Anala - Uma Nova Cullen escrita por dentedeleão


Capítulo 3
Capítulo 3




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Historia de vida

Parei em frente à Carlisle e vi em seus olhos a bondade que havia visto a muitos anos atrás em uma queda d`agua, um tempo tão distante que achei ser impossível ter uma visão sobre alguém que ainda não existia, aquela vida estava tão certa que nada poderia te-la escrita de outra forma.

-Obrigada por me receber em sua casa Carlisle e por me permitir conhecer sua família.

-Claro criança, entre.

Esme estava ao lado de Carlisle em frente a porte e apenas lançou um olhar especulativo para Edward, o mesmo olhar se via no rosto de Carlisle, mas Edward apenas arqueou uma de suas sobrancelhas e continuou a caminhar para dentro da casa.

A casa estava silenciosa. Esme olhava a jovem com compaixão, Emmett estava curioso assim como Rosalei, mas esta estava também com inveja da beleza simples que se observava na garota. Jasper estava de forma protetora ao lado de uma Alice saltitante. Ainda não compreendia toda aquela animação.

-Por que Alice esta tão feliz Edward? Abaixei meu escudo e pensei a frase de forma que ninguém mais percebesse minha curiosidade sobre o fato.

Edward sabendo que a curiosidade não estava apenas em meus pensamentos disse em direção a todos.

-Alice, ainda é muito cedo para pensar em compras, mas acredito que você tenha encontrado um par perfeito para suas excursões a Paris.

Pela primeira vez em minutos ouvimos a voz de Anala ressoar pela sala.

-Paris! Adoro Paris. Estilistas, tecidos, cores. As duas se encontraram em um abraço no meio da sala e começaram a dar pulinhos. Ninguém agüentou ver a cena, nem Jasper que estava preocupado com sua parceira conseguiu segurar o riso.

-É irmãzinha, um lado da família tinha que ter bom gosto. Emmett cutucou meu braço enquanto se sentava de forma esparramada no sofá ao lado de Rose.

-Vejo que não teremos problemas em ter uma humana em casa novamente. Mas algo esta me intrigando criança. Seu cheiro é diferente, escuto seu coração bater, vejo o sangue passar por suas veias, mas não o desejo!

-Sim Carlisle. Meu sangue não é humano, assim como eu também não sou mais. Eu vou explicar, terei que voltar alguns anos no tempo, mas espero que tenham paciência em ouvir a historia de uma idosa.

Todos nos sentamos na sala principal. Jasper e Alice estavam junto a Emmett e Rosalie no sofá grande. Jacob e Nessie estavam próximos ao piano em uma chasee, Carlisle e Esme estavam junto a Alana em um sofá de frente aos outros e eu estava no colo de Edward em uma poltrona.

-Tenha o tempo que precisar. Disse Carlisle em sua forma mais paterna.

Meu sangue é diferente assim como meu corpo. Assim como vocês vampiros, conhecidos como imortais da noite, eu também sou imortal. No meu caso é mais como uma maldição de família. Há mais ou menos mil anos uma jovem nômade se apaixonou por um camponês, ambos viviam na Borgonha e o local estava passando por mudanças religiosas. A feitiçaria ou bruxaria não era algo proibido, mas também não era visto com bons olhos. A nômade de nome Ingel, minha mãe, encontrou o amor de sua vida assim que o viu no meio da floresta e sua paixão foi correspondida de forma copiosa..meu pai lutou contra sua família para viver um amor proibido. Ele aceitou a historia de minha mãe, seu passado e suas crenças, assim como aceitou minha tia Calina, Irma gêmea de minha mãe.

Calina não passou muito tempo com o casal, a separação era muito difícil para ambas, mas minha tia sabia que minha mãe precisaria viver sozinha e desfrutar de seu companheiro sem maiores contratempos. Minha tida havia herdado o sangue bruxo e as maldiçoes que envolviam tal poder, nunca envelhecer, nunca amar e ser eternamente bela. Muitas mulheres desejam a eterna beleza, mas não sabem as reais conseqüências que vem atreladas a este desejo. Por onde passava minha tia provocava a discórdia entre casais, brigas e mortes. A luta para estar perto dela beirava a loucura e foi por esta razão que ela e minha mãe viviam isoladas.

Ingel não era tão bela e também não carregava a maldição ou os poderes. Em nossa família sempre foi assim, a cada geração duas crianças nasciam, sempre duas mulheres. Uma seria a portadora do livro negro, enquanto a outra carregaria as sementes da vida. Dez anos se passaram e as irmãs mesmo vivendo separadas se encontravam em diferentes partes do país e permaneciam por curtos  períodos juntas. Nenhuma criança havia nascido da união de meus pais. Minha mãe acreditava que por ter alterado a linha de vida de minha família ao nascer junto com minha Irma, ambas morreriam sem herdeiros.  Calina não acreditava nela, acreditava que haviam sim mudado o destino e que finalmente a maldição teria fim, sua teoria foi confirmada na primavera, quando Nadja, ou se preferirem Bella, nasceu.

Minha tia voltou a viver com meus pais para auxiliar nos cuidados da criança. Minha mãe estava com 25 anos quando a criança nasceu e esta era uma idade perigosa na época. Não haviam cuidados médicos ou sanitários adequados. A peste e as doenças matavam mais que as próprias guerras. Calina confirmou a teoria de minha mãe ao perceber que a criança não carregava o sangue amaldiçoado em suas veias. Todos viviam muito bem desde então. Minha tia começou a envelhecer, ainda que de forma mais lenta que um humano, mas estava acontecendo, sua vida teria um fim assim como a de sua família e este era um motivo de comemoração.

Mais dez anos se passaram e uma grande surpresa alegrou novamente a família, durante o inverno eu nasci. Foi um parto muito complicado e quase levou minha mãe a morte. Mais uma menina havia nascido na família, minha tia apresentou o novo ser aos elementos da terra, do ar, da água e do vento, assim como havia feito a dez anos atrás. Durante a lua cheia, em meu primeiro dia de vida, ela me apresentou a Lua e o medo retornou a minha casa. Eu carregava o sangue impuro, carregava o poder da bruxa e este poder era superior ao de minha tia. Eu nasci com a desgraca em meu sangue, mas no momento em que conheci minha Irma, que ela me tomou nos braços e derramou uma lagrima de felicidade em meu corpo a desgraca se tornou forca e a maldição uma bênção.

A família agora estava completa, éramos cinco errantes pelo mundo. Nossa felicidade não tinha tamanho. Meus pais agradeciam aos céus pelas bênçãos, minha tia nos ensinava sobre o poder da natureza, das pedras e das ervas. Nós, como irmãs, éramos como uma coisa só, sempre juntas, sorrindo. Nossa diferença de idade quase não era percebida tamanha nossa união. Nossos poderes também se mostravam grandiosos. Calina havia se enganado, Nadja  (Bella) tinha o poder da proteção em seu sangue e eu o poder da transformação, como o ar e o fogo nos controlávamos os elementos da terra e tirávamos dela nosso alimento. A mãe terra nos dava o de comer e o espírito da terra nos traziam a carne. Não precisávamos caçar, os animais, em sua época de maior fartura seguiam ate nossa caverna e suas almas eram levadas aos céus deixando para traz seu corpo como alimento.

Meu pai sabia dos riscos que corríamos se alguém visse como vivíamos e então estávamos sempre caminhando em direção a alguma outra floresta. Nossos poderes cresciam a cada dia, ao toque de Nadja  (Bella) as plantas cresciam fortes, ao meu toque a terra infértil se transformava. Quando nos duas estávamos juntas conversávamos com os seres da floresta e com as almas livres, a liberdade de nossas almas era única, assim como nossa felicidade. O tempo passava e não sentíamos as mudanças, as doenças não alcançavam minha família, aprendemos a cuidar do corpo e respeitar a natureza com os animais que estavam a nossa volta, nada nos faltava, tudo era perfeito... até que ele apareceu.

Estávamos vivendo na Franca, em uma gruta ao norte próximo ao rio e a água corrente também chamou a atenção de outras pessoas levando-as a se instalarem próximo a nos. Um sabia da existência do outro e passamos a conviver com outros jovens. Minha tia foi contra esta união, mas meus pais queriam nos dar a chance de conhecer outras pessoas, culturas e possibilidades. Fomos recebidas com apreensão, mas nossos alimentos e as peles levadas ao mercado para venda mudaram rapidamente a forma de recepção. Não precisávamos de dinheiro, mas esta foi a forma mais segura que encontramos de nos unir aquelas pessoas.

Havia um estranho homem entre eles, não o víamos com freqüência. Seus olhos tinham a cor de um rubi e sua pele era muito branca. Ele se apaixonou por Nadja  (Bella), mas não foi correspondido. Minha Irma sentia em seu coração que aquele não era seu amor verdadeiro e espera que assim como nossa mãe, seu amor tivesse os olhos dourados e uma alma pura que faria seu corpo tremer ao primeiro olhar. Este homem de aparência estranha não nós disse seu nome, apenas aceitou o fato de não ser mais que um amigo, pouco nos falávamos (apesar do idioma ser diferente e tentarmos aprender cada dia mais com os camponeses, nossas línguas nos separavam) foram só três pequenos encontros e um que se prolongou ate o anoitecer. Este encontro foi a nossa desgraca.

 Caminhava-mos tranquilamente para casa, a noite não era perigosa para nós, até os animais mais temidos nós eram confiáveis e este foi nosso maior erro, cansadas de caminhar, (ainda tínhamos cinco quilômetros a percorrer até nossa nova casa) decidimos ir montadas em um jovem urso pardo que por ali caçava.

-Vamos pedir a sua permissão, vai ser divertido. (risos)Com certeza, depois dessa, nosso pai tem um ataque.

-Não Anala, é errado. Vamos voltar a caminhar, logo estaremos em casa.

-Ahhhh, deixa vai. Você também gosta. Um biquinho se fez em seu rosto e eu não resisti.

-Vamos pedir, se ele aceitar tudo bem.

-Obaaaaaaaaaaa.

Estávamos as duas nas costas do enorme uso. Seu pelo era sedoso e seus passos leves, estávamos próximas de casa quando o mesmo parou e nos derrubou de suas costas se colocando em posição de ataque. Um jovem rapaz saiu por entre as arvores e disparou em ataque ao urso.

-Não. Você não pode machucá-lo.

Nadja (Bella) se colocou na frente do urso, seu corpo ficou entre a lança e a enorme pata marrom. Uma rajada de vento soprou forte e lançou o homem a vários metros de distancia. Outros apareceram entre as arvores e correram em direção ao homem caído.

-Suba no urso agora. Corra Anala, vá para casa, avise Calina.

-Corra agora.

Minha Irma deu a ordem e o urso partiu em direção a gruta me carregando em suas costas, ao longe eu só consegui ouvir um agudo grito de dor.

-Eles a pegaram tia. Eles vão mata-la. Foi tudo culpa minha....eu tive a idéia.....

Não conseguia mais falar, as lagrimas e os soluços não paravam. Minha mãe estava em desespero e meu pai preparava um bastão para sair em direção a floresta.

-Não Heike, já é tarde. Ela fez sua escolha. Se não quiser perder sua mulher e filha precisamos partir agora.

-Calina, você esta falando da minha filha. Nadja não vai morrer na mão daqueles impuros.

-Desculpe Heike, eu também estou triste com este fato, mas não temos forcas. Se , formos para a cidades, todos morreremos. Se partimos agora você terá viva sua mulher e filha, Anala precisa de você, de sua forca, de sua coragem.

Nada mais foi dito, todos estavam abraçados em frente a gruta. Para onde seguir agora, como fugir daquele inferno que tornava turva nossa noite?

-Eu vou a cidade. Preciso ver minha Irma. Ela não esta morta, eu sinto seu coração.

-Anala, você não pode.

Neste instante o corpo da pequena criança com agora 8 anos se transformou em chamas, seu corpo estava envolto em fogo e não queimava, sua ira foi exposta e seu poder levado ao limite.

-Heike, leve Ingel para dentro agora. Os gritos autoritários de minha tia o tirou de seu transe e ele fez o que ela mandou.

-Anala se acalme, concentre o fogo em seu coração. Se acalme pequena. Te deixarei ir a sua Irma, mas você precisa controlar o seu dom. Concentre o fogo em seu coração.....em seu coração.....respire criança....

Os minutos foram se passando e em minha mente as palavras de minha tia se repetiam até que as chamas diminuíram.

-Tome querida, use este anel.

O anal era pequeno e tinha uma argola de ouro, no centro uma grande pedra azul refletia sob a luz da lua.

-Querida, esta pedra, a Lápis Lazúli, vai te ajudar a guiar seu dom, controlar sua raiva e protegê-la quando necessário. Grandes poderes estão reservado a você minha jovem. Lamento não ter percebi antes, sua Irma não estaria em risco se eu tivesse sido mais atenta. Agora vá, vá a cidade e veja o que precisa ser visto e depois volte para nós, estaremos te esperando na gruta.

Eu fui a cidade e vi minha Irma ser queimada na fogueira como uma bruxa. A punição foi dada ao membro errado da família, a dor dela deveria ser a minha. Eu deveria ter morrido em seu lugar. Ao invés de morrer eu quis matar. Meu corpo ao sentir o de minha Irma morto queimou em brasas novamente, eu destrui tudo o que estava na minha frente, matei a todos, queimei todas as casas e segui com os restos de minha Irma até a gruta.

-Não, minha filha não. Nadja (Bella) acorda filha, levanta.

Os prantos de meus pais fizeram com que toda a floresta compartilhasse de sua dor. Uma chuva fina começou a cair e assim passamos a noite em luto pela morte de um ser puro. A manha veio como um sinal de morte, os raios agora vermelhos do sol invadiam a gruta como nunca fizeram antes e manchavam o corpo de minha Irma já desfalecido no chão de pedra. Os gritos eram ouvidos de longe, muitos homens estavam a nossa procura, vieram matar minha família. A aldeia próxima deve ter visto o fogo. Agora todos iríamos compartilhar do céu de minha Irma.

-Calina, o que esta fazendo. Pare já com isso. Nossas almas estão condenadas, o mal esta feito.

-Não Ingel, ainda há uma esperança. Sim , nós vamos morrer, mas suas filhas não.

Não entendi mais nada do que minha tia dizia, eu só prestei atenção nas suas ultimas palavras ‘’suas filhas não’’. Nadja (Bella) iria viver, eu faria qualquer coisa para te-la comigo novamente.

Em meio a um circulo em volta do corpo de minha Irma, minha tia cortou sua palma e fez o mesmo com a de meu pai e minha mãe. O sangue foi misturado em um cálice de pedra branca, ouro branco, o ouro dos alquimistas. O sangue de minha Irma também foi misturado e minha tia repetia um mantra em uma língua desconhecida para mim.

-Seu sangue, meu sangue. Sua vida, minha vida. Selo sua alma com a minha para que sua reencarnação aconteça. A eternidade cobrira o corpo de sua Irma. O que foi dois hoje é um, e novamente será dois. Estas almas buscaram a cura do mal e o fim da maldição. Suas almas unidas protegeram o ser hibrido para o inicio de uma nova era.

-Com este sangue eu selo sua alma.

-Anala beba, beba do nosso sangue.

Eu fiz o que me foi mandado sem perceber, meu corpo já não estava em sintonia com minha alma.

-Agora Anala, corte seu pulso com esta adaga.

E eu também o fiz, mas dispertei pela dor.

-seu sangue, sua vida. O sangue da Irma para a vida da que jas morta. Seu sangue, sua vida.

O mantra se repetia, as palavras jorravam da boca de minha tia, ate que aqueles homens entraram na gruta.

-Queime Anala, queime.

E eu queimei. Matei minha família e aqueles que me perseguiam.

Quando despertei, dentro da gruta só havia cinzas e um livro. O livro de minha tia Calina estava intacto. Em sua capa um nome foi escrito e então sumiu. Meu nome foi escrito na capa, agora seus poderes seriam meus, seu conhecimento e sua língua fariam parte de minha mente.

Eu parti sem rumo e nas cachoeiras onde passei a me esconder eu via meu futuro. Eu vi o homem de olhos rubi sentindo dor, mas ele não chorava. Eu vi você Carlisle, antes mesmo de nascer e sabia que deveria acha-lo e eu vi Nadja (Bella) em sua próxima reencarnação e então entendi...para salvar minha alma eu precisaria salvar a dela, teria que encontra-la.

Eu busquei por minha Irma por todos estes anos. Por mais de 900 anos eu vivi para encontra-la. Os olhos dourados me salvaram nesta noite.

Todos estavam calados, suas expressões iam de pena e tristeza a uma felicidade tímida. Não havia felicidade em minha historia, mas eles compartilhavam de minha dor e felicidade.

Uma lufada de ar passou sobre nos seguindo as escadas e retornou com algo em suas mãos. Edward segurava um quadro, um antigo retrato da biblioteca de Carlisle. Era a imagem dele junto aos Vulturis.

-Este era o homem de sua visão?

-Sim. Este é o homem de meu passado.

-Aro se apaixonou pela sua Irma. Aro Vulturi é apaixonado por Bella?

A angustia e ódio de sua afirmação estava refletida na face de todos.

-OHHHHHHHHHHHHHHHH. Foi só o que aquela afirmação tirou de mim.


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