Suzumiya Haruki no Monogatari escrita por Shiroyuki


Capítulo 15
Capítulo 15 - Bilhete


Notas iniciais do capítulo

Gomenasai pela demora *dogeza* Eu sinto muito por ser tão preguiçosa...
De qualquer forma, o capítulo está pequeno, eu sei, mas quis deixar toda a "ação" para o próximo XD Estejam preparados o/ (só não esperem muito -///-)
Obrigada a todos que continuam a ler essa fic, apesar de todos os atrasos! Vocês todos são uns fofooos!!!!



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Amanhã, depois da aula, encontre-me na sala 1-5.


Enquanto voltava para casa, eu lia o bilhete, pela milésima vez. Já tinha perdido a conta de quantas vezes eu o tirara do bolso, apenas para confirmar se as palavras estavam certas, ou se não havia sido uma ilusão muito bem criada pela minha mente. Não podia evitar imaginar que poderia ser um admirador secreto, que, notando meus encantos, não pode mais conter o lamento do seu coração e resolveu verbalizar seus sentimentos e se declarar para mim. Então me lembrei do fato de que eu não possuo quaisquer encantos. O mais provável era que aquilo fosse um assalto elegante. Ou uma brincadeira de mau-gosto. O tipo de coisa que poderia me fazer rir no futuro, quando eu estivesse velha em um asilo com boa parte da memória comprometida.

Três hipóteses diferentes se colocaram em minha cabeça, inicialmente. Primeiro, pensei “Isso já aconteceu antes”, mas logo percebi que a letra, apressada apesar de impecável, era diferente daquela no marcador de páginas. Além disso, meu senso observador alertou, Nagato jamais teria uma atitude tão direta quanto essa. Era mais do seu feitio fazer com que eu lesse um livro do tamanho de uma caixa de sapatos para encontrar sua mensagem oculta. A segunda suposição dizia “poderia ter sido Mitsuru-kun?”, porém percebi que ele não seria tão descuidado a ponto de deixar um bilhete rasgado, obviamente feito às pressas, em um lugar tão evidente. Não, ele provavelmente teria o cuidado de redigir uma carta, com envelope e tudo. E possivelmente a colocaria no correio, e não junto aos meus sapatos desleixados. Sem citar o fato de que ele estava com seu bem estar mental comprometido, depois do que sofreu mais cedo com Haruki. O que me levava à terceira opção. Haruki. Poderia ter sido ele?

Minha mente logo rejeitou, de maneira brusca, essa conjectura. Se tivesse algum assunto a tratar comigo, Haruki simplesmente teria me arrastado pelo corredor até a escada e então me dito qualquer coisa que quisesse. Ele tinha senso prático.

Koizumi já estava eliminada da equação, afinal, ficamos sozinhas momentos antes dela sair, então poderia ter falado comigo naquela hora.

E novamente a conclusão de que isso seria uma carta de amor de um desconhecido voltou a assolar minha mente. E isso fez meu estomago revirar, como se houvessem borboletas, ou melhor, cigarras ensandecidas tocadoras de banjo, em seu interior.

-

No outro dia, cheguei à escola um pouco mais cedo do que o de costume. Por mais que eu quisesse aparentar frieza e indiferença, era inegável que aquele pedaço de papel havia conseguido tirar o meu sono. Sentia-me estranhamente atenta, prestando atenção em cada garoto que passava por mim no corredor. Eles deviam imaginar que eu era algum tipo de solteira desesperada, e logo a polícia seria chamada, se eu não parasse de encarar fixamente cada ser do sexo masculino que ousasse entrar no meu campo de visão. Por fim, percebi que estava ficando obcecada demais, e decidi entrar na sala.

Ao contrário do que imaginei, a inquietação não diminuiu com o passar do tempo, nem com o silêncio matutino da sala vazia. O tempo passou rapidamente, e a sala já estava repleta de pessoas falando e rindo. Eu não conseguia prestar atenção em nenhuma delas.

—Se quisesse dormir, deveria ter ficado em casa.

Ah... essa gentil voz tão cedo de manhã. É tão agradável que eu posso acabar me acostumando.

Não precisei checar para saber de quem se tratava. E nem para saber como estava o seu semblante. Uma carranca, com toda a certeza.

— Não tem ninguém aqui dormindo – murmurei, sentando de lado na cadeira e virando na direção dele. Eu estava certa. Haruki tinha seus lábios franzidos, e a cabeça apoiada no braço estava virada para a janela, com um olhar tão amargo que era capaz de matar um canarinho em menos de dois segundos – qual o motivo por trás da sua falta disposição?

— Eu entrei no site da brigada ontem à noite e as fotos sumiram. Acho que fomos hackeados por algum nerd tarado – ele rosnou, de olhos fechados. Eu engoli em seco. – E, de qualquer forma, o que interessa a você o meu humor?

— Não me interessa em nada.

— Então não pergunte! – ele me encarou de viés.

Okabe-sensei chegou à sala, e finalmente nossa aula começou. Durante todo o tempo, a irritação de Suzumiya emanava ao meu redor, de uma maneira que só poderia ser descrita como negra e pesada, causando uma desconfortável pressão em mim. Era tão esmagador que quase esqueci completamente do compromisso de mais tarde.

Quase, afinal, quando o sinal indicando o final das aulas tocou, meu coração estremeceu de uma forma parecida com o que pessoas que pulam de bangjump devem sentir. Levantei, um pouco entorpecida, e calmamente juntei os materiais espalhados de maneira aleatória sobre a classe. Ainda iria demorar um pouco para o prédio estar vazio, como o bilhete especificava, então eu teria que matar tempo na sala do clube (o que não é inédito).

Haruki já havia ido embora há muito tempo, mais especificadamente no período após o almoço, alegando dor de cabeça e tédio mortal. O Sensei o liberou, sugerindo que procurasse por um médico. Isso é o que eu sugiro a ele desde o dia em que nos conhecemos!

Andei tranquilamente em direção ao clube, sem nenhuma força exterior que me impelisse a andar mais rápido. Iria acabar ficando maluca se fosse mais cedo para a sala esperar por uma pessoa desconhecida – e muito provavelmente inexistente também.

Entrei sozinha na sala do clube. Com a visão periférica, percebi o figura discreta de Nagato, como de costume. Mitsuru-kun me saudou alegremente, vestindo sua fantasia de mordomo. Não importava quantas vezes eu o visse assim, ele sempre pareceria adorável!

— Você demorou, Kyonko-chan! Onde está Suzumiya-san – ele disse, olhando sobre meu ombro, como se esperasse que Haruki surgisse escandalosa e repentinamente, trazendo sacolas com cosplays.

— Voltou para casa. – suspirei, sentando na cadeira habitual. – Ele disse que estava cansado. É a sua chance, Mitsuru-kun. Vingue-se enquanto ele ainda está fraco.

— Eu não seria capaz de uma coisa dessas! – ele ofegou. – Kyonko-chan quer um pouco de chá? Eu acabei de fazer.

Você não precisa agir como um mordomo também, Mitsuru-kun! Mas eu acho que um pouquinho de chá não faria mal...

— Obrigada – aceitei alegremente a xícara de chá – Onde está a Itsuko?

— Ah! Koizumi-san veio até aqui mais cedo e informou que tinha um trabalho de meio-período, por isso iria faltar ao encontro de hoje. Ela disse que compensaria a falta em outra ocasião.

Que tipo de trabalho de meio-período? E que tipo de compensação? Sigh! Pensar nisso me dá dor de cabeça!

Como não havia nada para fazer, Mitsuru e eu jogamos paciência, revezando as partidas. Se o Clube de Informática visse o que estamos fazendo com seu precioso equipamento, com certeza teriam um ataque cardíaco. Assim que Yuuki fechou seu livro, começamos a nos organizar para ir embora, automaticamente. Era um sinal de que as atividades do clube, fossem quais fossem, estavam encerradas.

— E-eu vou me trocar. Você pode ir na frente – Mitsuru disse, com voz baixa. Corei, correndo porta afora.

Era cinco e meia. O céu estava vermelho e tingia todos os lugares por onde as luzes entravam. Sem pressa, apesar de estar um pouco nervosa, eu rumei de volta para a sala de aula. Corri pelos dois lances de escada até o último andar, mais interessada do que eu gostaria de admitir.

Respirei fundo, ouvindo meus passos ecoarem no corredor silencioso. Estava tudo laranja, colorido pelo por do sol. Abri a porta da sala 1-5, demonstrando casualidade, e espiei para dentro.

Não consegui reagir apropriadamente ao verifica quem estava lá dentro. Decididamente não era algo para o qual eu poderia estar preparada, mesmo se tivesse sido informada de antemão.

— Você demorou! – a pessoa disse, sorrindo amavelmente. Era Asakura Ryoushi – Pode entrar – ele disse de forma cordial, aproximando-se. Sem conseguir verbalizar a minha surpresa, eu apenas soltei a porta e andei em sua direção.

— Você estava me procurando? – eu tentei não demonstrar nervosismo, usando um tom despreocupado, e até mesmo rude.

Asakura sorriu alegremente, da maneira que fazia todas as garotas dessa escola se descabelarem enquanto gritavam “kyaa!”. Mantive-me impassível. Havia algo no brilho dos seus olhos que me deixavam em estado de alerta, mas toda a sua áurea gentil e cordial amenizavam essa sensação.

— Sim, eu estava.– Seu rosto virou em minha direção. Inesperadamente, ele segurou minha mão entre as suas, de forma lisonjeira, mas um pouco desconfortável. Seu sorriso brilhava nos tons de vermelho proveniente da janela. Tentei desvencilhar-me, educadamente, mas o esforço parco foi inútil. – Tenho algo a perguntar para você.


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Notas finais do capítulo



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