta e vai embora de volta a Karakura.

*~Flashback off~*

Relembrar aquilo deixava Rukia ainda mais angustiada e era tanto que deixou marcas na grade do terraço que apertava. Logo, viu-se perdida em pensamentos de novo, tanto que não percebia estar sendo observada por três pessoas escondidas atrás da porta que dá entrada ao terraço.

Garoto 1: Essa que é a Rukia-senpai?

Garoto 2: Fofinha ela, não?

Garoto 3: Ei, vocês! Façam silêncio!

Garoto 2 (fazendo beicinho): Você é muito chato, Rui-chan!

Garoto 1: E agora, o que você vai fazer, Rui?

Rui (sorrindo, um pouco trêmulo): Sei lá...

Garoto 2: O que estamos esperando? Vamos até lá!

Rui (vermelho): O-o quê? Vocês também vão?!

Garoto 2 (piscando para Rui): Mas é claro que vamos, Rui-chan! Se nós não formos, com certeza você vai fugir como da última vez!

Rui (mais vermelho ainda): E-eu não vou fugir! Juro por Deus!

Garoto 1 (ajeitando o óculos): Mesmo? Lembrado que aconteceu no 2º ano? Você fugiu daquela menina que você gostava.

Rui (segurando o presente, nervoso): Mas eu... Mas eu...

Garoto 2 (empurrando o amigo para o terraço): Deixa disso, Rui-chan! Nós apenas vamos lhe acompanhar até lá e logo iremos embora.

Rui: Mas...

Garoto 1 (segurando Rui pelo braço esquerdo): Confie em nós, Rui-kun!

Garoto 2 (segurando Rui pelo braço direito): Sim, sim! Confie em nós!

Rui (assustado): Susumu-kun! Hiro-kun! Soltem-me, por favor! – os três rapazes adentram o terraço indo em direção a Rukia. –

Rukia-senpai! – Rukia, que estava distraída até então, tem sua atenção voltada para uma voz que a chamava e diante dela estavam três estudantes do Karakura High School que sorriam para ela. Bem, um deles não conseguia sorrir de timidez. –

Rukia: O-oi! Desculpe-me, mas quem são vocês?

Garoto 2 (sorridente): Olá, eu sou da classe 2-A, me chamo Uehara Hiroki! Prazer! – acena. –

Garoto 1 (ajeitando os óculos novamente): Sou da classe 2-A, Okazaki Susumu. Prazer em conhece-la.

Rukia: P-prazer. Eu posso ajuda-los em algo?

Hiroki: Ah, sim! Nós temos bem aqui conosco um amigo que gostaria de conversar um pouco com você. – Hiroki e Susumu empurram o rapaz que estava nervoso. –

Rui (se curvando, tímido): O-oi...

Hiroki: Bem, foi um prazer conhece-la, mas nós temos algo muito importante do clube a fazer, então até mais! – os dois rapazes saem deixando Rui a sós com Rukia. –

Rui: Hiro-kun! Susumu-kun! Onde vocês… - Rui dá um leve suspiro e vira para Rukia, encabulado. –

Er... E-eu me chamo Nishizaki Rui da classe 2-A. P-prazer...

Rukia: Muito prazer! Kuchiki Rukia.

Rui (virando o roso para o lado, encabulado): R-Rukia-senpai, er... Eu...

Rukia: Sim?

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Pátio da escola – 14:10h


Ichigo e os outros continuavam sentados sobre a relva do pátio da escola, ainda esperando o horário em que as atividades do clube começariam. No caso de Ichigo, ele estava esperando dar o horário de trabalho dele. Ichigo continuava aéreo, enquanto Keigo continuava a contar sobre os filmes e seriados sobrenaturais que ele encontrava na TV. Parecia ser fascinado por estes. Tudo estava tranquilo até o momento em que Uryuu passa por eles, prendendo a atenção de Mizuiro.

Mizuiro: Ah, Ishida-san! Por onde esteve este tempo todo?

Uryuu (parando em frente a eles): Estava almoçando na sala de aula. Precisava fazer umas coisas.

Keigo: Mas você disse que ia almoçar conosco.

Uryuu: Foi mal, mas eu estava um pouco ocupado com algumas tarefas do clube. – Uryuu mostra um boneco de pano recém-reformado por ele. –

Keigo (fazendo beicinho, com os braços cruzados): Ishida-san, você é sempre tão nerd...

Mizuiro: Ishida-san, por acaso você viu Kuchiki-san por aí? – Ao ouvir o nome de Rukia, Ichigo volta logo sua atenção para a conversa.

Uryuu: Bem, enquanto eu voltava saía da sala em direção ao bebedouro, vi a Kuchiki-san indo em direção ao terraço. – responde, logo em seguida apontando o dedo para localizar Rukia. – Ah, olha ela ali. Parece estar acompanhada. – Ichigo vira o rosto em direção ao local para onde Uryuu apontou e não gosta nada do que vê. Rukia estava na companhia de três estudantes. A seu ver, Ichigo pensou que ela poderia estar encurralada por eles, mas não era nada disso. Ao ver aquilo, o sangue de Ichigo começa a ferver. Este se levanta e sai correndo como um foguete em direção ao terraço, bem nervoso.

Keigo: Ei, Ichigo! Aonde você vai? – Sem resposta. Uryuu havia percebido que Ichigo estava bastante furioso e acabou se arrependendo de ter respondido à pergunta de Mizuiro.

Uryuu (nervoso): Droga, isso não vai prestar! – nervoso, sai correndo atrás de Ichigo.

Keigo: Ei, Ishida, vai aonde? – Uryuu também não respondeu à pergunta dele. – cara, o que deu neles? –Reclama. Yasutora Sado, por sua vez, sabia do que se tratava. Também preocupado, resolve ir atrás de Ichigo e Uryuu. – Ei, Chad! Você também?!

Yasutora: Foi mal, mas eu esqueci algo na sala de aula. – Sai correndo em direção ao terraço.

Keigo: Que estranhos! Por que será que eles estão assim? Será que – se desespera – Eles tem algo que não querem mee contar? – choramingando. – Mizuiro, você também tem algo a me esconder?

Tatsuki (aparecendo de repente): Mizuiro já foi embora, Keigo...

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Terraço da escola – 14:12h

Rui (trêmulo): E-er... Rukia-senpai, eu...

Rukia: Sim?

Rui (nervoso): S-sabe, eu tenho algo aqui comigo que eu... er... Queria ent-tregar a v-você...

Rukia: Hã?

Rui: Ah, n-não p-pense que eu est-tou te cantando ou algo as-sim, p-por favor! É só... é só um pequeno presente. C-cortesia do clube de artes! – Estende o pequeno embrulho, entregando-o a Rukia . –

Rukia (pegando o embrulho): O-obrigada... – Rukia abre o pequeno embrulho e dá um leve sorriso. O primeiro daquele terrível dia. Era um coelhinho artesanal de madeira, pintado de branco. Tinha embaixo dele um bilhete escrito que dizia: “Para Rukia-senpai, do clube de artes.” Rukia sentiu-se bastante lisonjeada, dando como retribuição um sorriso que jamais poderia dar naquele dia. – Que lindo...

Rui (coçando a nuca): N-não foi nada, Rukia-senpai. Eu só... – um pequeno estrondo e alguns gritos foram o suficiente para quebrar aquele momento alegre que estava fazendo naquele lugar vazio. – Que foi isso? – pergunta surpreso. Sua surpresa aumenta ainda mais quando vê um de seus amigos correndo em direção a ele, com o uniforme totalmente desalinhado. – Hiro...kun?!

Hiroki (assustado): Rui-chan! É melhor você fugir pelo outro lado, rápido! O Kurosaki-senpai está muito furioso!

Rukia (surpresa):Kuro...saki? Não pode ser! Será que... Ichigo?” – Rukia estava torcendo para que fosse um outro Kurosaki e que não fosse o Kurosaki que ela conhece.

Hiroki (segurando Rui pelo braço): Rui-chan! Você vai ficar aí parado? Vamos sair daqui logo antes que o Kurosaki-senpai nos pegue! – Hiroki começa a correr para lado oposto enquanto puxa o rapaz pelo braço, mas logo é parado por alguém muito furioso que segurava o outro amigo de Rui pela gola da camisa.

Susumu (assustado): So...cor...ro... – Ao verem o amigo cheio de hematomas, além do uniforme desalinhado, recuam alguns passos, caindo sentados.

Ichigo (irritado): Era você quem eu estava procurando... –Rui, muito assustado, começa a recuar alguns passos, ainda sentado no chão, mas não consegue muito.

Rui: K-Kurosaki-senpai...

Ichigo (soltando o amigo de Rui e Hiroki): O que você pensa que ia fazer com a Rukia, hein? – Pergunta, se aproximando do rapaz. – Hein, seu maldito! – Guiada pelos berros, Rukia chega ao outro lado do terraço, espantada com a cena que presencia. –

Rukia (se aproximando): Ichigo, o que pensa que está fazendo?!

Ichigo (berrando, irritado): EU MANDEI VOCÊ RESPONDER, MERDA!

Rui: M-me desculpe... eu... eu não... – O rapaz consegue se soltar de Ichigo e recua alguns passos para tentar fugir, mas quando se vira para correr, acaba por se esbarrar em Rukia, caindo por cima dela. Ao vê-lo por cima de Rukia, Ichigo explode ainda mais de raiva, atingindo-lhe um soco no rapaz e ambos acabam se embolando no chão. Rukia, ao ver aquilo, fica bastante assustada e se perguntando se aquele era mesmo o Ichigo que ela conhece. Enquanto se embolavam, Ichigo fica por cima do jovem de tal modo que ele tenta sair de baixo do seu algoz, mas não consegue. –

Ichigo (segurando o rapaz pela gola): O que você estava fazendo, pivete?! Você quer levar uma surra?!

Rui (amedrontado): F-foi s-sem querer, Kurosaki-senpai! M-me desculpe! Foi apenas um acidente! –os dois rapazes, amigos de Rui, fogem pedindo socorro, chamando a atenção de Yasutora Sado e Uryuu. Rukia, mesmo assustada, tentou fazer Ichigo parar com aquela violência.

Rukia (assustada): Ichigo, para com isso!

Ichigo (nervoso): Cala a boca, Rukia! Esse cara estava tentando fazer algo ruim com você e você ainda o defende?!

Rui: Kurosaki-senpai! Eu não queria fazer nada de ruim com a Rukia-senpai! Juro por Deus!

Ichigo (irritado): Não minta desgraçado! Eu sei que você fez aquilo de propósito!

Rui: E-eu juro por Deus! Eu não fiz nada de propósito, senpai! Por favor, me solte!

Rukia (se levantando do chão): Ichigo! Deixe-o em paz! Pare com isso!

Ichigo: Fica quieta! Vai ficar mesmo do lado dele? Eu vi o que ele queria fazer com você junto daqueles dois marginais! E agora eu não vou deixar este filho-da-mãe sair il-


Um silêncio ensurdecedor pairou sobre o local. Ichigo sentiu a bochecha esquerda doer. Tocou-a. além da dor, a vermelhidão indicava que o ruivo havia levado uma bofetada bem dada. Olhou para Rukia bastante perplexo. Esta já mostrava que a paciência com Ichigo havia se esgotado. Nesta mesma hora, aparecem Uryuu e Yasutora, bastante preocupados.

Ichigo: R-Ru...kia...?

Rukia: Eu mandei você parar, não foi? –Ichigo permanece fitando Rukia em silêncio. – O que está havendo com você? Por que está agindo deste jeito ultimamente? Está a toda hora se irritando com coisas que não têm nada a ver com você, tendo conclusões precipitadas, brigando com qualquer um que se atreva a falar comigo! Por que isso, Ichigo?!

Ichigo (tentando se explicar): Rukia, este cara estava querendo fazer algo ruim com voc-

Rukia (interrompendo): Nishizaki-san apenas tentou ser educado e gentil comigo! –tira um embrulho do bolso da saia, mostrando-o a Ichigo. – Está vendo isto aqui, Ichigo! Sabe o que é isso?! Isso era a intenção dele! Nishizaki-san apenas veio me entregar este presente como cortesia do clube de artes! Ele deve ter passado várias noites sem dormir para me entregar um coelhinho artesanal como este e olha o que você fez! Machucou o rapaz que apenas queria me entregar isto! – Ichigo abaixa a cabeça, calado. – Por que você fez isso, Ichigo?!

Ichigo: Rukia, eu...

Rukia (com a voz trêmula): Hoje... É um dia muito ruim para mim. Há um tempo, alguém que eu admirava e gostava muito morreu. Hoje é aniversário da morte dele. Eu queria poder ficar sozinha hoje, queria apenas ficar em paz, daí este menino veio sem querer e me animou, mesmo que não tenha me animado tanto, o pouco do sorriso que ele e seus amigos me deram, me trouxe um pouco de ânimo. Quando ele me deu o coelhinho, pela primeira vez no dia, eu sorri de verdade. Mas... – Ichigo sente algo molhado cair sobre si. Ao levantar o rosto, vê o rosto de sua querida nakama banhado em lágrimas, sentindo-se mal por aquilo. – Meu único sorriso neste dia triste foi apagado por quem eu menos esperava. – Desabafa, com a voz embargada. –

Ichigo (envergonhado): R-Rukia, eu...

Rukia: Por quê? Por que, Ichigo? O que eu lhe fiz para você fazer isso comigo? Me responde! ­

Ichigo abaixa novamente a cabeça, envergonhado. Como foi que ele chegou a tal ponto? Se irritar com qualquer um que chegue perto de sua nakama. Isto nunca fora de sua natureza. Olhou para o rapaz a quem desferiu um soco por ter “feito algo ruim” a Rukia. Este rapaz estava bastante amedrontado, tentando de todos os modos sair de cima de Ichigo. Ichigo aos poucos foi soltando a gola da camisa dele, mas sem sair de cima do garoto. Uryuu e Yasutora, que estavam assistindo a tudo aquilo, resolvem se aproximar de Ichigo e Rukia.

Rukia (abaixando o tom de voz): Ichigo, o que aconteceu com você? - Ichigo permaneceu com a cabeça baixa, em silêncio – Você... Realmente é aquele que um dia chamei de nakama? Se for, então mudo totalmente minha opinião. Agora olho para você e não o vejo mais como o meu nakama... –Aquelas palavras saíram da boca de Rukia como facas afiadas, atacando o coração do ruivo. Rukia sai do terraço, deixando um silêncio ensurdecedor, um garoto amedrontado, dois rapazes surpresos e um shinigami substituto destruído.

Uryuu (indo em direção a Ichigo): Kurosaki, já chega. Sai de cima do rapaz. ­– Em vão. As palavras ditas anteriormente por Rukia soaram forte em Ichigo que este não ouviu o que Uryuu disse. No entanto, viu Uryuu se aproximando dele e resolveu desabafar. –

Ichigo (com a voz trêmula): Ishida... fim de jogo, não é?

Uryuu (com olhar de pena): Kurosaki... – Uryuu volta seu olhar para Rui, que estava bastante assustado e tenta acalmá-lo. – Nishizaki-san, você está bem? – O garoto assente com a cabeça (O fato de Ishida saber o sobrenome do rapaz é que de vez em quando, o clube de artes e o clube de costura se reúnem para fazer um stand só nos festivais da escola.). – Você deve estar muito assustado com o que aconteceu, não foi? Afinal, você é uma pessoa muito tranquila e nunca se envolveu em uma briga. Desculpe o Kurosaki, está bem? Apesar desta cara carrancuda que ele tem, ele não é mal. Acho que você sabe bem disso. – Rui, ainda assustado, assente novamente com a cabeça. – O motivo de ele ter brigado com você sem motivo, é que o Kurosaki ficou um pouco de ciúmes da Kuchiki-san. Então, será que você poderia considerar os sentimentos do Kurosaki pela Kuchiki-san?

Rui: S-s-sim...

Uryuu (dando um leve sorriso para o garoto): Obrigado. – virando-se para Ichigo. – Kurosaki, levante-se, por favor. Deixe o rapaz ir embora em paz. – Ichigo, sem dizer uma só palavra, sai de cima do rapaz que levanta e sai correndo, bastante assustado. – Kurosaki...

Ichigo (cabisbaixo): Estraguei tudo, não é, Ishida? – Uryuu permanece em silêncio. – O que foi que eu fiz? Tudo o que eu fiz foi brigar com qualquer um que aparecesse para Rukia.

Yasutora: Ichigo...

Ichigo: Rukia tem razão. Eu não posso ser o nakama dela.

Uryuu: Kurosaki, você não... – Ichigo abaixa ainda mais a cabeça, mostrando sinal de desistência. Uryuu, irritado, segura Ichigo pela gola da camisa, prensando-o contra a grade. – Então é assim que vai ser, Kurosaki?! Então você vai simplesmente desistir da Kuchiki-san depois de todo seu esforço para tentar dizer o que sente?

Ichigo: De que adianta? Sempre que eu tento, falha! E também, Rukia já não me considera mais como seu nakama... –Uryuu prensa Ichigo ainda mais contra a parede. –

Uryuu: Por causa de algumas poucas chances falhas você irá desistir? É isso mesmo?! E por que a Kuchiki-san falou umas besteiras sem pensar, você vai simplesmente dar o braço a torcer e esquecer tudo o que aconteceu? Vai esquecer mesmo a Kuchiki-san? Vai desistir dela assim tão fácil? Kurosaki, você vai mesmo fingir que não liga para os seus sentimentos e deixar Kuchiki-san ficar com outro cara senão você? É isso mesmo?!

Ichigo (ainda envergonhado): Ishida...

Uryuu: Kurosaki, eu ouvi tudo. Aqueles dois amigos de Nishizaki-san me contaram o que aconteceu. Até mesmo quando eu cheguei, eu vi o que aconteceu. Aquilo que você sentiu quando aquele rapaz se aproximou da Kuchiki-san se chama ciúmes. Ciúmes não é algo ruim, é um tipo de medo que você sente, mas no seu caso, como foi sua primeira vez apaixonado por alguém e logo uma pessoa que já é muito especial para você antes mesmo de acontecer isso, no seu caso, seu medo foi tão grande que qualquer um rapaz que se atrevesse a conversar com Kuchiki-san faria você pensar que ela estava sendo ameaçada ou assediada e você logo iria partir para a violência com ele ou ser bastante rude.

Ichigo (levantando o rosto): Ishida?

Uryuu: Kurosaki, não faz mal você sentir ciúmes, mas você precisa confiar mais em si mesmo e acreditar que se você tentar mais uma vez, vai conseguir que Kuchiki-san ouça seus sentimentos. – soltando Ichigo – Vai lá, Kurosaki. É melhor você ir atrás dela e lhe explicar tudo que aconteceu. Faça as pazes com ela.

Ichigo: Ishida...

Yasutora: Ichigo! – Ichigo olha para Yasutora que assente com a cabeça e logo para Uryuu, que faz o mesmo. –

Uryuu: Boa sorte, Kurosaki!

Ichigo (confiante): Me desculpem, Ishida, Chad! Obrigado! – Ichigo sai correndo como um foguete, sentindo novamente aquela pontinha de confiança que tinha ido embora quando ele discutiu com Rukia. Ele agora pretendia dizer o que sente de uma vez por todas, não importa qual o obstáculo que apareça. Já na entrada do colégio, ele sente o celular vibrar por um bom tempo. Ao pegá-lo, vê que quem estava ligando para ele era a sua chefe e fica um pouco assustado. – Caramba! Esqueci-me do trabalho! – Atendendo ao telefone. – Al-

Ikumi:Ichigo, seu maldito! Está querendo faltar o trabalho de novo?! Já são 15:00h! Estou indo aí lhe sequestrar, sua laranja podre!”

Ichigo: Unagiya-san! Será que só desta vez eu poderia faltar o trabalho? Eu tenho uma emergência aqui e terei que faltar hoje.

Ikumi: Mais uma de suas desculpas meia-boca, é?! Deixa só eu lhe encontrar! Irei lhe sequestrar e fazer você trabalhar até suas tripas saírem pela sua boca!”.

Ichigo: Foi mal, chefe! Eu realmente estou numa situação emergencial! Não se preocupe que eu irei trabalhar no fim de semana para cobrir o serviço de hoje. Até!

Ikumi: Ichigo, o que você esta pens-” – Ichigo desliga o celular e o guarda no bolso. Enquanto corre, Ichigo sente a reiatsu de Rukia desaparecer aos poucos. Sentiu também que o senkaimon havia sido aberto. Ichigo para de correr, um pouco incomodado com a sensação que teve.

Ichigo: Rukia... – Ichigo mexe nos bolsos procurando seu emblema e acaba por se lembrar que esqueceu dentro da mochila, que também esqueceu na sala de aula. – Droga! Agora estou bem longe do colégio! Vai levar no mínimo trinta minutos para chegar lá! – Ichigo dá meia-volta e corre em direção ao colégio. –

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Soul Society – 15:00h

Rukia começou a correr o mais rápido que pode, não aguentava mais aquela pressão e resolveu ir até o túmulo de Kaien. Talvez, se ficasse ali, iria relaxar mais. Parou para recuperar o fôlego e, no instante em que parou, começou a recordar do que aconteceu há uns instantes, ficando ainda mais agoniada. Repreendeu-se em pensamentos e logo voltou a correr pelo local.

Ao chegar lá, ainda encontrou os irmãos Shiba junto ao túmulo. Escondeu-se novamente em um arbusto e ficou vigiando por um bom tempo até que eles saíssem para poder rezar pela alma de seu falecido tenente. De tanto esperar, cansou-se e resolveu ir embora.

Rukia: Parece que eles vão ficar aqui até à noite... – murmurou para si. – Desculpe-me, Kaien-dono. – lamenta, bastante chateada. Rukia começa a dar meia-volta, bastante chateada, mas logo é parada por uma voz conhecida.

– Kuchiki... Rukia...? – Rukia corresponde a voz com o olhar. Quem a chamava era Shiba Kuukaku, que desde o começo, havia percebido que Rukia estava ali. Nervosa, Rukia vira-se totalmente para a pessoa que a chamou.

Rukia: Kuu...kaku...san...

Kuukaku (caminhando em direção a Rukia): Veio aqui para visitar o túmulo do meu Onii-chan, não é mesmo?

Rukia (nervosa): Er... eu...

Kuukaku (olhando para o emblema de tenente): Pelo visto, vejo que você assumiu o antigo posto de meu onii-chan...

Rukia (escondendo o emblema com a mão): Me desculpe – Lamenta, cabisbaixa. – Fui obrigada a aceitar. Me perdoe por isso... – lamenta novamente, evitando olhar para a irmã mais nova de Shiba Kaien. –

Kuukaku: Entendo... – Rukia sente-se ainda mais terrível por aquilo e começa a recuar passos, dando indício de que estava fugindo. ­– Kuchiki...Rukia...?

Rukia: Me perdoe...

Kuukaku: O que você está...

Rukia: Minhas sinceras desculpas! – Rukia foge daquele lugar sem mais explicações. Agoniada com aquilo, Rukia lembra novamente de Kaien, morto e lágrimas começam a brotar de seus olhos, saindo devido a sua velocidade. Era tamanha que mal percebeu que já estava no mundo real.

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Karakura – 16:12h

Ichigo estava correndo desesperado até a loja de Kisuke para poder entrar na Soul Society. Tanto desesperado, como irritado. Como poderia ter esquecido a mochila dentro da sala de aula? A sorte dele foi que encontrou o representante bem a tempo. Mas ainda sim estava com raiva. Por estar agoniado, esqueceu sua mochila e por pouco que fica sem ela, já que o representante estava a sair da escola. E para piorar, quando estava saindo da escola, se deparou com um grupo de estudantes que queriam briga com ele. Provavelmente por que haiva batido em algum baderneiro que era da mesma escola daquele grupo. Só naquilo, perdeu 20 minutos. Os outros 20 ficaram por conta do retorno ao colégio e 10 ficaram por conta da busca pelo representante de classe. O resto do tempo ele gastou com a corrida até a loja de Kisuke. Cansado de correr, parou para recuperar o fôlego. Enquanto estava parado, sentiu a reiatsu de Rukia novamente, mas logo esta foi diminuindo o que dificultava sua localização exata. Para piorar a situação, Rukia não parava de se mexer. No entanto, ele conseguia saber que ela estava em Karakura de novo.

Ichigo (ofegante): Será... Rukia? Caramba, esta nanica está me fazendo correr quilômetros! Assim eu vou desaparecer. – Corre para o lado oposto, em direção ao lugar em que Rukia está indo.

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Rukia, agoniada com tudo, sequer percebeu que havia saído da Soul Society e foi para Karakura. Tudo o que pensou foi em fugir. Não aguentava mais ver aquilo. Abominava-se até a alma. Maldito dia em que agiu como uma covarde e não ouviu seu capitão. Maldito dia em que não saiu do lugar e sem intenção alguma, matou seu amado superior. Por sua culpa, duas pessoas que Kaien amava e que amavam muito Kaien, estavam sofrendo sua morte por 45 anos. Sentiu uma imensa vontade de gritar, de fazer a si a mesma coisa que fez a Kaien. As lágrimas voltaram a brotar em seus olhos. Nem conseguia enxergar direito o que estava a sua frente. Nem mesmo conseguiu enxergar Chappy, que estava preocupada com ela. Simplesmente esbarrou-se nela de tal modo que acabou retornando ao gigai. Apenas continuou correndo com os olhos embaçados daquelas amargas lágrimas. Correu com uma velocidade incrível, até o momento em que se esbarrou violentamente em alguém, fazendo-a se desequilibrar e acordar rapidamente de seu terrível transe.

Rukia: Me desculpe! –Rukia volta a correr, mas é puxada de volta pela pessoa em quem se esbarrou, fazendo Rukia olha em direção à pessoa que lhe segurou pelo braço. – Yu-Yure...dono...?

Yuren (preocupado): Rukia-san! O que houve?

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Karakura – 17:01h

Ichigo continuava a correr pelas ruas de Karakura à procura de Rukia. Já estava praticamente esgotado, afinal teve alguns contratempos antes dela voltar a Karakura e estava tendo mais alguns contratempos, devido à reiatsu que Rukia estava escondendo e o fato de se movimentar sem parar, o que dificultou um pouco a procura. Sua sorte foi que, sentiu um pouco mais forte a reiatsu e Rukia, sentindo também que ela havia parado em um lugar não muito distante dali, há quase 20 minutos. Mesmo quase sem fôlego, Ichigo continuou correndo em direção ao local onde era possível encontrar sua amada nakama até que viu duas pessoas frente a um pequeno rio, conversando. Algo lhe dizia que aquela silhueta não lhe era estranha. Aproximou-se um pouco mais do local, tendo uma visão mais clara da pessoa, ou pessoas.

Ichigo: Ru...kia? – Ichigo fica um pouco aliviado por tê-la encontrado, mas também um pouco incomodado, já que Rukia estava na companhia de alguém que ele não gostava muito. Subiu à cabeça uma vontade imensa de partir a cara do rapaz, mas pensou duas vezes, lembrando-se do que houve instantes atrás. Tudo o que ele menos queria era criar uma confusão ainda maior com Rukia por causa de um ciúme. Escondeu-se atrás de uma árvore, vendo apenas o que iria acontecer a partir daí.

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Yuren (sério): Rukia-san...

Rukia (cabisbaixa): Todos me dizem que eu deveria parar de me culpar, mas é muito difícil. E-eu fui perdoada pela família do Kaien-dono, mas ainda sim eu... eu... eu não consigo... – lamenta, com a voz trêmula. – Mesmo que todos digam que não foi culpa minha, ainda sim eu...

Yuren (repreendendo): Rukia-san! – Rukia levanta a cabeça. – Para de se culpar por isso! Com certeza você o salvou. Se todos disseram isso, com certeza você fez bem a ele. Então, pare de se culpar, Rukia-san!

Rukia (virando do rosto): Mas mesmo assim, eu... – Yuren puxa Rukia para si, fazendo o rosto dela colar em seu peito, deixando também, alguém atrás de uma árvore, bastante incomodado. – Yu... Yuren... dono?

Yuren (abraçando Rukia): Já chega, não? De se culpar por algo que você não fez de propósito.

Rukia: Yuren-dono...

Yuren: Rukia-san, esqueça isso. Reconheça de uma vez que você o salvou. – Rukia se sentiu confortada pelas palavras de Yuren e pelo seu abraço repentino. No entanto, mesmo querendo reconhecer, só de lembrar que a pessoa que tanto amava e morria de admirar morreu por suas próprias mãos, só de lembrar que esta pessoa não está mais ao lado dela para sorrir e fazer idiotices que nem parece ser um tenente, não consegui reconhecer. De pronto, passou um flashback em sua mente dos momentos em que passara com Kaien e não conseguia conter sua saudade por ele. Devido a isto, suas lágrimas começaram a descer em seu rosto, frente àquele que estava a lhe consolar. Relembrava com muita saudade e tristeza seu superior enquanto desciam mais e mais lágrimas de seu rosto. Os soluços começavam a fazer companhia às lágrimas e logo os gemidos de tristeza passaram a fazer parte daquele lamento. Gemidos dolorosos que davam um aperto no coração de quem estivesse perto dela.

Yuren a trazia ainda mais perto de si e esta correspondia a teu silencioso consolo. Apertava a camisa de seu bem feitor de tal modo de que ele podia sentir um pouco das unhas cravando levemente seu peito, fazendo-o sentir um pouco de dor e da dor. Comovido, a abraçava mais forte ainda. Ichigo, que estava assistindo até então àquilo tudo atrás da árvore, ficara com o coração apertado. Mesmo que esteja um pouco distante deles, conseguia ouvir os abafados gemidos nostálgicos e dolorosos de Rukia. Logo, sua vontade de ir socar a cara de Yuren passou, dando lugar à preocupação que estava sentindo em ver sua preciosa naquele estado.

Por quanto tempo Rukia havia ficado assim? Já passavam das 17:30h, provavelmente deve ter ficado por mais ou menos uma hora, considerando o tempo em que ficou conversando com Yuren. Para o alívio de Ichigo e também de Yuren. Os gemidos de Rukia foram diminuindo aos poucos, quase que imperceptíveis, deixando apenas os soluços. Logo, os soluços também foram embora e as lágrimas, pouco a pouco, foram cessando. Rukia, menos agoniada, foi soltando aos poucos a camisa molhada pelas suas lágrimas, amassada e marcada com sua unha. Foi soltando-se do abraço de consolo do novo amigo e ao ver o estado da roupa do rapaz, sentiu-se um pouco envergonhada por aquilo.

Rukia (entre raros soluços): O-obri-gada... por m-me emprest-tar... você p-por um... temp-po... – Olhando a camisa. – M-me desculpe... acho que eu encharquei um pouco sua camisa, não foi?

Yuren: Deixa disso, Rukia-san! Pode fazer isso o quanto quiser! É claro que da próxima vez que isto acontecer, você vai ter que me avisar, para eu me preparar e trazer um guarda-chuva e uma camisa extra! – pisca, fazendo uma careta divertida para animar Rukia. –

Rukia (rindo de leve): É mesmo, não é... –Yuren sorri. –

Yuren: Rukia-san, sabia que quando você sorri, você fica mais radiante?

Rukia (encabulada, vira o rosto): Obrigada... – Yuren continua fitando Rukia por um tempo e esta, por estar encabulada pelo que ele disse, não conseguia encará-lo. Yuren, um pouco nervoso, puxa Rukia para si mais uma vez, fazendo-a ficar ainda mais vermelha. – Yu...Yuren-dono?

Yuren: Rukia-san, esse tal de Kaien gostaria muito que você vivesse feliz e sorrindo a beça, não é?

Rukia: Eh? S-sim... – Responde ainda corada pelo abraço. Yuren abraça Rukia mais forte deixando-a mais corada ainda. –

Yuren (sorrindo): Será que eu tenho alguma chance?

Rukia: Hã?

Yuren: Sabe, eu queria lhe fazer sorrir como esse tal de Kaien gostaria.

Rukia (surpresa): C-como assim, Yuren-dono?

Yuren (nervoso): R-Rukia-san... talvez isso seja algo meio que repentino da minha parte e meio fora do momento, mas... – respira fundo. – eu preciso muito dizer isso. – aperta Rukia para si. ­– Acho que eu... Não... eu... realmente... Rukia-san... eu... gosto de você...

Rukia (surpresa): Eh?!


Algo bem inusitado acaba de acontecer. Yuren havia se declarado em meio àquele dia bem pesado. O moreno continua abraçado à shinigami. Ficou hesitante no início, mas precisava dizer logo aquilo. Já era impossível conter. Claro, havia se sentido estranho por ter contado, mas ao mesmo tempo ficou aliviado. Rukia, por sua vez, estava com o coração quase saindo pela boca, bastante confusa, tanto que não sabia como agir ante àquela declaração. Sentiu uma passear por seu cabelo, logo indo em direção ao seu rosto. Yuren a afastou poucos centímetros, sem deixar de abraçá-la. Yuren aos poucos vai se perdendo diante da imensidão violácea de seus olhos, totalmente fascinado, tanto que não havia percebido que, de suas bochechas, sua mão já havia deslizado até os lábios daquela pequena. Permaneceu fitando seu rosto durante alguns minutos e lentamente foi inclinando a cabeça, sentindo um pouco da sua respiração e logo, sentindo seus lábios tocarem os dela. Rukia já podia sentir seu coração acelerar dentro de sua garganta. Não sabia se retribuía ou parava aquilo. Era sua primeira experiência e não sabia o que fazer. Yuren aprofundou-o por alguns segundos e logo foi descolando seus lábios dos dela, um tanto nervoso. Rukia o fitava com os olhos bastante arregalados e logo sente novamente o abraço trêmulo dele.

Yuren: R-Rukia-san... – diz apertando ainda mais Rukia – E-eu... quero muito lhe fazer feliz. De verdade, eu faria tudo para lhe ver sorrir...


Rukia continuava sem reação. Apenas deixou-se ser abraçada por ele novamente. Mesmo que aquilo fosse repentino, de certa forma, lhe trouxe conforto. Será que ela deveria dar uma chance ao rapaz? Por um lado, sentiu que deveria deixá-lo fazê-la feliz, mas por outro, o coração doía um pouco, sentia que deveria se desculpar e rejeitar o pedido dele. Por um motivo estranho, sentia que a pessoa a quem ela deveria deixar fazê-la feliz não era ele. Sentia de algum jeito que seu coração queria recorrer a outro coração, que compartilhava uma mesma fita de destino. Mas, por que se sentia confortável perto dele? Cerrou os olhos, aproveitando um pouco daquele conforto que Yuren estava lhe proporcionando. No entanto, mal sabia ela que este conforto estava a minutos de acabar. Mal sabiam eles que estavam sendo vigiados pela pessoa que menos esperavam que os vigiasse.

Ichigo, que estava a assistir a tudo aquilo atrás da árvore, não conseguiu ignorar o que acabara de ver. Sua preciosa nakama estava se envolvendo com a pessoa que ele menos queria que ela fosse amiga. Tudo o que ele mais temia aconteceu bem diante de seus olhos. Ao ver aquilo, seu coração ficou totalmente despedaçado, seu chão começa a cair diante de seus pés. Seu corpo já não conseguia mais responder seus comandos. A pasta que estava segurando com força anteriormente por conta dos choros desesperados de Rukia, se tornou um peso de 1000 quilos. Estava tão trêmulo que esta caiu de sua mão, chamando a atenção dos dois que estavam ali a sós. Rukia, percebendo sua presença, se afastou rapidamente dos braços de Yuren, um pouco assustada.

Rukia: I-Ichi...go?

Ichigo (supreso): Ru...k-kia... - O que era para ser um dia histórico para Ichigo, seria agora o pior dia de todos para ele. -



Continua...



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Notas finais do capítulo

Curtiram? Odiaram? Não vou mais ler sua fic? Please, deixem reviews, eu sou uma vampira que se alimenta de seus kawais reviews e morro de fome quando não vejo! TT^TT
se alguém achou ruim, por causa da ''surpresinha'' que não é beeem uma surpresa, deixo aqui esclarecido que isto faz parte do IchiRuki (o que é um IchiRuki sem um alto e baixo? =P)
beijos de vampiro/shinigami,
Yumi Sakurai (virei Mah Sakurai u.u)