Nunca Sonhei escrita por Miller


Capítulo 13
E o Oscar de Atuação vai para...


Notas iniciais do capítulo

Amores de mi vida! Como estão?
Ah, aqui está o novo capítulo e também um aviso: amanhã não postarei porque vou para a casa da minha avó - sem net -, mas a partir de segunda volto com as postagens diárias!
Faltam apenas 4 capítulos para o fim :S
Espero que gostem, estou amando seus reviews!



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Realmente, não deveria existir ninguém mais azarada do que eu. Definitivamente.

Sirius, devido ao susto, estava mais branco do que um papel. Eu não deveria estar muito diferente.

Suspirei fortemente e virei para encarar o novo visitante.

Ou melhor, nova visitante.

Lene estava lá, parada perto da porta do banheiro, as duas mãos na cintura e uma sobrancelha erguida. Grande merda.

Mas era um pouco melhor do que se James tivesse entrado por ali.

– E então? – ela perguntou novamente, entrando um pouco mais no banheiro e olhando de mim para Sirius.

– Ah, huh – Sirius tentou falar alguma coisa, mas parou e me encarou dando de ombros.

Revirei os olhos.

– Okay – respirei fundo. – Lene, nós temos...

– OH MEU DEUS! VOCÊS TÊM UM CASO! EU NÃO ACREDITO NIS... – Lene exclamou, um pouco mais alto do que o necessário e eu tive de ir até ela e tapar sua boca antes que mais alguém entrasse no banheiro.

– Escute e depois comente – eu falei e ela estreitou os olhos, mas assentiu. - Okay, eu e Sirius temos um plano – eu falei dando ênfase na ultima palavra. Lene pareceu interessada. – Nós queremos fazer a Dorcas e o Remus ficarem juntos na festa à fantasia – disse e os olhos de Lene brilharam.

– Porque você não me disse antes? – ela se desvencilhou de minha mão. – Eu fiquei pensando que você e o Black estavam tendo um...

– Caso? – Sirius se manifestou e pôs a mão por cima do meu ombro. – E quem disse que não estamos tendo um caso? – o sorriso dele era cheio de malicia.

Bufei e tirei seu braço de cima de mim, dando um tapa em seu ombro logo em seguida.

– Ignore-o – falei. – Ele é um ótimo piadista.

Lene encarou Sirius por algum tempo e eu podia jurar que o maroto corou. Talvez eu pudesse usar aquilo para uma chantagem futuramente.

– É o que farei – Lene disse e sentou em cima de uma das pias, olhando para minha mochila. – O que tem ai? Quero fazer parte do ‘plano’ também.

– O terno do Remus – Sirius respondeu e Lene o encarou sem entender. – A Lily precisa dele para saber o tamanho da fantasia que for escolher, para que combine com a da Dorcas – explicou.

– Hum, eu estou gostando disso – Lene sorriu. – Em que eu posso ajudar? – ela perguntou, fazendo uma careta quando Sirius se apoiou na pia ao seu lado.

– Você pode nos ajudar a escolher as fantasias e em não deixar Dorcas desconfiar – eu lhe disse. Lene abriu a boca para responder, mas a fechou imediatamente, seus olhos grudados na porta do banheiro.

Tudo em que eu conseguia pensar era: santo azar.

Então eu não tive tanta sorte quanto da primeira vez, desta vez não era nenhuma amiga disposta a ajudar que entrava mo banheiro. Desta vez era James. E ele parecia não entender o que estava acontecendo.

Eu não precisava que ele ficasse ainda mais desconfiado de minha amizade com Sirius.

Uma idéia surgiu em minha mente no exato momento em que James me encarou desconfiadamente.

Virei para Sirius e Lene e tentei fazer minha melhor expressão repreensiva.

– Eu disse para vocês que não era legal ficarem fazendo isso – eu disse à eles, meu tom de voz era acusador.

Os dois me encararam sem entender nada. Uma louca vontade de rir da expressão deles me atingiu.

– E se ao invés do James fosse algum estranho? – dei uma olhada para James e percebi que ele também estava confuso. – Vocês precisam parar de ficarem se agarrando nos banheiros – balancei minha cabeça negativamente e foi preciso muita força de vontade para não cair na gargalhada.

Lene atingiu um tom tão berrante de vermelho que eu tinha certeza de que ela havia aprendido comigo. Sirius, por outro lado, pareceu gostar da minha encenação.

– Ah, bem – Sirius começou e sua voz era tão cheia de culpa que eu teria acreditado se não soubesse que era mentira. – É difícil de controlar, sabe? Eu e a Lenezinha – ele disse a passou a mão pela cintura de Lene que parecia incrédula demais e estar envergonhada demais para esboçar qualquer reação. – Estamos curtindo nosso momento.

– Vocês... O que? – James falou pela primeira vez, olhando para cada um de nós parecendo mais incrédulo a cada segundo.

– Eles estão juntos – eu indiquei o que parecia ser óbvio.

– Nós estamos? – Lene me encarou indignada, e eu tinha certeza de que iria sobrar para mim.

– Sim, nós estamos – Sirius disse e seu sorriso era o maior que já havia visto em minha vida.

Se eu não o conhecesse diria que ele gostava realmente de Lene. Mas eu o conhecia.

– Aham – Lene confirmou e eu tive vontade de chutá-la. Ela estava estragando completamente nossa encenação.

– Mas eu pensei... – James começou a falar olhando de Sirius para mim e eu sabia que ele iria dizer ‘eu pensei que você e a Lily estivessem juntos’. Tive vontade de socá-lo. Meus sentimentos violentos estavam aflorados naquele dia. Ô beleza. James balançou a cabeça negativamente.

– Pensou errado – eu e Sirius dissemos ao mesmo tempo e eu percebi, pelo tom de voz dele, que ele estava tão magoado quanto eu com relação à James.

O que eu não compreendia, era o porque de eles dois estarem brigados. Não podia ser pelo fato de que James pensava que eu e ele estávamos juntos. Aquilo não era cabível, a menos que James estivesse sentindo ciúme de mim, o que era ainda menos cabível.

Imagine? James Potter com ciúmes de Lily Evans. Era uma loucura sequer cogitar uma idéia dessas. Ninguém como ele se interessaria por alguém como eu se não fosse por amizade. Afinal, o que eu tinha de bom? Além é claro de um humor negro e um sarcasmo super adorável? (e sim, eu estava sendo irônica nessa hora).

Eu não passava da ruiva estranha, que não era nem nerd nem popular, com um comportamento estranho, viciada em animes e um humor completamente maluco. Hey, essa sou eu.

Minhas amigas viviam dizendo que eu precisava parar de ter esses pensamentos masoquistas, mas o que eu podia fazer quando meu coração insistia em gostar de alguém que simplesmente estava muito longe de meu alcance?

Um nó se formou em minha garganta e foi preciso muita concentração para que eu não chorasse ali mesmo, naquele banheiro.

Sirius e James se encaravam profundamente e eu aproveitei o momento para pegar minhas cosias e arranjar uma boa desculpa para sair dali. Eu não sabia quanto tempo mais agüentaria sem cair no choro.

– Bem, huh, vou nessa – eu falei e minha voz estava rouca devido ao choro contido. Dei um tchau rápido para Sirius e passei rapidamente por James. Assim que sai do banheiro senti uma lágrima quente descer pelo meu rosto.

– Maldito sentimentalismo – eu reclamei enquanto enxugava os olhos.

– Lily Evans! – oh sim, eu sabia que Lene iria querer me matar.

Parei de andar no meio do corredor vazio – todos estavam nas salas de aula.

– O que você estava pensando? Porque você... Oh meu Deus, porque você está chorando? – toda a raiva de Lene pareceu se extinguir quando mais uma lágrima (imbecil) escapava de meus olhos.

– Não é nada, foi só um cisco...

Lene fez um gesto obsceno para mim.

– E eu acredito mesmo nisso – ela revirou os olhos. – Ande, conte-me o que você tem.

– Eu realmente não quero falar sobre isso – eu lhe disse com um suspiro.

Ela me encarou por algum tempo, como se me analisasse por dentro e concordou com a cabeça.

– Mas não pense que vai se ver livre de mim – ela reclamou.

– Eu sei – eu consegui sorrir.

Lene sorriu em retribuição e olhou para minha mochila.

– O que acha de cabularmos aula e ir atrás dessa bendita fantasia? – e ela pegou do bolso traseiro da calça as chaves que eu conhecia muito bem.

– Para mim está ótimo – eu lhe disse e ela sorriu, puxando-me pelo braço enquanto tentávamos não sermos vistas.


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Notas finais do capítulo

Me digam o que acham :)
Beijos :*