Meu Doce Lírio escrita por Capistrano


Capítulo 41
Capítulo 41 - Aula de poções


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem :)



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Lily acordou especialmente nervosa naquela manhã. Hoje era sua primeira aula de poções do ano, e Severo estaria nela. A ruiva tinha passado a noite toda pensando em como devia se comportar estando tão próxima do sonserino, e até agora ela não tinha nem idéia de como fazer isso.

   Lily sentia vontade de socar aquele nariz enorme e aquela cara oleosa do menino, mas sentia também um desejo quase selvagem de abraçá-lo e chorar por todas as coisas horríveis que aconteceu na amizade deles.

   A ruiva sabia que teria que lidar com aquele misto de emoções e vontades. Nenhuma das duas atitudes era apropriada para uma aula de poções.

   Se arrastando da cama, ela arrumou-se para as aulas. No salão comunal uma massa de estudantes saía porta afora para tomar café da manhã.

   Devido ao desânimo da menina, e sua demora para criar coragem para sair da cama, Alice e Julian já estavam no Grande Salão à espera dela, tomando seus cafés da manhã. Se esgueirando entre os alunos, ela se apressou para o andar de baixo do castelo, ciente das marcas do cansaço em seu rosto. A noite em claro era obviamente vista nas olheiras de Lily.

— Bom dia, parece que alguém dormiu mais que a cama hoje – comentou Julian vendo Lily se sentar ao lado delas na mesa da Grifinória.

— Na verdade, olhando bem... Parece que alguém não dormiu nada essa noite – corrigiu Alice observando de perto as sombras embaixo dos olhos da ruiva – O que aconteceu?

— Primeira aula de poções do ano – Lily deu de ombros, cansada.

— Ah... – Alice suspirou compreendendo – Uma hora isso teria que acontecer, não pode fugir disso para sempre não é?

— Queria tanto nunca mais ter que vê-lo... Dá-me tanta raiva lembrar o que ele fez comigo, com a minha família. É imperdoável.

— Pera aí, estamos falando de quem mesmo? – Perguntou Julian confusa.

— Snape, obvio – sussurrou Alice revirando os olhos, em resposta.

— Lily, não acredito que você continua sofrendo por esse garoto... Acha mesmo que ele merece horas de sono perdidas?

— Você não entende Julian – A ruiva olhou em volta, a procura dos marotos. Por algum motivo, que ela não sabia explicar, a idéia de James ouvir ou ficar sabendo daquela conversa, não a agradava. Quando não os encontrou, continuou dizendo a amiga – Severo era meu melhor amigo, era para ele que eu contava tudo... Era com ele que eu sabia que podia expor todos os meus medos, inseguranças. E era ele que sabia sempre o que me deixaria melhor... É difícil olhar para ele agora e não o reconhecer.

   Do outro lado da mesa, Alice estendeu a mão para a amiga, lhe lançando um olhar de conforto.

— Agora você tem outros amigos. Tem a mim, a Julian, Marlene, Frank, Remo, Pedro, Sirius... e obviamente James – ela sorriu para a ruiva.

— Alice está certa, nunca vamos sair do seu lado – Julian assentiu, e Lily sentiu um calor – parecido com aquele que sentia quando estava ao lado de Potter – se espalhar por seu peito.

— Obrigada, de verdade.

   Quando a ruiva enfim terminou de tomar o café da manhã ela pensou ter visto de rabo de olho Remo e Pedro, mas quando se virou para verificar, eles sumiram. James e Sirius não apareceram no Grande Salão àquela manhã.

   Conversar com Alice e Julian acalmou um pouco os nervos da ruiva, e ela conseguiu passar o resto da manhã sem roer as unhas em expectativa e nervosismo. A aula de poções era, ironicamente, a última do dia. E quando, enfim, deu a hora de Lily se aproximar da sala do Professor Slugorn, o coração da menina parecia que ia saltar pela boca.

   O corredor estava abarrotado de alunos, e ela tinha pouco mais de 5 minutos de intervalo para chegar à aula de poções. Irritada com a idéia de poder se atrasar ela começou a se apressar entre os estudantes, sem prestar muita atenção em quem encontrava pelo caminho.

   Até que seu ouvido apurou uma risada charmosa e divertida a poucos metros de onde estava.

   Era James, afastado da multidão ele estava encostado na parede de forma relaxada e descontraída ao lado de uma garota loira da corvinal. Os dois riam e conversavam como se fossem muito próximos.

   O coração de Lily perdeu algumas batidas, e seus pés pararam de andar. Atrás dela alguns alunos esbarraram em suas costas, mas ela não ligou. Por longos segundos ela se esqueceu de onde estava, ou de qual aula tinha que ir agora e até mesmo esqueceu-se do próprio nome. Tudo o que ela conseguia ver era James ao lado daquela menina, tão calmo, tão alegre, tão... Íntimo.  

   A garota se aproximou ainda mais de Pontas, passando a mão pelos braços dele e se debruçando sobre seu ouvido para sussurrar alguma coisa. Os dois riram ainda mais com o aparente segredo que ela tinha lhe contado.

  Depois do choque inicial, veio a raiva. O sangue de Lily ferveu e sem explicações ela atravessou o mar de alunos até os dois estudantes encostados na parede. Quando James a viu se aproximando, de inicio pareceu feliz, mas ao notar o olhar feroz da ruiva, a cor em seu rosto sumiu e seus olhos se arregalaram.

— Potter, você não tem aula agora? – ela perguntou com a voz fria.

— Hm, sim... Tenho – ele respondeu nervoso.

— Não se preocupe Evans, James e eu ainda temos tempo até nossas próximas aulas começarem... Não é? – A garota da corvinal sorriu charmosamente para Pontas, em busca de uma confirmação.

— Na verdade, é melhor eu me apressar para a aula. Nos vemos depois Anne...

   A loira pareceu decepcionada com a dispensa de James, mas mesmo assim piscou para o menino antes de dar a volta para ir em direção à massa de alunos no corredor.

— Com certeza nos vemos depois – A loira se despediu.

   O sangue de Lily ainda fervia, e ela apertava com força os livros em sua mão. Numa tentativa de não puxar os cabelos excessivamente penteados da menina.

— Lily... Não sei o que você pensou ao me ver ao lado de Anne, mas ela é só uma amiga. É serio – Assim que os cabelos platinados da menina já não eram vistos na multidão, Potter começou a se desculpar, se aproximando de Lily.

— Não me deve explicações – ela disse simplesmente, a voz ainda fria.

— Como não? – ele perguntou nervoso.

— As meninas com quem você sai ou deixa de sair, não são problema meu. Só quis avisar que ia se atrasar para aula, se o papinho se estendesse por muito mais tempo – Lily começou a se afastar, mas a mão de Potter a puxou pelo braço. Sem virar para trás para olhá-lo, ela simplesmente forçou o corpo para longe de James, se livrando de seu toque.

   Infelizmente, para piorar ainda mais a situação, a ruiva chegou atrasada para a aula de poções. E quando entrou na sala o Professor Slugorn já estava dando instruções sobre a atividade que seria feita naquela aula.

— Ah Lily... Já estava ficando preocupado com seu atraso – o mestre em poções comentou ao ver a cabeleira ruiva na porta da sala – Está tudo bem? – ele perguntou, provavelmente vendo a cara devastada da menina.

   Ela apenas assentiu e se aproximou dos outros alunos, em pé em volta do professor enquanto ele lhes dizia onde iriam encontrar a receita para a poção que deveria ser feita na aula de hoje.

— Não se esqueçam... Quem conseguir fazer uma poção do morto vivo perfeita ganhará um frasco de Sorte Líquida – Horácio estendeu na frente de todos um pequeno frasco com um líquido tão transparente quanto água – Mas já adianto que nunca vi nenhum estudante conseguir fazer uma poção perfeita.

   Na página 12 do livro havia a receita de como deveria ser feita a poção. Mas a última coisa que Lily queria agora era pensar em mexer um caldeirão quente, enquanto remoia a conversinha intima e divertida que testemunhou mais cedo. Só de lembrar daquela cena a irritação voltava a se arrastar pelas entranhas da menina.

   No fundo da sala ela encontrou Snape, concentrado em seu livro ele parecia indiferente a presença da ruiva, e por um momento tudo o que Lily queria era atravessar a sala às pressas e se jogar nos braços do sonserino e desabafar sobre tudo, especialmente sobre o que tinha acontecido hoje com James.

   Suspirando pesadamente ela focou, ou ao menos tentou, na tarefa que tinha que ser feita em aula.

   Os minutos passaram, mas pareciam horas. Quando Lily já estava suada e cansada de encarar as páginas do livro de poções, ela ouviu o Professor Slugorn soltar uma exclamação de pura surpresa e alegria.

— Inacreditável! – ele riu, maravilhado – Parabéns meu jovem, parabéns! Sua poção está perfeita

   Junto com todos os outros alunos, Lily olhou curiosa para o estudante que tinha conseguido completar a tarefa que o professor tinha passado. Nos últimos 40 minutos, a ruiva e a maioria dos outros alunos tinha gastado toda a concentração possível na tentativa de execução da poção, mas era – pelo menos até aquele momento – impossível.

   O estudante que tinha conseguido cair nas graças de Slugorn, e conquistado o pequeno frasco de Sorte Líquida, era Severo.

   Sorte Líquida era uma poção muito difícil de fazer, e ainda mais difícil de conseguir, muitos bruxos pagavam fortunas por um pequeno frasco daquele, e o motivo era simples. Com apenas pequenas gotas daquelas, quem a bebesse poderia fazer qualquer coisa. A poção dava ao bruxo que a consumisse, pelo menos durante seu efeito, a certeza de que ele conseguiria realizar qualquer feito.

   Uma parte de Lily transbordava orgulho e admiração pelo sonserino, mas também em sua mente surgiu o estranho pensamento “O que Snape poderia fazer com aquela poção?”.


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Notas finais do capítulo

não se esqueçam dos reviews ;)



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