The World Behind My Wall escrita por Ruuh


Capítulo 33
Capítulo Trinta&Dois - Pondo em Prática


Notas iniciais do capítulo

Ah até que não demorei dessa vez né?
Ganho algum crédito com isso, estou perdoada?
Mais uma vez obrigada pelos reviews, sei que não mereço devido a minha falta de consideração, mas fico surpresa ao ver que passe o tempo que for vocês continuam aqui, muito obrigada Liebes ♥



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Capítulo 32 – Pondo em Prática

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Toda a minha vida eu fui boa
Mas agora ah, que se dane!
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Avril Lavigne – What the Hell

Alley’s P.O.V

Meados de Dezembro - Semana das provas finais

       Meus pés batiam nervosamente contra o chão de azulejos sujos. Eu lançava olhares rápidos e ansiosos por cima de meu ombro a cada dois segundos fazendo a varredura da sala. De acordo com meu relógio, eram quase cinco horas, ele sempre chegava perigosamente atrasado então não sei por que diabos eu estava tão nervosa. Acomodei-me em meu assento suspirando profundamente e massageando minhas têmporas, amaldiçoando Bill e sua imaginação hiperativa. No momento em que ele falou, soou como um bom plano. Droga, de fato era uma Idéia genial. Eu só esperava que tudo corresse bem...

       – Hey! – Uma voz lenta e grave falou por trás de mim enquanto eu olhava para o outro lado.

       – Oi – Consegui por pra fora. Jay sorriu e sentou-se ao meu lado. Argh, eu honestamente me sentia fisicamente doente. Como é que pude me sentir atraída por essa aberração? Mas agora era diferente, eu tinha um plano. Bill passou muito tempo planejando isso, lembro-me da maneira ofegante com que ele me explicou tudo, naquela noite depois de ter me mostrado seu reflexo.

       ***

       – Bem, ele não sabe que você sabe que ele colou de você, não é? – Quero dizer, ele só acha que você surtou porque ele tentou te beijar, certo?

      – É, eu acho que sim... – Disse lentamente. – Por quê?

      – Bem, você disse que ele tem que ir muito mal no teste e assim não passaria nas provas finais. Mas as possibilidades de isso acontecer não são muito boas, já que ele pode concebivelmente tirar pelo menos uma nota razoável que vai garantir que ele passe. Mas, existe algo que poderia garantir que ele falharia miseravelmente.

       – Isso seria maravilhoso. Mas como você propõe que isso aconteça?

       – Ok, você não vai gostar muito dessa primeira parte. Mas você vai ter que ligar pra ele e pedir desculpas.

       – O quê?

       – Escuta, escuta. Não vai ser de verdade, você vai estar fingindo, precisa dar a entender que ainda quer estudar com ele, e com isso ele vai achar que está feito novamente. Então, ele vai se sentar perto de você durante o teste e vai colar de você. E é aí que o jogo começa, você vai marcar as respostas que você sabe que estão erradas, e logicamente ele irá copiar as respostas incorretas e isso lhe garantirá um glorioso F!

       Eu havia permanecido em silêncio durante um segundo depois que ele acabou de falar.

       – Mas aí eu vou ficar com as respostas erradas também!

       – Ah! – Bill disse triunfante. – Quando você acabar, finja que está revisando as respostas, duvido que ele tenha paciência pra esperar você acabar. Então quando ele sair, você irá corrigir a sua prova.

      – Isso iria dar muito trabalho... Mas eu poderia pedir uma outra folha de resposta, dizendo que a minha rasgou ou algo assim...

      – Viu? Tudo perfeito!

      Eu pensei e repensei diversas vezes, tentando encontrar algum elo fraco que levasse tudo por água abaixo. É claro que envolviam alguns riscos, mas Deus sabe como eu queria que aquele bastardo pagasse pelo que me fez... E Bill! Nossa, ele pensou nisso tudo sozinho! Parecia que havia mesmo alguma coisa debaixo desses cabelos macios e por trás desses olhos castanhos.

      – Tudo bem, eu vou fazer isso. – Concordei sorrindo.

      ***

      E lá estava eu, realmente me preparando para por essa idéia em prática. Claro que era mais fácil falar do que fazer... Primeiro eu tive que engolir todo o meu orgulho e voltar a falar com Jay. Algo que pra mim era mais desagradável que esfaquear o próprio pescoço, com toda franqueza. E o sorriso que ele tinha em seu rosto, me era insuportável, quase me fez jogar tudo pro alto e dar um chute nele ali mesmo, mas então me lembrei do plano de Bill e sorri malignamente para mim mesma, sabendo que tudo ia ficar bem.

      – Então gata... o que tá acontecendo?

      Você está prestes a me fazer vomitar no meu sapato novo, é isso o que está acontecendo. Pensei com raiva.

      – Ah, nada – Tentei não falar mais do que o necessário.

      – Ah, ok – Ele olhou para mim – Você está pronta para o teste? – Ele perguntou e eu segurei uma risada.

      – Cara, eu estudei por horas! Estou com um ótimo pressentimento quanto a isso.

      – Muito bom – Ele balançou a cabeça em aprovação. – Eu também.

      – Ótimo – Respondi alegremente.

      – Tudo bem, classe – A voz de Tanenbaum surgiu pela sala. – Vamos começar – Seus assistentes começaram a distrubuir as folhas de cartão resposta pela sala.

       O bloco de folhas surgiu a nossa frente, e eu astutamente ao invés de pegar uma, consegui deslizar duas folhas para mim antes que alguém percebesse. Achei que pegar uma folha extra me facilitaria as coisas mais tarde.

      Eu havia decidido um método de como escolheria a resposta errada – elas não seriam de forma aleatória. Primeiro eu mentalmente iria escolher a resposta correta e depois marcaria a alternativa seguinte. Assim, se a resposta certa for a letra A eu marcaria B e assim consecutivamente, se fosse D eu marcaria A e por aí vai.  Assim seria mais facil para encontrar as respostas certas depois quando eu começasse meu teste “real”.

       Eu olhava para o quadro negro preenchendo todas as informações necessárias, estávamos sentados nos fundos da sala, o que era realmente uma novidade para mim. Mas eu não queria que o professor visse nenhum movimento suspeito meu que pudesse achar que eu estava trapaceando ou algo assim, dai tudo iria por água abaixo, o que seria uma grande ironia.

      Os assistentes começaram a distribuir o caderno de teste pela sala. Fiquei aliviada em ver que Tanenbaum havia distribuído o mesmo teste a todos e não versões diferentes como alguns professores costumavam fazer. Ótimo, pensei fechando os olhos e tomando uma grande respiração. Vamos começar.

       Não tive grandes dificuldades, devido a minha enorme cabeça nerd e horas de estudo, minha mão deslisava através da folha marcando as opções “corretas”, eu tomei muito cuidado para marcar a resposta que se seguia da certa.  Fico pensando se Jay não iria “mudar” algumas respostas como ele havia feito nos testes anteriores, mas percebi que mesmo que ele o mudasse, não seriam muitas. E de qualquer maneira, não é garantido que ele irá mudar para a resposta correta. Em um determinado momento, consegui captar de relance sua folha de respostas e fiquei feliz em ver que ele estava mesmo copiando minhas respostas.

       Eu acabei e parei por um minuto imaginando se ele demoraria muito para sair. Voltei o teste para a primeira página e fingi ler as perguntas de novo. Vamos lá, eu pensava nervosa. Levanta logo e sai!

        – Hey... – Ele sussurrou embaralhando seus papéis. – Eu já acabei, a gente se vê mais tarde. – Ele disse se levantando. – Ah... e obrigado. – Ele sorriu e eu retribui seu sorriso docemente.

       – Ah, não tem de que... quando precisar tamos aí. Eu só vou checar mais uma vez as respostas.

       – É uma boa idéia... você não vai querer perder alguns pontos por um erro bobo né? – Ele deu uma gargalhada baixa e eu fiz uma careta interior.

       – Não, certamente que não. Adeus. – Respondi friamente. Ele juntou o resto de suas coisas e caminhou em direção ao professor entregando sua prova e saindo da sala, oferecendo-me um leve aceno com a cabeça antes de desaparecer pela porta, eu levantei meu dedo do meio, mas o desgraçado não viu.

       Finalmente! Agora vamos para a segunda etapa, olhei ao redor da sala para me certificar de que não havia ninguém olhando e rapidamente transpassei as respostas certas para o cartão em branco. Amassei a primeira folha e joguei dentro da minha mochila num movimento rápido e preciso. Outra rápida checada nas respostas para ver se estava tudo no seu devido lugar. Meu Deus, isso dá muito trabalho! Pelo menos tudo havia saído como o planejado... peguei minhas coisas e fui para a frente da sala mal podendo controlar o sorriso em meu rosto.

        ***

        Dois dias depois, eu andava de um lado para o outro na minha sala. Os resultados do teste irão sair hoje e meu estômago havia se enchido de borboletas de ansiedade, quase como na vez em que eu tive que apresentar um trabalho gigante e sozinha sobre Abraham Lincoln para a minha turma de história do ensino médio. Jay provavavelmente iria verificar sua pontuação por volta de 13:30 logo após o término de seu outro exame.  Olhei para o relógio ansiosa... eram 12:30 agora, quase lá...

        – Você quer parar com isso? Está me dando nos nervos! – Bill resmungou me encarando do sofá. – Anda, senta aqui.

        – Foi mal... é só ansiedade devido a ocasião, você sabe. – Eu disse com um sorriso.

        – Que horas você vai pra lá?

        – Daqui a pouco... quero chegar cedo para verificar minha nota e depois me esconder em algum lugar para ver a reação de Jay quando ver o seu fracasso.

        – Você o quê? – Bill parecia chocado. – Ele provavelmente vai ficar muito, mas muito puto Alley. Eu recomendo que você fique no raio de um quilômetro de distância dele pelo menos.

        – Eu sei! Eu vou me esconder. Eu só quero ver o olhar amargurado de derrota em seu rosto. – Eu disse batendo palmas. – Quero vê-lo sofrer.

        – Eu quero morrer seu amigo, você é sádica. – Ele disse revirando os olhos. – Eu vou com você.

        – Por quê?

        – Eu quero ver os frutos do meu trabalho. – Ele disse simplesmente. – E ele tem um preço a me pagar também, não se esqueça, também quero vê-lo me pagar de alguma forma. Ninguém meche com Bill Kaulitz! – Ele disse com os olhos um pouco arregalados e balançando o dedo para os lados.

       – Ou Anabelle Alley – Sorri e ergui minha mão no ar indo de encontro com a dele dando um sonoro tapa, fechando nosso acordo.

       – Exatamente querida.

        Sentei-me ao lado dele, poucos minutos depois deitei minha cabeça em seu ombro, desfrutando do nosso silêncio. Eu não me sentia bem assim há tanto tempo. O natal estava chegando, eu tinha ido bem nas minhas provas finais e eu tive minha doce vingança. A vida era boa...

       – Bill? – Eu bocejei virando minha cabeça para o relógio e depois para ele.

       – O que? – Ele bocejou também e então beijou o alto da minha cabeça. – Para com isso, é contagiante!

       Eu ri baixinho.

       – Desculpe, eu só queria agradecer.

       – Agradecer pelo que? – Ele perguntpu confuso.

       – Por... tudo, realmente. Por ser um bom amigo pra mim mesmo quando eu estava agindo feito uma idiota. – Eu disse me sentando e sorri para ele.

       – Hum, de nada. – Ele disse ainda confuso. – Embora eu ache que sou o único que tem que agradecer por aqui. Afinal, eu sou o intruso da sua vida.

       – Você não é um intruso. – Eu disse dando um tapa no seu ombro. Ele não podia dizer isso, eu gostava de ter ele por perto, ele tinha se tornado praticamente meu melhor amigo agora. Ele deu uma risada.

       – Eu sou sim!

       – Bem, você é um intruso muito bem-vindo então. Um feixe de luz que veio para iluminar minha vida sem graça. – Abanei meus braços de forma dramática. – Minha vida era muito chata antes de você chegar, Bill.

       – É isso é bastante óbvio. – Ele riu e eu dei-lhe outro tapa.

       – Ah, e o seu era melhor do que isso querido popstar? – Eu perguntei.

       – Não – Ele disse, de repente se tornando sério. Eu juro que ás vezes ele era como Jekyll e Hyde, o caminho poderia bagunçar seu humor ás vezes. – Na verdade não era – Ele sorriu – Tenho que dizer que as coisas se tornaram muito mais interessantes nesse ultimo ano do que em todos os outros da minha vida.

       – Ah pára. – Eu disse – Você está preso em Richmond com uma nerd psicopata que é sua unica medida de amizade e que não sabe nem por a água pra ferver sem encendiar a cozinha.

       – Nessa última parte você tem razão. – Ele disse e eu nao discuti, afinal era verade mesmo, eu era uma negação.

       – Mas... – Eu comecei, cutucando um botão de sua camisa.

       – Mas o que?

       – Estar numa banda não pode ser tão ruim assim. Sabe, poder viajar pelo mundo! Isso é maravilhoso... – Eu disse suavemente. – Conhecer lugares diferentes, conhecer outros povos e suas culturas. Eu sempre quis fazer isso...

      – E por que não faz?

      – Ah Bill, eu nunca vou sair dessa cidade. Eu vou ficar presa aqui como meus pais e como os meus avós... Eu provavelmente vou conseguir um emprego como farmacêutica, é um bom dinheiro, mas não é o tipo de trabalho que me permita conhecer o mundo... Eu vou ter que estar vinculada a ele, terei obrigações. Você não sabe como é sortudo por ter essa liberdade...

      – Uau. – Ele disse após um longo momento de silêncio. – Bem, mas se te serve de consolo, estar numa banda não são flores o tempo todo.

      – Eu sei disso. Mas sabe o que seria o trabalho perfeito?

      – Qual?

      – Alguém que viaje com a banda, mas não é parte dela.

      – Tipo um roadie? – Ele riu. – Isso não é muito divertido. – Ele olhou pra mim com um sorriso. – Sem querer ofender, mas você não tem um porte fisico de roadie, quero dizer, é muito esforço físico.

      – Não... – Eu disse revirando os olhos. – Tipo... eu não sei... acho que como os jornalistas sabe? Aqueles que acompanham a banda numa viagem para conseguir uma história, ficam no backstage... visitam o mundo inteiro, conhecem outros músicos interessantes. – Eu parei de repente, me sentindo meio idiota. – Mas eles não teriam nenhuma fama ou sofreriam com os paparazzis.

      – Você realmente pensou bastante sobre isso né? – Ele riu enquanto eu corava furiosamente.

      – Hum... – Eu disse timidamente. – Talvez um pouco. – Limpei a garganta ansiosa para mudar de assunto. Bill provavelmente iria pensar que eu era alguma interesseira ou que eu estivesse insuando que ele me levasse junto da próxima vez que fossem fazer uma turnê ou coisa do tipo. – Bem... han, nós temos que ir. Tenho que me certificar de chegar lá primeiro que ele.

      – É você tem razão. – Ele disse se lenvantando e espreguiçando-se.

      – Vamos – Eu agarrei seu braço e o arrastei através da porta. – Como você disse, isso vai ser muito bom.


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Notas finais do capítulo

Olha a enrolação ai de novo ! :B
Pois é gente, eu sei lenga lenga bla bla bla, mas faz parte D:
Então, lindezas do meu kokoro, talvez até a próxima semana eu pinte por aqui de novo, qtal?

Inté :D



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