Meu Vizinho Infernal escrita por Mandy-Jam


Capítulo 39
Assuntos de família


Notas iniciais do capítulo

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POV Ares.

Lá estava eu na porta do Empire States. Esperei alguns minutos antes de entrar. Não tinha a mínima pressa de entrar e levar uma possível bronca de Zeus, por isso estava passando o tempo olhando para os mortais que andavam apressados pelas ruas de New York.

“Olha mãe! É um motoqueiro!” Exclamou uma garotinha apontando para mim.

Fiz uma careta para ela, e ela retribuiu.

“Não aponte para os outros, filha.” Repreendeu a mãe sem nem mesmo olhar.

“Mas ele é muito estranho!” Insistiu ela.

“Se manda!” Exclamei e a criança arregalou os olhos para mim com medo. Há há. Que divertido...

Elas foram embora, e eu continuei em pé. Talvez se eu passasse o tempo todo lá embaixo, ninguém iria me encontrar. Assim não levaria bronca ou coisa parecida...

“Vai ficar parado aí mesmo?” Perguntou Hermes aparecendo do meu lado.

“Não é da sua conta.” Respondi.

“Medo de enfrentar o papai?” Brincou ele. “Aposto que ele não vai gostar de saber que você está enrolando aqui em baixo.”

“Eu não estou com medo, e você não vai contar onde estou!” Fuzilei ele com um olhar de ódio, mas Hermes não se abalou.

“Eu vou sim.” Sorriu. “Depois de tudo que você aprontou? Precisa mesmo levar uma boa bronca.”

“Não me venha com essa! Isso não é assunto seu!” Reclamei virando-me para ele.

“É mesmo? Pelo que eu me lembre, Alice também não devia ser assunto seu. Foi por culpa sua que todos esses problemas começaram, e quer saber? Como Deus dos mensageiros, eu vou dar a notícia para Zeus pessoalmente.” Hermes virou-se para a porta com um sorriso no rosto.

“Não!” Estiquei a mão tentando puxa-lo para trás, mas ele era muito mais rápido. Saiu correndo para dentro do Empire States, e eu o segui. “Pare aí mesmo seu...!”

“Vem me parar, idiota!” Retrucou ele na minha frente.

Nós dois corremos. Eu atrás dele, e ele bem na frente. Por que ele tinha que ser tão rápido?! Desgraçado!

Nós entramos no elevador, e (evidentemente) paramos de correr. Tentei segurar a mão dele, mas Hermes apertou o botão especial do 600º andar. Não tinha mais jeito...

“Você está tão ferrado, Ares.” Comentou ele sorrindo. “E eu não ia querer que fosse diferente.”

“Você ainda vai me pagar, Hermes.” Resmunguei. “Vou acabar ouvindo os gritos de Zeus por culpa sua e daquela pirralha da Alice!”

“Não se faça de idiota. Você sabe muito bem que Alice não está encrencada, e sim você. Foi tudo sua culpa. Quem mandou fazer uma bagunça tão grande?” Comentou Hermes.

“Escuta... Parte disso foi por tentar ajudar você, entendeu?! Se eu não tivesse intervido diretamente, ela nunca ia sobreviver!” Expliquei irritado.

“E você liga desde quando?” Perguntou ele olhando para mim. Meu rosto ficou vermelho de raiva. Por que as pessoas insistiam em dizer que eu gostava dela?!

“Desde que você e aquela mortal/militar quiseram me infernizar sobre como eu era mal, e como eu devia fazer alguma coisa para ajudar!” Reclamei.

“Pensei que não aceitasse ordens de ninguém.” Rebateu Hermes com seu maldito sorriso triunfante no rosto.

“Eu não aceito! Só não agüento gente me incomodando, principalmente você!” Rebati. “Agora vou ter que ouvir todos os discursos repreendedores de Zeus, sobre como eu sou irresponsável, e sobre como eu não devo me meter em intervenção direta, e blá blá blá!”

“Você merece.” Insistiu Hermes virando-se para a porta do elevador, que se abriu revelando o Olimpo. “Não vejo mais a Alice por sua culpa. Ela não fala mais comigo, nem com o Apolo, nem com nenhum outro Deus. De novo... Você merece.”

“Dane-se.” Resmunguei saindo do elevador e indo para a sala principal. Atravessei o Olimpo bem devagar, enrolando ao máximo, mas Hermes sempre me lembrava que ele podia correr a qualquer momento na minha frente e me ferrar. Imbecil...

Quando finalmente cheguei, parei na frente das portas da sala dos tronos. Bati muito de levinho, e ninguém respondeu.

“Viu? Ninguém em casa.” Comentei com um sorriso.

Hermes concordou, mas depois sorriu maldosamente.

“Oi pai!” Berrou abrindo as portas bruscamente. “Olha quem veio ter uma conversinha com você!”

“Eu te mato!” Rugi, mas logo me calei ao ver Zeus me encarar enfurecido. Fu... “Ahm... Oi.”

“Ares.” Disse ele com um olhar severo. “Acho que temos muito o que conversar.”

Engoli em seco, enquanto Hermes tentava não morrer de rir da minha cara.

POV Alice.

Hefesto é casado com Afrodite, que tem um caso com Ares. Ele é meio irmão de Apolo, que foi roubado por Hermes. Hermes, por sua vez, também é filho de Zeus, que é casado com Hera, mas que anda com algumas mortais de vez enquando.

Sim. É uma família estranha e confusa, eu sei. Mas... É a minha família. E alguns membros dela estavam com problemas (em parte) por minha culpa. Na verdade... Eu só tinha certeza que um deles estava com problema, mas mesmo ele sendo mal e cruel e não merecer ajuda de ninguém... Eu tinha que fazer alguma coisa.

Quando eu me toquei disso? Talvez tenha sido durante... Uhm... Quando eu estava correndo á 160 km/h, desviando de todos os carros que apareciam na minha frente, partindo rumo a New York.

“Empire States, Empire States, Empire States...” Estava repetindo várias vezes na minha mente, para que eu não esquecesse onde eu deveria encontrar Ares. Do nada... Eu fiquei com a música de Frank Sinatra na cabeça. “New York! New York!”

“Olha a rua!” Berrou um carro que passou correndo por mim. Ou eu passei correndo por ele? Não tinha a mínima idéia.

Depois de correr muito, eu consegui chegar ao centro de New York. Parei o carro de Dylan na primeira vaga que vi, não me importando muito se poderia estacionar lá ou não. Eu devia ter ganho umas 50 multas de transito, mas não era hora de me preocupar com aquilo.

Eu parei no meio da rua. Não lembrava onde ficava o local que Ares falara. As pessoas passavam por mim sem nem mesmo me notar. Igual aos japoneses que não ligaram quando eu estava sendo atacada por um javali.

“Ahm... Onde?!” Perguntei para mim mesma. O primeiro lugar que estava na minha frente foi o Empire States. “Vai ser aí mesmo...”

Saí correndo não tendo certeza se lá era o lugar certo. O porteiro olhou para mim com um ar desanimado e perguntou.

“Sim?”

“Ahm...” Senti as minhas bochechas ficarem vermelhas. “Você... É normal?”

“Como assim?” Perguntou ele arqueando uma sobrancelha.

“Digo...” Olhei para os lados. Por sorte não tinha nenhum segurança. Ótimo! Desse jeito ele não teria a quem pedir para me levar á um hospício. “Um mortal?”

“Acho... Que eu posso morrer, mas como isso vem ao caso?” Ele fez cara de paisagem, e eu vi que aquilo seria difícil.

“Quero ir para o Olimpo.” Falei por fim.

“Lugar errado.” Comentou ele.

“Ahm... Mesmo?” Perguntei ainda incerta. “Escuta... Você por acaso viu um motoqueiro de quase dois metros passar por aqui? Ele é bem tenso, com umas cicatrizes, e cara de mal.”

“O que tem ele?” Perguntou o porteiro lendo uma revista.

“Tem que... Ele é o meu tio.” Contei.

Ele baixou a revista e suspirou.

“Escute... Não sei o que você quer, mas obviamente está no lugar errado... Espere!” Ele olhou para mim melhor e depois arregalou os olhos. “É você!”

“Eu quem?” Perguntei sem entender.

“É Alice Kelly! A garota da profecia!” Disse ele. “Wow... Acho que você está ferrada quando Ares sair de lá.”

“Você não me conhece.” Comentei rindo de mim mesma. “Eu sempre estou ferrada.”

“Suba.” Falou ele me dando um cartão verde. “É no 600º andar.”

“O que?! Mas... O Empire States não tem...” Foi aí que notei que nada nesse mundo realmente fazia um sentido, logo era melhor ignorar aquele fato. “Ok. Lá vou eu.”

“Vai precisar de sorte...” Murmurou ele. “Está perdida mesmo.”

“O que disse?” Perguntei sem ouvir direito.

“Nada não.” Disse ele. “Sobe logo.”

Depois de atravessar correndo todo o Olimpo, e ficar no elevador ouvindo algumas músicas chatas, eu achei o lugar que julgava ser onde os deuses se reuniam. Até por que... Na porta tinha uma placa escrita: “Sala dos tronos”, ou coisa do tipo.

Embora o meu sonho sempre fora ver como o Olimpo era, eu não tive muito tempo para admirá-lo. Saí correndo como uma maluca, para não chegar atrasada lá. Talvez... Se eu corresse... Ares não ficasse tão encrencado.

Cheguei na frente das portas, e estava pronta para abri-las, quando...

“Não venha me dizer que é inocente!” Exclamou uma voz severa. “Estou cansado de todas as suas confusões!”

“Mas...! Eu não...!” Era Ares tentando protestar.

Mas?! Você ainda tenta se explicar?!” Berrou a voz. “Se não tiver um motivo muito bom para ter feito aquilo, eu vou fazê-lo pagar caro!”

Eu olhei pela brecha da porta e vi que Ares estava levando uma ótima bronca de um homem de terno risca de giz. Se fosse á uns meses atrás, eu estaria rindo da cara dele, mas... no momento eu tinha que fazer alguma coisa.

“Eu...!” Ares estava tentando inventar uma boa desculpa, mas... Eu o interrompi.

“Parem!” Exclamei abrindo a porta de repente.

Todos olharam para mim, e eu tive a vontade de dizer: “Ah! Sala errada. Desculpa aí!” e sair correndo. Ares arregalou os olhos quando viu que eu estava realmente lá. Meu pai estava do lado dele, e me observava com atenção. O homem de terno olhou para mim nem um pouco feliz, porém (para a minha sorte) não estava bravo.

“Quem é você?” Perguntou. Eu engoli em seco. Sentia estáticas no ar, e aquilo não era nada bom.

“E-Eu... Eu sou...” Respirei fundo. “Eu sou Alice Kelly, filha de Hermes. E... Tenho algumas coisas á dizer.”


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Notas finais do capítulo

Tam tam tam taaaaaam!O que ela vai falar?!Reviews!