The World Behind My Wall escrita por Ruuh


Capítulo 44
Capítulo Quarenta&Três - Me leve pra casa


Notas iniciais do capítulo

Ahhh que delicia ser finalmente pontual hein haha
Eu sei que talvez vocês estivessem esperando um pouco mais de acontecimentos depois de dois anos né, mas quem acompanha a fic desde o começo sabe que eu odeio apressar as coisas, é bom prestar atenção a esses sentimentos que o Bill e a Alley vem sentindo ao longo da Fic, pois eu acho que a melhor forma de interagir com o personagem é quando o conhecemos e compreendemos por dentro e por fora.

Sem mais delongas, boa leitura procês



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Porque talvez seja verdade que eu não consiga viver sem você

Talvez dois seja melhor que um. Há tanto tempo para descobrir o resto da minha vida e você já me fez ficar sem graça e estou pensando que dois é melhor que um

Boys Like Girls - Two is better than one

Alley’s P.O.V

Um mês depois

Eu dei um passo para trás, esfregando a testa com o antebraço. A tela estava diante de mim, estava quase pronto. Mordi meu lábio olhando atentamente para a pintura. Eu estava tão preocupada quando comecei a pintar. Essa pintura era excepcionalmente importante para mim. Mais do que qualquer outra que eu já tenha feito antes, sem contar que eu tinha que fazer jus a quem eu estava pintando. Bill é uma pessoa incrível e linda. E eu queria capturar exatamente isso. Eu já estava trabalhando nesse quadro há três semanas e só agora passei da metade, isso é um tempo enorme para mim. Mas como eu disse, tinha que ser perfeito. Eu queria que ele amasse isso! Louise me garantiu que ele iria adorar. Talvez isso o ajudasse a melhorar de humor, ultimamente ele tem estado tão rancoroso pelos cantos.

Meu celular tocou em algum lugar dentro do meu macacão. Eu rapidamente limpei minha mão e atendi.

– Alô?

Oi, sou eu. Já estamos voltando para casa, você quer alguma coisa da rua? – Era Louise. Ela e Bill haviam ido ao cinema. O que deve ter sido uma boa aventura para ela, lidar com o menino fantasma para que ele nao fizesse nenhuma burrada. Mas era uma ótima desculpa para me deixar sozinha em casa onde eu podia trabalhar livremente em minha obra-prima.

– Ahn... pizza?

Louise gemeu.

De novo?

– Você tem uma ideia melhor?

Provavelmente eu posso pensar em alguma coisa.

– Bem então me surpreenda – Eu disse – Quanto tempo vocês vão demorar?

Acho que uns 20 minutos no máximo.

– Ok, até então.

Desliguei o celular e imediatamente comecei a limpar o caos que estava na garagem. Eu tinha que esconder tudo antes que eles chegassem em casa. Peguei meus pincéis colocando-os em um pequeno balde com água para limpá-los depois. Caminhei até a pia e esfreguei furiosamente minhas mãos e pulsos. Joguei fora o jornal que usei para cobrir o chão e guardei a tela ainda molhada no porão para secar. Depois de tudo feito tomei um banho, coloquei roupas frescas e me joguei no sofá para esperar.

Poucos minutos depois a porta se abriu revelando Louise e Bill abarrotados com sacolas. Sorri enquanto me levantava esticando os braços acima da minha cabeça.

– Nossa, vocês compraram o que?

– Um pouco de tudo – Respondeu Louise – Temos comida mexicana, chinesa, italina e é claro americana também!

Eu ri incrédula enquanto assistia a eles arrumarem o pequeno buffet em cima da mesa. Tumbleed, China Star, Mc Donald’s, Pazzo e Applebee’s cobriram a paisagem.

– Mas por que vocês trouxeram tudo isso?

– Ah, a gente não conseguiu se decidir numa coisa só – Disse ela – Então eu pensei: Por quê não? Pelo menos todo mundo vai ficar feliz.

– É... eu acho que temos comida o suficiente para uma semana – Eu sorri para Bill – Me passa um prato, estou morrrendo de fome!

Ele silenciosamente me passou um prato, evitando meu olhar. O que estava acontecendo com ele ultimamente? Parece que nada mais do que eu digo ou faço o afeta. Era como se eu fosse um desconhecido que você esbarra na rua e não a pessoa que tem estado com ele a todo momento nos ultimos sete meses. Com um suspiro pesado me sentei e enchi meu prato.

– Então, como foi o filme? – Eu perguntei enquanto esfaqueava um burrito em meu prato.

– Foi bom – Louise falou. Bill permaneceu em silêncio, mastigando mecânicamente suas batatas fritas.

– E você Bill, o que achou? – Perguntei, tentando mais uma vez conversar com ele.

Ele deu de ombros.

– Foi bom.

Suspirei mais uma vez, me servindo de um pedaço de pizza de pepperoni. Notei Louise lançar a ele um olhar severo, mas ele ainda se recusava a dar explicações... O silêncio estava me matando, fiquei aliviada quando o telefone tocou assustando a todos nós. Louise se levantou para atender.

– Alô? – Ela fez uma pausa – Ah sim, ela está aqui – Ela me entregou o telefone.

– Alô? – Eu disse.

Oi Alley – Uma voz suave me respondeu. Oliver... eu sorri, segurando o telefone contra meu ombro, enquanto eu colocava refrigerante no meu copo.

– Oi, tudo bem? O que você ta fazendo? – Eu me sentei na bancada apoiando meu cotovelo no mármore frio.

– Ah nada demais, acabei de sair da biblioteca com o pessoal da turma de história. E você?

– Ah nada, absolutamente nada o dia todo – Eu ri – Como de costume.

Ele riu de volta.

– Sei como é isso. Então você tá ocupada essa noite?

Olhei para o relógio.

– Não por quê? – Louise me olhou dando uma garfada em seu frango. Bill continuava olhando para o prato.

– Ah, eu tava pensando se você não gostaria de ir ao cinema ou algo assim... sabe, já que não conseguimos fazer nada o fim de semana todo. Eu sei que temos aula amanhã cedo, então tudo bem se não quiser...

– Não, não – Eu o interrompi – Eu adoraria. Que horas então?

– Posso te buscar lá pelas oito? As últimas sessões devem ser por volta das nove...

– Por mim tudo bem, até mais tarde então.

– Tchau Alley!

Eu desliguei o telefone e voltei para minha pizza sorrindo suavemente. Quando levantei o olhar, os olhos de Louise encontraram os meus, eles eram planos e inexpressivos. O que era irritante, tive que desviar o olhar.

– Oliver? – Ela perguntou simplesmente.

– Sim... nós vamos sair mais tarde.

– Humm...

Eu me levantei pegando meu prato e o depositando na pia para lavar.

– Bem, eu vou subir para me arrumar. Vocês querem que eu traga alguma coisa da rua? – Voltei para a mesa e fiquei entre eles, com Louise a minha esquerda e Bill a minha direita.

– Eu não quero nada, e você Bill? – Louise perguntou.

– Não.

Eu segurei um suspiro de frustração. Bill, o que há de errado? Por favor me diga o que está acontecendo! Por Deus, tinha que ter alguma coisa pra fazê-lo sair dessa. Seu aniversário é daqui algumas semanas...

– Você precisa começar a fazer uma lista Bill! – Eu disse brilhantemente e me inclinei bagunçando seus cabelos pretos – Uma lista de aniversário, assim nós saberemos o que dar para você...

– Eu não quero nada.

Fiquei surpresa com o quanto essas palavras afiadas me cortaram. Até Louise pareceu assustada.

– Bill – Ela disse – Tem que ter algo que você queira.

– A única coisa que eu quero eu não posso ter.

Franzi minha testa com essa ultima declaração. Era uma referência a sua antiga vida? Algo que eu não poderia lhe dar? Mordi meu labio inferior com esse pensamento.

– Bem, então pensa com calma – Eu disse suavemente – E depois me conta. A gente quer que você se divirta.

Ele finalmente olhou para mim com aqueles tristes olhos castanhos.

– Ok.

Eu retribui com um sorriso hesitante e coloquei de volta uma mecha de cabelo rebelde atrás de sua orelha.

– Bem, eu preciso me arrumar. Falo com vocês depois – Bill não disse mais nada, por isso deixei a cozinha e fui para o meu quarto.

***

As oito em ponto a campainha tocou.

– LOUISE VOCÊ PODE ATENDER? – Eu gritei do meu quarto com uma escova emaranhada no cabelo – EU DESÇO NUM MINUTO!

– To indo! – Ela disse do pé da escada. Eu ouvi a movimentação no andar de baixo e a porta se abrir.

– Oi Louise, como você está? – A voz de Oliver preencheu o silêncio. Enquanto isso eu ainda brigava com meu cabelo do diabo.

– Bem, bem... e você? – Ela respondeu. Estremeci quando a escova se perdeu em um emaranhado de fios.

– Estou bem – Ele disse.

– E aonde vocês vão essa noite? – Louise perguntou.

– Bem, a escolha é da Alley... eu to pensando em ir ao cinema, mas vai depender do que ela quiser fazer. E claro... que esteja aberto num domingo a noite.

Eu arranquei a escova do emaranhado e a joguei longe. Onde estavam meus sapatos? Por que eu sempre perdia a droga dos sapatos? Ajoelhei-me no chão procurando debaixo da cama..

– O que você está procurando?

Olhei para cima e vi Bill de pé junto a porta. Uow! Ele veio falar comigo sem eu ter sido a primeira a dizer algo.

– Hum... meus sapatos. As botas pretas com cadarço.

Ele revirou os olhos.

– Ótima descrição - Andando até o armário, ele empurrou para o lado vários pares de sapatos até pegar minha bota – Estão no seu armário, onde costumam ficar.

– Ah... – Eu disse timidamente – Obrigada – Me sentei amarrrando os cadarços.

– Pensei no que eu quero de aniversário – Disse ele, com a voz sem emoção.

– O que?

– Eu quero ir pra casa.

Pisquei, mas não respondi imediatamente. Casa? A princípio me senti um pouco ofendida, não estávamos todos em casa com ele? Não éramos uma espécie de família pra ele? Então olhei para o seu rosto, tão sério e inexpressivo e por um momento senti vontade de chorar. Ele ainda estava tão perdido, tão carente...

– Bill.... – Eu disse com minha voz trêmula – Isso é... hum... bem, eu sei que você quer voltar mas... eu não sei como...

– Alley! – Louise gritou subindo as escadas, interrompendo nosso momento – Não vamos deixar o pobre rapaz esperando a noite toda!

Olhei para trás e para frente entre Bill e a porta. Eu não podia deixá-lo agora, não nessas condições... e com certeza não no momento que ele estava começando a se abrir depois de semanas.

– Ei... – Eu disse suavemente – Nós precisamos conversar. Eu vou dizer ao Oliver que não posso sair hoje a noite – Levantei-me e fui para a porta.

– Não – Ele disse agarrando meu braço – Não se preocupe com isso... comigo. Eu só estou um pouco sobrecarregado agora... podemos conversar mais tarde.

– Bill, não! – Eu insisti – Oliver não vai se importar.

– Alley – Ele disse bruscamente – Eu já disse pra não se preocupar... ou melhor, esquece tudo o que eu falei.

– O que? Bill! – Eu disse em desespero quando ele se virou para sair – Bill, o que tem de errado? Por favor me diz o que está acontecendo!

– Eu disse pra você esquecer – Ele se afastou me deixando olhar perplexa e de boca aberta o espaço vazio de sua partida. Pisquei várias vezes sentindo lágrimas quentes por trás das pálpebras, sentindo-me impotente e com raiva.

Desci as escadas lentamente, esperando que meu estado de espírito não estivesse estampado em meu rosto. Droga, por que eu estava me sentindo assim? Eu sei que não é facil estar longe de casa, mas isso nunca pareceu afetá-lo tanto antes... qual era o problema dele? Eu estava tentando ajudar e ele fica agindo como uma criancinha mimada.

– Oi – Eu murmurei para Oliver, forçando uma careta que eu esperava fervorosamente que se passasse por um sorriso.

Ele sorriu e me estendeu a mão.

– Vamos?

Balancei a cabeça em afirmação segurando sua mão.

– Te vejo depois, Louise. E... ele não está se sentindo muito bem... – Acrescentei com cuidado – Você pode ir lá ver como ele está?

– Sim, eu vou – Ela sorriu com simpatia – Divirtam-se - Ela fechou a porta atrás de nós enquanto caminhávamos até o carro de Oliver.

– Quem não está se sentindo bem? – Ele me perguntou antes de abrir a porta do passageiro.

– Ahn... – Eu disse, já lamentando a decisão de sair com ele. Eu já to até vendo que vou ficar me preocupando com Bill o tempo todo e não vou me divertir. – O meu gato... ele está agindo de um jeito estranho ultimamente.

Oliver balançou a cabeça enquanto entrava no carro e ligava o motor, me oferecendo um sorriso tranquilizador.

– Não se preocupe, ele vai ficar bem. As coisas costumam cooperar para a felicidade no fim.

– Eu espero que sim – Murmurei enquanto olhava para casa pela janela, imaginando o que Bill deveria estar fazendo. – Eu realmente espero que sim.


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Notas finais do capítulo

Inté segunda que vem morecos *-*



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