Nunca Sonhei escrita por Miller


Capítulo 17
Jack and Sally.


Notas iniciais do capítulo

Oi amoras lindas *O*Desculpem não ter postado no fim de semana, mas eu realmente não costumo escrever nesses dias e, com o fim da fic, eu fiquei realmente receosa de acabar estragando tudo.Eu, por incrivel que pareça, gostei desse capítulo e espero que vocês também gostem...Enjoy o/



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Eu, Sirius e Lene andamos rapidamente atrás de Dorcas, tentando não sermos vistos. O barulho da musica agitada dentro da escola parecia fazer as paredes tremerem à cada grave, o que somente parecia deixar a situação ainda mais ‘suspense’.

– Lá estão eles – Sirius apontou para o jardim, onde havia uma espécie de salinha de vidro. Dorcas estava entrando na sala, e eu podia perceber que Remus parecia extremamente nervoso.

– Vamos esperar até que ela esteja dentro – Lene sussurrou. – E ai você vai até lá e fecha a porta enquanto eu e Sirius fazemos alguma distração.

Encarei os dois, uma sobrancelha erguida.

– Distração? – perguntei confusa.

– É, nós inventaremos alguma coisa, até você conseguir trancar as portas.

Suspirei fortemente. Eu confiava nos dois afinal de contas.

Dorcas entrou na sala e Lene e Sirius saíram do meu lado, fazendo à volta até que estivessem do lado oposto do meu.

– EU NÃO ACREDITO NISSO, SIRIUS BLACK! – ouvi Lene gritar e arregalei os olhos. O que estava acontecendo?

– MAS LENE, EU NÃO FIZ NADA! – Sirius retrucou e então eu percebi que Dorcas e Remus olhavam para os lados à procura dos dois que estavam brigando. Aquela era a distração.

Tentei correr sem ser vista e obtive sucesso. Cheguei até as portas de puxei a chave que havia ajudado Sirius è roubar do zelador caquético, Filch.

– AH NÃO, IMAGINA! E O QUE ERA AQUELE AGARRAMENTO TODO COM AQUELA VADIA? – Se eu não conhecesse Lene muito bem, pensaria que ela estava realmente falava a verdade, mas eu a conhecia e sabia a quão boa atriz ela era.

Remus e Dorcas olhavam para o outro lado então foi fácil passar a chave pela porta, os gritos de Lene e Sirius ocultando o barulho de ‘click’.

– EU NÃO ME AGARREI COM NINGUÉM! – precisava admitir, Sirius era tão bom ator quanto Lene.

Caminhei rapidamente de volta para os arbustos, sorrindo ao ver que ninguém havia percebido meu feito. Estava prestes à fazer a volta e agradecer aos dois pela encenação quando eu os vi. Sirius e Lene, o casal mais improvável de dar certo, beijando-se.

Pisquei algumas vezes, tendo certeza de que estava vendo errado, mas não. Eles estavam mesmo se beijando.

– E depois a estranha sou eu por assistir filmes de terror – resmunguei enquanto virava para sair dali.

Mas havia algo em meu caminho, e não era aquela maldita pedra daquele poema que só tem uma frase e fez sucesso. Era James.

Precisei juntar toda minha força de vontade para não socá-lo pelo susto.

– Mas que merda! – exclamei sussurrando, colocando uma mão sobre o peito e soltando um suspiro de resignação.

– Eu sei que não sou muito bonito, mas não é para tanto – James brincou e eu revirei os olhos.

Aham, se ele não sabia que era bonito, eu era o gato de botas. Woah, meu querido sarcasmo estava de volta. Que le-gal.

Afinal deveria ser legal ser um gato que usava uma espada e ainda por cima conseguia convencer as pessoas com aquela carinha bonitinha. Sem falar que as botas dele eram um arraso.

Eu estava prestes a me repreender por ter aqueles pensamentos completamente ridículos quando eu vi a fantasia de James.

Ele estava usando um terno preto e suas mãos e rosto estavam pintados de branco como se imitassem ossos.

– Você... Huh? – eu estava boquiaberta demais para conseguir falar alguma coisa. Tentei de novo. – Você está vestido de Jack? – eu perguntei o óbvio. Afinal não eram muitos esqueletos que usavam terno e serviam como fantasias no Hallowen. Porque ele não podia ter se vestido de Edward Cullen? Ou melhor, de Damon Salvatore? Até se fosse um Chucky seria mais reconfortante do que um Jack. Jack do ‘Estranho Mundo de Jack’, que fazia par com a Sally, que no caso era minha fantasia.

– Oh sim, Sirius quem escolheu, disse que seria legal – James disse, parecendo completamente alheio à meu surto irritado.

Eu iria bater naquele cachorro. Iria esfaqueá-lo ate a morte e depois queimaria seu corpo enquanto dançava em volta da fogueira.

Certo, aqueles filmes de terror estavam afetando minha mente.

– Muito le-gal – resmunguei e, de repente, me dei conta do que havia acabado de fazer.

Tinha acabado de trancar Remus e Dorcas para que eles ficassem juntos. Remus e Dorcas. Remus, o melhor amigo de James. Dorcas, o suposto amor de James. Droga.

Senti meu rosto empalidecer.

Encarei James tentando perceber se ele havia visto alguma coisa, mas ele parecia bastante normal então eu apenas puxei seu braço e tirei-o dali.

– Woah, para onde você vai com tanta pressa? Sabe, eu ainda quero usar meu braço futuramente – ele perguntou enquanto caminhávamos para dentro do castelo.

– Estou indo para a festa, e você vem junto – eu disse, tentado soar a calma que não sentia.

Eu estava nervosa, sem falar que a presença de James somente piorava tudo.

Nós chegamos às portas do grande ginásio e eu parei de andar. Eu estava com medo do que encontraria quando entrasse. Talvez fosse bobagem minha, mas eu sentia como se algo fosse acontecer.

– Hey – James chamou, tirando-me de meu estranho transe. – Você é a Sally? – encarei-o por algum tempo sem conseguir enxergá-lo direito, até que suas palavras chegaram em minha mente.

Olhei para minha roupa, piscando por algum tempo até que meu instinto assassino voltou, e eu quis sair correndo até Sirius e esquartejá-lo. Senti meu rosto esquentar tremendamente, mas tentei manter a expressão normal quando olhei para James.

– Foi Sirius quem escolheu – eu disse, minha voz saindo um pouco mais irritada do que eu queria.

James sorriu, como se aquilo fosse uma coisa completamente normal. Tipo, huh, meu cachorro escolheu uma fantasia de par com uma ruiva doida. Essas coisas que acontecem todos os dias. Nada demais.

– Então, você não vai entrar? – ele perguntou, olhando de mim para a porta.

Dei de ombros e James pegou de meu pulso e me arrastou para dentro.

A decoração estava... linda. Era incrível o quanto eu tinha conseguido fazer algo realmente legal. As abóboras enfeitadas, brilhavam à luz de velas e a música agitada fazia com que a pista de dança no meio do salão estivesse cheia.

Não havia nem sinal de Lucia. E minha tensão com relação à ela somente aumentou ao constatar isso. Mas talvez ela não quisesse ir à uma festa organizada por mim. De qualquer forma, eu sabia que estava sendo ridícula, porque, o que ela poderia fazer contra mim?

James continuava me puxando, e tão impressionada como estava com os efeitos da decoração, não percebi para onde ele estava me levando.

As pessoas estavam todas fantasiadas, algumas de zumbis, outras de Cleópatra, diabinhos, anjinhos, monstros e até mesmo palhaços do mal, daqueles que se via em filmes de terror.

Então, eu olhei para os lados.

Pessoas dançando por todos os lados. Estávamos no meio da pista de dança. Olhei para James que sorria como alguém que acabou de ganhar o melhor presente de aniversário do mundo.

– Eu disse à você que te faria ter a melhor noite de sua vida – ele sorriu ainda mais e eu balancei a cabeça.

– Não, você apenas disse que me levaria em algum lugar para saber o que era diversão – eu sorri também. Era difícil não sorrir perto dele. – Mas você disse que seria em uma sexta, hoje é sábado, infelizmente – falei marotamente.

– Não tem importância – James pegou minhas mãos e pôs em seus ombros. – Um pouquinho adiado, mas aqui estamos nós – ele disse e me puxou com cuidado para mais perto. Senti meu rosto esquentar e agradeci por estar escuro.

Revirei os olhos tentando ignorar o calor em minhas bochechas.

– Estou pagando para ver – eu lhe disse e ele riu.

– Ótimo – ele disse e nós começamos a dançar no exato momento em que a musica mudou.

Hello there,

The Angel from my nightmare

(Olá querida,

O anjo do meu pesadelo)

Eu bufei. Aquilo só podia ser planejado. I Miss You, do Blink 182 exatamente quando eu estou vestida de Sally e dançando com um Jack?

– É nessas horas que eu acredito em destino – James comentou e era possível ouvir o sorriso em sua voz.

The shadow in the background of the morgue
The unsuspecting victim of darkness in the valley

(A sombra no fundo do necrotério
A vítima inocente da escuridão no vale)

– Inspirador – eu disse ao ouvir a letra da musica. – Sabe, não é assim que se dança esse tipo de musica – comentei enquanto apenas nós dois dançávamos devagar e todas as pessoas em volta balançavam-se um pouco mais agitadas.

– Não estou nem ai – James disse e eu sorri.

We can live like Jack and Sally if we want
Where you can always find me

(Nós podemos viver como Jack e Sally, se quisermos
Aonde você pode sempre me encontrar)

Fiquei ainda mais vermelha,se era possível e senti James parar de dançar.

Ele se afastou de mim, aproximando apenas seu rosto logo em seguida.

And we'll have halloween on Christmas

(E teremos Halloween no Natal)

Ele sorriu, me encarando nos olhos – nesse momento meu coração já havia parado e voltado à vida pelo menos umas 50 vezes – e cantou a outra parte da musica.

– And in the night we'll wish this never ends (E de noite desejaremos que isso nunca acabe) – ele disse e se aproximou ainda mais. Minhas mãos, que ainda estavam em seus ombros, apertaram-se involuntariamente em seus cabelos. O sorriso de James era cúmplice. – We'll wish this never ends (desejaremos que isso nunca acabe) – ele falou antes de selar seus lábios aos meus.

E tnão, a musica parou, algumas luzes foram acesas e uma voz terrivelmente familiar soou pelo salão.

– Com licença, gostaria de pedir um momento de atenção – eu me separei de James apenas para ver Lucia McVann no centro do palco, seu sorriso maléfico estampado em seu rosto.

Ela me encarava.

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PS: Olhem que art linda da Viria que uma leitora mandou dizendo que lembrou de Nunca Sonhei, acho que combinou demais com o capítulo! Estou in love...


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Notas finais do capítulo

Aaaaaaaah, e o próximo é o ultimo capítulo =(Mandem bastante reviews para minha pessoa ficar feliz :)Besos :*