Marlene McKinnon

O que diabos Sirius estava fazendo ali, ela se perguntava enquanto ia, nos escuros, em direção à cozinha para pegar um pouco de gelo. O coração dela ainda estava aos pulos com o susto que ela havia levado. Ela poderia ter morrido do coração!

Ela estava tão distraída que nem percebeu que ele a havia seguido e, quando virou, novamente deu de cara com ele. A pouca luz que vinha da geladeira contribuiu para que ela se assustasse mais.

– AHHHHHHHHHHHH! – ela gritou atirando o gelo no chão. – Sirius seu... Seu estúpido! – ela falou acendendo a luz da cozinha e vendo-o rir de sua cara. – Você quer que eu tenha um infarto e morra?

– Hey, desculpa! – ele falou abaixando-se para pegar os cubos de gelo. – Acho que você tem olhado filme de suspense demais – ele comentou distraidamente enquanto encostava um cubo de gelo na testa e fazia uma careta.

– Você estava me espionado! – exclamou ela indignada e com um pouco de vergonha.

Ela tinha o costume extremamente vergonhoso de chorar quando estava com medo. E ela estava com medo enquanto olhava o filme.

Merda! Ela devia estar toda inchada, e ele ali, olhando para ela com uma expressão divertida no rosto – provavelmente rindo internamente de sua cara.

Palhaço.

– O que você quer aqui? – perguntou desviando o olhar para a bancada onde estavam os gelos, sentindo-se desconfortável.

Ela ouviu-o suspirar.

– Eu precisava... Bom, eu queria falar com você – disse ele.

Ela sentiu o coração acelerar novamente, mas desta vez não foi de medo.

– Falar o que? – ela perguntou com a voz um pouco fraca, ainda encarando a bancada.

– Bom, é... – ela pode ver pelo canto do olho que ele passava a mão pelo cabelo, nervoso. – Quer saber?

Ela encarou-o curiosa.

– Que? – perguntou.

– Essa é a primeira vez, na minha vida inteira, que eu vou fazer isso. – ele falou indo até ela e a virando de frente para ele. – Eu simplesmente não consigo, não agüento ficar longe de você – ele falou e foi como se uma alegria imensa tomasse conta de todo o corpo dela. – E eu entendo que você tenha ciúmes de mim, depois de tudo que eu já fiz... – e passou a mão pelos cabelos novamente. Isso era fruto da convivência com o James, com certeza. – Mas eu amo você, e confio em você e eu gostaria que você confiasse em mim também – ele terminou de falar e ela ficou encarando-o boquiaberta.

– Que? – ele perguntou depois de algum tempo, no qual ela continuou encarando-o.

– Quem é você e o que você fez com Sirius Black? – perguntou ela fazendo-o corar. Ele ficava muito bonito corado.

Ele a soltou e se afastou um pouco.

– Eu aqui, abrindo meu coração, e você me pergunta quem eu sou? – ele pergunta indignado.

– Hey, eu estava brincando – disse ela, rindo dele. – Mas eu confio em você – ele franziu a testa incrédulo. – Só não confio nelas.

Ele riu.

– Elas que se danem Lene! Eu não quero nada com elas, pois se eu quisesse, eu estaria com elas e não com você – disse ele sério.

– Eu sei – ela respondeu um pouco triste. – Mas é realmente difícil de controlar quando você namora com o cara mais bonito de Hogwarts.

Ela o viu sorrir maroto e vir em sua direção novamente.

– É, eu te entendo, levando em consideração que minha namorada também é a mais bonita de Hogwarts. Ou melhor, da cidade toda! – ele falou.

– Sabe você não precisava exagerar tanto. Apenas sendo a mais bonita de Hogwarts já me faz feliz o suficiente.

– Mas eu não estava mentindo! – disse ele beijando-a logo em seguida.

Depois de alguns longos minutos, eles finalmente se separaram.

– Isso deve estar doendo – ela falou apontando para a testa dele, que estava um pouco roxa.

– Eu estou praticamente morrendo de dor – ele falou, exagerando. – Você vai ter que fazer muito carinho em mim para sarar – ele falou sorrindo.

– Safado! – ela exclamou.

Eles foram para a sala novamente, e sentaram-se no sofá para olhar o filme.

Foi só depois de alguns minutos olhando o filme que ela se lembrou de algo que a deixou curiosa.

– Sirius?

– Hmm? – perguntou ele.

– Como que você entrou aqui? – perguntou ela com a testa franzida.

Ele sorriu.

– Às vezes a janela é a melhor amiga de um maroto.

James Potter

Ele chegou à frente da casa de Lily e encontrou-a sentada nas escadas da porta. Chorando.

– Lily, o que foi? – perguntou ele meio desesperado, afinal, o que poderia ter acontecido?

– James! – ela levantou-se e o abraçou, chorando ainda mais.

– Que houve Lily? – perguntou ele novamente, preocupado.

– O vestido James! – ela balbuciou e ele quase não entendeu o que ela havia falado.

– Que vestido? – perguntou ele, sem entender nada.

Como que um vestido podia fazê-la chorar?

– O meu vestido! O que eu ia usar no casamento. Ele sumiu! – ela gritou, praticamente o deixando surdo.

– Como assim sumiu? – disse ele lentamente, tentando entender do que se tratava. – Sua mãe não trouxe ele ontem? – ele falou enrugando a testa.

– Sim, mas quando ela abriu a caixa para me mostrar, não havia nada! Nadinha de nada – ela falou, os cabelos ruivos salpicando em seu rosto.

Ele, por um momento, ficou olhando para ela apenas apreciando o quanto ela ficava bonita enquanto chorava, até que ele finalmente entendeu o que ela havia dito.

– Mas como sumiu? – perguntou ele preocupado.

– Se eu soubesse James – respondeu ela. – Mas agora eu estou sem vestido! Vou ter que entrar sem nada na igreja! Imagina, eu entrando lá sem nada, parecendo uma mendiga! Todos iam rir de mim.

Ele estava chegando à conclusão de que a gravidez estava afetando seriamente Lily.

– Calma Lily, não precisa chorar por causa disso!

– Você fala isso porque não foi com você! – disse ela irritada. – E eu não estou chorando por isso! – ela falou.

– Não? – perguntou ele confuso. – Então pelo que?

– Faz duas semanas que o Harry morreu – ela falou, chorando novamente.

– Hey, não fica assim – disse ele abraçando-a – se o nosso filho for um garoto eu deixo você por o nome dele de Harry ok? – ele falou tentando descontrair.

– Tá – ela respondeu parecendo mais feliz.

Ela saiu do abraço dele e foi em direção à porta de entrada.

– Aonde você vai? – ele perguntou.

– Comer. – ela respondeu. – Estou morrendo de fome.

Que novidade!