The World Behind My Wall escrita por Ruuh


Capítulo 45
Capítulo Quarenta&Quatro - Carry On


Notas iniciais do capítulo

Obrigada a linda da Lukakaulitz pela recomendação!



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Apenas me dê uma razão Só um pouco já basta, somente um segundo. Não estamos quebrados apenas curvados e podemos aprender a amar novamente. Está nas estrelas foi escrito nas cicatrizes dos nossos corações Não estamos quebrados, apenas curvados E podemos aprender a amar novamente

Just give me a reason - Pink feat Nate Ruess

Bill’s P.O.V

Eu me sentei na cadeira do quarto de Alley, olhando pela janela para a porta da garagem. O quarto estava completamente escuro, o que combinava perfeitamente com meu humor. Eu assistia, um tanto entorpecido, enquanto Oliver abriu a porta do carro para ela e a beijou na bochecha. Bem, certamente ele era um cavalheiro pelo menos... Alley entrou no carro e eu pude ver quando ela se virou para trás lançando um olhar para o quarto escuro, com o rosto desenhado em preocupação. Ele ligou o carro e partiram, mas eu não me mexi. Não tinha certeza se ainda era capaz disso, então optei por apenas continuar sentado olhando melancolicamente para a rua enquanto os postes piscavam suas luzes na noite vazia.

Passos apressados me assustaram. Louise. E, a julgar pelo som que estava fazendo, ela não estava nada satisfeita. Eu considerei brevemente a ideia de me esconder, mas percebi que pra isso eu precisaria fazer muito esforço.

– Bill! - Ouvi Louise gritar do outro quarto - Cadê você? Venha já aqui!

Eu a ignorei e voltei minha atenção para fora da janela, um carro verde escuro vinha lentamente pela rua fazendo o contorno para estacionar na casa da frente. Um casal de meia idade desceu carregando sacolas do supermercado. Era uma cena cotidiana tão comum... por que minha vida não poderia ser assim?

– Estou falando sério rapaz! - Louise rugiu. Uow, ela parecia bem irritada - Você e eu vamos ter uma conversinha - A ouvi bater as portas pela casa a minha procura. Bem, acho que eu deveria mesmo ter me escondido afinal.

De repente o quarto se inundou de luz e Louise adentrou pela porta.

– A-HA! - Ela disse triunfante caminhando em minha direção - Aqui está você!

– Sim, aqui estou eu - Disse secamente - E aqui vou eu! - Levantei-me de um salto para escapar dela.

– Não, você não vai não - Ela disse suavemente enquanto cravava suas mãos em meu braço num aperto de ferro - Você vem comigo!

– Droga, de novo não.

Ela me arrastou escada abaixo parando quando chegamos a sala onde ela me empurrou para o sofá.

– Espere aqui um minuto - ela ordenou antes de desaparecer para a cozinha. Um minuto depois, reapareceu com duas cocas em copos com gelo. Sentou-se, colocando-os na mesa de centro em frente a nós. Eu suspirei, sabendo o que viria a seguir.

– Olha - eu disse cansadamente - Se essa vai ser mais uma sessão daquelas de destino-Bill-e-Alley já vou dizendo que não vai funcionar, eu estou cansado de todo esse papo sem fim e encorajamento nostalgico. Estou cansado de ouvir como eu sou perfeito para Alley. Não vai acontecer, Louise. Eu já encarei os fatos, e você deve aceitar isso tambem. Eu e ela não fomos feitos para ser.

– Talvez você esteja certo Bill - Louise respondeu imediatamente, o que me deixou um tanto chocado. O quê? Não... não era isso que ela deveria dizer... - Talvez eu tenha errado dessa vez, Deus sabe que não seria a primeira. E sabe de uma coisa? Eu não me importo, desde que ela esteja feliz e tenha alguem para cuidar dela, além do mais ele parece ser um cara legal - Ela tomou um gole grande de coca e se recostou sob as almofadas.

Engoli em seco. Bem, ela estava certa, e eu tinha finalmente a feito concordar comigo... Então, por que sentia meu coração lentamente afundando até o estômago? Por que eu estava querendo que ela começasse a brigar comigo dizendo que estava sendo idiota por pensar assim?

– Bem, felizmente está resolvido - eu disse, tentando em vão soar indiferente e não com o coração partido. Agarrei meu copo de Coca-Cola me concentrando nas bolhas gasosas espumando ao redor do topo.

– Ótimo, no entanto eu tenho outro problema com você.

– Aham - Exatamente o que eu queria ouvir.

– Sua atitude tem sido nada menos que odiosa ultimamente Bill - Ela disse colocando o copo sob a mesa - E eu já estou ficando de saco cheio disso.

Louise era, na minha opinião, a pessoa mais contundente que se podia imaginar. Obvservei enquanto ela mechia com o dedo o cubo de gelo em seu copo esperando o que viria a seguir.

– O que há de errado com você? Você está sendo tão rude conosco! Você ja feriu os sentimentos de Alley mais vezes do que eu estava disposta a contar nas últimas semanas. Depois de tudo o que ela fez por você! - Louise disparou e eu estremeci - Sem contar que parece que vai ter uma hérnia toda vez que ela está com ele. Eu juro que gostaria de poder te levar a um psicólogo porque com certeza está precisando.

Uau, ela certamente era um doce de equino do sexo feminino.

– Bem, muito obrigado Senhorita Sorrel - eu disse com a voz arrastada - Vou levar suas palavras em consideração.

Fechei os olhos por um minuto e imediatamente me senti com dois centimetros de altura. Putz ela estava realmente falando sério... se um olhar pudesse matar eu tava frito.

– Eu realmente espero que você faça isso, se não você vai acabar completamente sozinho. Não se esqueça de que agora nós somos as únicas pessoas que você tem.

Fiz uma careta pra ela. Que droga, porque ela tinha que estar tão irritantemente certa o tempo todo?

– Você está me ouvindo?

– Sim - eu retruquei de má vontade - Você está reclamando do pequeno pedaço de bosta que eu tenho sido ultimamente.

– E você entende o por quê?

– Porque eu estou ferindo os sentimentos dela. Bem, não é como se ela não estivesse fazendo exatamente a mesma coisa comigo, ou como se o meu coração não fosse o único a ser destruído.

– Bill, pare de agir como uma vítima. Sim, você está ferindo seus sentimentos, mas o que o torna tão terrível é que você está fazendo isso de propósito! Você está a machucando intencionalmente, e eu não entendo porque você está tão disposto a deixar uma grande amizade ser completamente arruinada porque você tem problemas para lidar com ciúme.

– Você não entende.

– Não. Não, eu não entendo. Tudo o que sei é minha melhor amiga, minha irmãzinha, acabou de sair de casa para ir a um encontro com seu namorado, que deveria ser uma ocasião agradável, agradável para ela. Só que, a julgar pela expressão em seu rosto e os olhos lacrimejantes, ela vai passar a noite se preocupando com sua bunda gorda. E por quê? Porque não importa como você age, não importa o quanto você seja um babaca pretencioso, ela ainda se preocupa com você. Ama você. Ela te ama porra! Bill, você significa muito para ela. E ainda assim você continua a tratá-la como merda.

Pisquei um pouco estupefato com o palavrão de cinco letras que havia acabado de sair da boca dela.

– Jesus, Louise. Achei que você não gostava de falar palavrão.

– Bill! - Ela esbravejou jogando os braços pro alto - Como você é irritante! Tem sorte de que seu corpo físico ta bem longe daqui.

– Eu entendi - Minha mente ecoava suas palavras repetidas vezes. Alley estava chorando? Por mim? O cara que odiava vê-la chorando, que tinha feito de tudo para reanimá-la depois da festa desastrosa com o Jay. Eu era um merda, e ela me amava, talvez não no contexto romântico que eu esperava, mas ainda assim havia amor, pelo menos como amigo... abaixei minha cabeça sem saber o que dizer.

– Ela me pediu para ver como você estava sabe.

– Ahm...

– É, e aposto como vou receber um telefonema dela daqui a pouco querendo saber como você está. E não duvido nada que ela vai encerrar o encontro mais cedo para vir ver você. Embora eu não sei por que diabos ela faria isso tendo um cara perfeitamente bom pra ela e não um que faz ela se sentir como um lixo de propósito.

Louise sempre sabe o que dizer para te atingir. Eu estremeci mordendo o lábio. Sabia que ela estava dizendo essas coisas propositadamente para que eu me sentisse culpado, mas eu sabia que merecia. Porque ela estava certa, como de costume, como sempre. Que coisa irritante.

– Você vai falar com ela quando chegar? - Ela perguntou bruscamente - Ou vai fazer merda de novo?

– Ahn - eu ainda não conseguia formular um pensamento, o que eu acho que deixou ela um tantinho irritada.

– Eu acho que você deveria pedir desculpas - Louise disse tentando conter a impaciência - Sei que não vai ser nada facil pro seu ego, mas tem que ser feito. Se quiser salvar essa relação.

Eu balancei minha cabeça em silencio.

– Certo? - Ela disse baixinho.

– Sim - minha garganta arranhou um pouco para dizer - Eu sei que você está certa.

– É claro que eu estou.

Ignorei esse ponto arrogante.

– Sabe ela queria conversar mais cedo, disse que ia cancelar o encontro com Oliver... eu gritei com ela e disse pra nao fazer isso - Acho que era por isso que estava chateada.

– Provavelmente.

– É - subi minhas pernas para o sofá e apoiei minha cabeça em meus joelhos - Minha vida está uma bagunça e eu continuo a cavar mais fundo e mais fundo.

– Não é uma bagunça Bill, só um pouco... complicada...

– Muito complicada.

Ela riu. Foi o primeiro indício de sorriso que vi nela a noite toda.

– Talvez.

– Eu vou endireitar as coisas essa noite - eu disse calmamente - Vou pedir desculpas.

– Certo, e você vai manter as coisas nos eixos daqui pra frente?

Eu sorri com tristeza - Vou tentar, mas não posso prometer nada.

– Eu sei que é difícil, mas tente ficar feliz por ela, você teve sua chance e deixou escapar. Agora tem que lidar com as coisas como estão.

Revirei os olhos - Sim eu sei, você já me disse isso pelo menos mil vezes.

– É bom sempre frisar.... Bem, sempre temos direito a segundas chances. Quando tiver a sua, acredito que não vai ficar tão hesitante...

– Segundas chances? - Eu repeti, um tanto incrédulo.

Ela levantou uma sobrancelha - Bem, acho que nossa discussão acabou. Eu vou la pra cima tomar um banho e me deitar, depois você me diz como foi.

– Ok - Eu murmurei quando ela se levantou, batendo em meu joelho como um pai faz com uma criança pequena. Eu me senti um completo idiota.

Vi Louise sair da sala, com um sorriso de satisfação estampado no rosto. Engraçado como ela sempre ficava assim depois de me passar um sermão daqueles. Estiquei-me todo no sofá apreciando o resto de coca-cola no meu copo. Enquanto eu esperava, fiquei ensaiando mentalmente o pedido de desculpas que daria a Alley quando ela chegasse em casa

*****

Eram quase onze horas, quando leves (quê?) passadas afundaram no sofá interrompendo minha linha de pensamento, virei-me de lado para ver Chester sentado ali. Ele miou tristemente e eu sorri afagando sua cabeça, ele fechou os olhos e ronronou.

– É rapaz, parece que eu fiz uma bagunça e tanto. Será que ela vai me perdoar?

Sem resposta, sem contar um miau um pouco mais alto. Ou ele estava me ignorando completamente, ou eu era idiota demais por achar que o gato poderia me entender.

Um barulho suave de carro entro pela casa. Hmm, ela estava de volta e eram apenas onze da noite. Chester arregalou os olhos e correu para a porta, demonstrando sua emoção por todo o caminho. Fiquei no sofá esfregando nervosamente os polegares esperando a porta se abrir a qualquer instante, quando percebi que demorou mais que o esperado, levantei-me sorrateiramente e fui até o corredor. Da janela dava para espiar la fora. Oliver e Alley estavam encostados em seu EcoSport preto conversando calmamente. Eu gemi interiormente, esperando o inevitável. Sinceramente esta era a última coisa que eu precisava ver agora - minha paixão platônica e seu namorado se beijando sob o luar e as estrelas depois de um encontro romântico - No entanto, por mais assustador que esse pensamento poderia ser eu não conseguia despregar os olhos. Então prendi a respiração e apurei os ouvidos, para tentar captar entre os miaus frenéticos de Chester algum pedaço da conversa.

– Ahn, a gente se vê amanhã então? - Oliver disse se aproximando mais dela.

– Sim, claro - Ela murmurou - eu estou realmente cansada, boa noite.

Isso foi um tanto abrupto, pensei comigo, com a cara cada vez mais espremida contra a janela. Por um lado me sentia culpado por estar espiando, mas minha curiosidade era grande demais para me permitir ter escrúpulos. Oliver estava com a mão em sua cintura e olhava calorosamente para ela, olhava do jeito que eu queria olhar para ela... Alley sorriu mecanicamente, com seu olhar vago e distraído. Louise estava certa, ela deveria estar preocupada comigo a noite toda.

Meu coração martelava em minhas costelas, se era ciúmes ou nervosismo eu não sei dizer. Ele foi se aproximando, se inclinando cada vez mais para beijá-la, é óbvio, me encolhi contra o vidro esperando o inevitável. Mas, para minha surpresa, ela virou a cabeça e ele teve que se contentar com um beijo na bochecha. Soltei a respiração, percebendo que meus pulmões estavam agradecidos depois de terem segurado fôlego por tanto tempo. Será que Louise estava certa quanto a isso tambem? E Alley não gostava de Oliver tanto quanto alegava? Meu Deus, eu espero que sim. Eu queria ter outra chance de mostrar pra ela o quanto significava pra mim. E tudo o que eu sabia era que não poderia passar o resto da minha vida sendo a segunda opção de alguém.

Eu estava tão perdido em pensamentos que não percebi que Oliver havia se despedido e já estava no carro, quando o barulho da maçaneta me assustou. Em pânico, girei em meus calcanhares e corri de volta para a sala, pisando no rabo da porra do gato no processo. Ele miou alto, alto demais pro meu gosto, e correu para as escadas. Virei para a sala e de um salto caí no sofá, tentando manter um olhar casual.

– Ches? O que aconteceu - Ouvi a porta bater no corredor. Droga ela ouviu.

Ela entrou na sala segurando a bola maciça de pelo e gordura nos braços, parando abruptamente quando me viu. Meu peito doía por não saber identificar a expressão em seu rosto. Ela provavelmente não sabia se dizia olá ou simplesmente ia embora.

– Ahn... - eu murmurei - Desculpe por isso, eu pisei no rabo dele.

– Ah - ela disse - Entendi.

– Hum - eu esfregava meus polegares novamente, graças a Alley eu havia adquirido o hábito de morder o canto do dedo e agora a pele ao redor dele estava seca.

Ela pôs Chester no chão e bateu em sua camisa para tirar os pêlos.

– Bem, boa noite - Ela disse baixinho se virando para sair.

– Alley, espera - eu me precipitei para sair do sofá tentando impedi-la de sair, e tropecei na mesa de centro derrubando a coca-cola que Louise havia deixado por todo lugar - Merda! Tem como piorar? - Eu xinguei enquanto olhava o liquido preto escorrer por minha calça e tapete.

– Vou pegar um pano pra secar isso - Ela disse desaparecendo pela porta em direção a cozinha. Eu ainda assistia ao liquido escorrer pela mesa. Era melhor não pressionar mais minha sorte, do jeito que as coisas estavam acontecendo, eu deveria ir pra cama antes que acabasse ferrando com tudo de vez.

Ela voltou, limpando cuidadosamente a bagunça que estava ali. Eu me sentia infantil e estupido.

– Precisa de ajuda? - Perguntei sem jeito.

– Não, tudo bem.

Eu esperei até ela acabar antes de tentar falar outra coisa. Ela levantou-se para levar o pano até a área de serviço, quando voltou me posicionei bloqueando o caminho para as escadas impedindo sua passagem. Ela parou, esfregando os nós dos dedos - outro hábito nervoso. Ficamos a cerca de três metros de distância, estudando um ao outro num silêncio interminável.

– Sinto muito - Eu silenciosamente me xinguei. Isso foi patético Bill, você poderia ser um tantinho mais específico.

– Pelo que? - Ela perguntou baixinho.

Eu bufei incrédulo - Por tudo! Quero dizer... - Fiz uma pausa para reunir meus pensamentos - Alley... eu sou um idiota. Sinto muito por ter dito aquelas coisas... por ter sido um babaca nas últimas semanas.

– Você não é um babaca Bill - Ela disse mantendo o tom baixo - Pelo menos não a maior parte do tempo - O primeiro sinal de um sorriso apareceu em seu rosto e eu retribuí tenso e aliviado ao mesmo tempo. Senti uma onda de adrenalina e antes que desse por mim já estava derramando meu coração.

– É só ... - Hesitei um momento antes de tomar ímpeto - Alley, eu estou tão perdido agora e não sei o que fazer... Eu estou preocupado de nunca voltar pra casa, nunca ver meu irmão novamente, sabe eu o sinto. Sinto como ele sofre com minha ausência e isso me mata. Tenho medo de não poder mais cantar, não ter minha banda. E eu não posso ficar aqui pra sempre, porque uma hora ou outra você e Louise vão ter que viver suas vidas, seus casamentos... seguir em frente... e eu não sei o que vou fazer porque vocês são tudo o que eu tenho - Parei horrorizado quando minha visão começou a ficar embaçada. Droga, eu tava chorando? - Eu só não sei o que fazer! - Baixei a cabeça, envergonhado quando as lágrimas começaram a rolar em meu rosto.

– Ah Bill - Ela disse e a próxima coisa que tive noção foram seus braços magros me envolvendo num abraço. Uma mão escovava meu cabelo com delicadeza e a outra descia por minhas costas. Eu imediatamente afundei meu rosto em seu ombro, aliviado com seu perdão - Eu sinto muito!

– Por quê? - eu murmurei em seu pescoço, passando os braços firmemente em sua cintura - Eu sou o idiota aqui.

– Ssshhh - ela murmurou baixinho e eu afundei mais uma vez em seu abraço enquanto ela colocava uma mecha de cabelo atrás da minha orelha. Eu amava quando ela fazia isso - Você não precisa pedir desculpas, eu te entendo. Talvez não no sentido literal, mas estou me esforçando - Ela fungou me fazendo entender que não era o único chorando - Eu estou tentando. Talvez eu não tenha me saído bem ultimamente...

– Não. A culpa é minha, eu que tava cheio de coisas na cabeça.

– Mas isso continua acontecendo Bill. Essa não é a primeira vez que temos essa conversa - ela deu um passo para trás me segurando pelo cotovelo - Não é você, sou eu. O que eu estou fazendo de errado? Não estou aqui o suficiente pra você? Eu não to te ouvindo o suficiente? O que eu preciso fazer?

– Não é nada disso, você é mais do que suficiente.

Ela sorriu meio a contra gosto acariciando meu rosto com a palma da mão.

– Você sabe que pode me contar qualquer coisa não é?

– Sim - eu gentilmente segurei sua mão que acariciava meu rosto - E quando eu estiver pronto eu vou, eu prometo. Mas ainda não, eu tenho alguns problemas... que vou tentar resolver.

Ela assentiu com a cabeça apertando minha mão.

– Tudo bem, mas por favor, quando algo estiver errado me diga! Eu fiquei preocupada a noite toda com você.

– Eu sei, e sinto muito - Eu sorri para o blush que se espalhou por seu rosto - Mas está ficando tarde e você precisa ir descansar.

– Bill! Estamos no meio de uma discussão - O olhar chocado em seu rosto foi o suficiente para me fazer rir.

– Eu sei disso. Sei também que poderíamos ficar a noite toda nos desculpando um com o outro. Mas você tem aula amanhã de manhã. Então enquanto você não me odeia mais, vamos dar uma trégua.

– Bill, eu nunca poderia odiar você. Eu te amo, idiota! - Bem, com exceção da adição do 'idiota' essas eram as palavras que eu queria ouvir, em outro contexto é claro. Mas eu levaria o que pudessa ganhar.

– Eu amo voce também CDF - Abracei-a mais uma vez, rindo do beliscão que recebi.

– Acho que você tem razão - Ela disse num suspiro - Sete da manhã vai vir rápido demais.

– Claro que eu tenho razão.

Ela revirou os olhos. Meu ânimo melhorou um pouco, e eu me senti melhor do que eu tinha me sentido nas últimas semanas. Estávamos de volta ao normal ... Bem, tão normal quanto nós dois poderiamos ser, de qualquer maneira.

– Vem, vamos para a cama - Corei um pouco, esperando que ela não lesse nas entrelinhas meus sentimentos. Eu esperava fervorosamente que a luz vindo da sala fosse fraca o suficiente para que ela não visse meu rosto.

– Vamos - Ela sorriu cruzando o braço com o meu e eu a conduzi pela escada. Subimos juntos, lado a lado, rindo quando esbarrávamos um no outro e na parede ao longo do caminho.

Entrei em seu quarto e me arrastei para a cama enquanto ela ia ao banheiro lavar o rosto e escovar os dentes. Poucos minutos depois ela entrou no quarto apagando a luz enquanto ia para a cama. Observei atentamente enquanto ela se enfiava embaixo do edredom.

– Ei Alley...

– Sim?

– Sobre aquilo que você disse antes sobre honestidade e que se eu estiver chateado com alguma coisa posso dizer?

– Sim? - Ela bocejou.

– Isso serve pra você tambem ta?

Ela virou na cama para me encarar - Eu sei Bill, e você com certeza vai saber quando eu estiver chateada com alguma coisa - Ela riu no escuro - Agora deixe esses pés longe de mim porque eles estão congelando!


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Notas finais do capítulo

Até segunda que vem seus lindos !



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