Meu Vizinho Infernal escrita por Mandy-Jam


Capítulo 22
Haicai que duram meses = Pior maldição


Notas iniciais do capítulo

Finalmente estou podendo postar o próximo capítulo!

Aqui está, Luh! Já que estava tão ansiosa...



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Eu descobri que a palavra “não” é a palavra mais mágica e linda do mundo. Não é doce dizer não? Acho que as pessoas deveriam falar mais “nãos”.

Por isso, siga o meu conselho.

Diga não para o tédio, diga não para cães de 2 metros, diga não aos seus professores, diga não aos seus pais, diga não ao Deus da guerra quando ele te desafiar á um duelo. Isso se você conseguir é claro.

Isso só acontece porque a tentação se quebrar a cara dele é tão forte, tão linda, que você não consegue dizer “não” á ela. Esse foi o meu caso.

“O que? Isso foi um ataque?” Perguntou ele extremamente inocente.

Eu tinha acabado de me chocar contra o espelho da parede. Não quebrou nem nada, mas me deixou um pouco tonta. Eu me virei para olhar para Ares.

O idiota continuava lá parado. Isso me dava raiva! Ele me mandava atacar, eu ia, ele se esquivava ou se defendia, eu caia no chão e ele fazia uma linda cara de paisagem.

“Imagina...” Murmurei sarcasticamente.

Ele fez novamente uma cara de paisagem. Eu estava pronta para desistir, mas se você olhar para a cara de paisagem dele dá mais vontade ainda de lutar. De novo, eu pensei que poderia vencê-lo. Afinal o que ele era? Só um idiota imortal. Só isso!

Eu pulei para cima dele pronta para um soco. Estendi a minha mão, mas ele se limitou a segurá-la e me girar, como os dançarinos fazem. Meu braço estava estendido para trás em questões de segundos. Com um movimento leve e poderia quebrá-lo, mas preferiu chutar as minhas costas de leve me fazendo cair sutilmente de cara no chão.

“Ah, desculpe Filhinha de Hermes. Quer que eu pegue mais leve com você? Acho que isso doeu demais.” Falou ele.

Eu me virei devagar. Aquilo não tinha doido quase nada, mas depois de cair uma 50 vezes seguidas as suas costas ficam um pouco cansadas.

Eu revirei os olhos.

“Lute de verdade!” Falei. “Você só está brincando comigo!”

Ares fez a mesma cara de paisagem de antes.

“Quem, eu?” Perguntou.

Eu rangi os dentes com raiva. Ele estava fazendo aquilo direto, de modo que atacá-lo era viciante! Eu me levantei e dei um chuta, mas ele simplesmente pegou o meu pé levantou fazendo com que eu ficasse de cabeça para baixo, e me soltou.

Caí á centímetros dos seus pés.

“Ah, que isso! Não precisa se jogar aos meus pés.” Zombou ele.

“Eu vou quebrar os seus pés!” Exclamei com raiva.

Eu me levantei e pisei no pé dele, mas a sola do meu é que ficou doendo. Eu agüentei a dor e tentei socá-lo, mas novamente foi em vão. Ele segurou o meu punho e puxou-o até as minhas costas. Estava doendo.

“Você desiste? Ou quer continuar lutando?” Perguntou ele calmamente. “Para mim seria uma pena se você desistisse. Estou me divertindo muito com isso.”

“Foi por isso que me desafiou. Para se divertir.” Falei.

“Dããã!” Fez ele.

Respirei fundo.

“Quer saber? Eu desisto.” Falei em um suspiro.

Ele solou o meu braço um pouco desapontado.

“Ah! Eu não imaginei que você fosse desistir tão...!” Ele não acabou a frase, pois eu acertei um soco no queixo dele.

Meu punho doeu um pouco. Parecia que eu tinha socado uma parede, mas pelo menos Ares também sentiu algo.

Ele pôs a mão em seu queixo e olhou para mim. Sua cara de paisagem tinha desaparecido. Seus olhos ardiam um pouco mais agora.

“Disse que tinha desistido. Isso está fora do nosso duela.” Falou em um tom amedrontador.

“E daí? Peguei você despreparado? O que ia fazer? Preparar o músculo do maxilar?”

Ele me fuzilou com o olhar e depois sorriu malignamente.

“Sabe? Você acabou de atacar um Deus inocente e despreparado. Vai pagar por isso.” Falou.

“Inocente e despreparado?” Repeti incrédula. “Então esse Deus deve ter fugido, porque eu só vejo um valentão violento e estúpido.”

“Olha quem fala! Você é a pessoa mais estúpida que eu já conheci. Quem cai no mesmo truque mais de 90 vezes seguidas?!” Ele riu.

Eu senti raiva, pois sabia que eu era realmente muito estúpida. Mas... Ele não tinha o direito de jogar aquilo na minha cara.

“Não sou nada comparada a você! Sua única diversão é incomodar as pessoas! Que tipo de miserável fica feliz fazendo as pessoas infelizes?!”

Ele parou de rir.

“Você que começou. Parece uma velha! Abaixe o som! Blá blá blá!” Ele imitou a minha voz de um jeito fino e horrível.

“Eu não falo assim!” Protestei.

“Ah, fala sim.” Afirmou ele. “Não tem coisa mais irritante no mundo do que você. Parece até que é minha mãe.”

“Sinto muito. Meu azar é grande, mas nem tanto.” Falei irritada.

“Escuta aqui, sua peste.” Ares segurou a gola da minha camisa e cme puxou para perto. Seus olhos furiosos me fitavam. “O único motivo pelo qual eu não acabo com você agora, é porque...!”

The moment I wake up!” Exclamou uma voz. “Before I puto n my make up!”

Toques de piano.

Alguns dos mortais que estavam sentados no chão se levantaram de repente e disseram juntos:

I say a little pray for you!” Cantarolaram.

Eu franzi o cenho.

“Mas que droga é essa?” Perguntei.

Ares ainda estava segurando a gola da minha camisa, mas ele olhava agora para os mortais cantando.

“Ah não...” Murmurou ele. “Isso não. Só pode estar...”

Eles atingiram o refrão.

For ever ande ver, You’ll stay in my heart and I’ll Love you!” Cantavam animados por algum motivo desconhecido.

“O que... Eles estão fazendo?” Perguntei.

“Não são eles, idiota.” Ele rangeu os dentes. “Argh! Apodreça no Tártaro Apolo!”

“Apo-lo?” Repeti. “Ele... Está fazendo isso?”

“É...” Resmungou ele. “O covarde não gosta de brigas. Acha que esses mortais ridículos que cantam vão fazer com que nossa luta seja interrompida.”

Eu olhei para eles cantando. Cada vez mais animados. Imaginei se Apolo realmente acharia que aquilo ia ajudar em alguma coisa.

“Apolo?” Chamei. “Pare com isso! É tão... Estranho.”

Eles cantaram o refrão novamente. Cada vez mais e mais animados. Aquilo era um inferno!

“Apolo! Já chega!” Exclamei.

Nada. Eles continuavam cantando. O cara que cantava as partes principais dava uns agudos que faziam com que eu e Ares tivéssemos que tapar os ouvidos para não ficarmos surdos.

“Você está ferrado quando eu sair daqui, seu moleque! Ferrado!” Berrou Ares.

Eles cantaram mais alto depois disso, mas acho que só eu notei.

“Vou te arrastar pessoalmente até o Tártaro, mas não antes de quebrar todos esses seus dentes perfeitos!” Ameaçou Ares.

“Pare! Quanto mais você grita, mais eles cantam!” Avisei.

“Não me dê ordens, pirralha!” Rugiu ele.

Eles trocaram de música. Agora começaram a cantar uma música do Bob Marley.

“Don’t worry about the thing! Cause every little thing is gonna be alright!” Cantou o cara principal.

“Aaah!” Rugiu Ares. “Maldito seja!”

“Apolo, pare com isso! Já... Já estamos calmos! Viu? Não estamos nem mesmo brigando...!”

“Ah, pare de tentar ajeitar as coisas! Ele não vai parar só porque a namoradinha está pedindo com educação!” Repreendeu Ares.

“Ah, desculpa! Com certeza ele vai parar porque você está pedindo, não é?” Rebati.

“Tenho mais chances do que você. Realmente acha que sendo educada as coisas funcionam?! Ou você é grosso, ou nada dá certo!” Exclamou ele.

“Ah, é?! Então me mostre onde a sua grosseria está dando certo!” Falei irritada.

A música trocou novamente. Eles começaram a cantar “Introducing me” do filme Camp Rock 2. O violão parecia que estava sendo tocado no dentro do meu ouvido!

“Eu tive uma idéia...” Murmurou Ares olhando para mim.

“O que?” Perguntei.

Ele pôs a mão em volta do meu pescoço e me levantou do mesmo jeito que o ciclope tinha feito naquele bar. Meus pés balançaram novamente. Estava ficando cada vez mais acostumada com aquilo. Que inferno...

“Para com essa maldita música, ou eu destruo ela agora mesmo!” Ameaçou Ares.

Eu estava ficando sem ar. Tentei chutá-lo, mas estava longe demais. Como se não fosse suficiente, a música ainda continuava tocando.

Uma flecha voou e passou raspando pelo braço de Ares, que acabou me largando. Eu caí no chão e ele gritou.

“Ah!” Ele estava sentindo dor, e isso me deixou feliz.

“Nada de violência.” Advertiu Apolo.

Ele estava em pé na frente da porta fechada da sala. Estava com uma roupa estilo dos anos 60 o que era muito estranho. Se eu o encontrasse na rua e não o conhecesse, pensaria que era um hippie deslocado no tempo.

“Como chama isso?” Perguntou Ares irritado apontando para seu braço. Estava levemente arranhado, mas eu sabia ( não sei como, mas sabia ) que aquilo estava ardendo muito.

“O que foi? Estou pegando muito pesado com você?” Riu Apolo. Aquela frase foi a mesma que Ares tinha dito para mim. Isso o fez ficar com bastante raiva.

“Ah... Eu podia acabar com você agora mesmo...” Ele pôs uma mão nas costas, mas acabou hesitando em sua ameaça. Parecia que ele tinha notado que algo estava faltando.

“Apolo...” Falei e ele perguntou o que sem desviar o olhar de Ares. “Pare com essa música. Já está irritando.”

“Vocês tem que se acalmar. Sinto muito, Alice.” Falou ele.

“O que?! Mas...! Eu estou calma! Deixe só ele ouvindo isso, e...!” Ele me interrompeu.

“Você não me parece calma.” Disse.

Ele podia ser bonito, habilidoso, e um cara lega, mas sabia muito bem como ser um cabeça-de-vento. Eu fiquei sentada no chão e suspirei.

“Viu só? Educação não leva á nada.” Sorriu Ares triunfante.

“Sua grosseria também não ajudou. E, além disso, ainda piorou a nossa situação.” Comentei.

“Nossa situação?! Garota tonta. Eu sou um Deus. Posso ir embora quando eu quiser...!” Exclamou ele.

“Então vai! Quem pediu para você ficar?!” Perguntei.

Ele ficou em silêncio, e depois de uns minutos ele sentou no chão bem longe de mim.

“Tá... Talvez eu não possa ir embora dessa vez...” Resmungou ele.

Não tenho certeza do tempo... Aquilo pode ter durado só uns minutos á mais, mas para mim... Bem, eu achei que se passaram horas. Nós ficamos sentados no chão ouvindo uma série de músicas irritantes enquanto Apolo se olhava no espelho sem ligar para o nosso sofrimento.

Senti-me igual á uma criança de castigo. “Vá para o canto, e pense no que você fez!”. Que saco...

“Não tem nada pior do que isso...” Gemi ficando louca.

“Uhm... Não tenho certeza.” Ponderou Ares distraído.

“O que quer dizer?” Perguntei.

“Teve uma vez... Que Apolo lançou uma maldição em um grupo de soldados romanos. Eles passaram meses falando só em haicais.” Contou Ares franzindo o cenho e lembrando-se que como aquilo deve ter sido ruim.

“Argh...” Gemi. “Pobres soldados...”

Eu não sabia o que era pior... Ouvir aquelas músicas ruins e altas sem poder ir embora, ou falar só em haicais por meses! As duas me pareciam terríveis.

Depois de horas de tortura, Apolo parou a música. Ares desapareceu na hora. Mas não antes de me dizer:

“A minha maldição ainda está valendo. E não pense que eu vou esquecer aquele soco.” Falou e depois olhou para Apolo. “Muito menos disso, Apolo. Você ainda me paga!”

Ele sumiu, e eu voltei para casa á pé. Apolo me seguiu.

“Ei! Não quer uma carona?” Perguntou ele.

“Você só pode estar brincando! Você me fez ficar horas ouvindo aquelas músicas insuportáveis!” Reclamei.

“Alice... Como seu treinador... Eu tenho que te preparar para isso.” Falou ele.

“Isso o que?” Perguntei.

“Sabe... Quando se luta contra Ares, ficar irritado é o pior erro que alguém pode cometer. Ele pode te manipular facilmente.” Disse Apolo.

Aquilo fazia sentido, mas eu preferi fingir que ainda estava irritada com ele e continuar andando.

“Ah, e tem mais uma coisa...” Falou Apolo pulando na minha frente. “Quando Ares falou... Que você era a minha namorada você nem mesmo protestou.”

Meu rosto ficou vermelho.

“É por que...! Eu não podia protestar! Senão...! Nós não íamos parar de ouvir música, e...!” Apolo sorriu para mim achando o fato de eu estar me enrolando com as palavras muito engraçado.

“Foi só um comentário. Você não precisa se explicar.” Riu ele.

Apolo entrou em seu carro, e começou a acelerar. Mas... Não antes de piscar para mim.

“Te vejo amanhã.” Falou ele.


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Notas finais do capítulo

O que vocês acharam?

Na opinião de vocês, qual é a pior maldição?

E... O quer será que Ares notou que estava faltando quando ia atacar Apolo?

Espero por reviews!