Anala - Uma Nova Cullen escrita por dentedeleão


Capítulo 4
Capítulo 4




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Uma família dividida
Um som grave e gutural ecoou por toda a sala deixando a todos em alerta. Edward rosnava enquanto se colocava em posição de ataque e ao direcionar seu sibilo para mim, atacou. Tudo estava ocorrendo em menos de um segundo e então meu corpo voou em direção a parede.
Um rosnado forte foi emitido e um outro som, mais forte e agudo parecido a um trovão levou meus olhos em direção a dois corpos que se atingiam no ar. Jasper estava atacando Edward, ou melhor, estava impedindo seu ataque.

-Bella. Jacob. Ajudem Jasper e o levem para fora.
As palavras ásperas saíram de um rosto agora tingido pela vergonha. Carlisle estava envergonhado pela ação de seu filho e me analisava com pesar. Agora sim eu podia entender o por que de seu olhar, meu corpo estava estirado no chão de forma engraçada, um fluxo de sangue corria por meu braço e agora sentia minha cabeça doer. Jasper não mediu esforços para me tirar do caminho.
-Não se preocupe Carlisle, a dor de meu corpo é mínima. Só preciso de uma ajudinha para colocar minha perna no lugar- sorri da forma mais sincera possível em direção a ele, queria que ele percebesse que minha palavras eram verdadeiras.
Esme me olhava horrorizada, ao mesmo tempo que também aparentava tristeza. Minha primeira noite estava sendo um desastre. Quase matei duas pessoas em um beco utilizando as chamas de meu corpo – por segundos minha Irma não presenciou a cena -, sensibilizei toda uma família com minha curta historia de vida – curta, por que só contei o que ocorreu em mais ou menos 10 anos dela – e agora isso, estava colocando um Irmão contra o outro.
---do lado de fora da casa ---
-Me soltem. Eu quero matá-la. Ela não vai me afastar de Bella, nunca!!!
-Calma meu amor. Ninguém nunca fará isso. –Com estas palavras o corpo de Edward cedeu um pouco-.
-Se acalme Edward, ela não disse que o faria. Irmão, ela só estava contando um fato de seu passado, devemos ouvi-la, saber o que quer conosco.
-Eu sei o que ela quer. Ela quer a ela e só. – Seu dedo apontava em direção ao corpo de Bella -.Tudo se resume a isso em sua mente. Ela só queria encontrar a irmã.
-Bom, agora você já tem um motivo para se acalmar sanguessuga. Você mesmo já se deu um motivo para não atacá-la. Ela não deseja tirar Bella de você, ela só quer viver com a Irma que a anos procura. A historia daquele um poderá ser explicada depois, foi só um fato de um passado bem distante...nossa, nunca imaginei conhecer alguém mais velho que Carlisle e ainda mais com aparência tão infantil...-os pensamentos de Jacob já se perdiam em outra direção-.
Os braços foram se afastando lentamente do corpo de Edward, ele já não lutava mais contra nós.
-Bella. Jacob. Fiquem com ele, vou ver se Carlisle precisa de algo.
Jasper partiu para casa sem olhar para trás.
-Edward, podemos conversar?
-Oh Bella, amor o que eu fiz? Envergonhei meu pai em sua casa, envergonhei meus irmão. Eu sinto tanto Bella, simplesmente perdi o controle. Quando eu ouvi o que ela disse e vi os três em uma estrada conversando, tão felizes, não agüentei, agi por impulso. Eu devo me desculpar com todos.
-Sim, deve mesmo, mas não agora. Agora vamos caçar e conversar.
-Jacob, você voltara para a casa?
-Não. Vou falar com Sam agora, explicar o que esta acontecendo, volto mais tarde. O sol esta nascendo, vou correr para tentar falar com ele antes que adormeça. Ele conduziu a ronda desta noite.
Acenamos  e fomos cada um para seu destino. Corri ao lado de meu marido sem dizer nada, suas expressões eram de vergonha e pesar.

---- na casa ----
-Vou precisar colocar sua perna no lugar, vai doer um pouco.
Senti um forte tranco em minha perna e todos ouviram o estalo. Esme parecia chorar ao olhar para mim. Acho que minhas expressões não estavam muito boas naquela hora. Senti toda a dor causada por meu osso em meus músculos e nervos ao ser colocado de volta em seu local de origem, segurei o choro e o grito que se fazia presente em minha garganta de forma tão insistente. Apertei minha mandíbula o mais forte que pude e segurei a respiração. Soprei o ar com forca quando a dor chegou ao fim. Meu braço estava em melhores condições e só precisou de alguns pontos, minha cabeça recebeu uma bolsa de gelo e logo eu estava no sofá novamente.
-Me desculpe. Eu não queria machucá-la.
-Não se preocupe com isso, agradeço sua atenção para comigo. Não teria conseguido me desviar a tempo e com certeza ele teria causado estrago maior.
-Querida, sentimos tanto. Edward não é violento, mas quando você trouxe a tona sua relações do passado e uma pessoa em particular, acho que ele se descontrolou. –Esme parecia em prantos novamente -.
-Sim. Percebi sua reação aversiva aquele homem. Ele disse que se chamava Aro...
-Agora é nossa vez de lhe contarmos uma historia...
Estas palavras chamaram a atenção de todos. A jovem que eu vi antes com minha Irma e a qual conheci como minha sobrinha agora vinha em minha direção e se colocou a meu lado no sofá. Sua aura era tranqüila e me passou muita segurança. Ela então me contar a historia de sua vida. Começou com o relacionamento conturbado de seus pais, o casamento e a lua de mel, passou para o seu nascimento e a paz que surgiu da união de duas famílias inimigas e então os momentos felizes. Tanto Esme quanto Rosalie queriam muito ser mãe e seu nascimento trouxe uma felicidade esquecida ao coração de ambas assim como possibilidades. Os Volturi, uma família real entre uma raça de condenados, toda a agitação que causaram naquela família e o medo que eles ainda tinham do retorno deles era quase palpável, quanto forte eles poderiam ser!
A relação de um transformado com uma meia vampira foi o que mais chamou minha atenção. Era um amor tão puro, assim como o amor de todos os casais da casa, cada um a sua maneira não conseguiriam viver sem seus parceiros. Senti inveja desta relação, mas fiquei feliz em saber que a mudança ocorrida no destino de minha Irma foi mais feliz do que eu jamais imaginaria. Ela pós um fim na maldição, gerou uma criança pura e teria todo o tempo do mundo para viver seu amor imortal. Sorri com meus pensamentos ao mesmo tempo em que tentei inibir um bocejo. 
-Você deve estar cansada, suas necessidades ainda são humanas, não são?
-Sim Alice, mesmo sendo imortal, de uma maneira diferente de vocês, ainda preciso descansar e comer.
-Bom, então venha. Você passara o dia no meu quarto, já que não posso dizer a noite, pois estamos no meio da manha. E então um largo sorriso se abriu em seu delicado rosto de fada e eu não resisti, concordei com a oferta e a segui pelas escadas.
Alice me deu algumas roupas leves para troca e me levou para dentro de seu enorme banheiro. Quando tirei minhas roupas ela entrou em choque e percebi que olhava a tatuagem de minhas costas.
-Nossa, que linda. O desenho é tão perfeito, parece que ela ira saltar em minha direção a qualquer momento.
Uma pantera negra tomava toda a extensão das minhas costas, seu rabo seguia pela linha do meu ventre e se perdia pela parte interna da minha coxa direita enquanto que sua cabeça descansava em meu ombro esquerdo. Seus olhos tinham um tom âmbar que pareciam brilhar em meio aos tons negros de sua pelagem.
-É uma pantera negra, ou se preferir um leopardo negro. Eu resolvi fazer a tatuagem para simbolizar a minha forma animal. Nem tudo o que se vê em filmes é mentira, uma bruxa pode sim se transformar em um animal se desejar, mas não em gatos ou pássaros, devemos levar em consideração o tamanho de seu corpo e sua capacidade de transmutação. Nem toda bruxa ou feiticeiro tem este poder, são necessários anos de pratica e estudo, o bom é que eu tive ambos.
Ambas sorrimos e o olhar de Alice era curioso e seguia o contorno do desenho pelo meu corpo. Deveria estar imaginando como isso funcionava. Achei que ela já deveria estar acostumada com isso já que há um outro com este poder na família, mas então sua voz de sino rompeu com minha linha de pensamento.
-Bom, eu já vou. Você precisa dormir, esta com uma cara horrível, mas mais tarde você vai ter que me mostra isso e apontou para a tatuagem.
Ambas sorrimos novamente e após breves acenos de cabeça ela partiu.
---- na sala ----
-Alice, ela também pode se transformar?
-Sim, foi o que ela disse. Eu não sei como ela faz, mas a tatuagem em seu corpo é linda. O animal parece realmente estar vivo e é enorme.
-Há. Será que ela também voa em vassouras e tem um caldeirão escondido naquele carro velho?
-Emmett. Não se atreva a perguntar isso para ela. Ela é nossa convidada.
-Não me diga que não esta curiosa também?
-Rose. - a apreensão se fez ouvir em suas palavras - . Bom, na verdade estou sim. Ela parece ser tão delicada e depois do que aconteceu na sala, seus machucados...ela parece frágil de mais...Carlisle é possível?
-Eu não sei. Só conhecia a historia dos lobos. Conheci o poder de alguns bruxos e feiticeiros, eu cacei alguns deles junto a meu pai no passado, mas nunca vi mais do que poções e pequenos truques. Devo dizer que estou muito curioso com esta garota.
-Vou ficar na biblioteca, pesquisando a época em que ela viveu. Vejamos se algo pode ser confirmado.
-Vou com você Carlisle.
Jasper e Carlisle subiram para a biblioteca enquanto Alice, Rose e Esme conversavam sobre as ações da jovem e sua historia. Emmett voltou a assistir um jogo de beisebol na televisão e não se prendeu as palavras de nenhum grupo.
---na floresta---
Após caçarmos alguns cervos encontramos um leão da montanha próximos as montanhas. Estávamos já no Canadá, minha mente não parava um segundo, eram perguntas sem respostas, imagens distorcidas e lembranças que antes não estavam ali.
-Em que esta pensando meu amor?
Como não sabia como responder a esta pergunta apenas lhe mostrei minha mente conturbada.
-Estamos na mesma situação então. Durante a conversa de vocês na sala, ela me mostrou outra parte de sua historia. A parte que ela estava contando havia me mostrado no beco, mas ela não chegou a me mostrar a figura homem. Na casa ela me mostrou flexes de sua vida, locais que passou, diferentes países e pessoas com as quais conviveu.
-Sua vida teve mais momentos tristes e cheios de dor do que felicidades. Sua pouca idade não lhe permitia ficar por muito tempo em um lugar só. Ela quase foi pega por religiosos que caçavam bruxas enquanto estava na Europa. Passou tempos tempestuosos na Asia e só encontrou algum conforto na America continente em que esta a mais ou menos 50 anos.
-Algumas imagens estavam sem foco, como se ela estivesse correndo muito rápido pelo interior de uma floresta. Não consigo encaixar todos os fatos...
-Devo me desculpar com ela quando voltarmos. Foi imperdoável o que eu fiz. Ela me deu acesso livre a sua mente, me permitiu invadir todas as suas lembranças. A mente dela consegue ser mais protegida que a sua, mesmo que não aja um escudo para auxiliá-la, mas ela baixou toda sua guarda para que eu confia-se nela e eu a ataquei.
-Quando voltarmos meu amor...-eu disse a frase da forma mais terna possível -
Apertei mais forte minha cabeça em seu colo e me perdi novamente em pensamentos.
-Você esta bem?
-Na verdade não. Eu não sei se minha vida vale tanto. Ela perdeu a chance se ser uma pessoa normal, de continuar sua vida junto a seus pais para se embrenhar em uma busca tortuosa, mas qual o objetivo disso? Acredito que seu amor seja incondicional e tenho medo de não estar a altura de retribuí-lo.
Levantei-me de seu colo e ajoelhei em frente a ele.
-E se eu não a amar da mesma forma, se nunca conseguir vê-la como ela me vê?
-Não se preocupe com isso, ela não espera que você a ame da mesma forma. Não sei ainda o que ela quer de nós, de você na verdade...
-Devemos voltar para casa agora, já estamos a um dia ausentes, os outros devem estar preocupados.


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