All I Want Is You escrita por Nunah, imagine


Capítulo 21
capítulo 20 - hard to live (in the city)




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Ponto de vista: Apolo

Eu andava pelo corredor largo do hospital, as luzes fortes não me incomodavam mais, os pacientes começavam a acordar, era um novo dia. Para eles. Para alguns, mais um dia de tortura, tendo de ficar na cama, para outros, o fim de uma vida. Como sempre, parentes choravam – de felicidade ou de tristeza – e esperavam, enfermeiras corriam de um lado para o outro, alguns médicos iam se levantando, outros iam pra cama naquele momento, provavelmente depois de uma cirurgia cansativa.

Uma correria.

Normalmente seria um parente ou enfermeira que levaria o café da manhã, mas como aquele era um caso diferente, cheio de segredos, eu iria até o quarto de Athena e Annabeth. Por via das dúvidas, eu alegaria que era médico e irmão, na verdade.

Entrei, sem me preocupar em bater ou em olhar pela janelinha antes, mas o que eu queria não estava ali.

Eu encontrara apenas duas camas vazias, sendo arrumadas por Beth.

- O que houve? – perguntei, pasmo.

- Não sei, senhor – disse ela. – Vi o quarto desocupado e vim arrumá-lo.

- Onde estão elas?

- Não sei, não, senhor – ela repetiu.

Até que caiu a ficha. E eu me toquei do que tinha acontecido.

Eu sabia – sabia – que não deveria deixá-las sozinhas, ainda mais no mesmo quarto. Eu deveria saber que Athena iria dar um jeito de fugir, apesar de ter consciência das coisas, ela perdia o controle quando se tratava do trabalho.

Argh.

E Annabeth, filha dela, claro, foi junto.

- Que droga! – exclamei, fazendo algumas pessoas se virarem para ver o médico mais calmo perdendo a sanidade.

Ponto de vista: Athena

- Deve ser aqui... Hefesto disse que era – falou Annabeth, olhando a sua volta.

Realmente, não era um lugar muito movimentado. O local exato para se raptar pessoas sem ninguém perceber.

Uma rua deserta na área afastada da cidade, era uma estratégia boa, afinal. Clichê. Um disfarce, óbvio.

- Ótimo! – ela gritou, deixando a voz ecoar pelas paredes desgastadas pelo tempo e cheio de rabiscos. – E agora? O que fazemos? Sentamos e esperamos?

- Não. Não é só isso – falei. – Acha mesmo que estamos sozinhos? – balancei a cabeça. – Não, Annie. Eles sabem de nós, não correriam esse risco, não se iluda.

- Droga. Deveríamos ter vindo com eles. Eu sabia que não era uma boa ideia.

- De fato não sabíamos que eles seriam pegos.

Annabeth sentou-se na calçada bufando, impaciente.

Tentei me concentrar, achei câmeras e alguns carros pretos suspeitos, mas nada de perigo maior.

Não era difícil de se adivinhar que estávamos sendo observadas, de longe ou de perto. Mas eles não correriam o risco de se mostrar.

- Sim, Annie – olhei-a. Suas bochechas estavam coradas de correr e os olhos continham preocupação. Ela não tinha culpa daquilo. Nem deveria estar aqui. E, no entanto, por descuido meu, agora ela estava em perigo, e Percy também. – Vamos sentar e esperar.

Ponto de vista: Percy

Aquilo não era bom. Definitivamente.

- Pai – comecei.

- Sh.

Cronos sorria de escárnio, deboche e estava cheio de si.

Nós éramos os culpados disso. Elas vieram atrás de nós.

Em sua mão havia um pequeno monitor cheio de telinhas que mostravam várias áreas da cidade - agora eu sei como ele sabia onde estávamos, era óbvio.

E na janelinha maior estava a rua deserta sinistra dos sequestros – nome dado por mim, obrigado – onde estavam Athena e Annabeth – aquelas tolas – sentadas na calçada, parecendo cansadas e preocupadas.

E era tudo culpa nossa.

Olhei para meu pai. Ou tentei, porque ele estava amarrado atrás de mim.

Suas sobrancelhas franziam e os olhos mostravam culpa – assim como imaginei estar os meus próprios -, ele com certeza tentava raciocinar um plano de última hora mas, meu pai + pensamentos + planos de última hora = desastre.

Comprovei uma coisa que sabia desde o início: Nós estávamos decididamente ferrados.

E eu também sabia que, por mais que pensássemos em mil planos de última hora, não havia como fugir. Apesar de as duas terem mentes brilhantes que junto de nossas capacidades de agir fossem imbatíveis, elas estavam na mira, e, assim como nós, não podiam escapar daquilo.

Ao menos que tivessem super poderes.

- Podemos ir? – perguntou Frederick, que também sorria, assim como Mike.

- É claro – disse Cronos, ficando sério de repente. – Mas as quero vivas, entenderam? Se tocarem nelas...

Ele deixou a frase pairando no ar, fazendo-o parecer mais ainda com o Poderoso Chefão, credo.

Ponto de vista: Apolo

- Posso saber o que é que estavam pensando? – exclamei, saltando do carro, fazendo as duas pularem.

- Apolo, eu posso explicar – suplicou Athena com aquela inocência toda.

Revirei os olhos.

- Não precisa – só pelo olhar, eu podia decifrá-las, e elas podiam saber que eu não precisava de explicações para aquilo. – Vocês estavam certas, não podemos ficar parados, Hefesto me deixou a par de tudo, vamos logo.

Me virei para abrir a porta do carro.

E aquele foi o meu pior erro.


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Notas finais do capítulo

Os capítulos devem diminuir de tamanho, porque não estou tendo tempo para escrever e comecei a seguir um roteiro - coisa tensa, mas se eu não fizesse isso iria enlouquecer com as ideias todas confusas na minha cabeça e acabar deletando a fic, então me desculpem mesmo.



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