Meu Vizinho Infernal escrita por Mandy-Jam


Capítulo 42
É hora do show!


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem desse capítulo!

Sinto ter de informar isso, mas... Esse será o penúltimo (muito provavelmente).

Mas pelo menos ainda vai ter um capítulo bônus! (Obrigada Luh, pela ótima idéia! Vulgo... Taylor_Efron).



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POV Alice.

Se os deuses pudessem morrer, eu juro que faria uma listinha dos quais eu gostaria de eliminar. Ares com certeza estaria nela, mas no topo... Pelo menos naquele momento... Se encontrava Afrodite.

Por quê? Bem... Não quero responder isso.

POV Apolo.

Estava ouvindo “Heartbreak hotel” do Elvis Presley, me sentindo completamente para baixo. Ficar no Olimpo ou não ficar no Olimpo, para mim, não fazia a mínima diferença.

De qualquer jeito, eu ainda sabia que a Alice estava com o Dylan. Maldito mortal intrometido...

Para piorar tudo mais ainda, Afrodite veio me dizer que Alice tinha vindo para cá, mas que planejava passar bem longe de mim. O que foi que eu fiz?!

Me joguei na cama totalmente desanimado. Se ao menos ela me desse uma segunda chance, eu poderia tentar dar um jeito para que ela não tivesse mais problemas. Mas ela nem mesmo queria falar comigo!

Senti-me um lixo. Péssimo. Arrasado.

Afrodite ainda teve tempo de me contar alguma coisa sobre um castigo de Zeus sobre ela... Mas era tão absurdo, que eu duvidava se que realmente fosse verdade. Para ser franco... Eu começava a duvidar de todas as coisas que Afrodite me dissera. Por que Alice estaria no Olimpo?! Por que ela não iria querer falar comigo?! Não tinha sentido.

Mas muitas coisas também não tinham mais sentido para mim. Como por exemplo... O sorriso que surgia no meu rosto toda vez que eu passava pela exposição greco-romana de Tokyo. Sim, eu sorria.

Talvez por me lembrar dos bons momentos que passei com Alice lá, mostrando Deus por Deus que compunha a nossa... “Família”. Ou talvez por que eu goste da decoração que aqueles caras fizeram. Ficou bem legal. Ah! Voltando ao assunto...

Outra coisa estranha era que sempre que eu acertava um alvo com o meu arco e flecha, eu olhava para o lado instintivamente sempre pronto a dizer: ‘Viu Alice? Eu acertei um. E você?”, mas ela nunca estava lá.

“Idiota...” Murmurei para mim mesmo afundando a minha cabeça no travesseiro. “Ela não deve gostar de mim, de qualquer jeito. Talvez... Talvez nem todas as garotas gostem de mim...”

Era demais. Estava completamente inquieto, e o que eu mais fazia era olhar para o teto. Estranho como ninguém nunca olha para ele. Mas olhá-lo sozinho também não fazia sentido. Precisava dela do meu lado para rir disso.

Um habito estranho compartilhado por duas pessoas. Legal.

Estava começando a dar dor de cabeça de tanto pensar, por isso resolvi tirar um cochilo, mas assim que fechei os meus olhos... Algo me acordou novamente. De começo pensei que fosse minha imaginação, pois não tinha como...

Apolo!” Alguém disse em um tom extremamente alto. Franzi o cenho olhando em volta. Não tinha ninguém no meu templo. Então... Como?!

“Ahm... Oi voz!” Respondi olhando em volta. “Estou um pouco ocupado no momento, por isso...”

Apolo... Ahm... Aparece, por favor?” Pediu a voz parecendo envergonhada. “É sério. Eu não estou gostando nada de ficar exposta desse jeito.”

“Exposta?” Repeti. “Cara! Eu te entendo... Teve uma vez que eu estava tentando salvar uma garota, e cães robôs rasgaram as minhas roupas. Eu fiquei muito...”

Se você estiver no templo, você tem 5 segundos para olhar para o teatro. Caso contrário, eu acho que vou embora e fingir que eu não existo.” Disse a voz.

Teatro? Por isso ela vinha de tão longe!

Eu saí do templo o mais rápido que pude, curioso para saber onde estava a voz. Quando eu cheguei do lado de fora, não estava acreditando no que via.

“Alice?” Perguntei quase sem voz.

Tá bom. Caro leitor ou leitora. Eu me sinto extremamente obrigado a descrever cada detalhe do que eu estava vendo naquele momento, pois eu juro... Juro que em toda a minha vida nunca vi nada tão louco como aquilo.

O teatro do Olimpo ficava bem de frente para o meu Templo, por eu ser um Deus influente e tudo mais. O teatro era idêntico aqueles antigos, sabem? Tem o palco, e ao redor crescem fileiras de assentos.

Os assentos estavam cheios. Sério mesmo. Todos estavam ocupados de pessoas, ninfas, musas, deuses menores... Eles olhavam cheios de expectativa para o palco.

O que tinha no palco? A coisa mais impressionante que eu já vi.

Alice.

Ela estava em pé no meio do palco. Não estava vestida estilo Afrodite, e isso era o que eu mais admirava nela. Alice era sempre discreta, e (mesmo não conseguindo) tentava não chamar atenção.

Estava usando jeans, e uma camisa verde de mangas. Seu cabelo estava ligeiramente bagunçado, como se tivesse acabado de levar um choque. Seu rosto estava vermelho, e isso podia ser notado de longe.

Mas... O que mais me deixou sem palavras foi o que estava atrás de Alice.

“Apolo, Alice gosta de você. Cinema ás 8:45?” Li arregalando os olhos.

“Apolo?” Falou ela forçando a vista para me ver, já que eu estava a uma grande distância de lá.

Pronto. Assim que ela falou meu nome, todo mundo que estava sentado assistindo o show se virou para me encarar. Não ligo de ser olhado, até porque eu sou mais bonito que mais da metade das pessoas dali (senão todo mundo). Mas... Aquilo fez eu ficar levemente envergonhado.

“Ahm... Oi.” Acenei discretamente dando alguns passos na direção do palco.

“Certo...” Falou ela. Na frente dela tinha um microfone que ampliava a sua voz cada vez mais. “Apolo... Você já leu, não é?”

Seu rosto ficava mais vermelho a cada passo que eu dava. Ainda estava com cara de bobo, e tentando me decidir entre o que eu olhava... Ela ou o cartaz.

“Então... O que diz? Ah! Eu ia me esquecer...” Ela coçou a nuca. “Me desculpe. Eu... Não queria deixá-lo triste.”

Parei no corredor superior atrás da última fileira de cadeiras. E... Eu não agüentei. Tive uma crise histérica de risos. Estava sem ar. Rindo demais mesmo, e todos olharam para mim sem entender.

Alice tampou o rosto com uma mão e respirou fundo.

“Olha... Esse realmente não foi a melhor reação que você podia ter.” Disse ela.

“O...! O...!” Estava rindo alto. “O cartaz! Que... Que nem eu...! Eu disse! Há há!”

“Apolo! Menos...” Murmurou ela envergonhada.

Alice desceu do palco, e atravessou as fileiras com passos compridos e apressados. Todos os olhares acompanharam ela, o que a fez se sentir mais tensa ainda (eu aposto).

Quando parou na minha frente, eu consegui me controlar. Parei de rir aos poucos e enxuguei as lágrimas dos meus olhos.

“Ufa... Parei.” Suspirei cansado. “Tem... Tem alguma coisa errada.”

“Mesmo?” Perguntou ela envergonhada. Seus rosto ainda estava extremamente vermelho, e seus olhos não se decidiam se deveriam me fitar, ou olhar para o chão. “O que?”

“Uhm... Quando eu te dei essa idéia, eu não disse 8:45. Eu disse 7.” Falei.

Ela olhou no relógio, e depois sorriu desajeitada para mim.

“Já são 7:39. Mas... Não faz mal.” Falou ela olhando para mim. “Eu acho que é para isso que serve a seção das 8:45.”

Eu sorri ao ouvir aquilo. Mas sorri mesmo. Estava muito feliz.

“E agora? O que eu faço?” Perguntei ainda sorrindo.

“Não sei. O que... Você quer fazer?” Perguntou esperando o próximo passo.

Eu cheguei mais perto pronto para beijá-la. Todos que estavam sentados se levantaram aguardando esse momento. No fundo (aposto que foi idéia de Afrodite) começou a tocar “Crazy for you” da Madonna.

Seria um linda cena romântica... Se o pai dela tivesse parado do nosso lado. Meu rosto estava centímetros do dela. Nós paramos ao ver Hermes nos olhando de braços cruzados.

“Pai...” Murmurou ela.

“Alice... Você sabe para onde tem que ir agora.” Falou ele me fuzilando com o olhar, mas depois abriu um leve sorriso e revirou os olhos. “Mas eu posso olhar para outro lado por alguns segundos... Olha! Um passarinho!”

Hermes virou-se fingindo estar observando alguma coisa voar, e esse foi o tempo necessário.

Beijei Alice com toda a minha felicidade e animação. Ela pôs as mãos suavemente sobre o meu rosto e eu passei as minhas por suas costas a puxando para mais perto.

Nós ficamos assim por uns segundos. Pude ouvir toda a platéia aplaudir e gritar nos incentivando a continuar. Alice sorria. Não estava mais ligando para o que eles iriam pensar, e nem mesmo para o fato de seu pai estar fingindo não ver nosso beijo.

Ela continuou lá comigo até não ter mais fôlego e precisar respirar. Nós nos afastamos, e sorrimos um para o outro.

“Você... Você revelou o seu segredo.” Disse eu tocando o seu lábio com o dedo indicador.

“Sh!” Fez ela com um sorriso desajeitado. “Não conta para ninguém, tá?”

Eu olhei em volta.

“Acho que é um pouco tarde para isso, mas... Eu posso te recompensar.” Afirmei piscando par ela.

“Sério? Como?” Perguntou franzindo o cenho.

“Eu posso contar o meu segredo.” Cheguei perto do ouvido dela. “Eu gosto de você, Alice Kelly. E não quero te dividir com mais ninguém.”

Ela riu e revirou os olhos.

“Gosta de mim? Que azar, hein?” Comentou. “Comigo por perto, você só vai se meter em encrenca.”

“Eu estou disposto a correr esse risco.” Confirmei.

“Já acabaram?” Perguntou Hermes ainda olhando para o céu.

Nós dois rimos. Alice ajeitou o cabelo para trás da orelha e virou-se para Hermes. Seu sorriso foi diminuindo aos poucos, como se ela estivesse se lembrando de algo não tão bom.

“É... Eu... Tenho que ir agora. Acho que a pouca paciência dele já está acabando.” Disse revirando os olhos.

“O que quer dizer com isso?” Perguntei franzindo o cenho.

Kelly!” Chamou alguém longe.

“Alice. Agora.” Disse Hermes com um olhar preocupado para ela. “Não é só ele que vai ficar com raiva. Zeus não vai gostar nada disso também.”

“Eu já vou. Já vou.” Retrucou ela revirando os olhos. Depois olhou para mim uma última vez. “Ás 8:45?”

“Ás 8:45.” Confirmei. “Onde você vai estar?”

Ela olhou para o palco, e depois sorriu para mim.

“Vai ter que me achar.” Disse e virou-se. Alice correu para longe, e eu a observei sumir por trás do palco.

“É... Você e a minha filha.” Comentou Hermes.

“É.” Assenti com um riso nervoso. “Está... Tudo bem, né? Afinal viu como nós dois nos damos bem.”

“É.” Assentiu Hermes. Ele deu uns tapinhas nas minhas costas, mas logo depois me lançou um olhar determinado. “Machuque qualquer parte da minha filha, e eu vou atrás de você. Entendeu?”

“Sim.” Assenti.

“É melhor você continuar desse jeito doce e gentil para o resto da vida dela.” Comentou Hermes.

“Eu vou.” Confirmei.

“Para o seu bem, é claro.” Falou.

“É... Eu notei.” Assenti um pouco tenso. “Quer dar uma volta?”

“Uhm... Não. Cinema ás 8:45, lembra?” Disse ele. “Não chegue atrasado. É rude deixar uma dama esperar.”

“Parece até a Afrodite me dando conselhos.” Eu ri.

“O que disse?” Perguntou em um tom sério.

“Nada.” Apressei-me em dizer.

“Ótimo.” Sorriu ele.

“É. Ótimo.” Concordei.

“Até mais Apolo.” Disse ele.

“Até mais... Ah! Espera!” Exclamei quase me esquecendo de um pequeno detalhe. “Onde eu vou encontrar a Alice?”

“Você... Não sabe?” Perguntou ele surpreso.

“Não.” Encolhi os ombros. “Sei do que?”

Hermes coçou a nuca como se a resposta daquela pergunta fosse algo completamente tenso e delicado ao mesmo tempo. Ele chegou perto de mim e contou no meu ouvido.

“Não!” Exclamei incrédulo. “É... Sério?!”

“Sim.” Confirmou Hermes. “Só não diga que fui eu que te contei.”

Hermes sumiu correndo pela multidão que estava indo embora (afinal o show tinha acabado), e eu fiquei com o queixo caído parado lá.


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Notas finais do capítulo

Tam tam tam taaaam!

Espero pelos reviews de vocês.

Quem achou que esse capítulo foi lindo, levante a mão!

Quem achou que devia ser com o Ares, levanta a mão!

Quem vai mandar reviews, levanta a mão!

Aeee! Até o próximo e útltimo capítulo, gente!