The Space Between escrita por RaahBrasileiro


Capítulo 1
The Space Between - Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Desejo uma boa leitura a todos!
Espero que apreciem, e desculpa qualquer erro;

Beijos

PS: ' The Space Between ' Dave Matthews Band - http://www.youtube.com/watch?v=YvkX3t5LgVI&feature=related



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POV Renesmee.

16h.    

     Eu estava quase que completamente submersa na água, a única coisa que eu ainda mantinha na superfície era o meu rosto e as pontas dos dedos das minhas mãos. Mas não por muito tempo.

     A sensação era boa.

     Tinha a impressão de que estava voando, que a gravidade era só uma palavra, sem força alguma. Suave. Eu flutuava, e se não fosse pelo o vento que movia a água causando leves carícias em minha pele exposta ao ar, acreditaria estar no céu.

     Ou no inferno, talvez. Eu não sei.

     Não queria abrir os olhos, não queria enfrentar a realidade. Na verdade, eu queria é que o real sumisse, que  a verdade não fosse realmente verdade e que tudo não doesse como estava doendo. Bem lá no fundo, minhas esperanças, meus sonhos, tudo tinha morrido, eu era apenas uma embalagem, mal feita, mal vista, enganada e iludida, completamente só com o amargo sabor do abandono e da solidão cortante. Um espaço completamente vazio.

     Concentrei no ar que entrava e saía dos meus pulmões. Tudo estava num ritmo incrivelmente lento. Pude ouvir meu coração batendo, uma batida fraca e espaçada. Estava declarando que ali seria o fim. O meu fim.

   Abri meus olhos. A luz entrando devagar, cegando-me. Não me importava, eu só queria ver pela uma última vez o azul do céu, e hoje o dia estava mais azul do que nunca e as nuvens pareciam algodão doce, talvez fosse um presente de boas vindas à mim, como se dissesse:

- Ei, você aí embaixo, junte-se a nós! Estamos te esperando.

   Eu desejava realmente que me esperassem lá em cima e que talvez eu encontrasse algum tipo de conforto. Mas se fosse para ir pra baixo, eu também não me importaria contanto que o sofrimento acabasse. A dor cessasse.

   Na imensidão azul, eu avistei o motivo do meu sofrimento. Aqueles olhos profundamente negros, profundamente frios demonstrando toda sua rejeição, sua repulsa. Voltei a fechar meus olhos com força. Tinha um abismo entre nós.

- Chega!

      Gritei em meu pensamento. Como se fosse afastar as lembranças, como se pudesse espantar aqueles olhos que um dia os vi me olhar com tanta admiração, com amor...

   Ainda sim eu sussurei uma última vez:

- Jacob, eu te amo.

16:30h.    

     E afundei.

     Soltei o peso que tinha do lado preso ao meu corpo para que me puxasse para baixo, quanto mais baixo, melhor. Assim não teria volta, não teria chances. Eu não teria chances, era o meu fim. Foi assim que aconteceu.

   O ar aos poucos foi se esvaindo dos meus pulmões cheios. Estúpido instinto de autopreservação. A agonia foi tomando conta do meu corpo, mas não cedi.

   Abri a boca por um pequeno instante. A água agora entrou, acabando com o resto do ar que ainda tinha e aumentando ainda mais a agonia. Me mantive forte, eu sabia que seria assim. Ruim, devagar, doloroso, fatal.

FLASHBACK

- Mamãe! Mamãe! – eu gritava por toda a casa em busca da minha mãe. Até que a encontrei sentada no sofá lendo um livro.

- O que foi, meu amor¿ - ela me segurou em seu colo após fechar o livro e guardá-lo.

- Eu posso aprender a nadar mamãe¿ Diz que sim, por favor! Eu quero aprender mamãe, quero aprender pra poder mergulhar e ver os peixinhos na praia! – eu implorei com os olhos brilhando.

- Claro que pode meu bem! Quando seu pai chegar do hospital, falamos com ele. Ok¿ - ela me respondeu, tão amável.

- Eba! – e sai correndo novamente para o jardim. Eu finalmente iria aprender a nadar!

FLASHBACK OFF

     E foi nas aulas de natação, que ouvi o professor dizer que era preciso cuidado, que se afogar era uma das piores coisas da vida, era torturante.

     Foi na água que eu o encontrei. E era nela que eu iria acabar com tudo, pois depois daquele encontro ele se tornou a minha vida, e agora que havia me deixado, não me restava mais nada a não ser sua doce lembrança junto a água e a dor de seu abandono.

     Minhas forças foram se esvaindo aos poucos. Lutei contra mim mesma para não mexer os braços e pernas, me manter quieta, dura, feito uma estátua. Senti a escuridão começar a me acertar em cheio.

   O fim foi tomando conta de mim, a incosciência foi chegando, já não respirava, já não podia fazer nada, não restava nada. Somente a morte. A última coisa que fiz foi abrir meus olhos levemente e ver o último raio do sol me cegar de vez.

Escuridão.

Nada mais que isso.

Fim.

Nada além disso.

Um corpo, um coração inerte, um ser.

Apenas.

Nunca mais.

Sem vida.

Sem dor, sem amor.

Nada.

Um espaço.

Vazio.

--------- ** -----------

POV Jacob.

15:15h.

     Eu, definitivamente, era um estúpido.

     Já deveria ter imaginado que tudo não passava de uma farsa, um jogo, daqueles bem grandes. E eu, era o prêmio dela. Eu era mais um babaca que acabava de cair nas mentiras deslavadas de Leah Clearwater.

    Mas ela iria me pagar, a se ia.

     Voltei para mesa em que nossa turma estava sentada, mantive um semblante calmo para que ninguém percebesse meu real estado.

- Então Jake, achou a Leah¿ - Kim me perguntou educadamente.

- Achei sim Kim, ela está no banheiro com a Jennifer.

     O simples pronunciar de nome dessas duas cobras venenosas me trouxeram à mente a conversa que eu acabara de escutar instantes atrás:

“ – Então Leah, conseguiu mesmo tirar o Jacob daquela ruiva sem sal hein¿ - Jennifer usou um tom debochado.

- Humph – Leah bufou – Foi mais fácil do que eu esperava1 O Jacob ás vezes é tão burro que me dá pena.

- HAHAHA. – Jennifer riu com gosto – Me conta, o que você fez pra ele cair nessa¿ - perguntou com interesse.

- Simples. No dia do aniversário da Claire, eu dei um pouco daquele remédio que apaga as pessoas pra tonta da Renesmee, sabe¿ E daí que a boba foi pra casa pensando que estava passando mal, e eu a segui até sua casa e quando consegui entrar pela janela da sala, a idiota tinha apagado na cama, e ai... – ela riu, um riso maléfico.

- E aí¿ - Jennifer insistiu.

- Eu tirei quase toda sua roupa e paguei pra aquele moleque do mercado, o Nahuel pra que fosse lá e deitasse ao seu lado, o boboca aceitou e foi correndo. Assim que tive certeza de que ele estava lá com ela, eu inventei uma desculpa para que o Jacob fosse lá. – ela sorriu – E aí o resto você imagina né...”

    Eu fui um tolo. Fiquei tão possesso de raiva com a cena que sai da casa de Nessie aquele dia jurando que nunca mais queria vê-la ou ouví-la. Cumpri minha promessa.

   Depois quando veio me procurar, eu a tratei mal, eu a xinguei, eu me sentia enojado, e não ouvi nenhuma de suas explicações, não dei ouvidos a nada. Simplesmente arranquei-a de minha vida, e agora percebia a burrada que havia cometido.

     E tudo por uma mentira de Leah. Havia perdido a única garota que amei, amo e amarei sempre. Nessie, minha doce e delicada Nessie. Eu a havia perdido por orgulho estúpido, eu era mesmo um idiota.

    De repente vi Leah se aproximar com um enorme sorriso falso no rosto, me levantei imediatamente e perguntei se não queria dançar comigo.

- Claro! – ela respondeu prontamente.

     Tocava uma música qualquer, e eu a conduzi entre as pessoas para o meio da pista de dança improvisada na areia da praia.

     Era o último ano do colégio, era um lual de despedida para as turmas que estavam formando, e eu fazia parte de uma delas. O melhor ano, meu melhor ano, que teve os últimos dois meses estragados, jogados no lixo e tudo por conta do idiota que eu era. Eu havia desperdiçado dois meses do meu tempo longe da minha Nessie.

    Leah sorria, um sorriso de vitória.

- Então, está gostando¿ - perguntei casualmente.

- De quê, especificamente¿ - perguntou despretenciosamente, tentando ser sensual com uma das sombrancelhas erguidas.

Nojenta.

- De rir da cara de um idiota¿ - sorri com ironia.

- Não estou entendendo, Jacob. – se fez de besta.

Ela ia ver o idiota agora.

- Ora, Leah! Porque não acaba logo com esse joguinho sujo¿ - apertei sua cintura com um pouco de força excessiva – Eu escutei sua conversa com a Jennifer no banheiro. Que belo idiota eu fui, não¿ - ergui minhas sombrancelhas com sarcasmo.

- Co-como as-assim você esc-escu-tou a minh-minha conversa c-com a Jen-nnif-fer¿ - ela gaguejou. Miserável!

- Isso mesmo, você é uma vagabunda inescrupolosa, isso sim é o que você é! E eu sou estúpido por ter caído nessa, na sua história idiota! – eu disse ameaçodaramente. – Você não vale nem o chão que pisa, garota! E fique sabendo, terá volta. – cerrei os olhos, e larguei sua cintura com força quase a fazendo cair na areia.

    Me retirei de perto dela o mais rápido que pude e sentei à beira do mar.

15:50h.

    Olhei para o mar e lembrei-me do dia que a vi pela primeira vez. Tão linda, parecia um anjo de cabelos ruivos ao vento. Fechei meus olhos.

Senti seu cheiro.

   Ela estava mais que linda naquele dia, sentada na areia olhando o mar, e eu das ondas pude avistá-la. O vento lhe acariciava a face, e seu olhar tinha o brilho mais belo que já vi. Naquele momento, eu me apaixonei.

Abri os olhos.

    Avistei o céu azul, a tranquilidade que transmitia, a mesma paz que o sorriso de minha Nessie. As ondas do mar, o vai e vem de todas elas, me lembravam a leveza mais ao mesmo tempo a força com a qual nos movimentávamos toda vez que nos amamos.

O gosto dos seus lábios.

    Ela era tão minha, quanto eu era dela. E agora o que existia entre nós era um abismo, um espaço que eu não sabia como preenchê-lo, como destruí-lo, eu só a queria de volta, para mim, em meus braços novamente.

16:15h.

    Ao longe, pude escutar a nova música que embalava o lual, a mesma música que dançamos juntos pela primeira vez (She is Love – Parachute).

‘ She is all I need ’

     Ela era tudo o que eu precisava, ela era quem eu amava. Eu iria trazê-la de volta!

    Levantei da areia apressado, eu precisava vê-la, pedir perdão. Corri até o meu carro e entrei batendo a porta.

   Olhei para o relógio no meu pulso.

16:20h.

   Pisei fundo no acelerador. Estava sentindo uma pressão no peito, algo ruim. E olhar a hora só me deixava ainda mais nervoso.

   Olhei para a estrada a minha frente, ela nunca pareceu tão loga como naquele momento, ainda restava mais algumas quadras para chegar a casa da Nessie.

16:28h.

   O tempo não queria cooperar, e o carro muito menos. Estava devagar demais, e a medida que eu demorava, a dor e o aperto em meu coração só aumentou!

16:30h.

   Estacionei bruscamente em frente ao jardim de sua casa. Saí apressado do carro e nem ao menos fechei a porta. Eu precisava vê-la, algo me dizia que estava errado, que iria acontecer alguma coisa.

- Nessie! Nessie! Você está aí¿ - gritei do lado de fora, batendo em sua porta.

Nenhuma resposta.

A dor aumentou.

- Renesmee, por favor! Abre a porta. Nessie! – gritei mais alto, agora eu socava a porta.

Ela estava em casa, eu sentia isso, sua mãe tinha ido visitar seu pai na cidade vizinha, ela estava só, tinha que estar em casa.

16:32h.

- Nessie! – gritei

Nada.

     Corri para a lateral da casa, que dava para o jardim e a piscina, uma cerca viva rodeava os limites da propriedade.

‘Vou pular’ Eu pensei.

     Dei uns 5 passos para trás, dei uma leve corrida seguida de um impulso e pulei a cerca viva que batia um pouco acima do meu peito. Consegui uns arranhões com isso, mas não me importei.

    Quando olhei pra cima tive visão do jardim e da piscina. Algo estava no fundo da piscina, algo grande.

Meu coração falhou uma batida.

    Dei alguns passos, me aproximando mais do buraco cheio de água. A inconfundível mancha vermelha tomando forma em minha frente, os olhos fechados, os lábios roxos.

NÃO!

   Pulei na piscina com a visão desfocada, já eram as lágrimas invadindo meus olhos.

16:35h.

   Agarrei seu corpo desfalecido e tentei puxá-la pra cima. Foi quando vi que ela tinha algo pesado amarrado ao seu corpo. Libertei-a.

‘Por favor, meu amor, por favor! Não morra, não me deixe!’ Eu implorava em meus pensamentos.

    Puxei-a para a superfície, ela estava completamente imóvel. Tirei-a da água e a deitei na borda próximo a piscina.

- Nessie, por favor, meu amor! Fale comigo. – eu chorava descontroladamente.

- Não me deixe meu anjo, não morra. – eu chacoalhava seu corpo, e mexia em seu rosto.

Nada.

     Aproximei meu ouvido de seu coração. Mais uma vez, não se ouvia nada.

- Nessie, por favor! – gritei, desesperado.

    Começei a fazer a massagem cardíaca e respiração boca-a-boca. Eu pressionava seu peito cada vez mais forte.

- Nessie, não morra, não faz isso... – eu estava ficando sem esperanças.

   1, 2, 3 e eu respirava a fim de trazer o ar novamente a seus pulmões.

- Nessie, eu te amo, por favor, eu te amo... – supliquei parando de tentar reanimá-la.

Não restava mais nada.

     Encostei minha cabeça em seu peito pertubadoramente quieto e imóvel. ‘ Porque Nessie¿ Porque meu amor¿ ’ Chorei, chorei sobre meu amor, vazio.

------**-------

POV Renesmee.

     Eu estava na completa escuridão. Quando vi uma luz ao longe.

Sorri.

     Caminei em direção a ela, e de repente vi uma sombra tomar forma a poucos metros de mim, eu conhecia aquela forma.

- PAI! – gritei e sai ao seu alcance.

   Era meu pai. Meu querido e amado pai, que havia morrido há uns 2 anos. Eu o reecontrei, estava tudo acabado.

- Renesmee! – ele me abraçou amorosamente.

    Quando olhei pra cima, vi ele no auge de sua forma, ele aparentava ter minha idade 17 anos. Incrivelmente lindo, na forma em que minha mãe o conheceu, espetacular era pouco para definir Edward Cullen.

- Minha pequena! – ela cheirou meus cabelos, como costumava fazer. – Você não pode ficar aqui, meu bem.

Eu parei.

- Mas pai! Eu quero ir com o senhor. – eu começei a chorar.

- Um dia você virá, minha princesa. Mas agora não é a sua hora, você não pode deixar sua mãe sozinha, ela não suportaria – havia dor em seus belos olhos verdes.

- Eu não quero mais sofrer... – eu chorei.

- Você não irá sofrer meu amor, a um presente te aguardando ainda, você não pode vir agora. – ele acariciou minha face, limpando todas as lágrimas – Agora vá meu amor, alguém lhe espera.

Nessie...

   Eu ouvi distante uma voz me chamar, eu conhecia essa voz, mas não sabia de quem era. Olhei para trás, tentando ver algo. Não havia nada.

- Pai! – quando o olhei de novo, ele estava distante.

Gritei seu nome.

- Meu bem, volte. Por favor, nos encontraremos em seus sonhos, mas não assim. Diga a sua mãe que eu a amo e sempre a amarei, além da eternidade! – ele disse e se foi.

- PAAAAI!

     De repente senti uma força me puxando, eu lutava contra ela, eu queria ficar e ir atrás do meu pai. Mas essa força me puxava para trás cada vez mais, não conseguia me livrar, eu sentia uma pressão no peito, e a cada segundo eu era arrastada por onde eu tinha vindo.

Breu.

     Senti-me entrar naquele mesmo espaço vazio, eu sufoquei. E lutei para abrir os olhos. Tentava afastar o abismo de mim, estava sufocando mais.

Luz.

    De repente, com um solavanco eu abri os olhos e a luz quase me cegou, o azul era intenso demais depois de tanta escuridão. Eu estava sufocando, forçei o peito e tossi, senti meu ser puxar toda a água que eu havia engolido, tentei levantar, havia alguém em cima de mim.

- NESSIE! – era ele.

-----**-------

POV Jacob.

- NESSIE! – eu gritei.

Ela havia voltado. Ela estava viva!

   A observei, ela parecia sufocada.

- Oh meu Deus! – apoiei sua cabeça em meus braços, erguendo-a.

Ela expeliu toda a água.

- Calma meu amor, estou aqui, estou aqui. – eu tentava ajudá-la, confortá-la.

Alguns ataques de tosse compulsiva devido a água.

Cessou.

 - Jake... – ela sussurou com a boca estretamemente trêmula e roxa.

    Meu amor, que medo senti de te perder pra sempre.

- Calma meu amor, vou levá-la para o hospital. Está tudo bem, você está bem... – eu a peguei em meu colo, aconchegando-a – Nós estamos juntos...

    Caminhei em direção ao meu carro e a coloquei deitada no banco traseiro, entrei e fui direto para o hospital. Eu estava preocupado, ela tremia muito e tossia.

   Quando cheguei ao hospital, a peguei no colo novamente e corri para a emergência, quando nos avistaram prontamente trouxeram uma maca e enquanto uma enfermeira e um médico corriam para a sala de primeiros socorros eu os acompanhava e relatava o ocorrido.

18h.

    Os médicos tinham levado Nessie para uma sala onde minha entrada não era permitida. Eles teriam de fazer uma espécia de sucção para retirar a água que havia entrado nos pulmões da minha Nessie, eu estava impaciente.

   Já havia ligado para Bella, sua mãe, e lhe avisei do ocorrido.

Que demora!

   Andei de um lado para o outro no corredor quando vi Bella correndo junto com Charlie, seu pai.

- O que houve com minha filha¿- ela perguntou desesperada.

Pedi para que sentasse. Ela o fez.

     Expliquei toda a história, até mesmo a mentira de Leah, e a forma como encontrei minha Nessie. Bella e Charlie ouviam tudo atentamente e chocados. Eu terminei assim que o médico parou diante de nós.

- Vocês são os parentes da Senhorita Renesmee Cullen , certo¿ - ele perguntou.

- Sim senhor, eu sou a mãe dela. Por favor, doutor, diga como minha filha está! – Bella perguntou, o desespero voltando a tomar conta.

- Calma, senhora Cullen! A Renesmee agora está bem, mas digo que se o senhor aí – ele apontou para mim – tivesse demorado mais questão de meio minuto, seria tarde demais. A paciente bebeu muita água e seus pulmões por um pouco não foram danificados permanentemente, a água chegou perto de atingir a plêura. – o médico explicou, e eu me senti desaparecer.

- Mas agora ela está bem, não está doutor¿ - eu implorei.

- Acalme-se meu rapaz. – ele advertiu – Sim, agora ela está bem, está dormindo em um quarto, eu coloquei-a no balão de oxigênio só por preucaução, mas vocês podem visitá-la, só que por favor, não a incomodem e nem façam barulho, ela precisa de repouso. – ele disse nos encaminhando para o quarto onde minha Nessie estava deitada, dormindo tranquilamente.

- Nessie... – corri para o seu lado e segurei sua mão.

    Concentrei meu olhar em seu rosto, agora tinha uma leve cor nos lábios antes sem vida, e o soro preso ao seu braço lhe dava aquele corado lindo nas bochechas que eu tanto amava. Vi pelo canto do olho Bella alisar os cabelos da filha, num gesto amoroso e reconfortante.

Ela estava bem.

- Ah! A propósito. – médico voltou.

- Sim¿ - Bella disse.

- O bebê dela está bem, não houve nada com ele. – ele disse e saiu.

Bebê¿

     Como assim – bebê - ¿

- Bella... – eu disse num sopro.

- Jacob... – ela me olhou – eu estava pedindo a Nessie que te contasse, ela descobriu tem um mês que estava grávida de você, eu insisti para que falasse mas depois de tudo o que aconteceu a você ela disse que iria deixar que você vivesse sua vida em paz. –

Um filho¿ Eu teria um filho da minha Nessie!

    Senti meus olhos se encherem de lágrimas, lágrimas agora de felicidade.

- Minha Nessie, com um fruto do nosso amor. – eu disse baixinho enquanto beijava-lhe a face.

- Jake... – ela apertou minha mão levemente e abriu os olhos.

- Descanse meu amor... – eu sussurei próximo ao seu rosto, sem tirar meus olhos dos seus.

- Jake, você... – ela se esforçava.

- Nessie, meu bem, descanse, eu estou aqui com você. – eu disse – Não irei deixála nunca mais, vou cuidar de você e do nosso filho. – eu sorri confiante.

Ela sorriu levemente, um sorriso de canto de boca. O sorriso da minha Nessie. Fraco, mas ainda assim era dela.

- Nosso filho... – ela disse baixinho e pôs a mão sobre o ventre.

- Isso meu amor, nosso filho. – coloquei minha mão por cima da dela – Vou cuidar de vocês dois. E não exisitirá mais nenhum ESPAÇO ENTRE nós. Eu te amo, minha Nessie, unicamente e eternamente minha Nessie. – eu disse sussurando em seu ouvido e selei minha promessa com um beijo leve em sua boca doce.

- Te amo... – ela sussurou de volta antes de fechar os olhos e voltar a dormir.

     Eu iria cumprir minha promessa e jamais sairia do lado da mulher que eu amo mais que minha própria vida. E não exisitiria mais nenhuma espaço entre nós dois, apenas amor. Porque eu seria para ela tudo o que ela precisava que eu fosse. Minha doce Nessie...

‘ The Space Between – tradução ’

Você não pode desistir de mim tão rápido.
Não tem nenhuma esperança em você para mim?
Nenhum canto onde você possa me fazer caber?
Mas eu tenho todo o tempo do mundo pra você, querida.

O espaço entre
As lágrimas que choramos,
É a risada que nos faz voltar querendo mais.
O espaço entre
As mentiras terríveis que dizemos
E esperamos que protejam da dor. 

Mas será que te abraçarei de novo?
Estas instáveis e inebriantes palavras me confundem,
Tipo "Será que vai chover hoje?"
Desperdiçamos as horas com conversas e mais conversas,
Destes jogos falsos que jogamos. 

Nós somos estranhos aliados
Com corações em guerra.
Que fera de olhos agitados você seria.

O espaço entre
As mentiras terríveis que dizemos
E esperamos que protejam da dor. 

Será que te abraçarei de novo?
Será que abraçarei... 

Olhe para nós rodando sem controle
Na loucura de uma montanha-russa.
Você sabe que você saiu feito um diabo
Em uma igreja no meio de uma sala lotada.

Tudo que podemos fazer, meu amor,
É esperar que não afundemos esse barco.

O espaço entre
Onde você está sorrindo alto
É aonde você vai me encontrar se eu chegar a ir.

O espaço entre
As balas do nosso tiroteio,
É onde eu estarei escondido, esperando por você.

A chuva que cai
Molha seu coração
E corre como tristeza pela janela, para dentro de mim. 

O espaço entre nossas
Mentiras terríveis
É onde esperamos nos proteger de dor. 

Pegue minha mão
Porque nós vamos sair daqui,
Sair daqui.

O amor é tudo de que precisamos, querida. 

O espaço entre
O que está errado ou certo
É onde eu estarei escondido, esperando por você.

O espaço entre
Seu coração e o meu
É o espaço que preencheremos com o tempo.

O espaço entre...

- FIM -


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Notas finais do capítulo

É isso pessoal!
Espero que tenham gostado tanto da fic, quanto da música.

Por favor, não custa nada deixar um review e isso me deixaria extremamente feliz.

Beijos e até a próxima.