Cartas pra Você. escrita por kakaulitz


Capítulo 33
Capítulo 33


Notas iniciais do capítulo

to com pressa
.
espero que gostem
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E REVIEEEEWS HEIN !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!



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Dois dias se passaram e eu estava sem chão. Era como se eu fosse um viciado em drogas e eu nunca mais pudesse consumi-las. Minha droga era Gabriele. Como ela podia ser tão egoísta a esse ponto, simplesmente fingindo que eu nunca fiz parte da vida dela? Será que ela me usou? Essas perguntas, tudo o que havia se passado nos últimos meses não saiam da minha cabeça.

Ontem, havia decidido voltar ao apartamento de Gabi a fim de tentar falar com ela de novo. Não conseguia aceitar que talvez ela não me quisesse mais. Queria apenas conversar com ela para saber. Nada adiantou já que parei no meio do caminho e voltei, por falta de coragem. Hoje foi a mesma coisa. Agora estou sentado no banco de uma pequena praça, o que era raro se encontrar em São Paulo, com medo de ser reconhecido por alguma fã histérica e maluca. O lugar era bonito, cheio de arvores e uma fonte no meio, e vários bancos em volta.

Parte da minha mente dizia para eu seguir em frente, tomar coragem e ir falar logo com ela. Outra parte tinha medo de receber um “não” de Gabriele independente da pergunta que fizesse.

Honestamente não sabia o que fazer. Os conselhos de Tom faziam falta nessas horas. Na situação em que nos encontramos, acho que se meu irmão estivesse aqui, apenas diria coisas que seriam favoráveis a ele, afinal Tom não quer dar o braço a torcer, simplesmente facilitando para que eu e Gabi ficássemos juntos, não é? Ninguém séria tão idiota assim.

Estava entediado. Se eu voltasse para o meu hotel, o nível de tédio só ia aumentar. Percebi que alguém havia sentado ao meu lado. Que pessoa mais estúpida. Tinha tantos bancos livres naquele lugar e ela tem que sentar exatamente aqui? Virei-me para saber quem era. Involuntariamente meu coração acelerou, me deixando um pouco nervoso. Isso sempre acontecia quando me aproximava dela.

-Estava te procurando – disse Gabi.

Senti-me um completo estranho. Não nos olhávamos. Não nos comunicávamos. Estava esperando que ela começasse a falar algo, mas talvez ela estivesse esperando o mesmo com relação a mim. Depois de algum tempo, ela fitou o chão e finalmente pronunciou algum som.

-Eu estou sendo uma idiota.

“Eu sei”, pensei. Não quero parecer arrogante, porém Gabi estava realmente sendo muito idiota.

-Tudo bem – falei – Essas coisas acontecem.

-É que... – bufou – A única coisa que eu nunca queria que acontecesse, graças a você e ao seu irmão aconteceu.

-Eu sei que não deveríamos ter feito você escolher um de nós. Até hoje me arrependo. Perdoa-me?

-Perdoo.

Nossos olhos se fixavam apenas na paisagem verde daquela praça. Que clima tenso. O silêncio dominou novamente a área e isso me incomodou muito. Queria saber o que Gabriele estava pensando.

-Por que não leu as cartas? Eu as escrevi com tanto carinho.

“Mesmo com você me ignorando como um mendigo de baixo da ponte”.

-Eu havia pedido ao recepcionista do meu prédio para não me entregar nada que viesse do seu endereço. Eu estava decepcionada. Sabia que vocês mandariam algo pra mim e não queria ler. Ante ontem me disseram que havia muitos envelopes pra mim e me perguntaram se eu não tinha nem a curiosidade de vê-las. Peguei as cartas e fui ao meu apartamento. Depois você chegou com um buquê. Alias, obrigada por ele. Amei.

-De nada. E... você as leu?

-Li

Silêncio. Nunca o vi passar tão devagar. Isso me estressava.

-Você me desculpa, Bill? Eu sou uma idiota.

-Desculpo. E pare de se xingar, eu que sou o idiota aqui. Não devia ter discutido tanto com você. Pelo menos estamos quites.  

-É. Ainda podemos ser amigos.

Peguei uma de suas mãos, apertando fortemente entrelaçando nossos dedos. Tomei coragem e disse: 

-Gabi, olha pra mim – ela virou seu rosto e continuei – Eu te amo. E não é simplesmente “ah, eu te amo”. Eu te amo mesmo, de verdade. Quero muito mais do que só amizade entre nós e você sabe disso.

Ela parecia confusa.

-Mesmo depois de tudo o que eu te fiz, você ainda gosta de mim?

-Eu é que pergunto. Depois de tudo o que eu te fiz você ainda me ama?

-Acha que eu viria até aqui me desculpar se eu não te amasse?

Minha visão que antes se focava num ponto qualquer, agora só se focava em seu sorriso e em seus olhos que também fitavam os meus. Não resisti. Cheguei mais perto e a beijei carinhosamente. O beijo foi diferente dessa vez, foi mais calmo e apaixonante, porém as sensações eram iguais. Os mesmos arrepios, o coração batia forte e minha respiração ofegante, mas tudo isso em dobro, já que isso não estava sendo forçado. Pelo menos agora eu sei que ela não vai me expulsar, e empurrar ou simplesmente me jogar pra fora. Aquilo estava sendo prazeroso e desejado por ambos. Gabriele passava as mãos em meu cabelo, e eu tentava chegar cada vez mais perto a fim de abraçar sua cintura.

Ficamos ali nos beijando e nos curtindo até começar a anoitecer. É, eu estava feliz, afinal, as coisas estavam começando a dar certo.


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