Eldunari escrita por Valkiria


Capítulo 2
Despertar!


Notas iniciais do capítulo

Lembrando que a fic começa da luta que acontece em Feinster, no último capítulo do terceiro livro do Ciclo da Herança: Brisingr



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Quando dei por mim estava atravessando os portões arrombados da cidade murada. O som da guerra envolvia todo o lugar. Eu cavalgava devagar observando o que acontecia ao redor, ao mesmo tempo alheia a tudo. Era como se eu fosse a espectadora de uma vida que acontecia do outro lado de um vidro espesso que me separava da realidade. Eu ainda estava um pouco deslocada de tudo. Apenas um empurrão e eu poderia tocar essa realidade! Enquanto eu seguia devagar, via à minha frente miséria e morte. Pessoas para todos os lados que eu observava estavam feridas.

Aproximei-me de um homem todo ensanguentado que agonizava no chão e desci do cavalo, me agachando ao seu lado para analisar seus ferimentos, afinal talvez eu pudesse ajudar. Uma lança estava cravada em seu peito e ele arfava sem forças, quando me aproximei mais, notei que seus lábios se moviam fracos tentando dizer algo.

Li em seus lábios que ele estava com sede e procurei meu cantil – eu não me lembrava direito se ainda estava com ele – finalmente encontrei e abri, ele estava cheio, então ergui a cabeça do homem com minha mão e levei a água – que por algum milagre estava fresca – aos lábios do homem sedento. Este tomou dois grandes goles e então sem forças tombou ofegante no chão, seus olhos giraram sobre as órbitas debilmente e então senti seu coração parar. Soltei sua cabeça delicadamente, fechei o cantil e então abaixei minha mão para fechar suas pálpebras. De forma terrivelmente insensível, a morte não me afetava mais.

Levantei-me e olhei ao redor. Guardas da cidade espancavam os guerreiros rebeldes que invadiam a cidade, de alguma forma aquilo me indignou e uma fúria me tomou por completo. Houve um leve estalo em minha consciência quando finalmente a sensação de anestesia me abandonou por completo. Em um ato de impulso, puxei meu machado da cintura, segurando-o firme em minhas mãos e parti para um ataque direto aos guardas.

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Quando finalmente a luta acabou, parecia-me que os rebeldes haviam ganhado. Eu não sabia quem eram, nem pelo que lutavam, mas de algum modo senti-me feliz junto a eles por ter vencido aquela luta. Levantei a cabeça para o alto, enxugando o suor da testa – o céu levemente alaranjado com o nascer do sol. - quando olhei para minhas mãos ensanguentadas e dei uma rápida vistoriada em minhas roupas. Eu estava encharcada de sangue quente e fresco. De repente o cheiro subiu as minhas narinas e olhei-me com mais atenção. Eu estava imunda! Meus cabelos castanhos amendoado, que eu sempre ajeitava em uma longa trança estavam grudados de sangue. Controlei o impulso de sair correndo à procura de qualquer rio em que eu pudesse me jogar dentro.

Eu era uma pessoa de fisionomia relativamente comum com 1,72m de altura, magra, de curvas medianas, sobrancelhas bem delineadas, lábios carnudos, mãos de dedos finos e longos, pernas grossas e compridas, pele clara, olhos castanho claro, cabelos encaracolados e longos. Minhas vestes eram uma calça marrom escuro e bota cano alto, camiseta manga longa branca, por cima um colete de couro escuro. Eu não possuía joia, apenas uma correntinha de ouro que era presente de minha falecida avó e dois braceletes de prata que eu mantinha nos pulsos, pois me serviam como escudo quando necessário, eu mesma os forjei para tal uso. Além deles, eu também possuía como armas um machado de duas pontas e dois sais.

Voltei minha atenção para a fileira de cadáveres diante de mim, espalhados por todos os lados. Todos misturados. Os corpos dos guardas como dos rebeldes, impossíveis de distinguir, pois todos estavam cobertos de muito sangue. Seus corpos dilacerados e aquele cheiro fétido subindo por minhas narinas dando-me ânsia.

Tapei a boca com a mão firmemente, obrigando-me a não vomitar. – embora eu não tenha comido nada já ha muito tempo. – foi então que uma sombra enorme passou por cima de mim atraindo minha atenção. Levantei o olhar para cima e meu queixo caiu de perplexidade. Demorei alguns segundos para me recuperar do que acabara de ver e pisquei freneticamente crente que meus olhos estavam me enganando. Obriguei-me a raciocinar e fechei a boca notando o quanto eu devia estar com uma cara patética. Isso é real? – Perguntei a mim mesma, descrente – Mas como? Pensei que não existissem mais! – acabara de ver um enorme dragão azul voando bem a cima de mim.

Simplesmente espetacular, suas escamas brilhavam vivamente com o reflexo do sol e ao pouco que pude notar havia uma pessoa montada nele. Olhei ao redor sondando a reação das outras pessoas, como que para descobrir se o que eu vira era só uma alucinação ou se era de fato real. Algumas olharam para cima também, mas não pareciam espantadas, na verdade me pareceu que acharam aquilo natural como se já fizesse parte de suas rotinas verem aquela cena constantemente. Depois de alguns instantes paralisada e pensativa sobre o que acabara de ver, enfim sai do lugar. Decidi ajudar na tarefa dos rebeldes ao meu lado, carregando as armas dos mortos e juntando tudo em um monte crescente logo adiante.

Quando finalmente terminei a tarefa de juntar as armas, perambulei pelo lugar pensando no que faria agora. Eu havia lutado com pessoas que eu não conhecia, por uma causa que eu não sabia qual era, tão pouco se estava fazendo a coisa certa ou não. Por fim decidi me informar com algum dos rebeldes, certamente sabiam pelo que lutavam e saberiam me responder claramente o que estava acontecendo.


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Notas finais do capítulo

Bem... esse é só o começo. No próximo capítulo tudo já começa a se encaixar e a história começa a ficar mais emocionante!
Reviws? =P



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