Meu Vizinho Infernal escrita por Mandy-Jam


Capítulo 37
Estamos "conversando"


Notas iniciais do capítulo

Novo capítulo! Espero que gostem.



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POV Alice.

Assim que os lábios de Dylan tocaram os meus, eu fui fechando meus olhos devagar. Ainda estava incrédula por ele ter me beijado assim do nada, e por (acima de tudo) ter me achado interessante. Ou impressionante? Eu nem lembrava mais.

Eu cheguei para trás de repente como se fosse um reflexo, e Dylan foi um pouco para trás também, separando o beijo.

“Vamos... Vamos ver se eu entendi.” Disse sem tensa. “Você gosta... De mim?”

“Gosto.” Assentiu ele me olhando esperançoso. “É que... Você chama a atenção, sabia? Ou pelo menos... A minha chamou. Mas eu aposto que não sou o único.”

“Chamo a atenção?” Perguntei me levantando e indo para o fim da sala. Dylan se virou no sofá para poder me acompanhar com os olhos. “Eu nem mesmo vou ás aulas direito. Como posso chamar a atenção?”

“Em parte, é por isso. E quando você vai... É engraçado te observar. Como se... Quase como se você tivesse algo a mais. Tipo... Diferente das outras pessoas. Como se fosse especial.” Disse ele em um tom intrigado.

“Ah... Eu causo esse efeito ás vezes.” Comentei sem querer. “Digo... Eu tenho alguns problemas para me concentrar, mas não é nada demais. Sou igual á todo mundo.”

Mentira.

“Não para mim.” Insistiu ele. “E fora isso... Você é bonita.”

Eu tive que rir um pouco. Eu não me sentia nem um pouco... Bonita. Tinha conhecido a Deusa da beleza e podia garantir que eu não chegava aos seus pés nem se ela estivesse sem saltos altos.

Olhei para Dylan sem acreditar que ele realmente estava falando aquilo, mas resolvi sorrir e continuar a conversa sobre mim.

“Sabe... Já disseram que eu sou uma garota sem graça.” Disse lembrando do meu adorável tio da casa ao lado.

“Ou é cego ou não quer admitir que você é bonita.” Sorriu ele. “Além disso... Você é tão simpática. Sabe se comunicar bem, e... Tem um tipo de ritmo próprio. Sempre ativa, pensando em mil coisas ao mesmo tempo.”

“Como sabe disso?” Perguntei sem entender.

“Dá para ver no seu rosto.” Disse ele. Senti meu rosto ficar vermelho. Dylan se levantou do sofá e foi até onde eu estava. Estava encostada contra a parede e ele parado á centímetros de mim. “E... O que você acha de mim?”

“Você?” Repeti sem palavras. Ele estava tão perto, e eram tantas informações ao mesmo tempo... “Eu... Acho que você é um cara... Que...”

“Que?” Quis saber ele ansioso. Em seus olhos eu pude ver um brilho, enquanto ele fitava o meu rosto suavemente.

“Que... Gosta de Residente Evil.” Disse por fim. “Desculpe, Dylan... É que... Eu não conheço você mesmo. Quase... Não te vi direito.”

Pensei que ele ficaria desapontado, mas ao invés disso ele riu. Dylan chegou um passo para trás para que eu pudesse ter espaço, e sorriu.

“Viu só?” Disse ele. “Por isso você é tão interessante! Nunca sei o que esperar de você! É tão...! Emocionante!”

Ele riu divertido, e eu ri de leve também. O que mais poderia fazer? Ele parecia ser um cara legal, que gostava de coisas novas. Mas eu mal conhecia ele. Entretanto... Isso era um detalhe. Eu podia mudar isso.

“Vamos voltar a ver o filme então?” Perguntou ele olhando para a TV. “Ah, por favor! Eu adoro ver filmes de zumbi comendo pipocas feitas por super chefes de cozinha!”

Eu ri.

“Eu estou sentada ali!” Apontei para o lugar onde ele ia sentar.

“Ah! Depois desse elogio você vai me fazer sentar no segundo melhor lugar do sofá, ao invés do primeiro?” Perguntou ele rindo de brincadeira.

“Acha que vou deixar você sentar aí só por que está me bajulando?” Perguntei, mas logo tive vontade de pegar a pergunta de volta. Ares tinha dito a mesma coisa para mim quando eu estava com aquela maldita camisa emprestada!

“Certo. Se prefere assim.” Dylan chegou para o lado rindo um pouco, e depois ficamos assistindo o filme tranquilamente. “Já que não me conhece bem... Esse é um ótimo momento para começar.”

“É mesmo.” Sorri de leve. Nós conversamos sobre o nossos interesses, enquanto alguns zumbis eram metralhados. Foi bem divertido.

POV Ares.

Com toda a força que tinha ela me empurrou para trás. Eu acabei caindo na minha cama, e me apoiei nos cotovelos para poder observá-la. Ela fechou a porta do quarto com um chute, e piscou para mim.

Ai... Como aquilo ia ser bom!

“Você não está longe demais?” Perguntei com um sorriso no rosto.

“Quer que eu chegue mais perto então?” Perguntou ela em uma voz baixa e sedutora. Ah... Ela sabia mexer comigo muito bem.

Afrodite se abaixou e tirou os saltos altos de um modo que o seu decote parecia me observar. Eu, para não ser mal educado, o observava de volta. Descalça, ela foi até onde eu estava e me beijou. Eu a puxei para mais perto e a beijei de volta.

Em alguns segundos ela já tinha tirado a minha camisa. Nós estávamos nos beijando sem parar.

“E.” Beijo. Ela terminou a frase. “O Apolo?”

“Dane-se.” Respondi beijando-a de novo. Tirei a camisa dela, enquanto suas mãos correram pelo meu corpo. Em um minuto nós estávamos vestindo só as roupas íntimas.

“Sabe? Eu amo o seu tanquinho.” Disse ela me beijando de novo.

“E eu amo o seu...” Fui interrompido. A porta se abriu de repente, e nós dois demos um pulo de susto. Por experiência eu já sabia o que estava por vir.

Procurei pela cama as minhas roupas novamente. Pensei que fosse aquele maldito ferreiro tentando me humilhar de novo, mas quando olhei para a porta vi que estava enganado.

“Aaaaah, viu só?!” Exclamou Apolo apontando para nós dois com suas duas mãos.

“Apolo?!” Berrei de ódio. “O que você está fazendo aqui?!”

Depois de todo aquele show na sala de estar, eu tinha finalmente conseguido fazê-lo pensar melhor e ir procurar outra garota para agarrar, mas parece que tudo aquilo tinha ido por água abaixo, porque lá estava ele de novo!

Afrodite tinha chegado logo depois dele ter saído. Estávamos prestes a nos dar bem, quando esse idiota volta!

“Olhar vocês desse jeito não tem mais graça! Se eu estivesse com a Alice! Mas... Nããão! Ela está com o Dylan!” Queixou-se revirando os olhos e gesticulando.

“Seu miserável!” Rugi me cobrindo com um travesseiro. “O que você pensa que está fazendo aqui?! Suma!”

“Você é um grande insensível!” Exclamou Apolo. “Não dá a mínima para os meus sentimentos, não é?!”

“É! Eu não dou a mínima mesmo!” Confirmei me levantando da cama. Eu respirei fundo... Tinha que manter a calma para não espancar ele bem na frente de Afrodite, que estava pondo as roupas de novo. “Escuta... Nós dois estamos ocupados no momento, se é que você não notou.”

“Vocês dois estão sempre ‘ocupados’! O meu assunto é mais importante!”

“É, mas estávamos no meio de uma...!” Engli a última palavra e substitui por outra. “... Conversa.”

“Tudo bem.” Disse Afrodite arrumando o cabelo com uma escova. “Nós podemos... Conversar mais tarde. Acho que vocês dois tem algo mais importante para resolver.”

“O que?! Mas...!” Não! Eu estava em um clima tão bom! “Não quer mais... Conversar?!”

“Ahm... Depois desse susto, e dessa história triste...” Afrodite murmurou pensativa e depois revirou os olhos, desapontada. “Não. Tenha um bom dia, Ares.”

Não. Tenha um bom dia, Ares?! Como assim?! Aquilo não podia estar acontecendo de jeito nenhum! Apolo...

“Até mais Afrodite.” Disse Apolo abrindo espaço na porta para ela passar. Ela estava tão linda, deslumbrante e sexy saindo com os saltos altos na mão que me deu vontade de chorar ao pensar que nós não iríamos mais conversar!

Mas é claro... Homens de verdade não choram. Só mariquinhas choram. Homens de verdade, quando incomodados desse jeito, reagem assim...

“Onde eu deixei a minha espada dessa vez? Quando eu achar, você está perdido! Eu vou acabar com a sua raça, Apolo!” Rugi procurando pelo meu quarto, mas como eu nunca o arrumava... Era um pouco difícil encontrar.

Virei uma gaveta de cabeça para baixo. Lá não tinha nada... Só um 9mm, um pentes para recarregar, e um lança-chamas em miniatura. Onde a minha espada estava quando eu precisava dela?!

Eu olhei para trás, pois o Apolo tinha parado de falar. Pensei que ele estivesse com medo ou coisa parecida, mas ao invés disso...

“Você não se sente exposto? Eu me senti quando estava só de cueca.” Comentou ele como se aquilo fosse completamente normal.

“Cala essa boca!” Berrei tentando achar as minhas calças. “Só estou assim por culpa sua!”

“Não era comigo que você estava ‘conversando’, ok?” Retrucou ele. “E também... Não mude de assunto! Aquele maldito Dylan ainda está com ela, enquanto eu estou sozinho!”

Isso não é problema meu!” Berrei com raiva. Que idiota! Como se eu realmente ligasse para o que ele estava sentindo. “Eu não dou a mínima, seu otário!”

“Mas eu ligo! E você também devia ligar par ao problema do seu irmão!” Retrucou ele. “Como?! Como eu posso tentar procurar outra garota, quando a que eu quero está com um cara com nome de remédio?!”

“É meio irmão. E Dylan não é nome de remédio, seu retardado!” Reclamei irritado. “Mas o mais importante é que isso não é problema meu!

“Eu não sei o que fazer!” Berrou ele jogando-se no chão e abraçando a minha perna. Eu arregalei os olhos surpreso. Eu realmente não esperava por aquilo. “Ares, me ajude! Conselhos, dicas... Qualquer coisa!”

“Solta a minha perna, seu maluco!” Berrei chutando ele para longe. Apolo caiu no chão pronto para pular na minha perna novamente, quando ele arregalou os olhos para mim. Não ia ser boa coisa...

“Amaldiçoe.” Disse ele. “Faça isso! Lance uma outra maldição nela, mas uma que não machuque! Assim ela vai voltar para me pedir ajuda, e nós vamos...!”

“Você está perdendo a cabeça?! Não vou fazer isso!” Exclamei. “Qual é o seu problema, Apolo?! Procure outra garota!”

“Não tem outra garota!” Retrucou ele. “Alice é completamente diferente de todas as outras que eu já encontrei, e também...!”

“É porque ela é diferente, ou é porque você não pode ter ela?” Perguntei cruzando os braços. Apolo sempre conseguiu qualquer garota fácil, e agora que uma deixou ele para ficar com um mortal, aquilo devia o estar afetando.

“O que...?” Apolo ficou mudo. Ele parou para pensar um pouco. “Não. Eu realmente gosto dela.”

“Aham.” Fingi concordar.

“É verdade!” Protestou ele. “Ela é demais! Bonita, inteligente, engraçada...”

“Sem graça, retardada, estraga prazeres...” Completei.

“Mentira! Você não pode simplesmente fingir que ela não é uma garota legal! A Alice é demais, e você só não quer admitir!” Disse ele.

“Ela não é demais coisa nenhuma!” Revirei os olhos. “A Filhinha de Hermes, não é nada que chame a atenção de ninguém. Também... Já saí com garotas muito mais bonitas.”

“Então está admitindo.” Disse ele sorrindo triunfante. “Pode ter saído com garotas mais bonitas, mas indiretamente acabou de falar que ela é bonita.”

Eu franzi o cenho, e tentei notar se aquilo era algum tipo de brincadeira. Infelizmente não era... Ele tinha me pegado.

“Não quis dizer isso! Argh... Esquece.” Como ainda estava sem roupas tentei procurar a minha calça no chão, mas Apolo continuou falando.

“Viu só?! Não tem como tirar ela da cabeça!” Exclamava ele em um tom apaixonado, mas ao mesmo tempo triste. “Aquele maldito mortal se meteu no meu caminho! Quem ele pensa que é para...?!”

“Deixa eles em paz, seu demente. Ela disse para você se mandar. Pegue o conselho e á embora!” Retruquei.

“Não! Eu não vou embora! Você deve me entender.” Falou ele.

“Eu devo te entender?” Repeti sem entender de verdade. “Com assim?!”

“Quer fingir que não, mas também não consegue ficar longe dela, não é?”

Eu fuzilei ele com o olhar. Mas que droga! Não queria que ele estivesse ali, não queria ver a Ali...! Filhinha de Hermes. E, acima de tudo, eu não queria ter sido atrapalhado por ele bem no meio da minha ‘conversa’ com Afrodite!

Resolvi que aquilo teria um troco.

“É. É...” Concordei. “Eu te entendo. Eu... Não consigo tirar ela da minha cabeça. Acho... Que nunca vou conseguir.”

“Sério?” Perguntou Apolo arregalando os olhos.

“Claro.” Concordei tentando não rir. “Todos os dias que passamos juntos. Todos os nossos encontros no meio da noite... Não posso simplesmente esquecer!”

O que?!” Berrou cerrando os punhos. “Você estava com ela?!”

“Não.” Respondi dando de ombros. “Só queria ver a sua cara de idiota caindo nessa historinha inventada.”

Apolo estava enfurecido, mas logo voltou a uma expressão magoada. Ele virou de costas para mim. Estava no outro canto do quarto.

Tá... Aquilo foi um pouco de maldade. Talvez ele estivesse realmente sofrendo ao extremo, e não só exagerando os fatos.

“Escuta... Você quer um conselho?” Perguntei contra a minha própria vontade. Não sei o que deu em mim...

“Qual?” Perguntou depois de alguns minutos de silêncio.

“Volte para o Olimpo.” Respondi em um tom sério. “Fique longe dela. Um dia você não vai mais se lembrar dela, do mesmo jeito que ela não vai mais se lembrar de você. Ficar vindo toda hora para a minha casa só vai fazer você sofrer mais. Sabe que nós moramos perto, e sabe que vai encontrar ela com outra pessoa.”

Apolo olhou para mim com um olhar triste, mas por fim deu um leve sorriso forçado. Ele desviou o olhar para o chão.

“É... Acho que... Vou fazer isso.” Concordou. “O-Obrigado... Ares.”

Com isso ele simplesmente sumiu, e eu fiquei parado no meio da bagunça ainda tentando achar as minhas calças.


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Notas finais do capítulo

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