Nunca Sonhei escrita por Miller


Capítulo 4
Clube do Bolinha.


Notas iniciais do capítulo

Novo capítulo *--*



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“- Lily, eu... – eu ouvi sua voz rouca perto de meu ouvido, fazendo os pelos de meu corpo se arrepiarem. – Eu te amo.

Ele falou chegando seu corpo mais perto do meu, lançando aquele seu sorriso lindo e me olhando nos olhos.

Eu poderia me derreter ali mesmo, sem muito esforço. Ele era lindo, o lugar era lindo, a noite era linda. Como eu pude viver tanto tempo sem ele?

– Eu também te amo – eu respondi também me aproximando dele, deixando nossas bocas a centímetros de distância.

Seus olhos estavam fixos em meus lábios e eu podia sentir nossas respirações se cruzando.

Fechei meus olhos e seu nariz encostou no meu. Ele estava tão perto...

Eu podia sentir correntes elétricas percorrendo meu corpo inteiro, fazendo-me ficar ansiosa para que ele me beijasse de uma vez.

E, finalmente, seus lábios encostaram nos meus...”

TOC. TOC. TOC.

Eu fui arrancada miseravelmente de meus sonhos por um barulho em minha janela.

Abri minimamente meus olhos e encontrei o despertador que marcava 04:10 da madrugada.

Ah Deus! Quem é que estaria fazendo um barulho daqueles àquela hora? Era um desgraçado mesmo.

Bem na hora em que James finalmente havia me beijado e estava tudo tão perfeito em meu sonho.

James...

James?

James havia me beijado?

Levantei rapidamente, ficando levemente tonta, e sacudi minha cabeça. O que havia dado em mim? Ficar sonhando com James Potter?

Isso era ridículo!

Sem noção nenhuma.

Como que eu poderia ficar sonhando essas coisas com alguém como ele? Eu deveria estar ficando realmente louca!

Lelé da cuca!

Especialmente se esse sonho envolvia beijos e declarações em uma noite estrelada.

Passei as mãos pelos cabelos como se quisesse tirar os últimos resquícios do meu sonho.

Tudo bem que o Potter era bonito e tudo o mais e que todas as garotas de Hogwarts caiam aos pés dele, mas ficar tendo esse tipo de sonho com ele não era legal. Especialmente quando eu teria que conviver com ele por uns tempos.

Há! Essa era demais não é mesmo? A ruiva nerd e ridícula do colégio, que soltava fogo pelas ventas, estaria ajudando James Gostosão Potter a seduzir a melhor amiga dela enquanto ele tirava a vaca da namorada dele do pé da ruiva.

Gozação.

Essa seria a primeira coisa em que eu pensaria se me falassem isso.

Onde é que eu fui me meter? Aceitando esse pedido louco de um garoto extremamente galinha e que só tem espaço no cérebro para pensar naquilo? Especialmente quando minha melhor amiga – a que o Potter diz amar – gosta do melhor amigo dele.

Isso poderia virar um roteiro de novelas mexicanas. Sabe aquelas que passam na TV? Que sempre tem como protagonista uma mulher com o nome de uma pedra preciosa e um homem que sempre se chama Antônio Roberto ou Roberto Ricardo?

Pois é, minha vida daria uma ótima dessas!

É, talvez isso fosse uma boa idéia. Escrever um roteiro de uma novela mexicana. Talvez eu ficasse com a cabeça bastante cheia e não sonharia mais com um tal de Potter falando baboseiras no meu ouvido.

Sacudi-me mentalmente antes de me deitar na cama e fechar os olhos. Eu ainda tinha algumas boas horas para dormir. E eu realmente precisava descansar um pouco da maravilhosa semana de volta as aulas que eu tive.

Bocejei e me ajeitei mais nas minhas cobertas quentinhas e acolhedoras e estava quase dormindo quando, novamente, um barulho me faz acordar.

Toc. Toc. Toc.

Era como se estivessem jogando pedras na janela do meu quarto.

Ergui-me novamente da cama e calcei minhas pantufas do Dragão Branco de Olhos Azuis – Yugi Oh! Sabe? Aquele desenho que o carinha tem aqueles cabelos amarelos com roxo e joga um jogo com umas cartas de onde saem bichos e etc.

Bom, se você não sabe eu também não vou perder tempo explicando.

Minhas pantufas são o máximo ok?

Comecei a caminhar lentamente em direção à janela e espiei para fora no exato momento em que outra pedra a atingia.

TOC.

– HEY! – eu falei, um pouco alto demais e abri a janela sem nenhum pingo de medo.

Eu era realmente maluca. E se fosse algum maníaco ou tarado?

– Evans? – eu ouvi a mesma voz que estava em meu maldito sonho esta noite e quase soltei um grito de frustração.

– Potter? – eu sussurrei, afinal eu não queria que minha mãe acordasse.- Que é que você está fazendo aqui? – eu perguntei analisando a área ao seu redor e depois o olhando e percebendo suas roupas. – E porque você está de pijama?

Ele estava com uma calça de pijama cinza e uma camisa, também cinza, meio aberta no peito.

Suspirei.

Porque eu estava prestando atenção nisso mesmo?

– Hey! Eu vim te buscar – ele respondeu sorrindo marotamente e me jogando uma corda.

– Me buscar? Eu não me lembro de termos marcado algum tipo de encontro ou alguma coisa do tipo – eu falei cética, abrindo um pouco mais a janela.

– Não, nós não marcamos nada, mas eu preciso falar com você – ele pediu com uma carinha do gatinho do Shrek (sabe aquele gato fofo?).

– São 04:15 da manhã Potter! – eu resmunguei.

– James – ele me corrigiu.

– Que seja!

– Você precisa vir comigo – ele falou chegando mais perto da casa.

– Não! Eu quero dormir! Depois de ficar acordando cedo a semana inteira eu acho que eu mereço algumas horas de sono no sábado!

– Se você não vir eu vou gritar – ele falou. – E vou dizer para os seus pais que você é minha namorada e que marcamos um encontro hoje – ele falou e, de onde eu estava, podia ver a malicia em seu olhar.

– Você não faria isso – eu falei devagar.

– Jura? – ele perguntou cruzando os braços. – Vem aqui! Por favor! É rápido. Ninguém vai saber.

Eu fiquei encarando-o por algum tempo e sai da janela. O que ele poderia querer comigo à uma hora dessas? Era sábado, por Deus! Todo o mundo estava dormindo! Porque ele iria querer falar comigo essa hora?

Deveria ser mais algum sonho maluco em que minha mente insistia em colocar James Potter no meio.

– Lily? – eu ouvi uma voz bastante real, pela minha janela.

– Merda – eu sussurrei antes de voltar até a janela, pegar a corda que ele havia me jogado e prende-la em algo que pudesse sustentar o meu corpo.

Eu realmente não acreditava que eu estava fazendo uma coisa dessas. Sair no meio da madrugada, para encontrar o cara que é o mais galinha de toda a Hogwarts sem ninguém saber.

Se a Lene e a Dorcas descobrissem elas iriam ir à loucura!

– Potter, se meus pais por algum acaso sonharem que eu estou fazendo isso você vai ter que me pagar muito caro! – eu falei me impulsionando pela janela e descendo pela corda que ele havia me lançado.

– Ela é corajosa, isso é uma das descrições dos marotos – eu ouvi uma voz, que não era do Potter falar.

Virei-me e dei de cara com um Sirius Black, com uma ceroula azul-marinho com bolinhas brancas e sem camisa.

Jesus me abana!

Eu podia sentir a baba escorrer pela minha boca, tamanha foi a minha surpresa.

– Eu não falei que ela era durona? – James falou dando palmadinhas nas minhas costas.

– Uau – Lupin falou, se materializando em nossa frente.

Uau digo eu! Como ele conseguiu fazer isso? Será que ele era algum daqueles bruxos daquela série de livros super famosa que podem aparecer e desaparecer quando quisessem?

Acho que não, pelo que eu saiba, ele só tinha 16 anos e para fazer aqueles negócios precisava ser maior de dezessete.

Há! Então ele deve ser algum alíen, ou talvez algum Hero?

Meu Deus, meus pensamentos me chocam às vezes. Eu sou muito idiota.

– Suas pantufas são iguais! – Lupin exclamou apontando para meus pés.

Eu o encarei com uma cara de ‘ãh’ antes de vê-lo apontar para os pés de James que estavam calçados com as mesmas pantufas que eu.

– Você gosta de Yugi Oh!? – eu perguntei incrédula para James.

– Ele chorou por semanas quando o desenho foi tirado do ar – Sirius abraçou o amigo pelo ombro.

– Vamos então? – perguntou Lupin antes que eu pudesse comentar que eu também havia ficado super chateada com o cancelamento do desenho. – Eu realmente não estou a fim de ficar aqui fora, à essa hora da manhã ouvindo vocês dois discutirem sobre um desenho – ele falou, sério.

Os três começaram a caminhar, saindo do meu pátio, e estavam prestes a atravessar a rua quando Sirius deu por falta de mim, que continuava parada no mesmo lugar.

– Você não vem? – ele perguntou voltando até onde eu estava.

– Ir aonde? – eu perguntei, cética. – Vocês me tiraram da cama às 04:15 de uma madrugada de sábado e eu ainda não sei para onde vocês querem me levar.

– Você não contou para ela James? – Remus perguntou para o outro.

– Eu me esqueci – ele falou.

– Do que é que vocês estão falando? – eu perguntei pondo as mãos na cintura. – Eu não vou sair daqui com os três caras mais galinhas de Hogsmead sem nem saber para onde é que eu vou! Para falar a verdade eu ainda nem sei por que é que eu abri a janela – eu resmunguei irritada comigo mesma.

– Você sabe como nos chamam na escola ruiva? – perguntou Black sentando no banco que havia no jardim.

– Ruiva é o car... – respirei fundo. – Meu nome é Lily! Sem variações ou apelidos ok? – eu falei. – Vocês são os ‘Marotos’? – eu perguntei com as sobrancelhas erguidas.

– Exato – Remus falou sentando-se ao lado do Sirius. – Esse é o nome com que nós batizamos nosso grupo.

– É – James continuou de onde o amigo havia parado. – Muitos já quiseram fazer parte de nós mas nós nunca concedemos uma vaga.

– Perai – eu levantei as mãos fazendo um sinal para eles pararem de me explicar. – Deixa eu ver se eu entendi – eu falei. – os Marotos, ou seja vocês – eu apontei para eles que me deram sorrisos idênticos. – Não são apenas um apelido idiota que inventaram pelas suas grandes besteiras? – eu falei e vi que os sorrisos se apagaram de seus rostos. – Vocês são tipo uma sociedade?

Eles fizeram que sim com a cabeça.

– Ta, mas me digam... O que Diabos eu tenho que ver com isso? – eu perguntei. – Porque se vocês me tiraram da cama à essa hora da madrugada apenas para me contar que vocês não são apenas três galinhas abusados, mas sim um tipo de Clube do Bolinha, eu juro que não vai sobrar nenhuma parte do corpo de vocês depois que eu esquarteja-los! – eu me irritei.

Cara, eu quero dormir! Dormir! Já ouviu falar nisso?

– É, ela definitivamente serve – Sirius falou sorrindo marotamente.

– Perfeita – Remus assentiu com a cabeça enquanto falava.

– Como é que a gente nunca pensou nisso? – James perguntou para si próprio.

– Sobre o que vocês estão falando? – eu perguntei me sentindo, pela milésima vez nessa noite, fora da conversa.

– Sobre você – James falou. – E sobre os Marotos.

– E que ligação eu tenho com vocês? – eu perguntei.

– Nós queremos que você faça parte do nosso grupo – Remus falou sorrindo.

Ok, eu ainda acho que eu estava sonhando. Devia ser.

Um sonho bem louco daqueles em que você está caminhando pela rua e passa o Batman e pergunta se você quer tomar uma gelada com ele. Bom, a probabilidade de o Batman fazer uma coisa dessas é realmente nula, então você está entendendo o que eu estou tentando falar sobre coisas malucas não é mesmo?

– Há – eu comecei a rir da cara deles. – Isso é uma piada não é? – e me virei para James. – Vocês estão gravando tudo não é? Por isso que você veio com aquele papo louco aquele dia? Ai vocês vão postar no Youtube com o nome de: ‘Como fazer uma ruiva nerd de trouxa’. É isso? – perguntei, sabendo que aquela era a única explicação plausível.

– Não – os três responderam automaticamente enquanto me encaravam como se eu fosse uma louca.

Qual é? Eles que me acordam essa hora da manha e me falam sobre essa seita maluca de Marotos e eu que sou maluca?

– Não? – eu repeti.

– Não – James respondeu e me puxou pelo ombro e começou a me levar em direção à outra rua. – Agora vem com a gente antes que o dia amanheça.

Eu fui, quieta, pensando nas coisas loucas que estavam acontecendo comigo e pensando que, se eu realmente queria que minha vida fosse um pouquinho menos monótona, que eu estava conseguindo.

Nós quatro fomos caminhando em silêncio e eu fiquei viajando com uma cena louca que se passou na minha cabeça.

Eu, Sirius, James e Remus, entrando em Hogwarts vestidos todos de terno preto e de óculos escuros com crachás onde estariam escrito Marotos, e havia um vento que vinha de algum lugar de onde eu não sabia e fazia nossos cabelos balançarem na melhor cena ‘clichê’ de filme de máfia.

Eu comecei a rir e os três me encararam novamente como se eu fosse maluca.

Eu revirei os olhos e encarei qualquer outra coisa que no caso era a bunda do Black.

Meu Deus! O que era aquilo? Era uma coisa de louco, realmente.

Lene me mataria se soubesse que eu o vi assim.

Mas ai uma coisa me ocorreu: porque é que todos estávamos de pijama?

– Porque dá muita preguiça trocar de roupa à essa hora – James respondeu me olhando.

– Eu falei alto? – eu perguntei, certa de que não havia falado nada.

– Não, mas sua expressão expressa muito – ele riu.

Revirei os olhos.

Eles pararam de andar quando chegaram em frente à uma casa que parecia estar abandonada.

Eu já ia dizer que eu não entraria ali quando eu vi o olhar de Black do tipo: ‘ta com medinho é?’

Então eu fui.

Depois que James abriu a porta com uma chave que ele tirou de algum lugar que eu não vi e nem queria ver, nós entramos e Remus acendeu um candeeiro que havia ali. O que iluminou o lugar.

Eu parei em frente a eles que estavam me encarando.

– Sabe, eu poderia estar morrendo de medo de vocês três agora, mas eu não estou – eu falei. – Não sei por que.

– Nós não faríamos nada com você ruiva – Black falou malicioso e eu apenas lancei um olhar frio para ele. – A menos que você queira é claro.

Revirei meus olhos.

– Porque vocês me trouxeram aqui? – perguntei.

– É nosso ponto de encontro. Viemos aqui desde que tínhamos 6 anos – Remus respondeu.

– É aqui onde a gente se encontra para conversar e planejar coisas.

– Que tipo de coisas...? Esquece, eu não quero saber – eu falei respirando fundo. – Mas então, porque vocês querem que eu faça parte do seu grupinho?

– Você decidiu ajudar James com... com a Meadowes – Remus falou e eu pude ver que ele hesitou um pouco na hora de falar o nome dela. Mas aparentemente eu fui a única que fiz isso por ali.

– E se você ajuda um amigo nosso com um problema extremamente cabeludo como esse – Black falou fazendo uma careta. – Você é nossa amiga também.

– Ta, mas eu tenho certeza que eu não fui a primeira a ajudar algum de vocês – eu falei.

– É, mas nós gostamos de ruivas – James completou. – E você é ruiva.

– E inteligente – Sirius falou.

– E parece ser legal – Remus completou.

– Portanto nós queremos que você faça parte do nosso grupinho.

Eu encarei cada um deles incrédula por algum tempo e, vendo que em todos os três rostos estava estampada a mais pura sinceridade, eu não pude fazer nada.

Afinal já que minha vida era uma merda mesmo, não custaria nada se eu tivesse novos amigos não é?

Lily Evans, uma Marota.

Há, pega essa Lucia!

Huuuuuuú.


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Notas finais do capítulo

Bom, em primeiro lugar eu gostaria de pedir perdão pela demora; eu sei que eu fui muito má em não postar capítulos aqui por quase um mês.

Mas a culpa não foi minha.

Houve um problema na fiação telefônica do meu bairro e eu fiquei sem internet, logo em seguida caiu uma chuva desgraçada que durou por duas semanas, o que significa que os técnicos não puderam mexer nos fios por causa do mau tempo.

Eu fiquei sem internet e sem telefone e o ciber mais próximo da minha casa fica muiiiiiito longe.

Eu não pude postar.

Perdoem-me mesmo, eu não fiz por querer, e eu sei que é horrível esperar.

Mas aqui está o capítulo e eu espero que vocês gostem!!

PS: sou uma louca que ama animes, perdoem-me hahaha

Beijoss