Anjo Caliel

Já estava amanhecendo e me vi de pé, já pronta esperando apenas Seth se levantar para me despedir e ir a reserva. Eu iria sozinha desta vez, Nessie estava grande de mais para me acompanhar e acabamos combinando de nos encontrar a noite para preparar o chá de bebe. Alice convidou alguns amigos de Forks, da reserva e também alguns vampiros que eu não conhecia, mas que faziam parte de suas vidas e lhes tinha grande apreço.

Finalmente eu iria conhecer uma parte da família Denali. Kate, Garrett, Carmem e Eleazar haviam confirmado, assim como Zafrina, Benjamim e sua companheira Tia. Minha Irma acha que Benjamim ira me ajudar bastante em meus treinos, ela só esquece que não preciso treinar o corpo e sim minha mente e nisso Jasper esta me ajudando como ninguém.

-Já de pé amor?

Seth se virou na cama ainda esfregando os olhos. Seu corpo quase nu sob os lençóis me tirava o chão. Nunca me acostumaria com tamanha perfeição. Meus olhos de cobiça chegaram aos seus e ele ria ao mesmo tempo que dava tapinhas na cama me chamando para deitar ao seu lado.

-Ai, não posso Seth. Se eu voltar para cama não saiu mais. Vamos, eu quero ir na reserva. –Fiz biquinho e pisquei buscando compreensão. Ele se derreteu todo e foi tomar um banho rápido para sairmos.

Não demoramos a chegar na reserva e mesmo antes que o carro parasse eu já havia saltado e corria em direção a casa de Billy.

-Me liga quando quiser ir para casa, eu venho te pegar. –Seth precisou gritar para que eu ouvisse, já estava a alguns metros de distancia e ainda corria, minha resposta a ele foi um aceno com a mao sem nem olhar para trás.

Chegando a porta da casa vi que Billy já me esperava com os braços abertos.

-Pai. –Gritei e pulei em seu colo. Se ele não estivesse em sua cadeira com certeza o teria derrubado.

-Minha filha, que saudades. Não sabe como é bom ouvir você me chamando assim. –Billy afagava meus cabelos e me conduziu para dentro da casa.

-Humm. Que cheiro maravilhoso. O que é?

-Não consegue distinguir os cheiros? - piscou para mim -

-Torta de amoras, calda de morango e ...hum.....cerejas. Ah, você lembrou? –Meus olhos estavam molhados.

-Como ia esquecer da torta predileta de minha filha! –Seu sorriso era zombeteiro –

Fomos a cozinha e logo me servi de torta e calda. Ainda estava quente o que a deixava mais maravilhosa
ainda. Eu comi sem cerimônia enquanto Billy sorria me vendo tão feliz.

-Você e Seth estão bem?

-Sim. Eu o amo mais do que posso imaginar. Ele tem visto coisas estranhas acontecendo comigo, mas nem por isso se afastou. Ele é muito especial para mim pai.

-Que bom filha.

-Pai, você saber chegar a clareira onde ele esta construindo nossa casa? – Disse como se não fosse nada de mais, mostrei-me despreocupada, mas por dentro roia as unhas.

(risos) – Claro que sei querida, todos aqui sabem e estão ajudando...mas ninguém ira lhe contar. – a risada de Billy só fazia crescer.

-Não é justo. – bati o PE como uma criança birrenta – Eu quero participar?

-Não posso contar, eu prometi. – Ele deu de ombros e mudou logo de assunto.

-Você já decidiu o que quer fazer querida? – suas sobrancelhas estavam arqueadas.-

-Sim pai, vou quebrar o feitiço depois do nascimento do bebe. Eu já me sinto mais preparada e quero acabar logo com isso.

-Não concordo com você e você sabe disso, mas se precisa ser feito vou te ajudar.

Clima ficou tenso por poucos segundos e então ouvimos a porta da frente bater com forca.

-Tia Nala. – Samy entrou correndo pela casa gritando meu nome. Ao me ver pulou em meus braços e me deu um beijo.

-Tava com saudades tia. Você veio a reserva e nem passou lá em casa. Eu vim correndo para você não ter como fugir de mim.

-Ah bobinho....eu vim te ver também. Só parei para conversar um pouco com Billy. Não resisto a você Piccolo* (pequeno em italiano).

Comecei a fazer cócegas em sua barriga e dar beijos melados em seu rosto.

-Para tia. Ta me sujando com a calda.

-Assim você fica mais doce para mim. Só precisa engordar mais um pouquinho que depois te coloco no meu caldeirão. – falei sorrindo tentando fazer cara de bruxa má -

-Vai ter que me pegar primeiro.

Samy se desvencilhou de meus braços e correu para a floresta. Não resisti a brincadeira e corri em sua direção. Ele era apenas uma criança, mas corria já como um lobo. Acabamos nos atirando em um amontoado de samambaias úmidas buscando fôlego e riamos sem parar.

-Esta cansado pequeno?

-Um pouco. – nossas respirações estavam mais rápidas, os movimentos do peito em busca de ar eram visíveis e mesmo mortos de tanto correr o sorriso era imenso em nossos rostos.

-Vem, eu te levo de volta. Vamos comer algo e continuar brincando.

Samy levantou em um salto e imaginou que eu o levaria no colo já foi estendendo os braços.

-Nada disso, você já é grandinho, vai andar o caminho de volta.

Seu biquinho foi apaixonante.

-To cansado tia.

-Não me importa – pisquei em sua direção – você vai andando... mas eu não disse que seus pés vão tocar o chão.

Eu o levantei no ar e comecei a andar. Seus pés flutuavam pelo terreno e desviavam de galhos ou poças como se estivesse realmente andando. Ele brincava e pulava em direção as arvores ate que chegamos ao quintal de Billy. Comemos rápido e já saímos novamente. Brincamos com bola, água e de pega-pega. Parece infantil, mas eu me soltava com ele.

-Minha baba voltou. Ah Anala, não sabe como estou feliz por ter algumas horinhas de paz.

Emily caminhava tranquilamente em nossa direção e tinha em suas mãos uma muda de roupas limpas para Samy. Foi só neste momento que percebi o quanto estávamos sujos.

-Mamãe – Samy correu para abraçá-la – posso dormir na casa da tia?

Emily me olhou como quem busca a resposta certa.

-Emily, eu não me incomodo nem um pouco, adoro este lobinho – passei a mao em seus cabelos os bagunçando – e com isso você terá a oportunidade de namorar um pouquinho.

-Ecca. – Samy não gostou da idéia e muito menos dos beijos que dei em seu rosto já com ele em meu colo.-

-Bom, se você prometer se comportar não há problemas. Pego você na noite de domingo após o chá de bebe. Agora filho, vá tomar um banho e vista estas roupas, vou para casa fazer sua bolsa e já volto.

-Billy, eu vou dormir com a tia na casa dos vampiros. – Samy já corria para dentro da casa dando a noticia a Billy. Estava todo empolgado com a idéia. –

Ficamos na sala conversando enquanto Emily ainda não voltava. Samy tomou seu banho e adormeceu em meus braços. Tivemos uma tarde bem agitada e seu sono veio sem piedade.

-É lindo te ver assim criança. Tão feliz e solta, muito diferente de outros tempos.

-Eu também gosto do que vejo agora Billy. Nunca me imaginei tão feliz e completa.

-Tão feliz que ate esquece do futuro maridinho né!

Seth havia entrado na casa e nem o notamos tamanho nosso contemplamento da situação.

-Boa noite Seth.

-Boa noite Billy.

-Boa noite amor. – Seth me deu um beijo no rosto e foi direto para a cozinha –

-Nossa, quem ganhou na loteria hoje. Billy cozinhando? Qual a data especial?

-Para de brincar Seth. Eu sei cozinhar e faço isso sempre.

-Pode ate saber cozinhar, mas nunca fez uma coisa tão gostosa. – Seth estava no batente da cozinha com um pedaço da torta em um prato e lambia os dedos cheios de calda.-

-Ele fez para mim Seth. É minha torta favorita. – sorri em sua direção –

-Bom saber, depois passo para pegar a receita. Vamos agora amor?

-Samy ira conosco para o fim de semana, tudo bem? Só estamos esperando a Emily voltar com suas
coisas.

-Tudo bem amor, encontrei Sam no caminho, a bolsa já esta no carro.

Voltamos para casa conversando sobre seu dia e o meu. Como havíamos combinado de encontrar Nessie, fomos direto para sua casa. Samy dormia tranqüilo e não sentiu as mudanças de colo e cama.
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-Então Alice já fez tudo? – fiz carinha de magoa –

-Não faz bico Nala. Você demorou a voltar e Alice estava impaciente. Nosso amigos chegam amanha e ela queria estar com tudo pronto.

-Desculpa Nessie, eu me perdi nas graças daquele garotinho.

-Não tem problema, eu estou ate muito feliz em já saber que terei uma ótima baba por perto.

Seguimos por mais algum tempo assim. Conversávamos sobre a recepção, seus medos quanto ao nascimento do bebe, a decoração de seu quartinho e os possíveis nomes. Já passava das 22h00 quando levamos Samy para casa.

-Jacob!

-Sim amor.

-Eu tenho uma idéia para o nome do bebe. Estava fazendo um trabalho para a escola outro dia e falávamos sobre a historia dos anjos e sua importância para algumas religiões. Era um trabalho sobre cultura religiosa e um nome me chamou a atenção.

-Caliel é o nome de um anjo que tem dentre suas características o poder de auxiliar contra as adversidades.
É como se ele fosse um sábio que permite aos outros enxergarem a verdade nas coisas e consegue confundir as pessoas malvadas.

-Eu vejo nosso filho assim. Ele nos veio quando achamos que não seria possível já que somos tão diferentes. Apesar de estar envolto em um corpo inimigo ele encontrou a verdade em nosso amor e se fez forte e especial para nos. Nossa família esta cada vez mais unida e não sinto nenhum mal a nossa frente. Ele é especial.- as lagrimas brotavam de meus olhos enquanto explicava a meu amor o que sentia por nosso filho, era muito amor para descrever em palavras e com minhas mãos nas suas também lhe enviava imagens dos fatos mais importantes da minha vida –

Jacob também chorava e colocou sua mão sobre minha enorme barriga.

-O que você acha garotão? Gostou do nome que sua mãe escolheu?

-Nosso pequeno milagre chutou minha barriga e senti uma grande felicidade brotando dentro de mim.

-Acho que já temos uma resposta meu amor. Nosso pequeno ira se chamar Caliel Black.

Logo pegamos no sono. Dormimos com o corpo colado um no outro ambos abraçados a nosso filho Caliel.


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-Acorda, acorda família linda. –Alice pulava em nossa cama quase nos levando ao chão –

-Ai minha sobrinha linda, adorei o nome do nosso bebe. Já preparei lembrancinhas com o nome dele e estamos te esperando na cozinha para o café da manha. Levanta logo que os convidados já estão chegando.

-Alice, são sete horas da manha. Me deixa dormir vai?

-Nem mais um minuto, levanta logo ou venho te puxar pelos pés.

Não havia como vencer aquela baixinha. Meu pai sempre me falou isso, mas só agora percebo sua forca sobre as pessoas. Ela não é capaz de respeitar nem sua sobrinha grávida. Levantei bufando e fui tomar um banho quente para despertar meus músculos, vesti um s e uma vestidinho leve de mangas longas, prendi o cabelo em um rabo de cabelo solto e fui em direção a cozinha.

Anala já estava com Samy em seu colo lhe preparando torradas – senti uma pontadinha de dó, queria que ela pudesse viver tudo isso também -. Jacob estava preparando meu suco e Alice corria pela casa buscando pela perfeição em cada detalhe.

-Bom dia filha – minha mãe agora entrava pela porta da cozinha junto a meu pai – parece que terá uma tarde bem agitada. – seu sorriso era de cumplicidade enquanto olhava para uma Alice saltitante - .

-Bom dia mãe, pai – lhes dei um grande beijo – estou ansiosa, faz tempo que não vejo Zafrina.

-Logo ela estará aqui filha, agora tome seu café.

Meu pai me abraçou de lado me levando em direção a mesa de café e contei a eles sobre a escolha do nome. Todos estavam felizes e Anala nos contou mais sobre o significado, as vezes ela me deixava de boca aberta, parecia uma enciclopédia ambulante.

Já estávamos no inicio da tarde e senti aromas diferentes envolta da casa. nossos convidados estavam chegando e o aroma de Zafrina invadiu meu corpo e com ele imagens lindas do local onde morava apareceram em minha mente. Sorri igual uma boba ao vê-la já próximo a porta e corri para abraça-la