Suzumiya Haruki no Monogatari escrita por Shiroyuki


Capítulo 14
Capítulo 14 - Lucidez


Notas iniciais do capítulo

Sei que demorei demais para postar o capítulo, mas esse final de ano foi bastante atribulado, com coisas como vestibular, formatura e as festas, então, espero que entendam.



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Um pouco de lucidez em um mundo mergulhado em caos. Era isso o que a minha mente implorava a cada vez em que eu respirava. Eu subia as escadas velhas do prédio antigo, prestando atenção no modo como a madeira rangia antes que eu passasse para o próximo degrau. Isso me acalmou, enquanto me dirigia novamente para a Sala do Clube. Lutando para deixar a mente vazia sobre qualquer pensamento sobre aliens, viajantes do tempo ou espers, eu abri a porta do clube que procurava por aliens, viajantes do tempo e espers onde supostamente estavam um alien, um viajante do tempo e uma esper. A cena que me recebeu foi a cereja em cima do amargo bolo chamado Segunda-feira.

Haruki ria megalomaniacamente (tão alto que eu me perguntava como não havia o ouvido antes), com o pé direito em cima de algo e uma filmadora na mão. O algo vestia uma roupa preta estranha, com uma espécie de rabo bifurcado, e chorava baixinho.

O algo era Asahina Mitsuru, em uma roupa de mordomo.

Não pude evitar. No momento em que reparei nas vestimentas que Asahina utilizava, todo o meu sangue se concentrou na região da face. Lutei contra os espasmos que minha garganta tinha de gritar “kyaa” e mantive-me inalterada. Aquela roupa... não importa o quanto a circunstância seja bizarra, ainda assim consegue estar totalmente adorável!

Haruki não pareceu notar minha presença, o que não é nada surpreendente, e içou Mitsuru pela gola, puxando-o para cima. Aproximou a câmera do rosto banhado em lágrimas dele.

— Assim não! – disse, perdendo a paciência – É ASSIM!! – jogou Mitsuru contra a parede, ainda segurando-o pelo fraque para mantê-lo de pé. Nesse momento, eu resolvi mostrar que existia, e interferir antes que Mitsuru tivesse danos psicológicos permanentes.

— Ei, Haruki, eu sei que não tenho nada a ver com suas preferências, mas o que isso significa? – disse, tão calma e ponderada que quase não reconheci minha fala.

Haruki finalmente olhou na minha direção. Lançando um sorriso de 1.000.000 de watts para mim, ele mostrou Mitsuru como um dono de pet shop mostra o seu melhor cachorro.

— Essa fantasia é ótima, não é?

— Não é. – Mitsuru protestou fracamente, com lágrimas nos olhos. Por sorte, Haruki estava animado demais para dar atenção a oposições.

— Isso é futuro, Kyonko! Futuro! Você não percebe? Tudo o que temos que fazer é explorar o potencial do nosso pequeno mascote. Nós vamos atrair milhões de seguidores dessa forma!

E desde quando esse clube se tornou um tipo de religião alternativa?

—De que forma? – temi a resposta, vendo Mitsuru gemer baixinho enquanto olhava o chão.

— Mordomos são o símbolo máximo da submissão masculina. Eles protegem seus mestres usando as próprias vidas. Correspondem a qualquer expectativa, cumprem suas promessas e satisfazem os desejos. Garotas adoram mordomos.

Então você está simplesmente querendo atrair garotas.

— Provarei para você! – ele bradou, balançando a câmera na minha cara enquanto eu o fitava ceticamente. – Olha só para essa cara de shota! Isso não te atrai? Vamos lá Mitsuru-chan, diga “eu vou proteger você”!

— E-eu vou proteger você… - Mitsuru, de rosto completamente escarlate, sussurrou, com seus olhos vacilando entre as paredes, o teto e seus próprios pés.

Meu coração explodiu em milhões de pequenos cacos coloridos. Aquilo... era... muito fofo!!!

Ouvi novamente o ruído da câmera.

Haruki sorria triunfantemente, lendo todas as minhas reações que inevitavelmente foram estampadas em letras garrafais com neon no meu semblante. Sigh...! Ele estava certo...

— Isso ainda não quer dizer nada! Apenas fazer Mitsuru-kun dizer isso para todas as garotas dessa escola só vai fazer com que ele seja perseguido por fangirls ensandecidas.

— Quem disse que eu quero somente os alunos dessa escola? Eu quero o mundo!!! As possibilidades são infinitas! – ele gesticulava amplamente com os braços, o que fazia espaço daquela sala parecer ainda menor. – Nós temos muito com o que trabalhar! Kyonko, você consegue ver esse potencial? Qualquer um se apaixonaria por essa figura – ele chacoalhou Mitsuru como um boneco de pano – Ele exala feromônios por todos os poros. Sente só! – ele empurrou o garoto na minha direção, e então subitamente o afastou. Mitsuru parecia um pouco tonto com tanta movimentação. Eu tentei endireitá-lo, mas ele parecia mais com uma marionete que teve suas cordas cortadas.

A porta rangeu, escandalosamente. Um rosto alegre e sorridente mostrou-se.

— Desculpe o atraso – Koizumi Itsuko anunciou-se, endireitando-se e adentrando a sala. Poucos segundos de profunda análise do ambiente depois, ela inclinou a cabeça, com o indicador no queixo – Estou atrapalhando algo? – indagou, com um olhar no mínimo sugestivo.

— Ah, nós só estamos abusando do corpo do Mitsu-chan, não é Kyonko? Você quer brincar também, Itsuko-chan?

— Oh, eu não quero ser um incômodo, talvez mais tarde – ela respondeu, educadamente. Que raios de diálogo é esse?

— Já chega, Haruki! – pedi, sabendo de antemão o quanto eu era ineficaz em persuadir aquele garoto no que quer que fosse. Haruki era como uma criança birrenta e mimada, e seus ouvidos tinham a conveniente habilidade de filtrar quaisquer informações rotuladas desnecessárias.

— Vamos lá, Mitsu-chan. Temos muitas fotos para tirar ainda. Agora sente no chão e faça uma cara sedutora.

Mitsuru gemeu baixinho e deixou seu peso ceder, com lágrimas na beirada dos olhos. Eu encarei Haruki, incapaz de olhar para aquele garoto quando não tinha capacidades para salvá-lo.

— Que interessante! – Itsuko exclamou, tomando um lugar na mesa que havia sido empurrada para um canto a fim de deixar mais espaço para o estúdio fotográfico – Você quer jogar alguma coisa, Kyonko-chan? Eu trouxe Damas e Othelo.

Resolvi me juntar a Itsuko, então, já que eu não tinha chances quando se tratava de Suzumiya. Sim, eu sou uma derrotada, e me constrange admitir isso, mas simplesmente é menos problemático desistir. Perdoe-me, Mitsuru, e aguente firme. Olhei novamente para Haruki, que dava ordens para ele, que apenas chorava no chão, como um cachorrinho que fez xixi no lugar errado. Itsuko arrumava o tabuleiro, como uma profissional renomada e experiente.

— Um mordomo não deve ostentar esse tipo de expressão! Lembre-se do que eu te ensinei! Eu sabia que era melhor ter trazido os cosplays femininos...

Mitsuru sobressaltou-se, e olhou para a minha direção com desespero estampado nos olhos. Pediu por ajuda em silêncio, trêmulo e vacilante. O flash da câmera resplandeceu na sala inúmeras vezes seguidas, enquanto Haruki movimentava-se randomicamente.

— Vamos lá! Mostre mais atitude! Eu quero a expressão de alguém que pode fazer de tudo por sua Ojou-sama, e não essa cara de gatinho na chuva, Mitsu-chan. Fique de pé! Se esforce mais! Você não está dando tudo de si!! Hmm... Ei, Yuuki-kun, empreste seus óculos!

Yuuki levantou calmamente de sua cadeira, erguendo-se como um gigante de pedra, e entregou seus óculos como Haruki ordenou. Logo depois, voltou ao seu lugar como se nunca houvesse se movimentado, e continuou a leitura. Mesmo sem os óculos, o que é um pouco estranho, mas ninguém pareceu perceber.

Os óculos eram perceptivelmente grandes demais, e fizeram os olhos de Mitsuru parecerem ainda maiores.

— Por que os óculos? – Itsuko indagou. Não demonstre curiosidade, isso só vai incentivá-lo!

— Porque esse é um mordomo culto e eficiente. Vamos, Mitsu-chan, faça cara de inteligente! Empurre o aro com o indicador. Isso mesmo! Faça cara de mau! Não! Isso é cara de fome! E isso é dor de barriga!

— Colocando de lado o absurdo dessa situação, o que pretende fazer com as fotos do Mitsuru, Haruki?

— Não é óbvio? – ele arqueou as sobrancelhas de uma maneira odiável. Não, Haruki, nada do que você faz pode ser classificado como óbvio – Eu irei colocar na página da Brigada, é claro.

— Como? Você não pode fazer isso! – arfei – Será que não pode pensar nas consequências das suas ações? E se Misturu-kun não puder arrumar um emprego, ou se casar, por causa dessas fotos? De que forma ele poderá explicar isso para seus filhos e netos? Isso é definitivamente muito humilhante, Haruki!

Misturu chorou. Talvez esse vislumbre do futuro tenha sido um pouco cruel...

— Isso não é nem um pouco vergonhoso, Kyonko! – Haruki apontou para o mordomo por inteiro – E ao menos ele está vestido...

— Quer dizer que você pretendia...

— Mas é claro! Isso faria a Brigada SOS ser reconhecida em todo o globo terrestre, e atrairia seguidores de todas as etnias e nacionalidades. Porém, depois de analisar as implicações de tal obra, eu decidi quer era desnecessário. Ou melhor, seria um tanto quanto degradante para toda a espécie humana masculina certos... fatos.

— Fatos?

— Não é nada que você tenha que tomar conhecimento. Apenas tenha em mente que Mitsuru tem um poder inigualável do qual nenhum de nós pode obter o controle. E deve ser mantido em absoluto segredo.

— Eu me pergunto do que se trata... – Itsuko ponderou, com um sorriso enigmático, esperando pacienciosamente que eu voltasse para o nosso jogo.

— Não importa! – ele cortou, com os olhos fervendo na minha direção. Virou-se então para Mitsuru, que discretamente, tentava reaver seu uniforme e talvez se esgueirar para fora dessa sala – E você, Mitsu-chan – Haruki assustou-o, apontando o indicador diretamente no rosto assustado do mascote – Eu espero que você tenha entendido bem qual será a sua função a partir desta data.

— Função? – Mitsuru gemeu, apertando as vestes escolares nos braços frágeis. Os óculos de Nagato, que eram grandes demais para o rosto dele, escorregaram até a ponta do nariz.

— Ainda não entendeu? É evidente que estou dizendo para vestir essa fantasia sempre que vier para as atividades do clube. De agora em diante, você será promovido a mordomo oficial da Brigada, e servirá a todos nós com um sorriso no rosto.

Misturu fez o possível para evidenciar sua desaprovação, mas era seu semblante era tão ameaçador quanto um filhote de urso panda criado em cativeiro. Haruki sorriu triunfante, tirando mais algumas fotos balançando a câmera ao acaso.

— É a sua vez, Kyonko-chan – Itsuko alertou-me, sorrindo agradavelmente. Movi as peças aleatoriamente, tentando prestar atenção no que Haruki estava fazendo, mas aparentemente, ele estava apenas ordenando ao mordomo a tentar poses diferentes.

Repentinamente, Haruki arrancou os óculos do rosto de Mitsuru, e devolveu-os a Nagato, que apenas os colocou de volta, sem dizer uma única palavra. Era difícil de acreditar, ao vê-lo dessa forma, que ele era capaz de discursar de forma tão intensa quanto na outra noite.

Haruki jogou-se na sua cadeira de comandante, apoiando-se na mesa com uma feição séria e determinada. Haruki é tão estável quanto um campo minado em Bagdá. Essas mudanças súbitas de humor não me agradam nem um pouco.

— Anteriormente, muito trabalho foi feito. Distribuir panfletos, criar uma página na internet e procurar por eventos pela cidade, a reputação da Brigada está chegando aos céus! - ele bradou, erguendo as mãos. Não consigo identificar se ele está louvando nosso empenho ou está irritado pela falta de resultados. – Porém, nossa caixa de entrada permanece vazia como no dia em que foi criada, ninguém apareceu para discutir suas experiências e nem todo mundo entende nossas reais aspirações. Além do mais, aqueles bastardos do Conselho Estudantil ainda não nos reconheceram como clube! Costumava-se dizer que “paciência é uma virtude”, mas isso foi no passado. Nós somos a Geração Y! Não vamos nos dobrar as convenções do destino! Mesmo que tenhamos que virar a Terra do avesso, vamos encontra-los, com nosso próprio esforço! Então, gente, vamos nos esforçar! – ele terminou de discorrer em pé, fitando determinadamente o forro.

Que tipo de discurso motivacional foi isso? Esse tipo de coisa, quantos anos você esconde, Suzumiya?

Eu pensei em mostrar minha relutância, enquanto Koizumi sorria misteriosamente, e Nagato permanecia paralisado, prestando atenção no orador. Mitsuru parecia muito exausto para responder, e apenas largou seu corpo sobre a mesa, aceitando seu amaldiçoado destino.

Depois desse apaixonado testemunho, o ambiente voltou a se instalar em sua habitual monotonia, com passarinhos cantando do lado de fora, Nagato lendo compulsivamente, e Itsuko perdendo pela sétima vez nas Damas. Suzumiya fitava com seriedade a tela do computador, com uma ruga de concentração formando-se entre as sobrancelhas e o mouse repousado na mão direita. Provavelmente estava colocando as fotos no site, ou então jogando paciência. Não importava, assim que ele saísse, eu as apagaria, para tentar salvar o resto de dignidade que Mitsuru ainda pode conservar.

Assim que o sol se pôs no horizonte, Haruki levantou da sua cadeira, e sem se despedir, encerrou as atividades da Brigada. Aos poucos, todos começaram a se movimentar em conjunto, preparando-se para finalmente aproveitar sua juventude no conforto de casa. Atrasei-me de propósito, demorando mais do que o necessário para guardar as peças de volta na caixa. Itsuko abanou para mim, fechando a sala logo após afastar-se. O sorriso que ela lançou deixava evidente que ela sabia dos meus planos. Talvez tenha lido minha mente com seus “poderes de esper”. Eu realmente espero que não. Minha cabeça é um local íngreme e ambíguo, não é um lugar onde ela queira ficar. E é desconfortável a ideia de ter alguém capaz de perder todas as partidas de Damas daquela forma visualizando meus pensamentos.

Sorrateiramente, me dirigi ao computador. Ainda tinha a remota impressão de que Suzumiya surgiria por aquela porta escandalosamente e me repreenderia por estragar seus planos. Mas não importava, o mais cruel castigo que ele poderia fazer comigo era me forçar a usar um cosplay. E se me expulsasse da Brigada, bem... isso seria um favor.

Lentamente, a tela piscou e reluziu, com o ronco característico ressoando alto. Sentei na cadeira do líder, sentindo-me uma espiã internacional prestes a hackear os computadores do Presidente dos Estados Unidos. Digitei o endereço da Brigada, e a página em branco, com apenas um título e um contador de visitas, abriu. Um pequeno link piscava logo abaixo. Cliquei. Assim como eu esperava, inúmeras fotos do pequeno mordomo ruivo encheram a tela.

Eu ainda era iniciante em informática, mas ao menos sabia deletar as fotos da página. Por sorte, o número de visitas permanecia em dois dígitos. E todas elas eram do próprio Suzumiya. Procurei-as também no computador, para não haver nenhuma possibilidade de Haruki retomar seus projetos. Havia uma pasta chamada >>mitsuchan-shitsuji, e não havia sombra de dúvidas quanto a sua procedência. Aquelas fotos eram realmente muito boas, e era quase desumano apagar todos os vestígios de sua existência, mas ninguém pode prever que tipo de ocorrências a instabilidade de Suzumiya poderia causar, com tais imagens em mãos.

Cuidadosamente, e sentindo um enorme peso no coração, deletei a pasta e todos os seus resquícios. Apenas como medida preventiva, dei mais uma olhada nos documentos do computador. Para minha surpresa, havia outra pasta, escondida, denominada >>moe. Isso era escandalosamente suspeito. Abri-a, esperando por mais imagens do rosto assustado de Asahina. Mas o que encontrei foi o meu próprio rosto, em diferentes posições e expressões. Arfei. Quando foi que... desde quando? Eu teria que tirar isso a limpo. Mas antes disso, deveria me manter calma. Meu coração estava disparado, e meu rosto, queimava. Que tipo de reação impulsiva foi essa? Não aceito que meu próprio corpo me delate de forma tão patética.

Ouvi um ruído do lado de fora, semelhante a passos. Com a agilidade de um elefante, desliguei a máquina e apanhei meus matérias no meio da corrida, avançando para fora da sala. Seja o que for, eu não estava fazendo nada de tão suspeito que merecesse esse tipo de reação.

Em frente ao armário de sapatos, parei para respirar. O que aquelas fotos minhas estavam fazendo no computador da Brigada? Não importa o quanto eu pense, minha mente parece estar em meio a névoa, e nenhuma conclusão se apresenta.

Inalando o ar com cheiro de madeira velha do colégio, abri o meu armário. Um pedaço de papel liso e branco se destacou, em cima do meu par de sapatos externos. Que tipo de brincadeira é essa? Primeiro fotos e agora isso. Eu estou sendo perseguida por algum tipo de stalker psicótico?

O bilhete dizia:

Amanhã, depois da aula, encontre-me na sala 1-5.

Não era muito específico e não fornecia informações vitais. A letra era rebuscada e perfeita. E parecia pertencer a um garoto.





















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Notas finais do capítulo

Bem, eu queria encontrar uma foto do Mitsuru vestido de mordomo, para referência, mas não encontrei nenhuma boa. Vou colocar aqui uma foto que se aproxima bastante do que eu imaginei enquanto escrevia, espero que gostem. O link é
http://static.zerochan.net/full/40/25/731290.jpg
Ela é Konoe Subaru, do anime Mayo Chiki.
Espero reviews!!



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