Estava uma noite agradável, a brisa era fresca e batia contra nosso corpos quentes provocando uma sensação gostosa. Corríamos por toda a extensão de Forks, eu e meu marido, é tão bom falar isso, não me canso nunca de olhar para a aliança em meu dedo, suspirava sempre ao lembrar que eu e Seth agora eramos um só, estávamos casados a 4 meses e era como se ainda vivêssemos nossa lua-de-mel.

Nosso casamento foi incrível e bem simples. Alice quase teve um infarto quando lhe contei o que queria, mas ela acabou cedendo e eu ganhei a admiração de todos por ter convencido Alice a seguir meus desejos. Acredito que ela só tenha cedido, pois teve uma visão do futuro e nela a cerimônia estava perfeita.

Foi tudo realmente bem simples, o altar foi colocado o mais próximo possível da nossa cachoeira particular, os convidados estavam dispostos em fileiras de cadeira forradas com tecido de cetim lilás e a margem do lago que se formava pela cachoeira tochas altas com chamas em sua ponta auxiliavam com a iluminação. Marcamos a cerimônia ao final da tarde, na hora do crepúsculo e a celebração foi realizada por Billy - ele tirou a licenca pela internet só para nós fazer feliz-.

Meus cabelos estavam soltos e meu buque foi feito com folhagem verde e flores de orquídea em tons de rosa e lilás. Seth estava lindo me esperando no altar em seu terno de tecido leve e cor branca. Ao andar pelo corredor feito pelos convidados em direção ao altar eu só conseguia pensar que aquele deus grego era meu e seria para sempre já que a morte não nós separaria.

Minha irmã nos surpreendeu com a viagem de lua de mel como presente. Foram 7 dias em uma praia particular em Cancun, todos os dias foram de sol e brisas quentes vindas dos trópicos. Aproveitamos ao Maximo nossa privacidade naquela praia incrível de águas quentes e transparentes, conhecemos também alguns pontos turísticos da região e nos amamos sob o sol quente das tarde e a chuva fina que caia na noite, a areia fina da praia não incomodava nossos corpos.

Voltamos desejando refazer a viagem em outra oportunidade. Já em casa nossa realidade era bem diferente da calmaria dos últimos dias, ser madrinha de dois lobinhos ocupava boa parte do meu tempo e também me deixava triste, me  doía saber que aquele cretino tinha me tirado isso também, eu jamais poderia dar a Seth a felicidade de cuidar de um filho seu.

Depois do dia em que renasci decidi contar tudo a Seth, claro que não contei tudo em um dia porque a historia é longa, mas contei tudo sobre Ícaro, os meses que passei cativa de sua ira e também o que aconteceu para que eu não pudesse mais ter filhos. O ódio dele só aumentou em relação a Ícaro e a única coisa que o aplacava era saber que o mesmo estava morto e suas cinzas serviam de alimento aos peixes.

Agora, como uma verdadeira senhora Clearwater eu ajudava meu marido nas rondas. Não fazíamos isso com tanta freqüência, mas um vampiro havia se aproximado dos limites da  cidade e ficamos todos em alerta. O vampiro ‘’visitante’’ não nos causava problemas e não se alimentava na região, como também não se aproximou dos Cullen. Carlisle achava estranho esta atitude, como sentíamos sua presença ele também deveria sentir a nossa e como não se aproximou deixamos as coisas assim.

Nenhum dos outros lobos gostavam de fazer as rondas noturnas, perder uma boa noite de sono e ficar longe da família não era um bom atrativo, mas eu e Seth amávamos aquela  liberdade e o silencio da noite. Aquela noite em especial esta diferente, os animais noturnos estavam silenciosos e a floresta parecia estranhamente calma.

Seguimos mais ao norte ate ouvirmos um grito de agonia vindo do meio da floresta. Forçamos nossa corrida em direção ao som ate encontrarmos uma mulher envolta por folhas secas e musgo, ela parecia se contorcer de dor e estava sozinha. Me transformei indo em sua direção enquanto Seth verificava o perímetro.

-Há ouvi gritar. A senhora esta bem? – me aproximei bem devagar para não assustá-la. – Fique tranqüila, estou aqui para ajudá-la, não vou lhe fazer mal.

A mulher estava assustada e parecia sentir muita dor. Mesmo com seu rosto distorcido pela agonia pude ver que era uma mulher jovem e muito bonita. Seus cabelos eram pretos e sedosos e os olhos de um tom escuro de azul que contrastava docemente com sua pele branca. Seu olhar se perdeu por alguns  segundos e sua mão foi ate sua barriga. O grande volume existente ali me alertou, ela estava grávida e prestes a dar a luz.

Seth voltou em sua forma humana após verificar que não havia mais ninguém próximo ao local.

-Seth precisamos leva-la daqui. Ela esta grávida, o bebe não pode nascer aqui.

-Não, não, não. – Ela repetia sua negação em desespero e o sangue fugiu de sua face.
Ouvimos o som de sua pele se rasgando e seu corpo convulsionou violentamente.-

De seu ventre coberto de sangue um bebe escorregava e buscava pelos braços de sua mãe. A mulher já sem forcas passou os dedos trêmulos sobre sua face e sorriu.

-O que é?

Entendendo sua pergunta, segurei a bebe nos braços e lhe disse.

-Uma menina.

-Sua menina. Luna. Cuide bem de minha filha, ela agora é sua.

Sem forcas para dizer mais nada a mulher descansou os braços sobre o ventre e inspirou pela ultima vez.

-Ela morreu Nala. – Seth estava nervosos com toda aquela situação, o pai da criança poderia estar perto e sabíamos que aquela não era uma criança normal –

-Seth, ela esta só, ele sabia o que estava fazendo. Vai querer o bebe. – eu também estava nervosa, o vampiro ainda estava na cidade, o que faríamos agora?-

O bebe ria em meus braços, suas covinhas eram encantadoras e não resisti retribuindo seu sorriso.

-Luna. – disse seu nome em êxtase –

-Mamae.

Eu gelei no mesmo minuto, o bebe havia nascido a minutos e me chamou de mamãe. Acho que estava louca com toda aquela situação.

-Sim minha querida, sua mãe.

A voz era grossa e muito sensual, olhamos na direção do som e vimos o vampiro visitante. Seu cheiro estava camuflado de alguma forma e ele não parecia querer nos fazer mal.

-Eu amava esta mulher e não sabia que nosso relacionamento poderia provocar isso – ele apontou para a criança em meus braços – Eu não a quero, o que eu desejava esta morto e não posso fazer mais nada. Faca o que quiser com a criança, não voltarei mais a esta cidade.

Ele manteve o tom frio em sua voz durante toda nossa conversa, ou melhor, durante sua explicação, quando terminou não nós deu tempo de explicar ou questionar nada, simplesmente sumiu em direção a floresta carregando a mulher em seus braços.

-Seth, nos ficaremos com a criança?

Seth se aproximou de mim e pegou a pequena nos braços.

-Sim meu amor. Ficaremos com esta pequena – tocou em seu nariz a fazendo rir expondo seus dentinhos brancos e brilhantes- Luna agora é nossa filha e a criaremos com muito amor.

Nos três nos abraçamos, a pequena em meio a nossos corpos quentes. Agora nossa família estava realmente completa.