Black Butler escrita por Patriiicia, Hatsuharu


Capítulo 8
Capítulo 8 - Sendo uma dama por um dia


Notas iniciais do capítulo

Ponto de vista da Leah:



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Ouvindo um cd que Sam me dera há alguns anos, penso sobre a minha vida e sobre os últimos acontecimentos.

Emily quase não me importunava mais desde aquele dia em que o tal mordomo de Bella me defendera... Anthony...

Todos tinham medo de Anthony, Sam e a matilha tremiam ao ou vir o nome dele, pois alegavam que ele era um demônio.

Tudo bem, ele era estranho e lindo como um anjo caído, mas daí a acreditar que ele era um demônio só porque ele afirmara tal coisa para assustar um bando de lobos?

Eu não me importava, afinal de contas, eu me sentia até um tanto grata por ele ter me defendido... Mesmo que só por causa de Bella.

É, mas não era isso que me atazanava.

O que me preocupava e me trazia sofrimento era o fato de eu e Seth termos nos transformado em lobos também.

É, é isso ai. Além de ser a "mal-amada" da reserva, eu também era a única que se transformava em loba e corria nua pela floresta de vez em quando... Droga!

Refletindo emburrada sobre tudo, ouço Seth me chamando.

- Leah! Tem alguém chamando! - gritava Seth.

Quem poderia estar me perturbando? Só faltava ser Sam dizendo que era a minha vez de fazer a ronda...

Desliguei o rádio e fui para a entrada de minha casa ver quem era.

Abri a porta e quase cai para trás, surpresa.

- O que você faz aqui? - perguntei.

- Olá, senhorita Leah - disse Anthony, pegando a minha mão e a beijando - Sinto um prazer enorme por revê-la.

- Oh, desculpe... Hã... O que veio fazer aqui? Onde está Bella? - perguntei.

- Ela foi visitar alguém e me pediu para que viesse aqui ver como a senhorita está - disse Anthony.

- Veio me ver? - perguntei.

- É o que parece já que acabara de bater em sua porta chamando pela senhorita - disse Anthony.

- Hã... - consegui dizer.

- A senhorita está bem? Parece meio tensa... - comentou Anthony, com um sorriso sarcástico.

- Não esperava vê-lo novamente... - falei.

- Bom, acho que nos veremos muito daqui pra à frente... - murmurou Anthony.

- Como assim? - perguntei.

- Muitos acontecimentos estão por vir... - disse Anthony.

Não disse mais nada.

- Então, posso entrar? - perguntou Anthony.

- Ah, claro - falei, dando licença a Anthony para entrar em minha casa.

Anthony entrou na minha casa e eu fechei a porta.

- Está um tanto desarrumada... terei um pouco de trabalho, mas nada que eu não dê jeito - disse Anthony, olhando tudo a sua volta com indiferença.

Olhei-o curiosa e confusa.

- Você vai arrumar a minha casa? - perguntei.

- Sim e você também... Não me leve a mal, mas acho que a senhorita não tem se cuidado muito bem - disse Anthony.

- Escute... - comecei.

- Só irei ajudá-la... Não há o que reclamar - disse Anthony, aproximando-se de mim e colocando as mãos na minha cintura.

Minha respiração se acelerou e ele sorriu.

- Bom, vamos lá... Primeiro você - disse ele, pegando-me no colo e me levando até meu quarto.

- Hei... - tentei protestar, mas já havíamos chegado ao quarto e Anthony já me sentara na cama.

Anthony me analisou.

- Você é uma linda mulher e seus longos cabelos ficaram lindos alisados - disse Anthony.

- Mas quando eu me transformar... - comecei, mas logo me calei.

Por quê droga eu estava confiando meu segredo a ele?

- Não tema, minha dama. Pode confiar em mim - disse Anthony, irônico.

- Confiar em um demônio? - brinquei.

- O que mais lhe resta, não? - disse Anthony, sorrindo perversamente e com os olhos mudando do dourado para o vermelho... O vermelho que eu jamais vira.

Naquele momento, eu soube que ele era, sim, um demônio.

- Então, é verdade? - quis confirmar.

- Sim, mas depois conversamos sobre isso... Agora, deixe-me transformá-la em uma dama de verdade, sim? - disse Anthony, voltando ao "normal".

- Tudo bem, mas eu já vou logo dizendo... Eu cortarei meu cabelo amanhã - falei.

Anthony me olhou feio.

- Não o corte. Seu cabelo é lindo do jeito que é. Ele combina com você - disse ele, tocando o meu rosto.

Corei.

- É, mas, quando eu me transformo em loba, fica meio complicado... - expliquei.

- Se deixar eu me concentrar em arrumá-la, eu prometo contar-lhe alguns segredinhos sobre o propósito da sua transformação, tudo bem? - propôs Anthony.

Segredinhos?

- O que vai me contar? - perguntei.

- Depois conversamos, agora, deixe-me fazer o meu dever - disse Anthony, encerrando a nossa conversa.

Calei-me e o deixei trabalhar.

Anthony foi até o meu guarda-roupa, o abriu e pegou um secador, um vestido que eu nunca usara antes verde e decotado e uma chapinha.

Depois, Anthony levou-me até o banheiro, lavou o meu cabelo e me levou de volta ao quarto para secar o meu cabelo e alisá-lo com a chapinha.

- Está linda, agora, só falta vesti-la e maquia-la - disse Anthony.

Anthony pegou um kit de maquiagem de dentro do paletó e passou base combinando com a minha pele por todo o meu rosto, blush nas minhas maçãs do rosto, sombra verde nas minhas pálpebras, lápis de olho para contornar os cílius tanto inferiores quanto superiores e gloss nos meus lábios.

Eu ia me levantar para me olhar no espelho, mas Anthony me deteu.

- Ainda, não. Só quando eu terminar - disse ele.

Então, Anthony pegou o vestido que ele colocara ao meu lado em cima da cama.

- Espere um momento... - falei - Você não vai me vestir.

- É claro que vou. Sou um mordomo e tanto, por isso, farei tudo para você - disse Anthony.

Antes de eu dizer uma palavra, ele pegara um lenço escuro de dentro do paletó, amarrara na cabeça tapando os olhos, me despira e já me vestira.

- Como você fez...? - comecei, um tanto boba.

- Sou um demônio, minha dama. Não me subestime - disse Anthony.

Ficamos em silêncio por um minuto e poucos segundos até eu perguntar:

- Posso me olhar no espelho, agora?

- Agora, sim - disse ele, levando-me ao espelho.

Ao olhar para a imagem refletida no espelho, coloquei a mão na boca... Eu estava linda.

- Não, minha dama. Você vai borrar o gloss - disse Anthony, segurando a minha mão e sorrindo para mim.

Sorri para ele.

- Obrigada - falei, sentindo-me estranha, afinal de contas, eu nunca fora de agradecer aos outros e nem de ser tão delicada.

- Não há de que - disse Anthony, com um sorriso.

Olhei-me por mais algum tempo no espelho, enquanto Anthony guardava as coisas e arrumava o lençol da minha cama que ficara um tanto bagunçado.

- Por que não vai assistir TV ou ler algum livro, enquanto, eu arrumo a casa, minha dama? - perguntou Anthony.

Olhei-o.

- Tudo bem - falei, calçando uma rasteirinha preta com detalhes verdes.

Fui para a sala, liguei a TV e sentei-me no sofá.

Fiquei assistindo TV por meia hora e ouvindo alguns sons da vassoura limpando o chão, coisas sendo organizadas e o cantarolar de Anthony, até ele se aproximar do sofá.

- Tudo arrumado - disse Anthony.

- Como assim? - perguntei.

- Tudo limpo e organizado - disse ele.

Olhei-o incrédula e caminhei por toda a casa vendo tudo em perfeita ordem.

- Você é incrível - falei, perplexa.

A casa estava uma bagunça antes dele arrumá-la. Minha mãe passara seu tempo indo na delegacia ver Charlie e Seth e eu fazendo nossos deveres escolares, por isso, não tinhamos mais arrumado a casa.

- Como eu disse antes, sou um mordomo e tanto, ou seja, isso nada mais é do que o esperado - disse Anthony, sorrindo.

Sorri e fiquei quieta.

Tive uma ideia.

- Por que não vamos para a praia? O pessoal está fazendo uma fogueira lá... - falei.

- Como quiser, minha dama - disse Anthony.

Seria divertido ver Emily perto de Sam, um lobo que nem devia ser alfa, porque Jake é que é o descendente, enquanto eu ficava acompanhada de um demônio lindo e cheio de classe.

- Vamos, então? - chamei-o.

- Claro, minha dama - disse Anthony, oferecendo-me seu braço.

Agarrei o seu braço e então fomos para a praia.

Eu nunca sentira tanta honra por estar com alguém..., pensei.

Ao chegarmos na praia, todos, a matilha, Billy e Emily, estavam sentados em volta de uma fogueira e nos olharam espantados.

Olhei diretamente para Emily que estava ao lado de Sam e sorri com falsa inocência para ela, enquanto ela tentava se recuperar abraçando Sam.

Olhei para baixo.

- Está tudo bem, minha dama? - perguntou Anthony, tocando o meu rosto com a mão e sorrindo.

Sorri agradecendo-o.

- Estou sim, Anthony - respondi.

A matilha, menos Jake, e Billy nos encarava assustados.

- O que faz aqui? - perguntou Jake, surpreso.

- My lady me pediu que viesse cuidar de uma certa dama, enquanto ela está visitando algumas pessoas - disse Anthony, simplesmente.

- Ela está visitando quem? - perguntou Jake.

- Depois, quando for conversar com ela, my lady te conta - disse Anthony.

Jake balançou a cabeça positivamente e se calou.

- Não queremos demônios nas nossas terras - ousou Sam.

- Não há nenhum pacto entre nós e você não é dono de nada por aqui, cachorro - disse Anthony, indiferente.

- Essa é a nossa reserva e nós decidimos quem entra nela - disse Billy.

- Por isso, eu o convido a ficar - falei, corajosa.

- Leah... - começou Seth.

Olhei-o séria e ele se calou.

- Ele é o meu convidado, por isso, espero que o tratem com respeito - falei, solenemente.

Todos me olharam contrariados, mas nenhum se opôs.

Anthony e eu nos sentamos perto da fogueira.

- Então, por que não conversamos? - sugeriu Jake, tentando suavizar o clima.

- Claro - falei - Anthony, por que não conta algumas coisas sobre nós? Você havia me dito que sabia sobre coisas...

- Contarei com prazer, minha dama - disse Anthony.

- Então, comece - pedi.

- O que quer saber exatamente? - perguntou Anthony.

- Tudo - falei.

- Certo... Vamos começar sobre a falar sobre... - começou Anthony.

- O imprint - pediu Seth.

- Como quiser. Bom, o imprint é uma questão de genética. O lobo só tem o seu imprint para poder garantir bons filhos, ou seja, o macho só escolhe a fêmea para procriar bem.

Interessante...

- Com quem eu vou me casar? - perguntou Jake, brincando.

- Com uma Swan - disse Anthony.

Jake ficou surpreso, mas logo sorriu amplamente.

- Com uma Swan? - perguntou Jake.

- Sim. Não my lady, Isabella Swan, mas sim outra - disse Anthony.

Jake ficou confuso e não disse mais nada.

- E sobre mim? Você disse algo sobre eu não precisar... - falei.

Anthony me olhou e disse:

- Você não precisa se transformar, é apenas uma questão de limpeza, ou seja, você é a escolhida para limpar a matilha casando-se com o impuro.

- Não entendi - falei, confusa.

- Você só está com o vírus da matilha para poder procriar filhos limpos com o único lobo impuro. O filho que foi feito fora do casamento, ou seja, fora dos padrões religiosos - explicou Anthony.

- Se eu casar com esse impuro... - comecei.

- E procriar com ele, você e o impuro serão limpos do vírus, ou melhor, da maldição no caso - disse Anthony.

- E quem é o impuro? - perguntou Sam, antes de mim.

- Embry Call, ou melhor, Uley - disse Anthony.

O mundo parou por um instante.

- O quê? - perguntou Embry.

- É isso mesmo o que você ouviu - disse Anthony, fazendo descaso - Você é o impuro ou, caso prefira em termos mais rudes, o bastardo.

Embry começou a tremer.

- Eu... Não sou! - gritou Embry, tentando pular em Anthony antes que Paul e Sam o segurassem.

- Está nos dizendo que ele é o meu irmão? - perguntou Sam.

- Sim - disse Anthony - E eu não sei porque o cachorro impuro está tentando me atacar, afinal de contas, eu nada possa fazer para mudar. Não sou a fada dos dentes e nem uma bruxa.

Se não fosse pela revelação que acabara de ouvir, teria rido.

Então, eu tinha que me casar e procriar com Embry... O irmão bastardo de Sam... Interessante, muito interessante.

Algum tempo tenso se passou até que Anthony disse, se separando de mim e levantando-se:

- Minha dama, preciso ir, my lady me chamou.

Droga!

- Não pode ficar mais um pouco? - perguntei - Quem sabe trazer Bella para cá?

- Creio que não... My lady precisa descansar - disse Anthony.

- Tudo bem - falei, contrariada.

Anthony se ajoelhou na minha frente e disse, segurando o meu rosto com a mão direita e apertando a minha mão com a esquerda:

- Lembre-se do que eu disse, não precisa se transformar mais. Você estará livre assim que aceitar o seu destino.

Fitei-o e suspirei.

- É... Parece que não tenho outra escolha... - disse eu.

Anthony sorriu e aproximou seu rosto do meu.

- Seja forte, minha dama. Sei que é capaz de fazê-lo - disse ele, lambendo o meu rosto - Sua alma é corajosa e poderosa. Não recue.

Então, Anthony se foi, deixando-me sentada perto da fogueira com todos os olhares sobre mim.


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Notas finais do capítulo

- Queremos pelo menos 10 reviews para postarmos o próximo cap.;
— Amamos vocês!