Cavalgando pela estrada a esmo, eu não tinha mais casa, não tinha mais família, não tinha mais ninguém. A única pessoa que me era mais importante que a própria vida se fora para sempre e eu carregava o peso de sua partida em meus ombros, como um fardo enorme que eu queria me livrar, pois como queria ter ido com ele! Como queria ter ido no lugar dele! Perdida em meus pensamentos não notei os dias passarem, nem que caminho seguia, eu apenas me afundava em minha amargura e desejo de inexistir o quanto antes e acabar com aquela tortura. O modo como eu vivia era como se apenas uma carcaça fúnebre estivesse andando sem vida, eu me sentia morta, mas não estava! Quando finalmente ouvi um som distante, primeiramente não soube dizer o que era, nem de onde vinha, eu estava inerte em meu pesadelo-acordado. Demorei pra reparar o que era aquele som. Era de metal contra metal, gritos de fúria, sons de chamas consumindo e quando finalmente eu acordei de meu estado sonambúlico, fiquei um tanto desnorteada com o choque de realidade súbita. Há quanto tempo eu tinha ficado assim? Olhei ao redor. Onde eu estava? A minha frente havia apenas uma longa estrada que se dirigia a uma cidade murada, em chamas e sob ataque...