Meu Vizinho Infernal escrita por Mandy-Jam


Capítulo 25
Adeus Elvis!


Notas iniciais do capítulo

Olá de novo!

Adivinha! É, sim... Um novo capítulo. Como sabia?



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AC/DC, The Runaways, Will Smith, Shakira, Madonna, Prince, The Who… Todos eles foram atingidos pelas minhas flechas e viraram uma pilha de pedaços de CD quebrados.

“Lá se vai o Rei...” Falou Apolo. “E ainda dizem que o Elvis não morreu.”

“Ah, para com isso.” Eu suspirei. “Eu não acertei nenhum, Apolo. Você já lançou uns 100 CDs!”

“Calma... A prática leva a perfeição.” Ele lançou o CD da Taylor Swift no ar e acertou o furo sem nem mesmo parar para mirar. A flecha prendeu o CD na parede e ele ficou girando algumas vezes.

“Claro... Eu só preciso treinar mais alguns anos, não é?” Falei olhando para ele. “Quantos anos você tem?”

“Ah, só uns 3.0012.” Falou ele desviando o olhar.

“Três mil e doze anos?!” Eu repeti. “Nossa! Você... Uau!”

“Velho demais para você?” Brincou ele.

Eu revirei os olhos.

“Joga logo esses CDs e fica quieto.” Eu falei.

Nós continuamos o treino por várias horas, até que eu fiquei com fome e completamente frustrada de não acertar nenhum CD. Foi aí que Apolo resolveu dar um tempo e me levar para o shopping. Nós paramos na praça de alimentação para comer alguma coisa. Eu estava comendo um prato de macarrão, enquanto Apolo pediu um prato de sushis.

“Peixe cru...” Eu comentei. “Realmente gosta disso?”

“É tão bom, que chega a ser poético.” Ele falou. Pegou com os hachis um sushi e estendeu na minha direção. “Prova. Você vai gostar.”

Eu fiz uma careta.

“Eu já provei. Isso não é nem um pouco bom.” Eu falei.

“Ah... Vamos. Só um.” Ele continuou com o hachi estendido para mim. “Não vou baixar o braço enquanto você não comer.”

Eu revirei os olhos. Não tinha jeito mesmo. Eu comi o sushi, e Apolo sorriu.

“Viu? Não é bom?” Perguntou.

“Não... Eu nem gosto de peixe.” Eu engoli praticamente sem mastigar.

Ele riu da minha careta e continuou comendo. Ele começou a falar sobre os carros que já teve com o passar dos anos, e eu assentia prestando atenção. Depois de alguns minutos eu olhei em volta para ver que a multidão que antes lotava a praça de alimentação tinha ido quase toda embora. Porém quase todos os lugares ainda estavam ocupados.

Foi aí que eu senti um calafrio. Como se alguém estivesse me observando.  Como se eu soubesse exatamente quem era eu olhei diretamente para uma mesa bem afastada da gente. Foi muito rápido, mas eu podia jurar que estava vendo Ares sentado lá. Mas... Algumas pessoas passaram na frente e ele simplesmente desapareceu. Eu franzi o cenho.

“Então, o que você acha?” Perguntou Apolo.

“O que? Acho... O que?” Eu perguntei olhando para ele. Apolo riu.

“Que horas amanhã?” Ele perguntou.

“Ahm... Acho que pode ser de manhã mesmo.” Eu falei.

“Certo. Por mim está tudo bem.” Ele concordou. “Então, vamos comprar o presente agora?”

“Ah sim! O presente. Eu tinha esquecido.” Nós nos levantamos e fomos andando para algumas lojas.

Demorou um pouco, mas por fim eu achei o presente certo. No meu sonho eu lembro que tinha visto a minha mãe tirando fotos. Ele nunca tinha me contado que gostaria de trabalhar como fotógrafa, por isso eu gastei todo o meu dinheiro comprando uma máquina digital para ela. Não era a melhor da loja, mas foi a melhor que eu pude comprar.

“Ei, eu já volto, certo?” Falou Apolo. “Eu quero ver uma coisa na loja de peças de carro. Só um minuto.”

“Tudo bem, eu vou andar por aí. Você consegue me encontrar, não é?” Eu falei e ele assentiu.

Nós fomos cada um para um lado. Tinham várias pessoas no shopping, o que é bem comum. A maioria estava dentro das lojas comprando tudo que podiam com as liquidações de 70% de desconto.

Depois de andar um pouco eu parei na frente de uma vitrine. Era uma loja de esportes enorme com um desconto. Pena que eu tinha torrado o meu dinheiro com a câmera.

“Ah, não se preocupe. Você pode sempre roubar, não é mesmo filhinha de Hermes?” Falou Ares do meu lado.

Eu cerrei os punhos.

“Já falei que eu não sou ladra.” Respondi.

“Ah, claro.” Riu ele. “Continua mentindo, e talvez um dia alguém acredite.”

“O que veio fazer aqui, Ares? Aproveitar as promoções das lojas de maquiagem?” Rebati.

“Você quer que eu finja que isso foi uma ofensa?” Perguntou ele.

“Quero que você suma, mas acho que isso não vai acontecer.” Eu respondi.

“Que bom que você sabe.” Ele falou.

Eu me virei e sai andando. Por incrível que pareça ele não me seguiu, e nem mesmo tentou me impedir. Depois de passar por algumas lojas eu olhei para trás e vi que não tinha mais nenhum sinal dele por perto. Eu me virei novamente para a frente, só que...

“Nossa! Você aqui?” Ele fingiu surpresa. “Mas que coincidência.”

Eu revirei os olhos e marchei para frente.

“Vai embora!” Eu reclamei.

“Já que você pediu com tanto jeitinho...” Ele falou, mas então fez uma pausa. “Não.”

Na nossa frente estava uma fonte de água. Era feita de mármore branco e tinha a figura de um dragão que cuspia água. Eu me sentei de costas para ela e olhei para Ares.

“O que você quer dessa vez?” Eu perguntei. “Você só pode estar brincando se quer que eu lute contra um monstro aqui. Está cheio de gente!”

“Tsc. São mortais sua tonta. Eles não enxergam nada. E também... Se você não notou ninguém aqui está dando a mínima para você, ou para mim.” Ele falou olhando em volta.

“O que você quer dizer com isso?” Eu perguntei olhando para as pessoas.

Ares suspirou, e abriu um sorriso maligno. Ele olhou em volta.

“Cuidado! Essa garota tem uma arma! Corram para salvarem as suas vidas!” Ele berrou, e os meus olhos se arregalaram.

“Você ficou louco?!” Eu exclamei.

Ele não disse nada. Eu esperava que os seguranças viessem me prender ou coisa do tipo, mas ninguém nem mesmo olhou para nós. Eu tentei prestar mais atenção. Todos eles estavam tão ocupados e focados nos descontos das lojas que não prestariam atenção nem mesmo se o shopping inteiro estivesse ardendo em chamas.

“É... Um feitiço ou coisa do tipo?” Eu perguntei franzindo o cenho.

“A sua inteligência ainda me admira.” Zombou Ares. “É claro que é, idiota! Nenhum desses mortais está dando a mínima para a sua existência patética. Eles estão ocupados com coisas que julgam ser mais... Importantes.”

“Ah tá... E foi você quem fez com que eles prestassem atenção ás liquidações?” Eu perguntei achando aquilo estranho. Não fazia o estilo de “Sou um motoqueiro durão”.

“Não, mas até que veio bem a calhar.” Comentou ele. “Agora quanto a você, Kelly...”

“Ares!” Chamou uma voz encantadora. Afrodite. “Olha só o que eu achei!”

Nós dois olhamos para o lado e Afrodite apareceu desfilando com umas 6 sacolas de compras na mão. Ela estava com uma saia preta justa e com uma camisa branca com um decote em V que fazia qualquer cara parar para admirar por alguns minutos.

“Alice!” Ela exclamou ao me ver. “Aaaw, você veio aqui fazer compras também?”

“Ah... Mais ou menos.” Eu falei. “Vim comprar um presente.”

“Perfeito! Você também não adora promoções?” Ela perguntou, mas depois virou-se para Ares e deu para ele as 6 sacolas de compras. “Certo... Vejamos... São 10 pares de óculos escuros da Channel, uns 17 pares de saltos altos, um... Aqui tem também 9 vestidos daquela grife nova que é simplesmente di-vi-na!”

Ares ficou segurando as sacolas enquanto ela fazia o inventário de coisas que tinha comprado. Acho que ele só agüentou porque estava mais interessado no seu decote em V.

“É... Acho que isso é um bom começo. Guarde para mim, certo?” Falou ela. “Agora vamos, amor. Temos que passar na nova loja de sapatos.”

“É que... Eu estou um pouco ocupado agora... Amor.” Falou Ares tentando se livrar dela.

Afrodite olhou para mim, e depois para ele. Ela entendeu o que Ares queria dizer, por isso pôs as mãos na cintura e lançou-lhe um olhar severo.

“Você me prometeu que não arrumaria brigas.” Ela lembrou.

“É, Ares... Você prometeu para ela.” Eu falei fingindo estar tremendamente chocada. Se eu ajudasse Afrodite talvez me livraria dele. “Afrodite... Eles são todos assim. Acho que Ares não quer passar o tempo com você. Mas... Tente não chorar.”

Ela olhou para mim chocada. Seus olhos se encheram de lágrimas e raiva ao mesmo tempo. Ela olhou para ele.

“Você... Você não quer passar o tempo comigo?” Perguntou com uma voz de choro, que fez Ares gaguejar.

“O-O que?! N-Não! Não é isso!” Ele tentou se explicar enquanto lançava um olhar de você-vai-me-pagar-por-isso-Kelly para mim. “Meu amor... É que eu queria...”

“Você?! E quanto á mim?!” Ela perguntou quase chorando. Só de vê-la daquele jeito já me deu vontade de chorar. Ela tinha essa influência sobre as pessoas.

Ares jogou as sacolas para mim e eu tive que pegá-las. Ele fez um posa de galã (ou tentou) e andou na direção de Afrodite. Quando chegou bem perto de seu ouvido ele começou a falar.

“Você sabe que não tem nada mais importante para mim do que você, meu docinho. Agora porque você não vai à loja de jóias, e compra quantos diamantes você quiser? Assim você pode fazer um desfile para mim mais tarde... Em particular.” Ele disse com um sorriso maldoso no rosto, e Afrodite parou de chorar.

“Ah, Ares...” Ela deu uma risadinha. “Eu não sei...”

Ela começou a mexer no cabelo.

“Aproveite. A loja toda está com 40% de desconto.” Ele falou agora em um tom de voz normal.

Os olhos de Afrodite brilharam.

“40%?!” Ela repetiu, e depois olhou para mim um pouco sem graça. “Ah... Eu sei que você vai ficar bem, querida. Sempre dá um jeito, não é? Até mais.”

Com isso ela foi embora correndo para a loja de jóias. Eu fiquei boquiaberta.

“Engoli essa, Kelly.” Falou Ares com uma pose triunfante.

“Eu... Acabei de ser trocada por... Um desconto de 40%?” Eu falei sem acreditar.

“Está reclamando? É mais do que eu pagaria.” Ele zombou. “Agora quanto ao seu oponente... Ele já está esperando.”

Eu pisquei os olhos. Perguntei para ele quem era, mas ele ficou só parado olhando para o chafariz. Não podia ser... Eu me virei. Pisquei os olhos algumas vezes e notei que a estátua de um dragão de três cabeças estava se mexendo levemente. A névoa tinha me confundido.

Aquilo estava vivo. E assim que seus olhos encontraram os meus as três cabeças abriram a boca soltando um barulho horrível. Como era de se esperar, ninguém deu a mínima.

Eu permaneci parada. Qualquer movimento brusco e seria o meu fim.

“O que... É isso?” Eu perguntei.

Eu estava de costas para Ares, mas pude sentir que ele estava sorrindo.

“Isso é uma hidra. E acho que ela está morrendo de fome.” Ele respondeu.

A hidra, como se estivesse concordando, abriu a boca novamente e emitiu um barulho horrível. Ela levantou um de seus braços e me atacou, mas por sorte eu consegui me jogar no chão e escapar por pouco.

Eu me levantei rapidamente, e ela começou a as mexer. Saí pelos corredores o mais rápido que eu pude. O monstros não parava de berrar ou seja lá que som era aquele. Eu achei a minha bolsa no chão e a peguei. Pensei no meu arco e flechas e lá estavam.

Virei para trás rapidamente e lancei três flechas na cabeça do meio, que ao ser atingida soltou um grito de dor que era capaz de quebrar todas as janelas do shopping. Ela abriu sua boca e lançou uma rajada de fogo, o que me pegou de surpresa.

“Ah!” Eu exclamei me jogando no chão para não virar churrasco.

Atirei mais algumas flechas. Eu sabia que tinha algo que eu não podia fazer quando lutasse contra uma hidra, mas não lembrava o que era! Com medusa você não pode olhar para ela, com um javali você tem que desviar no último segundo, mas contra aquilo...

“Não corte as cabeças!” Alertou Apolo alguns metros de mim. “Nascem duas no lugar!”

“Mas então... Como eu vou...?!” A hidra lançou outro jato de fogo e eu rolei para o lado.

Saí correndo ainda mais. Precisava pensar em algo, senão estaria tudo acabado para mim. Depois de virar para a direita algumas vezes e depois para a esquerda... Cheguei até um outro chafariz, que dessa vez era bem largo e fundo. Parecia um tipo de piscina Olimpica, e eu imaginei se eles tivesse feito aquilo para o caso de alguém ser atacado por uma hidra.

“E agora, Kelly?” Perguntou Ares no meu lado esquerdo. “Vai fazer o que?”

A hidra tinha chegado atrás de mim. Ela abriu a boca para lançar outra rajada de fogo, e dessa vez não teria para onde fugir. Sem pensar duas vezes eu pulei na água, um milésimo de segundo antes do fogo atingir o lugar onde eu estava. Eu caí na água e fui até o fundo da piscina. Pude ver o fogo passando por cima da minha cabeça.

Eu nadei para longe, mas não consegui ficar embaixo d’água por muito tempo. Eu emergi para pegar um pouco de ar, e a hidra berrou de novo. Eu tirei o meu cabelo molhado de frente dos olhos para poder ver o que ela faria.

O monstro lançou o fogo novamente, mas dessa vez foi rápido demais para eu mergulhar novamente. Eu fechei os olhos e esperei.


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Notas finais do capítulo

Trocada por um desconto. Afrodite realmente ama ela, não é?

Mas... O que vocês acham?

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