Meu Doce Lírio escrita por Capistrano


Capítulo 32
Capítulo 32 - Ansiedade


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!!!



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Era fim do verão e como era comum Lily tinha que ir ao Beco Diagonal comprar o material escolar do próximo ano letivo de Hogwarts. Ela iria cursar o Sexto Ano e devido aos excelentes resultados nos N.O.M.s do ano anterior a ruiva poderia montar livremente sua grade de horário e matérias.

Ela estava animada para ir às compras. A menina amava estar no universo trouxa com os pais e poder ficar alguns meses sem o uso da magia, porém sentia saudade de estar entre os bruxos e poder conviver com todas as facilidades da mágica, era entre eles que ela se sentia realmente aceita.

Sem contar é claro da esperança que Lily nutria em encontrar os marotos, em especial James. De algum modo estranho o Sr. e a Sra. Potter não faziam rondas tão frequentes como costumavam fazer, durante o fim do verão. E isso apenas alimentou a preocupação de que alguma coisa tivesse acontecido com os meninos.

Arthur e Kingsley também estavam esquisitos, alternavam mais do que de costume a vigilância da casa, e a assinatura do Profeta Diário tivera sido cancelada desde que chegaram à residência nova. Os pais de Lily não explicavam o motivo de tanta mudança, e ainda simulavam um estado de normalidade.

Eram muitos os motivos para a ruiva querer estar em meio à sociedade bruxa novamente. Sua família estava escondendo algo dela, e por alguma razão a menina acreditava que poderia descobrir a verdade no Beco Diagonal.

Charlotte e John não iriam acompanha-la, Petúnia estava demandando muita atenção e os pais achavam melhor lhe fazer companhia. Isso não magoou Lily, pois realmente a irmã tinha sido vítima de uma forte depressão graças à mudança, apesar de as cortinas que ela escolheu já estarem impecavelmente instaladas em sua janela.

Lily tinha estudado a vizinhança com seus passeios no fim de tarde junto com Xinsy. E em certo dia ela encontrou a alma gêmea de Petúnia. Um menino arrogante e mesquinho, que tinha pegado os gibis de um garoto menor. Valter era o nome dele, e sua casa ficava a duas quadras de distancia da moradia dos Evans.

A ruiva se sentia fortemente culpada pelo péssimo estado de espírito da irmã mais velha, já que a dona de cabelos acaju tinha sido a responsável pela mudança de cidade, e vinha buscando soluções para a tristeza de Túnia.

Uma dessas ideias foi a escola em que sugeriu aos pais que a matriculassem. Era um colégio particular de excelência nacional e por “coincidência” Valter era um aluno notável da instituição. As aulas começariam na mesma semana em que Lily iria embarcar para Hogwarts, e a ruiva estava apostando alto que a soma de ver a irmã mais nova, aberração da família, indo embora e a apresentação formal a Valter fossem tirar Petúnia da depressão.

Na véspera de sua visita ao Beco Diagonal, Lily estava inquieta demais para conseguir dormir. A ansiedade de em breve poder estar em contato com o lugar social em que pertencia a tiravam o sono. Nem mesmo a lembrança do sorriso de James a tranquilizava o bastante para sentir as pálpebras pesadas.

Andando de um lado para o outro do quarto, com uma caneca de café quente na mão, a ruiva olhava ansiosa o relógio, sedenta para o que o sol logo nascesse.

Mesmo desejando furtivamente que a noite passasse rápido, Lily sabia que as próximas horas iriam se arrastar. Xinsy acompanhava de longe com o olhar a dona perambulando pelo cômodo, arrumando os livros em ordem alfabética pelo sobrenome de autor.

Entretanto, quando o relógio apontou 03:17 da madrugada uma coruja bicou a janela, pedindo passagem. A ruiva sentiu seu sangue ser bombeado na máxima velocidade pelo seu apressado coração. E a esperança de ser uma carta dos marotos a fez quase correr para a ave.

Quando o envelope tocou os dedos longos da jovem, a coruja partiu rapidamente sem dar à menina a chance de reconhecer seu dono. Sem mais delongas Lily abriu rapidamente o envelope com a certeza de que encontraria a letra de Pontas ou Aluado.

A surpresa tomou conta do estado de espírito da garota por longos segundos. Sem acreditar no que via a ruiva lia sem de fato entender o que estava escrito, apenas focada na caligrafia tão conhecida impressa no pergaminho.

Lily,

Infelizmente não tenho tempo nem tinta o bastante para expressar as minhas mais sinceras e profundas desculpas pelo episódio infeliz da nossa ultima conversa.

Soube que sua família está sob vigilância constante, e admito que isso dificultou muito meu contato com você. Mas fico feliz que seja assim, é um alívio saber que está protegida.

É pela sua proteção e integridade física que me motivo a escrever essa carta. Estou em um apelo desesperado e urgente para que não vá ao Beco Diagonal amanha, posso garantir que se sua ausência for confirmada, de minha parte lhe enviarei todo o material escolar sem custo.

Queria poder te explicar o motivo desse pedido, porém caso o fizesse estaria violando o meu maior objetivo no momento... a sua proteção.

Com muita saudade, arrependimento e carinho...

Severo.

Após a passagem da surpresa veio a raiva. “Mas fico feliz que seja assim, é um alívio saber que está protegida”?! Snape tinha sido o responsável por toda essa vigilância, como ele ousava mencioná-la na carta? Como ele ousava escrever uma carta? Como ele sabia do novo endereço dos Evans? Tinha vasado para seus amigos comensais também? Era por isso que todos estavam tão estranhos?

As perguntas que Lily já hospedava na cabeça foram multiplicadas após a chegada daquele pergaminho. E a raiva que borbulhava em seu peito quando pensava nos atos de Severo, havia voltado com força total. Era desesperador não poder ser consolada por ninguém.

A menina se sentou nervosa na cama, preocupada primeiramente com a proteção de seus pais e sua irmã, que dormiam no mesmo corredor que ela estava. Será que estariam protegidos quando ela os deixasse amanha para ir ao Beco Diagonal?

Não suportando ficar parada e desesperada para mover-se, Lily pegou a varinha e desceu as escadas apressada, indo em direção à Kingsley que dormia no sofá do hall, enrolado por cobertas de estampa feminina.

– Kingsley! – Ela o chamou sem piedade por acordá-lo, ainda sob o efeito do profundo ódio pelo sonserino que entrou em contato. – Acorde, é importante!

O bruxo abriu os olhos alarmados, se apoiando nos cotovelos e apontando a varinha para qualquer que fosse a ameaça.

– O que houve? – perguntou atordoado

– Preciso de um favor.


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Notas finais do capítulo

Cadê meus reviews?!