No caminho para a casa dos Cullen, nenhum de nós abriu a boca, mas eu podia sentir que Edward e seus irmãos estavam todos nervosos, intimidados, enojados e com raiva por causa da presença de Anthony. Anthony estava tão calmo que chegava a parecer entediado, já eu estava com raiva por todos estarem sendo tão hipócritas e com medo porque não sabia o que estaria nos esperando.

Ao chegarmos na mansão dos Cullen, entramos e vimos que Carlisle estava segurando um cruz e uma bíblia e Esme estava segurando uma vasilia com água que deduzi ser sagrada.

- O que vai fazer, Carlisle? - perguntei, temendo.

Andei até Carlisle querendo tirar a cruz de sua mão, mas ele não deixou.

- Nós vamos resolver o seu problema - disse ele.

Olhei para Anthony e vi que ele tentava sair de seu lugar, mas sem conseguir.

- O que está acontecendo? - perguntei.

- Um exorcismo - disse Edward.

Anthony olhou para cima e sorriu ao ver um símbolo no teto.

- Brincando com feitiçaria... Isso não é bom para vampiros tolos como vocês... - disse ele.

- Isso é o que veremos, Azazel - disse Carlisle.

- Hum... Vejo que deixaram a preguiça de lado e pesquisaram sobre mim - disse Anthony, divertindo-se.

- Sim e já sabemos quem é você - disse Emmett, passando o braço em torno de Rosalie.

Anthony riu.

- Criancinhas estúpidas... - disse ele, debochando de todos.

- Já chega, vamos te mandar de volta para o inferno, agora! - disse Edward - Comece, Carlisle!

Então, Carlisle começou molhar a cruz na água benta e a sacudi-la na direção de Anthony, enquanto recitava palavras em latim:

Exorcizo te, omnis spiritus immunde, in nomine Dei

Patris omnipotentis, et in noimine Jesu Christi Filii ejus, Domini et Judicis nostri, et in virtute Spiritus

Sancti, ut descedas ab hoc plasmate Dei Isabella Swan,

quod Dominus noster ad templum sanctum suum vocare dignatus est, ut fiat templum

Dei vivi, et Spiritus Sanctus habitet in eo.

Per eumdem Christum Dominum nostrum, qui venturus est judicare vivos et mortuos, et saeculum per ignem.

As luzes começaram a piscar, as chamas da lareira ficaram negras e as janelas e as portas se abriram por causa da ventania que começou a passar por nós.

Gritei.

Não! Eles não podiam fazer isso! Eles iam matar Anthony! O ser que eu mais amava iria embora por causa deles!

Tomada pela fúria, arranquei a vasília da mão de Esme, jogando-a no fundo da sala, e já ia tentar novamente arrancar a cruz da mão de Carlisle, mas fui impedida por Edward que sorria ao ver Anthony de cabeça baixa.

O que acontecia antes parou, porque chamas brilharam no símbolo acima de Anthony e o destruíram.

Anthony levantou a cabeça e sorriu com maldade.

- Acharam mesmo que podiam mandar um dos sete anjos caídos, o segundo comando infernal, de volta? - perguntou ele.

- Você... Como pode? - perguntou Carlisle.

- Eu sou um dos donos do inferno, vampiro tolo. Sou Azazel, a fúria. Como pensou que podia me mandar de volta para o inferno sem o meu querer? - sibilou Anthony, ameaçador.

Carlisle recuou com Esme atrás de si.

- Bom, até que foi divertido... E até que teria sido muito doloroso para mim, caso você tivesse uma alma - disse Anthony, como se ponderando.

Sorri cheia de felicidade por meu Anthony ainda estar ali.

Aproveitei a distração de Edward e sai de seus braços para ir abraçar e apertar Anthony.

- Como você está? Te machucaram? - perguntei, já chorando.

- Estou bem, my lady. Sem nenhuma dor ou arranhão - disse ele, sorrindo torto.

Gargalhei.

- Você é o melhor! - concluí, abraçando-o com toda a minha força.

Anthony retribuiu o meu abraço e riu.

- Apenas um mordomo e tanto - disse ele.

Suspirei.

- Pensei que fosse me deixar... - murmurei.

- Nunca, my lady. Enquanto a alma da senhorita ainda estiver brilhando, eu sempre a seguirei - disse ele, solenemente.

Afastei-me um pouco e olhei em seus olhos.

- É o que mais desejo - falei.

Anthony arregalou os olhos por um segundo e depois sorriu.

- Seu desejo é uma ordem, my lady - disse ele.

Sorri largamente.

Fitamos-nos por mais alguns segundos até que nos interromperam.

- Você não morre? Como podemos vencê-lo? - perguntou Edward, abobalhado.

A cada instante que se passava, mais raiva eu sentia dele... Tolo.

- Não há como me matar - disse Anthony - Pelo menos, não você.

- Eu... Eu irei fazê-lo com as minhas próprias mãos - disse Edward, descontrolando-se e tentando atacar Anthony.

Emmett e Jasper logo seguraram Edward que rosnava como um cão.

- Você é deplorável... - murmurei para Edward.

Edward pareceu voltar para a realidade por alguns segundos e seus rosto se entristeceu.

- Bom, acho que este é um momento perfeito para eu apresentar a vocês uma pessoa... O meu irmão - disse Anthony para os Cullen.

- Quem, Anthony? - perguntei.

- A encarnação da vingança - disse ele, sorrindo perverso para os Cullen.

Tremi.

- Ele é legal como você? - perguntei.

- Relaxe, my lady. Ele não nos fará mal, afinal de contas somos irmãos e você está comigo... Já em relação aos Cullen, não posso prometer nada... - disse Anthony, sorrindo para mim.

Sorri, cruel.

Anthony estendeu uma mão para o teto e lá surgiu um pentagrama diferente do nosso.

- Aquele que vive na floresta negra, que desabrocha como a rosa da morte e fortalece a vingança dentro dos seres vivos... Apareça, meu irmão! Apareça, Beliel! - chamou Anthony, com a voz firme e forte.

Naquele momento, o chão sob nós tremeu e se abriu dando espaço para um homem louro dos olhos escarlates e dois cachorros enormes e com três olhos saírem.