Meu Doce Lírio escrita por Capistrano


Capítulo 40
Capítulo 40 - Primeiro jantar




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   No primeiro jantar de Hogwarts, Lily se apressou para se sentar ao lado de Alice, sua amiga de dormitório, de quem sentira muitas saudades.

— Lily! – Alice a encarou feliz – Onde estava no trem? Procurei-te por quase todos os lugares... – Ela levantou do seu lugar a mesa e abraçou a amiga ruiva que chegava – Frank ouviu um boato sobre você ter tido uma confusão com Lúcio Malfoy e sua corja.

— Sim... – Lily suspirou pesadamente. Mesmo dormindo durante todo o resto da viagem, os acontecimentos daquele dia não saiam de sua cabeça – Depois te explico.

   As duas se sentaram na larga mesa da Grifinória e enquanto esperam os alunos do primeiro ano chegarem e passarem pelo chapéu seletor, Alice lhe contava sobre seu verão.

— Ah, os pais de Frank me receberam muito bem... – ela olhou ao redor antes de continuar – Mas admito que tenho um pouco de medo da mãe dele – ela sussurrou.

— Medo? Por quê?

— Uma senhora muito... Excêntrica — respondeu por fim a amiga.

— E onde está Frank, afinal? E Julian? – Lily olhou ao redor sem encontrar nenhum dos amigos.

   Alice deu de ombros, sem saber a resposta.

   De relance viu Marlene já sentada na mesa da Lufa-Lufa, conversando animadamente com seus amigos da casa. Viu também Bellatrix e a irmã mais nova, Narcisa chegando à mesa da Sonserina. E obviamente seu coração parou quando, no mesmo momento em que James entrava no salão, Snape entrava ao seu lado.

   Os dois se esbarram atrapalhadamente, sem ter visto um ao outro até aquele momento.

— Olhe por onde anda, Ranhoso— cuspiu Potter

   Severo, sem se dar ao trabalho de responder, lançou a James um olhar venenoso e apressou o passo para se afastar. Lily não conseguia tirar os olhos do Sonserino, e quando percebeu que estava sendo observado, o ex amigo a encarou.

   Foi uma troca de olhares rápida, mas ela notou a diferença na expressão de Snape. À James, ele tinha contorcido o rosto em uma expressão de nojo e raiva, mas quando encontrou os olhos de Lily em cima dele, sua pele suavizou e ela pensou ter visto um brilho sutil em seu rosto. Um brilho que ela sabia que seu olhar tinha quando estava feliz, sempre muito discreto.

   Repentinamente Severo virou o rosto e andou, encarando o chão, até a mesa da Sonserina.

   Lily se lamentou, mais uma vez, por seu (ex) amigo escolher o lado errado, sabia que ele a tinha traído meses atrás e dado informações sobre sua família para Lúcio Malfoy. Graças a ele, Rodolfo Lestrange tinha sido encontrado por Kingsley rondando a antiga casa dos Evans.

   Mesmo tendo conhecimento de tudo isso, ela sentia um desespero quase palpável toda vez que o encontrava andado com aqueles garotos. Era uma vontade selvagem de pegar Severo pelo braço e o afastar a força de Lúcio.

   Respirando fundo, ela também desviou o olhar. Por fim, James chegou à mesa e se aproximou de Lily suavemente.

— Está se sentindo melhor? – ele sussurrou ao pé do ouvido da ruiva.

   Um arrepio atravessou o corpo da menina, e por um momento o hálito de pasta de dentes de Pontas a embriagou. Sem conseguir encontrar sua voz novamente, ela apenas assentiu.

   Um momento depois Frank e Remo chegaram ao salão. Julian corria logo atrás.

— Ei, me esperem!

   Os três se sentaram perto de Alice, Lily e James.

— Lily! – Julian sorriu para amiga – Onde estava no trem?

— Com Lene... E os marotos

   Julian e Frank a encararam sem entender.

— Com os marotos? – Frank perguntou olhando de relance para Remo e James.

   Lily se limitou a dar de ombros.

   Frank se sentou ao lado de Alice, enquanto Julian descrevia detalhadamente o rapaz trouxa que tinha conhecido no verão, e que tinha conquistado o coração da menina.

   Sem dar muita atenção para amiga, Lily pousou as mãos no colo, enquanto esperava o início das cerimônias daquela noite. Ela gostava particurlamente de ver os novos alunos entrarem nervosos e ansiosos pelos portões do salão, enquanto se perguntavam de qual casa seriam.

   Ela se lembrava de quando tinha sido sua vez. De como seu coração bombeava freneticamente sangue por todo o corpo. De como suas mãos suavam. De como seu olhar varria avidamente tudo a sua volta, maravilhada com o mundo bruxo. Lembrava-se também do espanto de Severo com tudo aquilo. Calado, o amigo observava tudo espantado, apesar de ser mestiço ele também nunca tinha visto nada igual à Hogwarts.

   E não tinha como não se lembrar de James e os marotos. Já naquela época, Pontas sempre exibia um sorriso charmoso, despreocupado e decidido, ele sabia que iria para Grifinória. Sirius, por outro lado, estava cabisbaixo. Tinha acabado de conhecer Potter, no trajeto de trem para a escola, mas estava convicto de que iria para Sonserina, igual a toda sua família.

  Ela se recordava também do quanto isso irritou Severo. Do pouco que sabia sobre o colégio, a casa da serpente tinha conquistado a admiração do menino, e em pouco tempo tornara-se seu sonho entrar para ela. Snape ao ouvir os lamentos de Black não podia acreditar que alguém poderia não querer fazer parte da nobre casa de Salazar Sonserina.

  Remo e Pedro estavam calados. Aluado não olhava muito a sua volta, na verdade, ele não encarava quase nada a não ser o chão. Pedro, diferente da maioria dos novos alunos, não olhava maravilhado para os enormes corredores, quadros que se mexiam, escadarias gigantes que trocavam de lugar ou a dimensão surreal do castelo. Ele pregara seus olhos em Sirius e James, e os encarava de forma admirada.

   Uma mão quente, com o dobro do tamanho da de Lily, segurou a sua. E seus pensamentos, até então presos no passado, se focaram em Potter. O menino esperava despreocupado Almofadinhas e Rabicho chegarem, mas seus dedos, por baixo da mesa, tinham se entrelaçado nos da ruiva.

   Ela o encarou, surpresa e feliz, com aquele contato repentino. Sentindo todo o calor que aquele toque produzia nela, ela desfrutava a sensação de segurança e familiaridade. Em pouco menos de um ano, James tinha se tornado o pilar fundamental para o equilíbrio da ruiva. Ele era o sinônimo de amizade, companheirismo, lealdade, segurança e – depois daquele breve momento no Beco Diagonal – amor.

   Atrasados, Sirius e Pedro entraram apressados no salão. Sentaram ao lado de Potter e Lupin, e poucos minutos depois os alunos do primeiro ano em filas caminharam porta adentro rumo ao banco em que o chapéu seletor os esperava.

   Durante toda cerimônia de escolha das casas, Lily e James não soltaram suas mãos. Mas também não se olharam nos olhos, era quase como se nenhum dos dois quisesse que os amigos soubessem daquela proximidade. De vez em quando ela podia sentir Pontas pressionando um pouco mais a mão dela, ou, às vezes, fazendo carinho no dorso de sua mão.

   Quando enfim todos os alunos do primeiro ano já estavam encaminhados, Dumbledore se levantou para o já habitual discurso de boas vindas.

— Boa noite a todos – sua voz calma, porém potente, ecoou por todo o salão – Aos alunos novos, bem vindos a Hogwarts. E aos que já cá tiveram bem vindos de volta.

— Como de costume, não podemos começar o ano sem os avisos de sempre - Seus olhos, por trás dos óculos meia lua, encaravam os novos estudantes – A entrada de qualquer aluno sem supervisão de um professor na Floresta Proibida está sujeita a detenção. O terceiro andar também estar terminantemente proibido a qualquer estudante. Da mesma forma como a seção reservada da biblioteca. Qualquer tipo de feitiço lançado contra algum colega é passível, até mesmo de expulsão. Agressões físicas também não são permitidas – Lily sentiu o olhar de todos seus amigos em seu rosto, mas mesmo assim os ignorou e continuou prestando atenção ao diretor.

   Dumbledore continuou listando as regras mais importantes do colégio, e quando terminou os avisos, sua voz se intensificou e seu olhar escureceu.

— Como todos já devem saber, o mundo bruxo nas ultimas semanas vem sofrendo ataques – A mesa da sonserina se remexeu um pouco, ouvindo ansiosos – E o autor deles há alguns anos estava sentando nas mesmas mesas que vocês, ouvindo os mesmo avisos e andando pelos mesmos corredores. Hoje em dia ele se intitula como Lorde Voldemort e prega o extermínio de nascidos trouxas e mestiços da nossa sociedade – Todos se entreolharam nervosos, alguns sorrisos maliciosos surgiram no rosto de alguns sonserinos – Quero deixar claro que aqui não dividimos a mesma ideologia, e não vamos permitir qualquer tipo de discriminação entre os estudantes – Dumbledore se virou para a mesa dos alunos de Salazar Sonserina – Punições severas serão dadas ao estudante que desrespeitar isso.


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Notas finais do capítulo

Se gostarem não esqueçam do review ;)



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