Dessa vez, o que eu quero é você
Não há mais ninguém
que possa ocupar seu lugar
Dessa vez você me queima com seus olhos
Você vê superadas todas as mentiras
Você se livra de tudo isso
Eu já vi tudo isso
E nunca é o suficiente
Isso continua me deixando precisando de você
Take Me away- Lifehouse

Será que realmente vale à pena? Será que eu estou fazendo a coisa certa? Porque afinal de contas o Klaus esta aqui? Como ele consegue descobrir facilmente coisas sobre mim que eu nunca contei para ninguém? Mesmo que estas questões estejam me preocupando, eu tenho de voltar para a minha casa, meu pesadelo... acordada.

-Estou de volta. – Eu disse entrando em casa.

Olhei o relógio faltava uma hora e meia para nós sairmos, deitei-me no sofá e fechei os olhos, acho que adormeci, porque quando dei por mim eu estava com algo quente sendo pressionado contra a minha testa.

-O que você pensa que esta… fazendo?- Eu disse com certa dificuldade depois de abrir os olhos e encontrar um Klaus com a camisa aberta e com a testa na minha.

Instantaneamente fui para trás, com o susto que eu tomei depois de realmente estar acordada, quase caindo do sofá com esse ato.

-Eu fiquei assustado você chegou enquanto eu estava no banho, quando sai e a encontrei jogada no sofá, eu achei que poderia ter acontecido algo com você. Eu apenas estava verificando a sua temperatura. – Klaus falou com um sorriso sem graça estampando o seu rosto.

-Eu estou bem. Você já arrumou tudo?- Tentei sorrir amigavelmente para ele.

-Sim, está tudo pronto. Espero que você não se sinta ofendida por eu ter lhe devolvido a sua SGY? –Disse ele se sentando de frente para mim.

Afinal de contas o que ele tem em mente? Como ele vai devolver a sua única forma de defesa? O que afinal de contas se passa por sua cabeça?

-De maneira nenhuma. Só fico curiosa para saber como você vai ser virar sem nada. – Sorri malignamente para ele me sentando em cima de minhas pernas como de costume.

-Eu tenho as minhas sob-medida. – Klaus pegou de cima da mesinha ao lado do braço do sofá uma arma diferente e me entregou.

Avaliei-a, atentamente, não parecia com nenhuma que eu já havia visto, era realmente sob-medida para ele.

-Espero que você saiba usá-las direito. – Falei sorrindo para ele, como se estivesse desconfiando de suas habilidades.

-Sou tão bom com elas, quanto você e a sua espada. – Ele disse pegando a arma de minhas mãos e a rodopiando com o dedo.

-Terei essa hipótese comprovada ainda hoje. – Falei ficando subitamente em pé.

-Aonde você vai? – Klaus falou ameaçando se levantar para ir atrás de mim.

-Me preparar. Fique tranqüilo, ainda estarei dentro dos limites da casa, eu só irei para a sala de armas, fique a vontade para ir junto… se quiser. - Eu disse estendendo a minha mão em sua direção convidativamente.

Klaus sorriu, olhou minha mão estendida por alguns segundos, e a segurou indo atrás de mim para a sala que revelou a ele quem eu sou verdadeiramente.

De alguma forma, por algum motivo que eu não tenho conhecimento, Klaus conseguiu chegar a uma parte esquecida do meu coração que não é revestida por ferro ou por granito.

-Você tem realmente todos os tipos de armas aqui. – Klaus disse deslumbrado para todos os compartimentos e portas que agora estavam abertas.

-Nem todas, apenas o necessário. – Eu falei guardando uma estaca em um coturno e uma adaga no outro.

-Porque de tantas armas? – Klaus disse me encarando enquanto eu organizava em cima de um balcão o que eu ia colocar dentro da bolsa ou não.

-Eu não sei o que eu vou encontrar lá, e também preciso da garantia de nossa sobrevivência para criar o selo. Bom, agora que esta quase tudo pronto, só temos de checar as motos. - Eu disse calmamente.

-Sim é melhor. Termine aqui que eu preparo as motos. – Klaus disse saindo, mas mesmo que rapidamente pude notar um olhar de preocupação vindo dele.

-Obrigado. – Eu disse e me voltei a mexer nas armas que eu havia separado.

-Eu não sou. – Klaus falou voltando de repente e parando em minha frente.

-O que? O que você não é? – Perguntei para ele sentindo que a resposta me abalaria.

-Eu não sou humano, minha mãe e uma demônio, e meu pai um anjo caído. Meu pai caiu na terra por causa de uma mulher chamada Victoria. Sim, ele também caiu por sua mãe, essa é a razão da briga dos nossos pais. Depois dos seus pais ficarem… juntos, meu pai conheceu Veronika, minha mãe, e acabaram por ter a mim. Meu pai “trabalha” para os anjos, minha mãe para Lúcifer, minha família e tão unida quanto água e óleo. – Klaus disse com um sorriso infeliz no rosto.

-Mas porque vocês esta contando isso agora?- justamente agora que eu estava me apegando a você, acrescentei mentalmente.

-Para que nenhum de nos dois saia machucado quando acontecer a revelação de quem nós somos de verdade. – Klaus disse colocando minha cabeça em seu peito e afagando meus cabelos com suas mãos.

-Klaus… o… que…? – Ele me interrompeu antes que eu começasse a dizer qualquer coisa.

-Eu só quero que você saiba de duas coisas: 1ª eu me importo com você e com o seu bem estar, e que eu sempre farei de tudo para te proteger. 2ª é que para mim você e sagrada Charlotte como ninguém jamais foi. – Klaus disse isso e foi cuidar das motos.

-Bem eu tenho de terminar de arrumar isto. – Eu disse ainda surpresa pelo o que havia acontecido ali há pouco.

Terminei de arrumar tudo com a calma que me restava, me troquei, coloquei a bolsa nas costas e abri a porta para dar de cara com a indecisão da minha vida que por acaso e filho do inimigo nº1 do meu falecido pai.