Suzumiya Haruki no Monogatari escrita por Shiroyuki


Capítulo 7
Capítulo 7 - Aquisição


Notas iniciais do capítulo

Desculpe a demora em postar novos capítulos, mas eu tive problemas no meu computador... honto ni gomenasai!!

Vamos ao capítulo o/



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Rumores de que Haruki e eu estávamos planejando alguma coisa começaram a surgir. Claro que, devido ao seu histórico anterior, os rumores que envolviam Suzumiya iam além do usual “será que eles estão saindo?”. A reputação que eu nunca tive estava sendo arruinada, e eu nada tinha feito para merecer aqueles olhares incômodos nos corredores.

Alguns dias depois da fundação da Brigada, eu fui atacada impiedosamente durante o horário do almoço. Eu já esperava por isso, e estava psicologicamente preparada, mas isso não significa que foi menos problemático.

— Ei, o que há entre você e Suzumiya? – Taniguchi perguntou. Direta, sem rodeios, quase fez com que eu engasgasse com meu tamago-yaki.

— Absolutamente nada – respondi, sinceramente. Ela, como eu esperava, não acreditou nem um pouco.

— Certo. Vocês estão obviamente no meio de uma relação romântica, arrebatadora, irresistível!...E se você acha que manter segredo deixa tudo mais... picante... quem sou eu pra me meter? Porém, você me deve uma explicação! Uma explicação não... uma aula!

— Que tal uma consulta? Marco para você se quiser. Cnheço um psicólogo ótimo, e você poderia levar Suzumiya junto...

— Não, é sério, Kyonko! Você precisa me contar como conseguiu. Quer dizer... você deve não ter percebido... – ela corou um pouco, olhando para o lado oposto – mas eu meio que estava tentando algo com o Suzumiya...

Exatamente, tentando é a expressão mais correta.

— Eu não consegui nada, OK? E seria realmente agradável se você parasse de fantasiar coisas absurdas. Isso vale pra você também, Kunikida. – Acrescentei para a garota das marias-chiquinhas que devaneava com a boca aberta e um hashi vazio erguido no ar.

— Ah, eu concordo com a Kyonko – ela sorriu para mim, com aquele sorriso que dizia “não faço ideia do que você tá falando” – mas... eu gostaria de perguntar uma coisa... – ela baixou a cabeça, corando violentamente. Como aquilo parecia mais a expressão de uma heroína de eroge, eu optei por ouvi-la, embora algo me alertasse que era perigoso continuar nesse terreno. Seria ruim se ela continuasse a fazer esse tipo de expressão no meio de uma sala de aula cheio de idiotas com testosterona.

— Você e Haruki-san...

— Não! Por favor, não, Kunikida... – supliquei.

— T-tudo bem... não era isso que eu ia perguntar mesmo... – ela corou mais ainda, e escondeu o rosto atrás da franja.

— Não era...?

— Não... eu queria saber se... se... você poderia me apresentar ao novo membro do seu clube, sabe... aquele senpai...

— Aaah! Asahina-senpai, certo? – pensei por alguns instantes, olhando Kunikida se contorcer como um cachorrinho na adoção em cima da cadeira – vou pensar mais sobre isso – respondi apenas.

— Mas, ei! Kyonko! Diga, se não estão saindo, o que vocês tanto fazem naquele maldito clube, hein? Bem, se forem vandalizar a escola, você pode ser presa, sabia?– Taniguchi tentou me pegar de guarda-baixa.

— Pra ser honesta, eu também adoraria saber o que faço lá...

-

Desde que a Brigada fora fundada, Haruki gradualmente começou a transformá-la em sua segunda casa, trazendo mais e mais coisas, além da mesa retangular, da estante e das cadeiras de metal. Em um canto da sala, ele amontoou alguns utensílios de cozinha, como um fogão de mesa, um bule de chá, uma mini-geladeira, um pequeno armário, copos e garrafas, além de um gravador, um rádio, uma câmera, uma TV portátil e algumas revistas. Se trouxéssemos sacos de dormir, era possível viver confortavelmente por lá.

Nesse momento Haruki estava sentado em uma escrivaninha que ele achou sabe-se lá onde (se os professores reclamarem de roubo, nós saberemos) com os pés estendidos bem ao lado de uma plaquinha retangular onde se lia “Danchou”. Eu tentava em vão jogar o jogo da velha com Asahina-senpai, que compareceu obedientemente à reunião, enquanto Nagato-san continuava fazendo o de sempre. Depois de ganhar incontáveis vezes, eu estava deixando que ele ganhasse, quando ouvi um pesado som.

Haruki suspirou, fitando-me com um olhar intrigante, que ele reservava para as horas em que parecia pensar seriamente em algo.

— Eu preciso de um computador – ele disse, olhando para o teto, apoiado nos braços atrás da cabeça.

— Peça para seus pais, não pra mim. Se for um bom garoto e escrever uma cartinha no Natal, tenho certeza que será atendido – disse sem pensar, parando para avaliar sua reação. Ele não pareceu ouvir... que novidade!

— Nessa era de informação, onde coisas novas são criadas todos os dias e coisas atuais tornam-se obsoletas num piscar de olhos, é inaceitável que não tenhamos uma fonte de tecnologia ao nosso dispor.

Repentinamente, ele pareceu perceber algo. Talvez, que computadores não caem do céu quando você pede. Trazendo um sorriso sinistro, ele levantou e aproximou-se, vindo postar-se a minha frente, com autoridade inata.

— O que foi? – indaguei, mordendo a língua logo depois, com medo da resposta.

— Nós vamos conseguir um agora mesmo.

— Um computador? Não me diga que você quer roubar uma loja de eletrônicos... nós não vamos roubar uma loja de eletrônicos, certo?

— Claro que não. Tem um lugar mais perto. Pegue isso e me siga – ele disse, me atirando alguma coisa que apanhou da mesa atrás e saindo pela porta. Era uma câmera de vídeo.

Asahina-senpai e eu apenas fomos atrás de Haruki, sem conseguir visualizar outra opção. Ele andou até a sala do lado, parou em frente à porta virando-se para trás, como um general prestes a dar suas instruções.

— Você – ele apontou para mim, sem um pingo de consideração – Liga a câmera e fique a postos. E você! Venha comigo – ele apontou e puxou Asahina-senpai pelo braço, entrando na sala do Clube de Informática com um estrondo.

Coloquei a câmera em frente, filmando as costas de Haruki e os rostos dos membros do clube olhando para ele atônitos.

— Eu vim aqui para pegar um computador de vocês – ele anunciou, sem soltar Asahina-senpai das suas mãos, mesmo que ele se debatesse e chorasse baixinho.

Dei um zoom no rosto da única garota ali, que se aproximava com os olhos arregalados. Tinha cabelos longos e castanho-claros, amarrados em dois rabos de cavalo simétricos. Tremia levemente, mas eu a entendia por completo. Quem poderia manter a calma quando estava sendo claramente assaltada dentro da própria escola, por um garoto descontrolado e possivelmente armado?

— Quem está no comando aqui? – Haruki perguntou, com a voz firme.

— Eu sou a presidente – a garota se adiantou, entrelaçando as mãos com força, enquanto fitava Haruki apreensiva – No que posso ajudar?

— Eu vou precisar repetir? Eu quero que me dêem um computador.

A garota tremeu novamente, mas manteve-se no lugar. Continuei filmando, pensando que talvez esse vídeo sirva de prova no tribunal algum dia. Eu iria depor a favor da garota, com toda certeza.

— Não podemos. Esse computadores são comprados com nosso próprio dinheiro, e todos contêm informações preciosas do nosso trabalho. Não vamos simplesmente doá-los sem motivo algum – ela disse, contendo o medo ou a vontade de gritar. Os outros membros, todos garotos, a miraram com especial admiração.

— E quem se importa? Vocês não precisam de tudo isso, e eu só estou pedindo um.

— Mas, quem é você mesmo? – um dos garotos levantou-se, pensando que já era hora de intervir.

— Sou o Comandante da Brigada SOS, Suzumiya Haruki. Esses são meus servos, A e B.

Bufei irritada, com a câmera em mãos. Quem decidiu que seriamos servos?E por que nem ao menos temos nomes?

—Isso não importa – a garota deu um passo à frente, com o medo dissipado. Parecia irritada e decidida – Nossos computadores não vão a lugar algum. Comprem um vocês mesmos.

Haruki sorriu, com os olhos brilhando de modo funesto. Quase podia ver os raios e trovões ao seu redor, anunciando o mau-presságio.

— Agora usaremos nossos próprios métodos.

Haruki agiu tão rapidamente que nem mesmo sei se a câmera foi capaz de filmar. Em um momento, ele empurrou Asahina-senpai para frente e lhe deu uma rasteira. Empurrou a garota para baixo e então, quando dei por mim ele estava ao meu lado sorrindo, com as mãos na cintura. Olhei para o visor da câmera.

Asahina-senpai se debatia chorosamente, com a garota, visivelmente mais alta que ele, encarando-o chocada. A cena era desconcertante, e se eu não visse com meus próprios olhos, desconfiaria. Os outros membros do clube pareciam mais ocupados em tentar ver a calcinha de sua presidente, que aparecia destacadamente também no vídeo, e nada fizeram para ajudá-la.

— Que coisa horrível, Presidente. Coagindo e forçando pequenos garotinhos do primário dessa forma... Imperdoável!

A garota sem nome levantou-se, corada até a raiz do cabelo, com lágrimas nos olhos. Virei e olhei para Asahina-senpai, caído no chão e ainda chorando. Parecia paralisado. Quase podia ver a alma saindo do seu corpo.

— I-isso não prova nada, qualquer um pode ver que você me empurrou – ela desafiou, mas as lágrimas que caiam acabaram com qualquer chance de transmitir ameaça.

Haruki então tirou a câmera das minhas mãos e me empurrou. Não entendi o que ele estava fazendo, até que o vi trazendo a mão da Presidente na minha direção. Senti sua mão trêmula tocar os meus seios, e então gritei.

— Kyaaaaaaaa! O q-que está fazendo? – berrei com Haruki, empurrando os dois para longe, enquanto protegia o peito com as mãos.

— Sumam daqui!!! – ela gritou, chorando copiosamente – Apenas peguem o que quiser e vão embora!!!

Haruki sorriu triunfante, jogando a câmera novamente para mim. Pegou aquele que parecia ser o último modelo com uma das mãos, analisando-o cuidadosamente antes. Depois juntou Asahina caído no chão e o colocou debaixo do braço, saindo pela porta, assobiando alguma música antiga.

Desliguei a câmera, chocada demais para falar qualquer coisa. Olhei para trás, onde a presidente finalmente havia caído de joelhos, sendo amparada por seus inúteis colegas de clube, e ainda chorava como um bebê.

Haruki voltou, pegou todos os cabos de conexão e saiu novamente sem dizer uma palavra. Suspirei... seria assim sempre?

Curvei-me respeitosamente para os membros do clube, sentindo a culpa por ter deixado as coisas avançarem pesando. Por um único instante, pude ver nos olhos úmidos da presidente que ela entendia minha situação e me perdoava. Sem demonstrar reação, voltei para a sala da Brigada, onde Haruki já instalava os cabos e procurava por conexão com a rede wi-fi.

Nagato não moveu nem mesmo um único músculo desde a nossa saída. Asahina-senpai estava desmoronado em uma cadeira, parecendo um velho moribundo que respira por aparelhos.

— O que você pensa que está fazendo? – gritei, alto o bastante apenas para que Haruki notasse.

— Não sei do que está falando – ele rebateu, com a cara lívida. Senti meu sangue fervendo ao vê-lo tão calmo depois daquilo.

— Olha só o que você fez – apontei para Asahina-senpai e para mim mesma.

— Você não tem nada do que reclamar – ele disse, de olhos fechados e feições calams, como um professor explicando sua matéria – eu consegui o computador, não foi? E além do mais, você nem tem nada aí – ele disse, apontando para meu tronco.

Fiquei com tanta raiva que poderia espancá-lo. E então percebi que Haruki tinha quase duas vezes meu tamanho, e ao julgar pela forma com que se movimentou momentos antes, eu poderia ser da altura de Nagato-san e ainda não teria chance.

Querendo mostrar claramente minha inconformação, marchei com passos pesados até minha cadeira em frente à Asahina-senpai, sentando de braços cruzados e com um biquinho do qual nada me orgulho. Ao vê-lo chorando baixinho, encolhido na cadeira, senti meus sentidos maternos em alerta novamente.

— Você está bem, Asahina-senpai? – perguntei, sussurrando para que o Ogro, que agora estava com a atenção voltada para o fruto dos seus atos ilícitos, não nos ouvisse.

— E-estou – ele sorriu minimamente, limpando o rosto molhado. Suas bochechas brilhavam vermelhas como duas maçãs, fazendo-o lembrar ainda mais o garotinho de primário – pode me chamar de Mitsuru – ele disse, e tudo o que pude fazer foi retribuir o seu lindo sorriso.


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Notas finais do capítulo

Espero pelos reviews *---*



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