Irresistíveis escrita por TBNeta


Capítulo 31
Capítulo 30 - Pingos nos "is"


Notas iniciais do capítulo

Olha eu aqui mais uma vez. Sim gente, não é ilusão. Podem acreditar. E trouxe um capítulo fresquinho para vocês (aleluia!). Espero que gostem.



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PDV Bella

Respirei fundo encostando a cabeça na parede da sala de espera do hospital mais caro da cidade. Após a comoção para trazerem Alec para cá com a segurança necessária para que ele pudesse ser tratado e não pudesse fugir descobri que o tiro veio de um policial que participava da operação.

Fiquei escandalizada com a situação e quando perguntei que direito eles tinham de agir daquela maneira me disseram que, como o indivíduo tentou fugir, eles tinham permissão para interceptá-lo não importando a forma. Era uma ideia ridícula e uma desculpa infundada. Não fazia sentido essa cogitação!

Apesar de revoltada, eu estava mais preocupada com Alec, fazia algumas horas que entrou na sala de cirurgia para a remoção da bala. Eram 11:00 da noite e eu estava aqui desde às 08:00, quando fui liberada dos exames que (desnecessariamente) me forçaram a fazer. Sozinha.

Era outro ponto que não fazia sentido. Onde estava minha família? Será que eles não sabiam de nada? Será que eu deveria ligar para avisá-los? A única coisa que me informaram era que o hospital avisou à família Volturi que seu caçula estava aqui hospitalizado, mas até agora não havia aparecido ninguém.

A porta que isolava a sala de espera se abriu e por ela passou um médico segurando algum tipo de informativo numa prancheta.

– A família de Alec Volturi – chamou.

Levantei sem saber ao certo o que dizer e fui até ele. O médico olhou-me confuso.

– Você possui algum parentesco com Alec Volturi?

– Na verdade sou só uma amiga – murmurei constrangida.

Ele olhou para a sala vazia depois me lançou um pequeno sorriso.

– Seu amigo já saiu da cirurgia de remoção de bala e passa bem, foi encaminhado para um dos quartos. Você quer vê-lo?

– Sim – respondi. Ele me disse e qual quarto Alec estava e me lançou outro sorriso.

Fui em direção ao quarto de Alec meio ansiosa, não sabia se seria bem recebida por ele. No fundo eu tinha certeza de que Alec precisaria de um apoio psicológico, sua mente tinha um sistema de reação que parecia incontrolável e que poderia lhe causar muito mal, tanto quanto já causou a pessoas em sua volta.

Ao entrar no corredor que havia uma placa com a numeração do quarto de Alec me deparei com uma cena surpreendente.

Havia dois policiais parados ao lado da porta do quarto de Alec e conversando com eles estava ninguém menos que Carlisle Cullen e, ao seu lado calado e tenso, estava Edward. Mas o que me surpreendeu foi o teor da conversa sussurrada, parecia que Carlisle queria garantir que Alec fosse observado 24 horas por dia para que ele não fugisse.

E foi como se uma lâmpada tivesse sido acesa em minha cabeça. Como eu não tinha percebido antes? É incrível como a ideia não havia passado pela minha mente. Foram os Cullen que denunciaram Alec, foram eles que acionaram a polícia...

O grupo pareceu notar minha presença, Carlisle parecia surpreso.

– Bella? O que está fazendo aqui? – perguntou confuso.

– Vim visitar Alec.

Sua expressão foi de completo choque.

– Com licença... – murmurei abrindo a porta do quarto, sem nem ao menos olhar para Edward.

Eu não sabia o que ele estava pensando de mim, então preferia conversar com ele mais tarde, com mais calma.

Por que eu estava em um verdadeiro conflito interno.

Ao ajudar Alec eu estava apoiando-o, o que significava que eu estava ao seu lado depois de tudo que ele causou à Renesmee. Eles poderiam até me acusar de traição, o que eu não concordava.

Eu não sabia como explicar, mas eu tinha um sentimento estranhamente fraternal sobre Alec, como se ele fosse meu irmão ao invés de um amigo.

Alec estava sedado e aparentemente dormindo, ao que parece sua cirurgia foi simples, já que ele havia sido transferido para um quarto.

Apertei sua mão com força. Tudo que ele precisava agora era de apoio para seguir em frente. Resolvi deixar um recado para ele saber que eu estive aqui, anotei num bloco de papel que havia na mesinha ao lado de suas cama e sai do quarto, precisava ver como estavam as coisas lá em casa e, principalmente, precisava conversar com Edward.

Os Cullens tinham todo o direito de denunciar Alec, ele havia cometido um crime que houve sérias consequências. Apenas Renesmee poderia descrever a dor e a dificuldade que ela passou para conseguir voltar a andar e querer justiça era mais do que natural.

Mas eu, respondendo por mim, não conseguia sentir o mesmo. No final eu acabei me apegando a Alec, o que me impedia de “tomar as dores” de Renesmee.

Era uma atitude egoísta, não digna de confiança e até mesmo desrespeitosa. Por que eu sabia o quanto essa historia havia abalado Edward fazendo ele até mesmo temer a minha vida. Mas, apesar do extinto ser apoiá-lo, eu acredito que, no fundo, a irmã era responsável pelos seus pensamentos de culpa e medo e não Alec.

Era a minha opinião e eu a defenderia.

Ao chegar em casa me deparo com todos na sala conversando, quando digo todos me refiro a Alice, Rosalie, Emmett, Jasper e minha mãe que, ao me ver entrando, veio correndo me abraçar.

– Minha filha, onde você estava? Carlisle disse que você estava bem e já havia sido liberada há algum tempo.

– Eu preferi esperar lá no hospital para saber como Alec estava. Acho que ele vai se recuperar bem.

Ela me olhou confusa, olhei para trás a os outros me observavam com a mesma expressão.

– Mas assim que ficar bom ele provavelmente irá ser preso e pagar pelo que fez.

– Eu espero que não – disse de forma séria.

– Bella!

– Mãe... Eu posso subir? Eu estou mesmo cansada.

Ela assentiu alisando meus cabelos. Praticamente fugi dos olhares do pessoal.

PDV Edward

Suspirei passando a mão nervosamente pelo meu cabelo. Bella dessa vez conseguiu me surpreender.

Eu fiquei louco de preocupação, desesperado com o que poderia acontecer com ela, no que Alec poderia fazer com ela, tanto que eu fiquei extremamente aliviado quando meu pai se envolveu e a polícia foi acionada.

No entanto, foi surpresa para todos que, assim que foi liberada de sua revisão médica, ela logo queria saber o que aconteceu com Alec e o pior, demonstrando preocupação.

Era o que me assustava. Eu confiava cegamente em Bella, sabia que ela nunca faria nada para me magoar intencionalmente, mas era um mistério para mim os sentimentos que ela sentia por Alec e, francamente, estava com medo de descobrir.

Bella, no final da contas, tornou-se o centro do meu mundo. Ela se tornou para mim aquela pessoa que você, conscientemente ou não, sempre está nos seus pensamentos. Aquela pessoa que está no centro da sua atenção e que você espera loucamente que você esteja no dela também. Aquela pessoa que quando está ao seu lado faz você se sentir feliz, completo, como o homem mais satisfeito do mundo. Eu a amo, muito.

Bati na porta do quarto dela respirando fundo, era inútil adiar essa conversa. Bella abriu a porta olhando-me surpresa. Eu a entendia, eu não tinha mais o hábito de pedir permissão para entrar no quarto dela.

– Oi... – murmurou ela me encarando ansiosamente.

– Oi. Hum... Podemos conversar?

– Claro. – ela se afastou para me deixar passar.

Sentei em sua cama voltando a passar a mão pelo cabelo, ela me acompanhou sentando ao meu lado. Era estranho como de repente ficamos tão formais perto um do outro.

– Bella... O que aconteceu? De verdade.

Ela passou um tempo olhando para o chão, não fazia à menor ideia do que ela poderia estar pensando.

– Lembra da época em que eu fiquei meio afastada do pessoal? – confirmei com a cabeça – Eu passava muito tempo na biblioteca e foi lá, fazendo meus trabalhos, que Alec se aproximou de mim pedindo ajuda em um trabalho dele. Eu não vi problema em aceitar, ele parecia só querer ser meu amigo, sabia que eu tenho namorado e nunca tentou nada desse tipo – ela me olhou como se implorasse que eu entendesse.

– Por que você nunca me contou? – perguntei buscando entendê-la, eu tentava não julgar porque ela não estava fazendo nada de errado, mas estava difícil.

– Eu... Acho que não achei necessário te aborrecer com isso, sabia das antigas brigas entre vocês e achei que você interpretaria a situação de forma completamente errada – ela deu de ombros – estou me sentindo meio idiota agora.

Interpretação errada??? Pelo menos ela percebeu o quão estúpido esse pensamento foi.

– Você deveria ter me contado, Bella – tentei controlar minha raiva – Olha só o que aconteceu! Você poderia ter se machucado de verdade. Pense no que aconteceu com Renesmee! Tudo bem que você não sabia que ele era realmente o culpado pelo acidente, mas mesmo assim, me esconder que você andava se encontrando com um cara que, declarando ou não, sempre foi interessado em ver minha ruína não parece uma atitude de alguém que não queria me aborrecer.

Odiava estar falando com ela dessa maneira, mas eu não via outra forma de fazê-la enxergar o meu lado na situação.

– Não fale assim...

– Você sabe que é verdade – disse por fim. Ela me encarou com raiva.

– Não, não é! Você ao menos ouviu o que disse? Eu amo você, Edward. Como você poderia supor que eu poderia te prejudicar intencionalmente? Você pensa o que, que eu estava com ela para te provocar ou algo louco assim?? – ela gritou como se não acreditasse no que eu havia dito.

– Você não confiou em mim, Bella!

– Eu não confiei?? Eu só omiti um detalhe que achei insignificante! E você está me julgando, jogando acusações sobre mim como se não me conhecesse!

Fechei os olhos tentando me acalmar e entender o lado dela. Admito que se eu soubesse de antemão que ela estava ajudando Alec não aceitaria isso bem de forma alguma, pediria para ela negar o pedido mesmo sabendo que ela não gostava de negar nada que estivesse ao seu alcance a ninguém.

Ela o ajudaria no trabalho e quando acabassem cada um seguiria com sua vida, poderia até ter dado certo se não estivéssemos falando do tal Volturi.

De repente me lembrei do motivo dela estar envolvida na historia e estarmos tendo essa conversa.

– O que você estava fazendo na casa de Alec hoje?

Bella olhou para os próprios pés e fechou os olhos com força. Tudo bem, agora estava com medo do que ela poderia me dizer.

– Ele me ligou para me contar sobre a nota que tirou e queria que eu fosse até lá para me dar um presente. Tentei rejeitar ou fazê-lo esperar até segunda, pelo menos, mas ele me disse que estava ansioso...

Inspirei e expirei o ar com força, ele conseguiu que ela confiasse nele ao ponto de ir sozinha na casa dele por livre e espontânea vontade. Tive que rir sem humor.

– Bella...

– Edward, eu não vi problema porque pensava que ele não tentaria nada e de fato ele não tentou. Se não fosse a polícia...

Espera, ela estava DEFENDENDO-O??

– Bella, você não pode pensar que seria coincidência...

– Eu... – ela de repente parecia confusa.

– Ele tentou sequestrá-la, Bella! Se não fosse a polícia só Deus sabe onde você estaria agora.

– Não foi assim, ele só ficou nervoso porque não sabia como agir. Alec tem um problema de temperamento muito grave, Edward.

Eu não estava acreditando no que estava ouvindo.

– Problema de temperamento?? Ele jogou minha irmã numa cadeira de rodas! Ele poderia ter matado ela!

– Não acho que ele fez isso com plena consciência de seus atos – murmurou envergonhada.

Ela estava apoiando-o, tratando-o como uma pessoa doente que merecia cuidados. Bella sabia da verdade, sabia que ele era o responsável e não o julgava. De repente ela parecia outra pessoa para mim. Eu não estava preparado para esse tipo de sentimento.

– Sinceramente, Bella. Eu não sei até que ponto eu posso aceitar.

PDV Renesmee

– Você viu a Bella? – perguntou Alec depois de acordar assustado. Eu estava esperando ele acordar desde que meu pai e Edward foram embora.

– Ela provavelmente foi para casa quando viu que você iria demorar pra acordar.

– Ah... – ele parecia triste com o que eu tinha falo.

– Alec... Ela tem namorado.

– Eu sei, não precisa que me diga isso. Ela é minha amiga – respondeu com raiva.

– Amiga? – perguntei incrédula.

– É, Renesmee. Nunca tentei tirá-la de Edward e ela não se aproximou de mim por precisar de mim ou por conveniência – ele havia tocado na ferida.

– O que você está fazendo aqui? – perguntou o que eu também gostaria de saber.

– Acho que... Pode parecer estranho, mas mesmo depois de tudo que aconteceu ainda sinto a necessidade de te pedir desculpas.

Alec olhou-me como se essa fosse a coisa mais triste que ele havia ouvido em sua vida.

– Como pode pensar assim? Você deveria estar me odiando agora. Eu... Renesmee me perdoe, eu não sei o que me deu, não sei como eu fui capaz de fazer o que eu fiz. Quando você me abandonou e voltou para Jacob sem nem ao menos me dizer nada eu senti tanta raiva de você que nem pensei. Usei Victória para te convencer a vir até mim e quase te matei. Sei que nunca vou poder recompensá-la por tudo que você passou ano passado, mas mesmo assim peço que me perdoe. Ou, pelo menos, me entenda. Eu...

Não pude evitar minha surpresa. Eu sabia que ele tinha montado meu acidente pelo que eu fiz, mas nunca imaginei que ele pediria perdão dessa forma.

– No dia do acidente... Eu acreditava que colocaríamos um ponto final em nossa história, por isso aceitei sair com Victória com tanta facilidade, ache que poderia te pedir desculpas e passar uma borracha em tudo – ri sem humor – parece que estou tendo essa chance agora.

– O que eu posso fazer para compensá-la? – perguntou agoniada.

Pensei no que ele poderia agir deferente do que fez, avaliando suas ações.

– Mudar.

Ele me analisou por um tempo para logo em seguida confirmar com a cabeça, ainda parecendo perdido.

Saí do quarto de Alec com a sensação de que já sabia o que fazer: acertar as coisas.

Alec merecia uma segunda chance de avaliar suas ações e se cuidar, tentar construir sua vida sem arrependimentos passados.

Sim, era estranho ter esse tipo de pensamento considerando tudo que eu passei durante todo esse ano. Ficar longe do meu pai, dos meus irmãos, de Jacob, dos meus amigos. Enfrentar aquelas dolorosas terapias... Mas hoje eu estou bem, inteira. E o melhor, sem rancor ou ressentimento.

E precisando recomeçar.

Por isso mesmo fui em direção a casa do meu pai, quanto antes o comunicasse melhor. Ele pareceu surpreso ao me ver ali tão tarde, mas sorriu como sempre fazia.

– Pai, preciso falar com você.

– Aconteceu alguma coisa? – perguntou de repente preocupado.

– Eu... Quero que retire a queixa contra Alec.

PDV Bella

– O médico avisou que provavelmente você receberia alta ainda essa semana – anunciei sorrindo fracamente.

Alec bufou, mas depois sorriu.

– Finalmente, não agüento mais ficar nesse quarto vazio e deprimente, nem mesmo a TV me diverte.

Sua reclamação me fez lembrar de uma duvida que havia surgido em minha cabeça desde sua internação.

– Alec... Por que nunca vi sua família aqui no hospital? – perguntei temendo estar sendo intrometida.

– Porque eles nunca vieram. Eles me ligam dia sim, dia não, mas apenas minha irmã Jane apareceu aqui uma vez.

– Ah...

– Nem todos têm uma família como a sua, Bella – disse sorrindo para mim.

– É verdade – murmurei olhando para o chão.

Ele pareceu ler meu desânimo.

– Como você está?

– Levando – respondi reprimindo uma careta.

– Você nunca me disse como Edward reagiu ao que aconteceu – disse parecendo lembrar deste “detalhe”.

Doeu ouvir o nome dele, mas fiz força para responder, engolindo com força.

– Acredito que da pior maneira possível. Nós terminamos.

Alec expressou o mesmo choque que todos os outros que eu já tive que dar essa notícia tiveram.

– Bella!! Quando isso aconteceu?

– No dia em que você foi internado.

– E você não me contou esse tempo todo?? – perguntou abismado.

Dei de ombros, reprimindo a vontade de pedir que parasse, ele não estava ajudando.

Ele pareceu perceber isso. Era fácil ver como nossa amizade havia evoluído, conseguíamos ler um ao outro com facilidade.

– Acho que ainda estou em estado de choque, ainda não caiu à ficha. Parece que é uma questão de tempo para tudo voltar ao normal – respondi estupidamente, eu sou uma boba.

– Pode ser que esteja certa Bella. Não pense que de uma hora para outra Edward vai deixar de gostar de você, vai ver ele só está confuso com seus pensamentos.

– Eu só... Achava que nosso relacionamento fosse mais forte que isso – murmurei dessa vez sem conseguir reprimir as lágrimas que seguiram. Eu já estava cansada de chorar.

– Ei... Você quer que eu fale com ele? Talvez ajude – ele parecia preocupado.

– Não. – disse limpando meu rosto – Não acho que uma conversa vá ajudar.

– Então ajuda dizendo que ele é um idiota? – perguntou ansioso.

– Não muito – respondi rindo um pouco.

Alec sorriu para mim.

– Vai ficar tudo bem, você vai ver.

Suas palavras me confortaram um pouco, mesmo sabendo que ele não podia ter certeza do que estava dizendo. Afinal, é mais saudável acreditar na possibilidade do que se entregar as circunstâncias.


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Notas finais do capítulo

Entããão... Quero opiniões, xingamentos, pedradas, o que for! Kkk



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