Meu Doce Lírio escrita por Capistrano


Capítulo 31
Capítulo 31 - Nova Casa e Nova Saudade


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem do capítulo, estou feliz por estar de volta... bjs!



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No decorrer da semana Lily se concentrou em tudo que prendia minimamente sua atenção, em um apelo desesperado para tirar James, e a percepção de seus verdadeiros sentimentos por ele, da cabeça.

A menina focou seus esforços, em especial, no bruxo chamado Arthur Weasley. Era a ronda dele ao redor de sua casa que a divertia mais, graças a sua doçura cômica e seu anormal fascínio por trouxas. O homem tinha madeixas ruivas similares as da garota e quando não fazia truques de mágica para diverti-la, ou quando não a enchia das mais diversas perguntas sobre o cotidiano não mágico, ele falava animadamente sobre sua esposa e sobre seus dois filhos.

Bill tinha três anos e Molly – esposa de Arthur – havia acabado de dar a luz a Carlinhos, um lindo de bebe de quatro meses. Ao citar a família toda a fisionomia do bruxo mudava. Seu sorriso se expandia e sua postura se tornava mais ereta, mas os olhos eram os que mais chamavam a atenção da jovem, eles brilhavam como grandes pedras preciosas.

Infelizmente os avançados esforços de Lily para tirar James da cabeça sempre fracassavam. Ela se lembrava dele até na mais banal das situações, e o amor de Arthur pela esposa e filhos, a fez pensar se um dia Potter falaria assim dela e de seus possíveis herdeiros.

Era assustador refletir sobre filhos de um garoto que ela durante tanto tempo mal suportava a risada. Porém o medo maior era entender que aquele sentimento e desejo por James não era novo, ele estava instalado nas entranhas do corpo dela a algum tempo, mas seu orgulho e teimosia não a deixavam enxergar o óbvio.

Arthur a fazia rir, e a preocupação com a intolerância de Petúnia a deixavam ocupada. Mas nem mesmo a mais eficiente das distrações poderia ofuscar a ausência de notícias dos marotos.

Mesmo desejando intimamente, Lily não esperava receber uma carta de James. Porém sua ansiedade por notícias de Remo apenas aumentava, paralelamente com sua culpa por usar a amizade com Aluado. Ela não queria de fato saber sobre as leituras de verão do amigo, e sim sobre Potter.

No dia da mudança, entretanto, a menina acordou com esperanças renovadas. Também não havia criado expectativas de ver o jovem de cabelos negros e rebeldes parado no hall, mas sabia que o dia que se iniciava estava repleto de oportunidades de distração.

O espetáculo de Petúnia foi a primeira atração. A garota chorava, soluçava, berrava e se agarrava ao batente da porta, até mesmo ameaçou agredir Lily fisicamente (verbalmente a irmã mais velha já havia perdido a dignidade).

– Sua aberração! Eu te odeio! Odeio você! – As veias alojadas na testa de Túnia pulsavam enquanto ela olhava acusadoramente para a ruiva. – Era isso o que você queria? Tirar de mim a minha casa?! Eu te odeio!

Do fundo da garganta da vítima descontrolada, ela soltou um cuspe na direção de Lily, que felizmente caiu metros a frente da irmã, sem perigo de atingir ninguém. Mas foi o bastante para John querer encerrar o show de Petúnia.

– Chega! Quem decidiu a mudança fomos eu e sua mãe! Essa casa é nossa, e nós a estamos trocando por outra melhor! Seu quarto vai ter vista para o jardim da frente e as janelas vão ter as cortinas que você quiser. Matriculamos você na melhor classe de balé da cidade – O Sr. Evans apontou para a filha mais velha, em um claro alerta – Não quero nenhum soluço no carro até a nova casa, entendeu? Você não tem motivo para espernear!

Sem dizer mais nenhuma palavra Charlotte arrastou Petúnia até o carro, a censurando nos olhos. John olhou para o cuspe no carpete, com o cenho franzido.

– Não posso imaginar como esta sendo para você tudo isso Lily. Sei que se sente culpada... E Petúnia não ajuda em nada com esse comportamento, mas a culpa não é sua querida. – Ele suspirou pesadamente.

– Não me importo mais com a opinião da Túnia, sei muito bem o que ela acha de mim, e sei melhor ainda, que nada do que eu fizer vai mudar isso... – Lily deu de ombros e sorriu para o pai, tentando-o consolar.

A viagem de carro teve toda a tensão esperada. Estar tão próxima da irmã mais velha deixava a menina de cabelos acaju nervosa. Ela não queria irritar Petúnia, então permaneceu cuidadosamente calada. A mãe notou o clima pesado e pôs uma música no rádio, na esperança de que as duas garotas do banco de trás pudessem se animar. Infelizmente Charlotte não teve sucesso.

A primeira filha do casal olhava de maneira tristonha a janela, tentando se prender a tudo o que podia estar ligado à Cambridge. Lily, pela primeira vez em muitos anos, sentiu uma pena genuína da irmã. A antiga cidade era realmente importante para ela, e a mudança a tinha separado do lugar que ela chamava de lar.

A ruiva tentou imaginar como seria estar separada de Hogwarts, sua verdadeira casa, e quando seu coração se apertou numa angustia profunda ela olhou piedosamente para Petúnia.

– Desculpa – sussurrou para a irmã.

A garota encarou Lily, ainda com um olhar que mesclava desprezo e ódio, porém assentiu a cabeça e não lhe lançou nenhum xingamento.

Arthur Weasley e o Sr. Potter estavam aguardando a família Evans em sua nova casa em Brighton junto com o caminhão que carregava todas as suas mobílias.

Ao ver o pai de James, a jovem ficou inquieta, porém feliz. Poderia enfim perguntar e ter notícias dos marotos, em especial o menino estonteante de óculos arredondado e sorriso brilhante.

– Lily, como é bom vê-la! – Sorriu Sr. Potter.

– Também fico feliz em vê-lo... – A ruiva mandou-lhe um sorriso inocente altamente forjado – Como anda a família? Os marotos tem dado muito trabalho ainda? - A pergunta que ela tinha feito estava repleta de expectativa, que foi felizmente camuflada pela atuação indiferente da ruiva.

– Ah, estamos todos bem! Animada com a casa nova? – o bruxo perguntou.

“Só isso? É só isso que ele vai me dizer?” pensou Lily enquanto respondia mecanicamente as perguntas do Sr. Potter. Para a decepção profunda da ruiva, ela realmente não conseguiu nenhuma outra informação sobre James e seu coração se afundou no peito.

Após um longo trabalho de Charlotte para distrair Petúnia por tempo o bastante para Arthur e o Sr. Potter usarem magia para guardar a mobília, Lily e o restante da família puderam terminar de se instalar.

O animo da ruiva melhorou em poucos segundos de conversa com o Sr. Weasley. Ele a distraia com piadas e histórias sobre a época em que estudou em Hogwarts junto com sua esposa Molly. Inconscientemente a menina criou um forte desejo de conhecer tal bruxa.

No jantar o Sr. Potter se despediu de todos e retornou para casa, acarretando uma forte inveja em Lily, que também queria jantar na presença de James. Felizmente John resolveu ensinar Arthur a jogar cartas logo após a refeição, situação que foi o bastante para ocupar a mente da menina com distrações por algumas horas.

Quando o corpo da ruiva clamou por cama, ela se despediu dos pais que ainda se divertiam com o convidado, e se arrastou pelas escadas até seu novo quarto. No caminho ela espiou o quarto de Petúnia, cuja dona chorava no travesseiro. A irmã mais velha ainda não tinha escolhido as cortinas que colocaria na janela, mas o restante do quarto estava impecável.

Mesmo com todos os mimos, ela se lamentava – sem nem suspeitar que estivesse sendo observada – e Lily mais uma vez sentiu uma forte culpa em todas as partes de seu corpo. Havia tirado da irmã mais velha seu lar, e a menina de cabelos acaju nem podia imaginar o quão doloroso aquilo podia ser.

Por fim a menina voltou para seu próprio quarto, que seguia uma decoração fiel a seu antigo espaço em Cambridge, quando se deitou na cama Lily decidiu fazer de tudo para que a dor de Petúnia pudesse ser superada. Ao fechar os olhos, porém, a imagem de James dançava sobre suas pálpebras.


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Notas finais do capítulo

Geeeeenty, se vocês não comentarem eu nunca vou saber se vocês estão gostando ou não... Ou seja, manda review caceta