James Potter

– Você não está realmente pensando em por um nome como esse em nosso filho não é mesmo? – James perguntou completamente abismado. Lily só podia estar brincando.

– E porque não? – ela perguntou com seus olhos verdes expressando confusão. – Você mesmo disse que se fosse garoto esse seria o nome – Lily indicou.

– O quê? – James bateu na testa com a mão ao lembrar-se da promessa boba que havia feito à Lily apenas para fazê-la parar de chorar. – Não, você não acreditou realmente naquilo não é?

– O que você quer dizer? – ela perguntou enquanto a doutora olhava de um para o outro parecendo preocupada.

– Que eu só disse aquilo porque eu queria que você parasse de chorar – ele se exaltou encarando-a incredulamente. – Fala sério Lily! Você acha mesmo que eu deixaria alguém pôr em meu filho o nome de um cachorro?

Os olhos de Lily brilharam como duas esmeraldas antes de ela descer da maca e colocar a blusa novamente. Ela não disse nenhuma palavra. Nadinha. E James ficou mais preocupado com isso do que qualquer outra reação que ela pudesse ter.

Desde quando Lily ficava quieta quando discordava de alguma coisa?

E então, com o tempo, James percebeu o que ela estava fazendo. Porque é claro que, depois de ter visto a atuação de Lily fingindo um parto, bem, ele deveria saber que a mente de sua esposaera bastante maquiavélica.

Primeiramente eles saíram do consultório, Lily ainda sem falar absolutamente nada, e foram para casa em completo silêncio.

James não conseguia entender o porquê de Lily escolher justo aquele nome. Por quê? Com tantos nomes no mundo, por que logo Harry?

Harry Potter.

A sonoridade até que era boa como alguém de sucesso. Mas, hey, James não iria deixar ninguém por o nome do filho dele igual ao de um cão. Se fosse para isso então preferia colocar o nome de ‘Sirius Jr.’

Primeiro Dia

– Lily? Você não ficou chateada com o que eu disse não é? – James perguntou suavemente para Lily quando chegaram a casa.

Lily apenas olhou-o uma vez com seus olhos muito verdes e seguiu caminho para o quarto.

É, ela estava chateada.

Primeira Semana

– Até quando você pensa em ficar sem falar comigo? – James estava completamente irritado e nervoso por causa do comportamento de Lily. Fazia uma semana que ela não falava com ele. UMA SEMANA.

Lily deu uma pequena olhadinha para James e voltou a fazer seus deveres da escola.

Segunda Semana

James batia seqüencialmente sua cabeça no tampo da mesa da cozinha, em um ato completamente voluntario para tentar atrair a atenção de Lily. Mas ela continuava lá, absorta em seu livro e sem nem ao menos lançar um mínimo olharzinho na direção de James. Eram duas horas da tarde e ele tinha que ir para seu novo trabalho na empresa de seu pai.

Quando é que ela pretendia voltar a falar com ele? Naquele momento James lembrava todos os motivos porque Lily geralmente ganhava nas discussões quando ainda não estavam juntos.

– Merda – James exclamou e pegou suas coisas antes de sair pela porta da frente e batê-la com força, mas voltou atrás quase instantaneamente. Pensou ter visto um pequeno sorriso nos lábios de Lily, mas quando voltou ela estava tão inalterada quanto antes.

James grunhiu antes de sair de casa novamente.

Segunda Semana – Dia Três

– Deus, eu vou enlouquecer se ela continuar fazendo aquilo – James resmungou enquanto atravessava a rua com Sirius para eles irem até uma lanchonete próxima ao trabalho.

– Sabe cara, porque é que nunca a convidamos para ser uma marota? – Sirius perguntou enquanto ria. – Ela com certeza seria ótima em nossos planos.

James grunhiu com isso.

Os dois sentaram em uma mesa e fizeram seus pedidos. Sirius pediu um hambúrguer e batatas fritas e James apenas um hambúrguer.

– Hey, não vai querer batatas? – Sirius perguntou com uma sobrancelha erguida.

– Não – James respondeu. – A convivência com Lily me fez pegar nojo de batatas – Sirius riu.

– Hey, aquele não é o Remo? – Sirius apontou pela janela.

Do outro lado da rua, perto do escritório onde Sirius e James estavam trabalhando, Remo estava com um celular na mão, digitando alguma coisa.

O celular de James começou a tocar e ele viu que era Remo.

– Hey cara, estamos na lanchonete em frente ao trabalho – James disse e os olhos de Remo foram até eles. – Vem para cá – James disse.

Remo atravessou a rua e entrou na lanchonete, roubando uma das batatas fritas de Sirius antes de sentar.

– Estava indo falar com vocês – ele disse. – Parece que o bebê da irmã de Lily nasceu. Dorcas estava indo para a casa de vocês agora, disse que iria acompanhar Lily até o hospital – Remo olhou para James.

– Oh, o bebê Orca nasceu – Sirius balançou a cabeça. – Não quero nem saber daquele peste perto de Harry – ele disse e James encarou-o imediatamente.

– O quê? – perguntou.

– Imagina! Se ele for que nem a mãe é capaz de começar a roubar as bermudas de Harry – Sirius respondeu à pergunta de James.

– Não eu não... – James começou, mas foi interrompido por Remo.

– Ontem eu comprei meu presente para o Harry – ele disse e sorriu como se aquilo fosse a melhor coisa do mundo.

– Quê? Já comprou? – Sirius parecia irritado.

– Eu sou o padrinho dele e...

– NÃO! – James gritou assustando aos dois. Sirius e Remo o encararam sem entender. – O nome dele NÃO é Harry – James bufou.

Os dois Marotos reviraram os olhos.

– Sabe James, você lembra ano passado quando a Lily disse que teria você nas mãos? – Sirius perguntou.

James assentiu lembrando-se do que havia acontecido na viajem para o jogo contra Durmnstrang no ano anterior.

– Pois é – Remo deu alguns tapinhas nas costas de James. – Ela tinha razão cara – e balançou a cabeça. – Não adianta lutar contra o inevitável.

– Como vocês podem deixar que eu ponha o nome de um cachorro no meu filho? – James estava desesperado.

– O Sirius é um cachorro e tem um nome de humano – Remo disse e Sirius deu um tapa no ombro dele.

– Qual é Jay, todo mundo já está chamando o menino de Harry – Sirius disse como se ter um filho com nome de cachorro fosse normal.

Harry Potter.

Não! Aquilo não estava certo.

Segunda Semana – Dia Cinco

Era Sábado. Graças a todos os Deuses era sábado.

E Lily ainda não estava falando com ele.

Grande Merda.

No dia anterior, ele e Lily haviam ido visitar o bebê de Petúnia e James achou que Sirius realmente tinha razão. Era melhor aquele bebê não chegar perto de H... Seu filho! Qualquer um ficaria traumatizado de olhar para uma criança com uma cara como aquela.

De qualquer forma, James pensou que estivesse tudo ficando melhor entre os dois, mas é claro que ele estava enganado.

Se James era teimoso, Lily era infinitamente mais.

Duas semanas, cinco dias, três horas e quatro minutos desde que Lily não falava mais com ele. Ela realmente deveria estar chateada.

Harry Potter.

A sonoridade era legal, mas continuava sendo um nome de cachorro.

Harry Potter.

Todos pareciam pensar que aquele era o nome do garoto mesmo James não concordando.

Harry Potter.

Realmente não era tão ruim quando se pensava que o filho da Irmã de Lily – agora o sobrinho de James. Blergh – se chamava Dudley.

Harry Potter.

Melhor do que Dudley.

Harry Potter.

Ah Deuses, e se Lily decidisse mudar o nome e colocasse algo pior? Alguma coisa parecida com Dudley?

James levantou de onde estava sentado foi até a cozinha onde Lily estava cozinhando.

Alguns cadernos estavam em cima da mesa. James percebeu que alguns dos cadernos eram seus e que os deveres estavam todos feitos. Um nó pareceu formar em sua garganta.

Uma imagem muito estranha surgiu em sua mente. Um pedaço de um clipe musical que Lily gostava bastante. James forçou a mente e lembrou o nome da música. You Belong With Me da Taylor... Alguma coisa.

É, e no clipe os dois conversavam escrevendo em cadernos pela janela.

James pegou um dos cadernos de cima da mesa e uma caneta e saiu para o jardim do apartamento, indo para frente da janela que dava de frente para onde Lily estava.

A ruiva o viu pela e ergueu uma sobrancelha.

Oi

James escreveu e mostrou a folha para ela. Lily revirou os olhos e saiu da janela. James bufou.

Porque ela precisava ser tão difícil?

Mas então Lily voltou para a janela com um caderno na mão. James riu.

Tchau

Ela escreveu e James riu ainda mais.

Você sabe que eu te amo

James escreveu e ergueu novamente o papel.

É eu sei

Ele ergueu uma sobrancelha com isso.

Desde quando você ficou egocêntrica desse jeito?

Desde que comecei a namorar você

Ele revirou os olhos.

Desculpe-me

Não

James respirou fundo e voltou a escrever.

E se eu disser que deixo você colocar o nome do bebê de Harry?

James viu a mudança nos olhos de Lily mesmo que houvesse um vidro os separando.

E porque você faria isso?

Porque eu te amo

Owun

E porque eu tenho medo que você escolha um nome parecido com Dudley

Credo! Você estragou nosso momento.

Vai voltar a falar comigo?

Lily o encarou por um bom tempo antes de voltar a escrever no papel.

Porque não vem aqui dentro?

James largou instantaneamente o caderno e correu para dentro, adentrando a cozinha e encontrando com uma Lily que dava gargalhadas.

– Quê? – ele perguntou sem saber por que ela estava rindo.

– Nada – ela balançou a cabeça e um enorme sorriso se abriu nos lábios de James.

– Você está falando comigo? – ele perguntou.

Lily ergueu uma sobrancelha.

– Você realmente quer que eu responda a essa pergunta? – ela perguntou.

James foi até ela e a abraçou, beijando-a logo em seguida.

– Eu te amo, Srª. Potter.

Lily riu.

– Yeah, eu também te amo James.

Dorcas Meadowes

Alguns meses depois...

31 de Julho, casamento de Petúnia Evans.

Grande merda. Aquilo tudo estava tão chato. Não tinha ninguém usando fantasias nem nada tão emocionante quanto isso.

Era tão normal, tão absolutamente chato e parado que Dorcas estava quase dormindo.

– Hey – ela ouviu alguém a chamar e tentou focar seus olhos embaçados pelo sono.

Era Remo e ele sacudia levemente seus ombros.

– Não durma, ainda falta metade do casamento – ele disse.

– Isso está tão chato – Dorcas resmungou, mas tentou se aprumar na cadeira – O casamento do casal 10 está terrivelmente cansativo- ela reclamou.

– Casal 10? – Remo perguntou se entender.

– 1 é a Petúnia – Dorcas utilizou o dedo mindinho para mostrar – e o 0 é o Válter – ela fez um ‘o’ com os dedos.

Remo fingiu um acesso de tosse para disfarçar a risada. Algumas pessoas o encararam irritadas.

– Você não existe Dorcas – ele comentou e a beijou levemente.

Ao lado de Dorcas, Lily parecia inquieta. Dorcas olhou para a amiga que estava estranhamente vermelha.

– Lily? Você está bem? – perguntou.

Lily a encarou. James estava quase dormindo na cadeira ao lado da ruiva e não prestou atenção à conversa delas.

Lily balançou a cabeça negativamente, como se estivesse tentando segurar alguma coisa.

– Quê? – Dorcas chamou-a. – Você quer ir ao banheiro? – perguntou.

Lily negou com a cabeça.

– O que você quer? – Dorcas perguntou.

– Eu quero um hospital – Lily resmungou e sua voz estava estranhamente histérica.

– Você quer um hospital...? – Dorcas olhou melhor para a amiga.

Lily tinha as duas mãos sobre sua enorme barriga e cruzava as pernas como se estivesse com medo de que algo saísse.

Dorcas arregalou os olhos.

– DEUS! – Dorcas gritou e todos, até mesmo o padre olhou para ela. James deu um pulo tão grande da cadeira que quase caiu.

– Posso saber o que você está fazendo? – Petúnia perguntou e sua voz estava cheia de irritação.

– Lily – Dorcas conseguiu dizer diante do nervosismo que se instalou nela.

– Que é que tem? – Válter Dursley reclamou, gingando sua barriga até estar mais próximo de onde elas estavam sentadas.

– Acho – a voz de Lily saiu ofegante. – Acho que vou ganhar o bebê.

– Você vai o quê? – James perguntou com seus olhos arregalados.

– GANHAR O BEBÊ! – Lily gritou enquanto um espasmo parecia perpassar pelo seu corpo.

O rosto de James ficou estranhamente verde. Um silêncio caiu sobre a igreja e a mãe de Lily correu até elas.

– Você não pode estar falando sério – James disse. – Não, você não está falando sério.

– Eu não estou mentindo James – a voz de Lily estava estrangulada.

– Meu Deus – a mãe de Lily foi até a filha e a abraçou. – Chamem uma ambulância – ela pediu.

– Hey! Mas e o meu casamento? – Petúnia reclamou. – Mamãe!

– E o que você quer que eu faça? Deixe sua irmã ter um parto na Igreja até você terminar de casar? – Jane Evans olhava mortalmente para Petúnia.

Dorcas segurou a mão de Lily que parecia estar ficando mais vermelha a cada momento.

– Olhem, continuem a discussão a vontade – a voz de Lily embora trêmula era irônica. – MAS PELO AMOR DE DEUS ME LEVEM PARA O HOSPITAL!

Continua...