The World Behind My Wall escrita por Ruuh


Capítulo 46
Capítulo Quarenta&Cinco - Você acredita em destino?


Notas iniciais do capítulo

Nem lembro a ultima vez que postei aqui, mas é meu projefto pessoal concluir essa fanfic. Então olá fantasmas, capitulo novo. Vejo voces em 3 anos -q



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Alley's P.O.V


Sexta-feira, 06 de março de 2009

        A música tocava alta em uma Jukebox contra a parede, o pequeno pub estava lotado de estudantes famintos como nós, comendo batatas fritas, queijos, hamburguers e outras dezenas de comidas deliciosamente gordurosas. Eram quase duas da manhã e não estávamos nem perto de ir embora. Oliver e eu tínhamos acabado de devorar um prato enorme de anéis de cebola empanados e nos esticamos preguiçosamente no banco acolchoado de canto jogando conversa fora, ainda não queríamos sair.

        Inclinei meus cotovelos sob a mesa e apoiei o rosto nas mãos estudando sua fisionomia, ele estava sorrindo e seus olhos encontraram os meus sem vacilar.

        - Ta pensando em alguma coisa? - Ele perguntou.

       - Por que? - Eu mantive minhas mãos sob a mesa brincando com o guardanapo.

       - Você tá sentada aí com esse olhar curioso desde que chegamos aqui.

        - Bem... - eu hesitei. Era verdade que eu tinha uma curiosidade em mente, mas não tinha certeza se era a hora e o lugar certo, tampouco a pessoa, para discutir isso.

        - Pode dizer - ele disse delicadamente me oferecendo um sorriso largo. Ele se inclinou sob a mesa e apertou minha mão deslizando seus dedos nos meus - O que foi?

        Estudei nossas mãos entrelaçadas por um minuto. Sua pele era bronzeada e lisa, com as mãos grandes e fortes. A minha era pálida fazendo um contraste gritante, e ela era tão pequena em comparação com a dele. Eu fiz uma careta quando notei as minhas unhas - secas, rachadas e roídas - um dos meus péssimos habitos nervosos. Envergonhada, eu rapidamente puxei minha mão para baixo.

        - Você acredita em destino? - Perguntei abruptamente, me arrependendo assim que as palavras deixaram minha boca.

        - Destino? - Ele repetiu - Tipo, algo predestinado a acontecer?

        - É... tipo... você acha que as coisas acontecem por mera coincidência ou que elas estão marcadas para ser?

        Ele mexeu em sua bebida com o canudo por um momento, fixando o olhar no gelo que ia e vinha pelo copo.

       - Não - disse finalmente.

        - Não? Você não acredita? - Eu fiquei um pouco chocada, ele parecia ser exatamente o tipo de pessoa que acreditaria nessas coisas - Por que não?

      Ele deu de ombros - Eu só acho isso meio bobo. Sabe, é como dizer que você não é capaz de escolher que tipo de vida vai levar ou com quem vai estar porque ja está marcado pra ser.

       Enruguei meu nariz me sentindo surpreendentemente decepcionada com sua resposta.

        - Mas... o que dizer de coisas que são simplesmente estranhas demais para ser coincidência?

       - Tipo o que?

       - Tipo.... - Tipo Bill Kaulitz ter aparecido no meu quarto no meio da noite... - Eu não sei, pessoas se encontrarem - eu disse vagamente - nos lugares mais estranhos.

       - O que você quer dizer? Encontrar com quem?
 
        Olhei para o meu prato vazio. Essa conversa não iria a lugar nenhum, e eu não conseguia encontrar uma maneira para explicar nem a mim mesma sem soar como uma louca. Então resolvi mudar de assunto.

        - Ah...deixa pra lá, era só uma ideia que pensei - eu ri nervosamente - Então, como foi no trabalho?

        Ele começou a me dar uma descrição detalhada de sua noite na Radio Shack. Eu meio que escutei, balançando a cabeça em todos os momentos adequados e tentando manter meus olhos focados em seu rosto e não na janela atrás dele. Quando ele terminou de falar, decidi largar outra pergunta em cima dele.

        - Você ja foi pra Alemanha?

       Ele olhou supreso e sorriu. Não era novidade para ele, afinal sempre dizia que eu era a pessoa de assunto mais aleatório que ele ja havia conhecido.

        - Alemanha? Bom eu ja estive na França e na Itália por um periodo, mas nunca cheguei a ir para lá.

        - Ahn e é mais ou menos quanto tempo de voo pra Europa em média?

        - Hum... entre 17  e 20 horas, não tenho certeza.

       - Entendi...

       - Por que?

      - Ah... - sabia que eu não deveria ter trago esse assunto - por nada.

       - Alley  - ele riu mais uma vez - Por nada? Completa aletoriedade.

       - Bem... eu estava pensando em ir pra lá - eu brincava com meu guardanapo. Por favor não me pergunte porquê eu quero ir lá.

       - Por que você quer ir pra la?

        Merda.

       - Ah... sabe, eu nunca estive lá e vi alguns sites então me deu vontade.

        - Pra Alemanha? Quais cidades você viu?

       - Na verdade é uma só, Hamburgo.

       - Você é tão engraçada - Ele balançou a cabeça rindo alto - E tão pouco ortodoxa, é isso que eu amo em você.

       Amor? Eu quase engasguei pra tentar formular minha frase.

       - Ah você me conhece - sorri sem muita convicção - Eu só tento ser diferente. Afinal quem precisa das Ilhas Maldivas ou do Havaí quando se pode ir pra Hamburgo?

        - Acho que tem razão.

        - Então, sabe se eu decidir ir, onde posso encontrar bons hotéis?

        - Ah, você pode fazer isso online. Tem uns sites que tem recomendações, depois é só ligar e fazer as reservas – Ele puxou seu copo tomando um gole – Quando está pretendendo ir?

       - Hum, na semana que vem...

       - NA SEMANA QUE VEM? – Agora foi sua vez de engasgar – Porque na semana que vem?

       - Porque... – Droga, porque eu nunca penso nas justificativas antes de sair com a verdade gritante? – A sabe como é, o período de provas vai ter acabado e eu preciso de umas férias curtas.

        - Você vai matar aula? -  Ele perguntou incrédulo. Bom, não me surpreende ele sabe como eu sou nerd.

        - Só por uns dias – Dei de ombros tentando mostrar indiferença. Ha, como se eu matasse aulas o tempo todo – Não é grande coisa.

        - Entendi... – Ele disse lentamente – Você quer que eu vá com você?

       - Não! – Eu disse rapidamente, talvez rápido demais – Ahn, quero dizer... Louise vai comigo... sabe né, tempo de garotas.

       - Tudo bem – ele sorriu – Você pode pegar minhas anotações de química quando voltar.

       - Obrigada.

       - Então, que dia exatamente ta pretendendo ir?

       - Bem, eu não tenho muita certeza da data... Eu ainda preciso falar com ela sobre isso ... não está  confirmado. Mas eu estava pensando em talvez em ir no domingo e voltar na quinta.

        Ele balançou a cabeça, embora ainda era muito evidente que ele estava confuso.
 
       - Ok... ahn eu odeio interromper, mas acho que já está ficando tarde – Oliver deixou o dinheiro da conta em cima da mesa, pegou minha mão novamente e me conduziu para fora do pub me puxando para perto – Quem vai alimentar seu gato?

        - Droga – eu murmurei – me esqueci dele...

       - Não se preocupe, eu cuido dele.

        - Ah, obrigada. Me lembra de te dar uma cópia da chave. Ele tem que comer aos montes – Revirei os olhos – Isso se ele não comer a casa tambem.

        Oliver riu baixinho. Fizemos nosso caminho em silencio. Eu estava perdida em pensamentos... entre a Alemanha e Bill. Quando chegamos a minha casa, ele abriu a porta do carraro para mim e me conduziu ate a frente de casa.

        - Bem – ele murmurou envolvendo seus braços em torno da minha cintura – a gente se vê amanhã  –  Me encontrei pressionada em seu peito olhando direto em seus olhos – Boa noite.

       Ele se inclinou e me beijou, sua mão correndo lentamente para cima e para baixo em minhas costas. Suspirei baixinho, deixando cair meus braços levemente sobre seus ombros e pescoço. Ficamos assim por vários minutos, seus lábios suavemente empurrando os meus. Foi bom, ele realmente era bom nisso... Mas eu ainda me sentia...Cada vez que nos beijavamos, eu ainda se sentia como se algo estivesse faltando. Eu não tinha certeza exatamente o que era, mas seus beijos sempre me deixavam sentindo um pouco vazia, querendo algo mais... eles não eram apaixonados, ou tinham gosto de alma. Eles eram sempre doces, e ao mesmo tempo que isso era bom, eu me perguntava se era o suficiente. Quero dizer, onde estavam os fogos de artifício que eu sempre li nos romances? Sobre duas pessoas tão selvagemente apaixonadas  que o mundo desaparecia quando elas se tocavam? Eu iria me decepcionar muito se nunca tivesse essa experiência...

       - Boa noite – eu sussurrei quando ele se afastou. Com um pequeno sorriso pus a chava na porta enquanto ele caminhava de volta para o carro e entrei em casa.

        O corredor cheirava levemente a baunilha. Bill e Louise devem ter acendido uma vela aromática, eles adoravam esse tipo de coisa. Eu tropecei no canto da sala, lamentando em voz alta quando olhei no relógio. Eu nunca conseguiria acordar para a aula a tempo...

        - Muito bem.

        Voltei-me assustada tentando adaptar meus olhos a escuridão, muito supresa quando notei Bill sentado no sofá de braços cruzados e com cara de poucos amigos.

        -Bill! – eu exclamei – Porque você ainda está acordado?

        - Esperando você é claro – disse ele secamente – Porque mais eu estaria sentado aqui no escuro as três da manhã?

        - Me esperando? – eu repeti – Por que?
        
        Ele se remexeu um pouco, evitando meu olhar.

        - Ah... eu não consigo dormir quando você não está lá mesmo... e eu achei que você ia chegar por volta de uma hora então eu comecei a ficar preocupado.

       - Owwn – eu me senti tocada. Bill por outro lado parecia terrivelmente envergonhado por admitir sua preocupação. Sorri, me encaminhando para o sofá me sentando ao seu lado e descansei minha cabeça em seu colo olhando para seu rosto corado – Me desculpa, você me perdoa?

        - Tudo bem – ele respondeu – Mas da próxima vez vê se pelo menos liga!

        - Ok mãe – eu revirei os olhos, as vezes ele era igualzinho a Louise. Encontrei seu olhar e mantive o meu sério – Me carrega.

        - Carregar você?

        - É... me carrega lá pra cima. Eu estou exausta.

        Ele bufou – Ah, era só o que me faltava!

        Sentei-me depressa, fingindo exasperação – Tudo bem! Isso mostra o cavalheiro que você é! – Me levantei pra ir embora.

       Aparentemente ele se ofendeu com isso – Eu sou um perfeito cavalheiro! – Disse com um sorriso travesso. A próxima coisa que tive noção foram seus braços me agarrando e me içando por cima do ombro.

       - Que diabos você ta fazendo? – eu gritei surpresa.

       - Carregando você, como me pediu – Ele respondeu e começou a subir as escadas comigo pendurada precariamente observando os degraus abaixo desaparecerem na escuridão. Eu grunhi a cada passo.

       - Sim, mas eu não tinha a intenção de ser tratada como um saco de trigo! Me põe no chão!

       - Não chegamos ainda – ele respondeu agradavelmente. Eu me esforçava para me livrar de seu aperto de ferro, mas desisti, percebendo que se caísse ali provavelmente rolaria escada abaixo. Desgraçado, ele estava se divertindo demais com isso.

       Finalmente chegamos ao topo das escadas, mas ao invés de ir para o quarto como imaginei, ele começou a me carregar pelo corredor.

       - O que você ta fazendo? – Eu exigi – Me leva pro quarto!

       - Ah seu quarto é?
 
       - Droga, me leva pra lá agora!

       - Eu acredito que você vai pra onde eu quiser que você vá – ele disse alegremente – Você está numa posição muito comprometedora agora, não?

       - Merda! – Eu me debati em seu colo e acabei chutando a parede do quarto de Louise, naturalmente ela apareceu  na porta, estudando-nos com uma expressão confusa e sonolenta.

       - Eu não vou nem perguntar – Ela resmungou e desapareceu para dentro do quarto mais uma vez, fechando a porta.

       - Olha o que você fez! – eu praguejei baixinho – Agora ela vai ficar puta de manhã.

       - Eu? Quem foi que chutou a parede?

       - Me põe no chão.

       Ele trotou rapidamente para o quarto e me jogou na cama, resmunguei de dor quando bati contra a parede.

   - Ah seu filho da puta! Você quebrou minhas costelas!

   - Para de choramingar – Ele apagou a luz e se arrastou para o meu lado na cama – Bebezona.

Rolei para o meu lado massageando o braço e olhando feio para ele na escuridão.

        - Ah cala a boca.

        - Isso é o que você ganha por me deixar preocupado! – disse ele – Não faça isso de novo.

        - Não faça isso de novo – Eu repeti em tom de deboche.

        - Alley!

        - Tá! Eu vou dormir agora – rolei com raiva virando de costas pra ele.

        - Eu tambem – Senti-o virar para o seu lado. Tudo ficou em silêncio por vários minutos... exceto, é claro, em minha mente, onde os pensamentos corriam sem parar.

        - Bill? – O chamei, quebrando o silêncio.

        - O que foi agora? – Ele suspirou impaciente.

        E lá vamos nós... segunda rodada.

        - Você acredita em destino?

        Ele fez uma pausa antes de responder.

        - Sim, eu acredito. Por quê?

        Fiquei realmente surpresa quando sua resposta elevou meu estado de espírito.

        - Só pra saber – Sorri, embora eu soubesse que ele não podia ver – Boa noite.


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Notas finais do capítulo

3 anos é brincadeira!
Ou não :)



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