Malfeito Feito II escrita por Miller


Capítulo 15
Na palma da mão - Capítulo Catorze.


Notas iniciais do capítulo

E aqui está o capítulo pós-casamento. Não sabia muito bem como escrevê-lo mas aqui está.
Algumas pessoas me perguntaram sobre o Remo e a Dorcas e eu digo: NÃO SE PREOCUPEM, ELES VÃO FICAR JUNTOS :)
Espero que curtam o capítulo!
Boa Leitura!



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Lílian Evans Potter

– Não, você NÃO VAI! – James estava dizendo pela 15648931354564 vez a Lily. – Isso é ridículo! Você não pode se esforçar e sabe disso.

– Você que está sendo ridículo! É claro que eu vou – Lily disse seu rosto mais vermelho do que um tomate, a respiração acelerada de raiva.

– Não vai não! – James estava realmente estressado, e Lily sabia disso. – Nem que eu tenha que te amarrar na pata da cama, eu não vou deixar você ir! Você não está em condições!

– Então me amarre! – Lily bufou e cruzou os braços, a sobrancelha erguida em indignação.

James deu meia volta e saiu do quarto, a raiva era tanta que não falou nada.

Ela sentou na beira da cama, tremendo de raiva por causa da reação de James. Isso não era bom para o bebê.

Já fazia mais de um mês que os dois estavam casados, e estava tudo acontecendo perfeitamente. Lily estava com cinco meses de gestação, beirando ao sexto, e ficava feliz ao pensar que não sentia tanta fome quanto antes.

As coisas iam bem... Até que os Jogos do time da escola foram anunciados e Hogwarts entrou para a competição. Os primeiros jogos foram ótimos e o diretor Dumbledore, sabendo da paixão de Lily pelo futebol*, deixou-a continuar com a narração do jogo como em todos os outros anos. Tudo bem até ai, James havia ficado um pouco cismado, mas depois aceitou. Nada demais.

O problema era que o próximo jogo seria contra Beuxbatons, na França.

E Lily queria ir. Mas James não queria deixar.

Até mesmo Jane, mãe dela, havia deixado Lily ir afirmando que Lily precisava se divertir um pouco e não ficar presa em casa. Mas o Senhor James Preocupado Potter não queria de jeito nenhum que Lily fosse.

Lily sentiu o bebê inquieto e pôs a mão na barriga.

– Hey, não fique assim – Lily disse suavemente à barriga. – Ta tudo bem.

Ela bufou novamente, agora um pouco mais calma.

O que ela deveria fazer?

Lily pensou, pensou, pensou... E nada.

Quando James queria era tão teimoso quanto ela.

Saiu do quarto, um pouco devagar, mas James não estava por ali. Deveria estar no jardim. Ótimo. Foi para a cozinha procurar alguma coisa para comer. Não que ela estivesse com muita fome, nada disso.

O Apartamento – que havia sido da mãe dela – que agora era deles, era um pouco pequeno, mas muito confortável. Era estranho pensar que, com dezoito anos ela já fosse casada, estivesse esperando um filho e que tivesse uma casa só para ela.

Sentou em um banco e apoiou o cotovelo na mesa. O que fazer?

O relógio marcou sete horas da noite e Lily não havia decidido ainda.

– Desisto! – exclamou, quando nenhuma idéia passava pela sua mente. – Ou talvez... É isso! – sorriu para si mesma quando uma luz apareceu em sua mente.

– O que ‘é isso’? – A voz de James a tirou de seus devaneios quando este entrou pela cozinha.

Lily olhou para ele tentando manter a expressão neutra.

– Estava decidindo o que cozinhar – apontou para a tábua de cortar que estava em cima da pia.

– Hum – James resmungou, seus olhos estreitos como se tentasse ver se ela estava mentindo. – E o que você vai fazer de comida?

– Lasanha – Lily disse, decidindo-se a por o plano em andamento e dirigiu-se a geladeira.

– Lasanha? – ela pôde ouvir a felicidade na voz de James e virou de frente para ele. Os olhos dele brilhavam. Teve que se conter para não rir.

– Lasanha – afirmou com a cabeça, voltando à atenção para a geladeira.

Eles ficaram em silêncio enquanto Lily tirava as coisas da geladeira e James parecia desconfortável parado no meio da cozinha.

– Você não está tentando me comprar com comida não é? – ele perguntou, depois de mais algum tempo.

– Não – ela respondeu, tentando ser o mais sincera possível. – Eu não vou ir – ela deu de ombros e a expressão no rosto de James era de quem não acreditava em uma única palavra.

– Você não está falando sério – ele disse seus olhos estreitos novamente.

– Eu estou – Lily disse.

Mais silêncio.

– Você pode me alcançar os tomates da geladeira? – Lily pediu singelamente à James.

Ele foi até a geladeira e levou até ela três tomates. Lily riu.

– O quê? – ele perguntou, quando percebeu que era dele que ela estava rindo.

– Essa sua cara, você fica engraçado quando está desconfiado – ela pegou os tomates da mão dele.

– Eu não estou desconfiado – ele disse, obviamente tentando transparecer indiferença.

– Não está? – ela perguntou sarcasticamente. – Engano meu.

James se apoiou na bancada da pia e ficou olhando enquanto ela cortava os tomates. Lily tentava não gargalhar. Estava dando certo.

– Hey, você não devia fazer isso – ele disse, arrancando tão de repente a faca da mão de Lily que esta se assustou.

– Quê? Porque você pegou a faca? – Lily virou de frente para ele, sem entender o gesto dele.

– É perigoso. Você pode acabar se cortando com a faca – James disse, empurrando-a gentilmente para o lado e terminando de cortar os tomates.

Alguma coisa esquentou dentro de Lily ao vê-lo tão concentrado cozinhando. Balançou a cabeça e disse o que a estava incomodando.

– James, eu-não-estou-doente – ela falou lentamente. – Eu ainda POSSO fazer as coisas sabe? Não é como se eu fosse uma incapaz.

– Eu sei disso Lily – James largou a faca quando acabou de cortar os tomates e a encarou. – Estou agindo feito um bobo não é?

– Está – Lily disse, botando as duas mãos na cintura.

– Desculpe – ele disse e Lily sorriu. – Mas eu ainda não quero que você vá para a França – ele ergueu as sobrancelhas como se soubesse o que ela estava tramando. O sorriso se apagou lentamente do rosto de Lily.

– Eu não vou ir, já disse – ela enfatizou o ‘não’ para dar mais crédito. Voltou sua atenção para o molho que estava fervendo, pegou os tomates picados e colocou-os para ferver junto. Estendeu a mão para pegar a colher e mexer o molho, mas não a encontrou. Olhou para cima e viu James com a colher na mão. Ergueu as sobrancelhas.

– Me passa a colher?

– Mas você pode se queimar com o molho e... – Mas Lily arrancou a colher de sua mão, irritada.

James pareceu decidir não interferir mais no preparo da lasanha e sentou-se à mesa, com seus cadernos da escola, provavelmente para fazer algum tema.

O mais estranho de estar casada tão jovem era o fato de que ainda tinham que ir à escola, tinham que fazer os temas e tinham que passar nas provas. No começa era estranho, com as pessoas cochichando por tudo o que era lado – não mais do que falaram quando o relacionamento entre ela e o Potter havia começado, mas mesmo assim – e apontando. Mas depois todo o mundo se acostumou, e os professores voltaram a ser o de sempre. Pelo menos com James. Porque Lily tinha um certo tratamento diferencial – que James não gostava.

Houve uma vez que ele ficou extremamente furioso e quase pulou no pescoço do Professor Binns – pelo amor de Deus – porque ele havia dito que Lily parecia ficar cada dia mais linda com a gravidez. Isso rendera muitas horas de conversa para acalmar James, dizendo-lhe que nunca o trocaria pelo professor.

Isso também era outro fator muito estranho. James. Ele parecia bem mais ciumento que o normal sem falar que seu ego – antigamente tão grande – havia diminuído muito, e houveram muitas vezes em que ele parecia passar por algum tipo de crise existencial, dizendo que não seria um bom exemplo para o bebê.

Estranho.

Muito estranho.

James Potter com crise existencial por causa de ser ou não um bom exemplo era uma coisa que a antiga Lily Evans jamais cogitaria.

Sem falar na super-proteção. Era realmente chato ter que frear James toda vez que se estendia demais. Sirius e Remo eram umas mãos nas rodas nesses momentos.

Pena que eles concordassem com a reação de James em que Lily não deveria ir ao jogo na França, porque ela não podia fazer tal esforço. Blá, blá, blá.

– Está pronto – ela disse, levando a forma da lasanha para a mesa pronta.

Os dois se serviram, em completo silêncio, e começaram a comer.

– Está ótimo – James falou, numa óbvia tentativa de puxar assunto.

– Valeu – Lily disse, prevendo o que viria a seguir e se preparando para a continuação de seu plano.

– Hum, Lil’, posso saber o porquê de você ter mudado tão repentinamente de idéia sobre ir para o jogo? – James perguntou muito cuidadosamente. Lily sorriu internamente com o jeito domarido. Estranho.

– Eu entendo os seus motivos para não querer que eu vá, Jay – Lily começou no seu melhor tom de compreensão. – Eu entendo que você queira ficar um tempo com seus amigos, sem ter de ficar se preocupando comigo. – O olhar de James era escandalizado. – Eu sei a pressão que você tem passado ultimamente, entendo que queira um tempo sem mim – ela concluiu, voltando sua atenção para a lasanha em seu prato.

Agora era só esperar.

Um...

James ficou encarando-a completamente paralisado.

Dois...

Ele piscou algumas vezes e Lily lançou um sorriso compreensivo.

Três...

James deu uma garfada em sua comida.

Quatro...

Mastigou com uma expressão de remorso em seu rosto.

Cinco...

Encarou Lily novamente.

Seis, Sete, Oito...

Continuava encarando-a.

Nove...

Abriu a boca para falar alguma coisa.

Dez...

– Você entendeu tudo errado Lily! – ele disse, afastando-se da mesa.

Lily decidiu se fazer de desentendida.

– O que?

– Eu não... Não é questão de... Eu, ah, Lily eu não quero ter um tempo sem você – ele disse lentamente, levantando da cadeira onde estava sentado e indo até ela. Abaixou-se até que seus olhos ficassem de mesmo nível. – Eu só tenho medo de que algo de ruim acontecesse com você... Eu não iria suportar ficar sem... E tem o bebê – ele indicou a barriga.

– James, eu não vou saltar de um prédio nem nada disso – Lily falou, a voz sofrida. – Eu só queria ir porque é meu último ano a escola, sabe? Queria aproveitar esses últimos momentos.

– Eu, ah, me desculpe Lily, eu estava exagerando – James puxou-a para um abraço. – Vamos juntos então. Eu entendo que você queira aproveitar... Eu fui tão insensível. Me desculpe.

– Tudo bem – Lily disse – eu entendo. – Sorriu ainda abraçada em James.

James se afastou dela e deu um pequeno beijo em seus lábios antes de voltar para seu lugar na mesa. E o jantar transcorreu perfeitamente bem, e depois... Bem, tudo foi muito bem.

Nada que uma pequena chantagensinha não ajudasse.

Não que Lily fosse contar alguma coisa a James.




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Notas finais do capítulo

PS:Eu postei uma nova one-short que chama MÁSCARAS e é minha primeira Rose/Scorpius. Passem lá? *--*
Reviews? Recomendações? *--*
Até mais!
Beijos :*