Nunca Sonhei escrita por Miller


Capítulo 12
Azar no amor, sorte no azar.


Notas iniciais do capítulo

Desculpem não ter postado ontem amores, mas meu Word deu pau e não salvou o capítulo que tinha escrito, tive de refazê-lo.
Dedicado à Naty pela linda recomendação! Obrigado amor :)
Espero que gostem!



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E é claro que eu ainda estava morrendo de raiva alguns dias depois. Simplesmente não conseguia me fazer acreditar que James havia mesmo falado aquilo para mim.

Então eu tentei esquecê-lo de todas as formas possíveis, me esforçando ao máximo para arrumar a decoração da festa da escola – uma coisa que nunca imaginei fazer, eu Lily Evans, a excluída, decorando uma festa? Dumbledore estava mesmo louco -, colocando a música o mais alto possível, tanto nos fones quanto no rádio normal, eu assistia filmes de terror onde não havia nenhuma cena de amor e eu brigava muito com Petúnia.

Talvez eu estivesse sendo infantil ao fazer isso, mas eu simplesmente estava machucada demais, o que também era ridículo, afinal de contas eu o havia conhecido à pouco mais de duas semanas, não era possível gostar de alguém de uma hora para outra desse jeito.

Mas meu coração não parecia entender isso e eu só piorava. Talvez a atitude mais sensata fosse ir logo falar com James e colocar as coisas no lugar, mas eu não tinha vontade de encará-lo mais uma vez. Então eu continuava com a minha negação mental, dizendo a mim mesma que logo passaria e que eu deixaria de gostar dele. Até estava funcionando, porque assistir filmes onde havia muito sangue e encarar Petúnia logo em seguida servia para amedrontar alguém por uma noite inteira. Então eu ficava bem, falava qualquer coisa para minha irmã sobre cavalos e o quanto ela era feia, discutíamos um pouco e eu subia as escadas até meu quarto, onde eu me atirava na cama e ficava me revirando até que as imagens horripilantes me dessem uma folga e eu conseguisse dormir.

O problema era quando eu dormia.

Eu simplesmente não conseguia controlar meu subconsciente então ao invés de me infernizar a noite inteira com pesadelos cheios de espíritos do mal e sangue ele me torturava com imagens de James sem camisa, de James sorrindo para mim, de James falando comigo, de James me beijando... De James de todas as formas mais sedutoras possíveis. Então eu acordava no meio da noite, o coração acelerado, jogava minhas almofadas longe e socava meu travesseiro até que estava cansada demais, com sono demais e desistia até cair no sono e sonhar com ele novamente.

Acordava com olheiras terríveis, um mau humor gigantesco e parecendo um zumbi daqueles filmes que assistia. Poderia dizer que Freddy Krueger era meu melhor amigo.

Eu fiquei assim por 3 dias e é claro que minhas amigas perceberam que algo estava errado.

– Não quero saber, você vai nos contar nem que tenhamos que torturá-la – Lene reclamou e eu gostaria de poder responder à ela que não havia tortura pior do que os sonhos que me atormentavam todas as noites.

– Não é nada, apenas uma má fase com Petúnia – eu lhes disse e Dorcas sorriu sarcasticamente para mim.

– Aham, e nós fingimos que acreditamos. Qual é Lily, sabemos que você está assim por causa de Ja... – mas nesse momento eu pisei em seu pé, fazendo-a parar de falar. Estávamos em um dos corredores da escola e Lucia estava passando por nós bem naquele momento. – Jason, do filme, nossa, ele faz qualquer um ficar mal desse jeito. Aquele cara é completamente assustador – Dorcas completou lançando um olhar maligno para mim.

– Evans – Lucia me chamou e eu suspirei fortemente. Estava contando com a sorte de que ela passaria reto e não falaria comigo. Já bastavam as detenções onde eu tinha de encará-la todos os dias.

– McVann? – perguntei em um tom monótono.

Ela sorriu e olhou para Lene e Dorcas.

– Meadowes, McKinnon – balançou a cabeça e puxou sua bolsa, abrindo-a e procurando por alguma coisa. – Deve ser triste ser excluída não é? – ela sorriu de uma forma meiga e eu tive vontade de esganá-la.

– Do que você está falando? – Lene perguntou em um tom grosso.

Lucia ergueu uma sobrancelha.

– Olha a forma com que fala comigo McKinnon – ela disse e puxou alguns papeis em prata da bolsa. – Sabem o que é isso? – ela balançou os três cartões em nossa frente. – Convites, VIPS, para uma festa à fantasia, para a qual nenhuma de vocês três vão ser convidadas – ela falou pausadamente e se aproximou de mim. – E eu cuidei especialmente para que nenhuma de vocês apareça de surpresa.

Aquele comportamento da parte de Lucia era comum, ela sempre gostou de esfregar em minha cara coisas que ela podia fazer e eu não. Mas daquela vez foi longe demais.

Puxei um dos convites de sua mão e li o que estava escrito.

Soltei uma risada completamente fria, o que surpreendeu até a mim mesma.

– Você disse que é VIP? – perguntei e entreguei o convite para ela novamente. – Só se for VIP para vadias – Lucia abriu a boca para falar, mas eu ergui um dedo pedindo silêncio e procurei pelos cartões que eu havia pego no dia anterior, tirando-os da bolsa e mostrando à ela. – Esta vendo isso? – balancei os convites, que eram dourados, na frente dela como ela havia feito conosco. – Esses são os convites VIPS para a festa que eu tive a idéia de criar e que nós estamos organizando – sorri docemente à ela e ela encarava os convites em minha mão sem acreditar.

– Como? Tem que ter algum engano, essa festa? Organizada por você? Dumbledore está louco – ela falou e eu sabia que havia pensado a mesma coisa que ela, mas dito assim me fez sentir raiva.

– Ele estando ou não, não muda o fato de que a festa é minha – eu falei para ela, e eu podia sentir a surpresa de minhas amigas. Nunca havia confrontado Lucia (tirando a briga), mas aquilo estava me deixando estranhamente bem. – Sabe, eu podia muito bem te impedir de entrar na minha festa, mas não vou, porque eu quero que você veja o quanto ela vai ser boa – falei e dei as costas para ela, sendo seguida por Lene e Dorcas que riam.

– Quem é você e o que fez com a Lily? – apenas ri.

Um movimento perto do banheiro masculino chamou minha atenção. Era Sirius, e ele tinha um grande saco junto dele.

O terno de Remus.

– Ah, meninas, eu preciso de huh... – eu tentei pensar em uma desculpa qualquer para ir até Sirius. – Vou no banheiro – lhes disse.

– Okay, nós vamos também – Dorcas disse.

– NÃO! – eu disse um pouco alto demais. – Quero dizer, não precisa, vou demorar... Vocês vão se atrasar, eu vou, vão para a aula – disse a elas.

Dorcas deu de ombros e seguiu para a aula, Lene demorou um pouco mais, mas seguiu a outra. Esperei até que as duas virassem o corredor e caminhei lentamente, tentando não chamar a atenção de ninguém para perto do banheiro masculino.

Entrei e estava vazio, franzi a testa.

– Sirius? – chamei meio incerta. E se tivesse mais alguém por ali? O que iriam pensar?

Mas por sorte, foi Sirius quem saiu de um dos boxes, uma grande sacola em mãos.

– Nossa, você não podia ter, sei lá, guardado em um lugar mais discreto? – comentei enquanto ele sorria.

– Eu disse à mãe de Remus que eu precisava de um terno emprestado porque a minha mãe não queria me dar dinheiro para comprar um – Sirius disse em um tom de voz melancólico. – Pedi a ela que não contasse à Remus, não queria que meus amigos soubessem o quanto minha mãe era má – falou e eu tive de rir de sua expressão completamente fingida.

– Cara, eu juro que não conheço ninguém mais cara de pau que você – comentei enquanto abria minha mochila (que era bem grande, graças) e colocava o terno lá dentro.

– Eu sei – Sirius riu e eu revirei os olhos.

Estava acabando de guardar o terno dentro da mochila quando mais alguém entrou no banheiro.

– O que é que vocês estão fazendo aqui? – a pessoa disse e eu congelei.

Droga.


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Notas finais do capítulo

Se tudo der certo, acho que posto mais um capítulo ainda hoje :)
Se não der, bem, até a manhã =D
Mandem review e me digam o que acham!
Beijos :*