Edward PDV Senti o chão sumir. Não saberia descrever o que se passava dentro de mim naquele instante. Era uma mistura louca de surpresa, felicidade, amor, dúvidas... Eram tantos pensamentos que me deixavam atordoado. Era minha filha, dentro do meu quarto ... Charlotte abriu um lindo sorriso, e em um ato que me pegou totalmente desprevenido, correu, pulando em meu colo, fazendo com que eu utilizasse da pouca força que existia em minhas pernas para nos manter em pé.

– Papai – sussurrou no meu ouvido, enquanto me abraçava mais forte. Lágrimas rolavam pelo meu rosto, e eu pouco me importava.

– Meu amor, senti tanto a sua falta. – murmurei, colocando-a no chão, e me ajoelhando diante dela, para podermos ficarmos na mesma altura.

– Papai, não sinta medo, eu gostaria do senhor de qualquer jeito. – falou acariciando meu rosto.

Fiquei alguns minutos sem entender, olhei para Bella sentindo que a mesma tinha algo a ver com esse comentário, e ela apenas deu de ombro sorrindo.

– É muito bom ouvir isso, mas inevitavelmente papai tinha esse medo, afinal ele errou muito, porém jamais deixou de ama-la, disso você pode ter certeza.

Ela me abraçou chorosa, balbuciando que também me amava mesmo antes de me conhecer.

Para me deixar ainda mais surpreso, Emily, abaixou-se, abraçando tanto Charlotte, quanto a mim, enquanto chorava. O suspiro de alivio que soltei foi inevitável, nunca imaginei que Emily conseguiria me perdoar pelo que fiz, mas para meu espanto, ela o fez.

Bella PDV

Me sentia deslocada, como se fosse uma intrusa em uma história em que não havia mais espaço para nenhum outro protagonista.

Me afastei dos três que se encontravam abraçados, e desci as escadas procurando algum lugar em que eu pudesse me esconder.

– Porra ... – esbravejou a pessoa em que na minha pressa, acabei esbarrando e molhando sua camisa com a bebida que se encontrará em suas mãos.

– Me perdoe, estava tão distraída, que nem lhe vi. – pedi, nervosa, enquanto analisava o estrago que tinha feito.

– Ei, calma, foi apenas whisky. – sussurrou o rapaz, fazendo-me levantar a cabeça para analisa-lo.

E minha nossa. Alguem me segura que acho que vou desmaiar. Da onde aquela criatura saiu ? Alto, olhos azuis, cabelos em um tom de loiro claro e lisos, um rosto com traços fortes exalando masculinidade, uma boca extremamente convidativa e um corpo musculoso na medida, resumindo, uma imagem um tanto quanto sexy.

– Eu ... Eu ... – gaguejei.

– Acho que posso esquecer o fato de estar com a camisa molhada, porém não pode ser deixado de lado o quanto a senhorita estava atarantada e descendo essas escadas sem o menor cuidado, se expondo a uma iminente queda, cuja não ocorreu, pois estava no seu caminho. – murmurou o homem sorrindo.

– Bom, sinto muito pela sua camisa, e diante dos fatos expostos pelo senhor, muito obrigada por me salvar da minha iminente queda. – falei irônica.

– Epa, esses seus surtos de personalidade são freqüentes ? Como uma pessoa passa do estado em que você se encontrava e de uma hora para outra se torna irônica ?

Olhei para cara do individuo, me perguntando o que ainda fazia dando ouvidos aquele palhaço, pois estava mais do que óbvio que ele estava mangando da minha cara.

– Olha aqui, você é extremamente mal educado e nenhum pouco cavalheiro, acho que sua mãe esqueceu de lhe dar algumas aulas de bons modos. Mas não se preocupe querido, ainda da tempo de tentar aprender. – dei um tapinha em seu ombro enquanto lhe dava o meu melhor sorriso cínico e preparei-me para me afastar e continuar meu percurso.

Ouvir sua risada enquanto passava por ele.

– Meu nome é Nicolas, e aceitaria algumas aulas de bons modos, se você puder ministra-las, pois minha querida mãe não se encontra mais entre nós. – disse.

Virei-me para aquele ser, que em apenas alguns minutos conseguiu provocar-me uma raiva tão grande, e em um gesto bem singelo, e que falaria por mais de mil palavras, mandei o dedo do meio pro otário e seguir para o banheiro do corredor.

Bati a porta, trancando-a, deixando-me escorregar pela mesma. Sentada no chão, as cenas que antes me deixaram atormentada voltaram com tudo, pondo-me a milhares de questionamentos.

Edward ainda amava Emily ?

Eles ficariam juntos ?

Criariam Charlotte juntos ?

O que eu tinha feito? Trazido apenas a filha de Edward, ou além dela um amor que jamais fora esquecido ?

Seria agora que ele me daria um fora ?

Lágrimas rolavam pelo meu rosto, enquanto minha cabeça fervilhava em busca de alguma resposta, algum conforto, para acalentar meu coração sem esperanças.

Então era assim que agente terminaria ?

Não havia nenhum sinal de que Edward me procurava, isso se em algum momento tivesse notado a minha ausência.

Por um segundo, desejei ainda estar na escada batendo boca com o individuo, pelo menos estaria mais preocupada em lhe responder a altura, do que com o meu futuro com o Edward.

Passei meia hora trancada naquele banheiro remoendo minha vida, quando escuto uma batida na porta.

– Bella, eu sei que está aí ... – Murmurou Alice.

Eu pensei em não abrir, em ficar calada ... Porém eu precisava dela, o aperto em meu peito estava quase insuportável, e querendo ou não, a baixinha sempre foi meu braço direito, meu suporte. Levantei-me, abrindo a porta e me deparando com uma Alice um tanto preocupada.

– Desculpa, eu precisava de um tempinho a sós. – sussurrei.

Ela não disse nada, apenas me abraçou. Inevitavelmente, retribuir, deixando mais lágrimas rolarem.

– Cadê o Edward ? – murmurei.

Depois de um longo silêncio, ela afastou-se me encarando.

– Está apresentando Emily e Charlotte pra todo mundo. Notei que você não estava por perto,e me preocupei com o que tinha acontecido, por isso vim atrás de você. - falou tristonha.

Encarei o chão, deixando a ficha finalmente cair ... Eu tinha sido posta de lado. Alguém que não era importante em um momento como esse pelo o qual ele estava passando.

Não falei, nem encarei Alice, simplesmente sair do banheiro, e atravessei o jardim me encaminhando para saída da casa dos Cullens, sem olhar para nenhum outro ponto que não fosse o portão, por onde eu desejava passar correndo, sem olhar pra trás.

EDWARD PDV

Estava tão feliz. Era notório o meu sorriso orgulhoso quando apresentava minha filha a cada um dos convidados presentes. Ela era adorável e extremamente inteligente para uma menina da idade dela. Meus pais estavam em êxtase, a neta que sempre quiseram ... Já podia até ver minha mãe e Alice levando-a para o shooping e voltando com inúmeras bolsas de compras, enquanto meu pai seria aquele avô babão, que com certeza passaria horas na piscina brincando com minha filha, e Bella seria ...

Por um minuto parei ... Bella, onde ela estava ?

Varri os olhos pelo jardim, procurando-a, porém não a encontrei. O aperto no peito de repente, me dizia que algo estava errado.

– Filha, você se importa de ficar com a vovó e sua mãe um pouquinho? – perguntei, enquanto a pequena negava sorrindo.

Lhe dei um singelo beijo na testa e sair atrás da minha menina.

O desespero estava começando a bater, procurei em cada cômodo e nada de Bella ... Banheiros, quartos, escritório, cozinha, ela não estava em canto nenhum.

– Ei – parei uma garçonete que saia da cozinha. – Você viu uma garota, de cabelos castanhos, em um vestido vermelho, por aí ?

– Não senhor. – respondeu a menina, voltando para sua tarefa.

Passei a perguntar a várias pessoas se alguém tinha a visto, e até então nada.

– Edward, meu amigo ... Porque motivo não está curtindo sua festa ? – virei me deparando com meu grande amigo e parceiro de trabalho.

– Nicolas, nem sabia que você tinha vindo ... – aceitei seu cumprimento. - Lhe procurei quando cheguei, porém não achei, e como estava com uma tremenda dor de cabeça, acabei me refugiando um pouco aqui dentro. – sorriu, sorvendo um pouco da sua bebida.

– Já que estava por aqui, por acaso não viu uma menina de vestido vermelho, cabelos castanhos ... – não terminei, e ele soltou uma gargalhada.

Fiquei olhando-o sem entender.

– Sim Edward, eu a vi. Essa mancha na minha camisa foi causada por ela, afinal. – apontou o local onde algo havia sido derramado. – Mas tenho que concordar, o que aquela menina tem de linda, ela tem arredia . – continuou a rir por algum motivo.

Estaquei. Não estava gostando nada daquela situação. Que intimidade era aquela com minha Bella ? O que tinha acontecido enquanto estava um pouco avoado com minha filha ? O que minha mulher tinha dito a final para um médico que nem Nicolas, que é extremamente polido e nenhum pouco divertido, ficar dando gargalhadas ?

Se não havia definido nenhum sentimento que me ocorreu desde o inicio dessa noite, agora com perfeição eu poderia dizer o que se passava dentro de mim. A raiva e o ciúmes me corroia.

– Onde ela está ? – perguntei, quase num rosnado.

Nicolas estacou com meu tom de voz.

– Não sei, ela passou por mim muito desnorteada e depois não a vi mais. – falou.

O encarei, e notei que falava a verdade.

– Obrigado, e aproveite a festa. – me afastei da sua presença e voltei a procurar Bella.

– Edward – Alice me chamou, enquanto passava pela sala de estar.

Não precisava de muito para ver que minha irmã estava raivosa;

– Cadê a Bella ? – perguntei. Ela levantou-se, aproximando de mim, enquanto me encarava séria.

– Eu lhe amo muito, Edward. E estou muito feliz por Charlotte está de volta a sua vida, e se ela está presente hoje, aqui, tudo isso se deve a Bella ... A mulher cuja você esqueceu a noite toda, e que saiu dessa casa, tão rápido, que foi impossível de alcança-la. – tomou fôlego, enquanto a realidade me tomava.

– Onde ela está, Alice ?- perguntei desesperado, sacudindo-a.

– Não faço a mínima idéia, Edward ... – retirou minhas mãos dela. – Espero que desfaça a merda que fez. – retirou-se me deixando mais atordoado.

CONTINUA ...