The World Behind My Wall escrita por Ruuh


Capítulo 29
Capítulo Vinte&Oito - Péssimas lembranças


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente eu queria agradecer do fundo do meu coração a LuhWeasley por ter indicado a Fic, você é muito linda, sério eu fiquei sem palavras, sem ar aqui de tanta emoção, por isso esse capitulo é dedicado a você! Quero dar as boas vindas as novas leitoras e dizer que tudo isso é pra vocês, então sintam-se em casa, pode tirar a roupa e mecher no Computador. haha brincadeira minhas lindas.Ah quero aproveitar a deixa e dizer que ESTOU COM MUITAS SAUDADES SUAS VIU DONA May_Mello ?!

Queria agradecer de verdade a vocês por fazerem essa autora aqui muito feliz! Muito obrigada suas lindezas!



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Eu deveria ter visto quando as rosas morreram
Deveria ter visto o pôr do sol em seus olhos.
Deveria ter ouvido que quando você disse boa noite
realmente quis dizer adeus.

Bon Jovi – This ain’t a Lovesong

Bill’s P.O.V

Duas semanas depois
Halloween

Algumas pessoas dizem que no esquema geral das coisas, duas semanas não é muito tempo. Comparado com a média de expectativa de vida de uma pessoa que é... Hmm, uns 70 anos, duas semanas não são nada. Apenas um pontinho de nada na linha do tempo.

Essas pessoas são umas idiotas.

Eu estava suportando as duas semanas mais longas e cansativas da minha vida. Cada dia se arrastava parecendo levar uma década para acabar, como se nunca tivessem ouvido falar no calendário romano. Quatorze dias com Alley com raiva de mim pareciam ser quatorze anos.

Como eu já sabia, não era uma boa idéia deixá-la irritada. Quero dizer, com muita raiva e não apenas irritada. Tudo bem que às vezes ela ficava um pouco mal-humorada, mas eu julgava ser pelo fato de ela ser uma artista – como eu, ela apenas sente as coisas com mais profundidade que as outras pessoas. E na maioria das vezes ela não guardava rancor e não deixava que seu temperamento se incendiasse... mas uma vez que fizesse, porra, você entrava para a lista de ‘Os mais procurados da América’. Ela quase não falou comigo desde a nossa última conversa e o olhar gelado em seu rosto me indicava que ela pretendia continuar com isso por muito tempo. Isso estava me matando...

Em sentia sua falta, muito mais do que eu esperava... Ela era minha única fonte de comunicação e, bem de entretenimento – como ela havia tão rudemente destacado. Ela me ajudava, me fazia companhia, eu precisava dela.

Claro, se eu pedisse desculpas provavelmente melhoraria as coisas entre nós... HÁ! Eu não ia pedir desculpas pelo que disse, pelo simples fato de eu ter dito a verdade. Ela estava agindo diferente e ela merecia coisa melhor, mas é claro que ela interpretou completamente errado meu ponto de vista. E embora ela estivesse certa por uma coisa – eu estava com ciúmes – ela obviamente não sabia o motivo real de eu ter ciúmes desse tal de “Jay”.

E ela ainda estava planejando ir nessa festa idiota com esse cara. Vestida de cigana, nada mais nada menos que um traje sexy que mostrava seus braços e ombros – que eu amava tanto. Isso para Alley era tremendamente fora do comum, ela geralmente gostava de se manter coberta – embora eu não entendesse o porquê – ela parecia muito bonita em minha opinião. Mas eu percebi que sua súbita confiança na imagem corporal foi outra forma que ela encontrou para me irritar. Embora... se ela soubesse o quanto eu apreciava ver seus ombr0s nus e seu pescoço, provavelmente não teria feito isso.

– Mrrrr

Olhei para baixo de uma cadeira da cozinha e pude ver Chester olhando para mim tristemente. Coitado, ele havia sido vítima do mau humor de Alley nessas semanas também e, portanto nós tínhamos uma espécie de ligação. Bom, ligação permissível que um homem eu um animal gordo e peludo podiam ter.

– Você quer comida garoto?

Ele miou de volta estridentemente.

– Vou tomar isso como um sim – Disse num suspiro. – venha.

Abri o armário da cozinha pegando o pacote de biscoitos para gatos e tirei alguns jogando para ele. Ele devorou tudo, em seguida olhando para cima, miando de novo, começou a esfregar a fuça peluda na minha perna. Awww, sorri para ele com tristeza, inclinando-me para acariciar sua pele. Ele inclinou o rosto para cima, miando baixo e esfregando a cara na minha mão.

Eu não me preocupei se Alley ou Louise ouvisse alguma coisa, elas estavam no andar de cima ajustando os detalhes do traje de cigana de Alley, Louise estava fazendo seu cabelo e maquiagem. Suspirando profundamente, eu passei minhas mãos por meus cabelos, debatendo-me se eu devia subir ou não. Bem, não era como se eu estivesse fazendo alguma coisa extremamente importante. Saí da cozinha e fui até as escadas em silêncio.

– Ai! O que você está tentando fazer? Me matar? Arrancar todos os fios da minha cabeça? - Definitivamente essa era a Alley.

– Eu não posso te ajudar se você é uma criança chorona. É só agüentar mais um pouco, enquanto eu termino... viu só? Não é tão ruim. Para de choramingar. – E essa era Louise.

– Ta bom, ta bom! Escuta, você acha que essa maquiagem está boa? Quero dizer... não parece muito vulgar ou indecente?

Louise riu alto.

– Não, não. Olha querida, vamos colocar um pouco mais de máscara para cílios tá bem?

Silêncio por um momento.

– Espere, Alley! Para de piscar, você não quer ir fantasiada de panda não é?

– Eu não consigo segurar.

– Para de torcer o nariz assim!

– Mas eu preciso espirrar!

Eu andei pelo corredor, sentando-me na cama de Louise. Ambas estavam no banheiro e eu podia vê-las pelo espelho. Alley estava sentada, já vestida com seu traje e Louise estava ao seu lado segurando um bastão de rímel em sua mão. Eu podia ver os seus reflexos claramente – a expressão de Louise era de concentração, enquanto o olhar de Alley vagava perdido pelo lugar, como se estivesse perdida em pensamentos.

Ela estava linda, eu a contragosto tinha que admitir. Parecia tão elegante e misteriosa Louise certamente sabia o que estava fazendo com o cabelo maluco de Alley – as mechas da frente estavam um pouco afrouxadas modelando seu rosto enquanto o resto de seus cabelos estava solto e seus cachos definidos e comportados desciam em suas costas. Merda, por que logo hoje ela tinha que estar tão bonita?

Seu traje cigano consistia em um corpete branco apertado com finas tiras azuis e pedras brilhantes vermelhas e a saia azul combinando com as tiras e o lenço preso em sua cabeça, de material leve e macio, aqueles que lembram até o vestido da Cinderela ou coisa do tipo. Sua maquiagem era grossa e escura, mas de muito bom gosto. Ela abriu os olhos de modo mais amplo para que Louise alcançasse os cílios de baixo e eu peguei o brilho irônico deles. Engoli em seco tentando, em vão, ignorar a dor em meu peito.

– Acho que acabei. – Comentou Louise, se afastando para admirar sua criação. Alley sorriu e virou o rosto para o espelho onde seus olhos se cruzaram com os meus e o sorriso desapareceu de seu rosto.

– Tem certeza de que está bom? – Ela perguntou voltando-se para Louise, recusando-se a olhar para mim novamente.

– Alley, está tudo bem. Confie em mim. Agora, se você vai comer alguma coisa, é melhor se apressar porque ele vai chegar aqui a qualquer minuto.

– Ok. – Ela murmurou enquanto se levantava. Antes de se afastar deu a minha reflexão um último olhar gelado e eu me arrepiei por dentro, mas mantive meu rosto impassível disposto a mostrar o quanto eu estava chateado. De jeito nenhum que eu iria recuar agora. Ela saiu do banheiro, o tecido da saia roçando pela porta quando passou. Louise terminou de arrumar as coisas e a seguiu, sua imagem logo sumindo do espelho.

O espelho?

Espere um minuto.

Alley tinha visto meu reflexo. Mas eu não tinha reflexo... eu tinha?

Caminhei até o banheiro e inspecionei. Com certeza, uma versão ligeiramente irregular de Bill estava diante de mim, um pouco distorcido e fora de foco. Então eu me lembrei... há apenas duas semanas, antes da nossa discussão, eu me vi no espelho depois de tomar banho. Pensei em como nós dois parecíamos bonitos juntos. E ela tinha me visto... Nós nem sequer notamos isso. Eu não tenho certeza dos motivos dela, mas eu estava fantasiando sobre nossos futuros filhos que eu nem percebi que era para ter somente uma pessoa no espelho e não duas.

Eu esfregava nervosamente meu cotovelo esquerdo, observando espantado o homem do espelho fazer o mesmo. O que estava acontecendo? Por que meu mundo estava desmoronando todo de uma vez? Deus, por que eu tenho que estar brigado com ela logo agora? Eu precisava me tranqüilizar... tudo estava mudando tão rápido e eu não estava gostando nenhum pouco disso.

Sai do quarto em silêncio, indo em direção as escadas, tive que me encolher na parede quando Louise passou por mim, como eu disse não é nada agradável a sensação de transpassar por uma pessoa. Desci as escadas e fui em direção a cozinha, ela estava lá parada, com as mãos na cintura, mordendo levemente o lábio inferior, um olhar distante no rosto. Eu odiava ter que incomodá-la, porque primeiro, ela basicamente me odiava agora, e segundo, ela parecia estar imersa em seus próprios pensamentos... mas eu tinha que fazer isso. Essa questão do espelho estava me assustando.

– Hey. – Eu disse suavemente. Ela virou-se lentamente e encontrou meus olhos.

– Sim?

– Hum... Eu... ahn – Droga, aqueles olhos implacáveis estavam cortando qualquer possibilidade de conversação. Ela suspirou impaciente.

– Escute, se você tem algo a dizer diga. Eu vou sair assim que ele chegar.

– Você não vai comer nada? – Aff que idiotice Bill, lá se foi o fio da conversa.

– Não. Eu não estou com fome.

Alley não está com fome? Como assim?

– Ahn... – Eu estudei meus pés com cuidado. Eu estava descalço, como sempre e meu pé pálido e ósseo contrastava de forma estranha contra o azulejo da cozinha. Pela primeira vez minhas unhas não estavam pintadas – não, eu odeio pintar as unhas do pé. Mas Alley achava divertido quando não tinha mais o que fazer da vida, pintá-las de cores variadas, como roxo ou laranja. Então eu desejava que estivessem, pois assim isso me mostraria que estava tudo bem entre nós e eu não estaria preso nesse pesadelo horrível. Limpei a garganta e olhei para cima. – Bem, Alley, quando estávamos lá em cima, eu notei que-

Eu fui cortado pelo som alto e irritante da campainha. Ela deu um pulo e correu pela a porta da cozinha.

– LOUISE! ATENDE A PORTA!

Revirei os olhos, suspirando. Bem, lá se foi minha oportunidade.

Fui em direção ao balcão da cozinha e me apoiei na parede, de lá eu teria um visão desimpedida do cara quando ele entrasse. Cruzei meus braços firmemente contra o peito.

Louise caminhou lentamente pelo corredor. Ela parecia um pouco irritada também. Hmmm...

A campainha tocou novamente.

– Eu já to indo, já to indo merda. – Ela murmurou antes de segurar a maçaneta. A porta se abriu e ela imediatamente assumiu um tom de falsa alegria. – Oi! Entre por favor.

– Hey, Louise. – Uma voz suave e profunda respondeu. O dono da voz pisou na soleira. Ele deu alguns passos em direção a cozinha, dando um olhar pela casa, e por apenas um milésimo de segundo seus olhos se alinharam com os meus e eu senti meu coração e meu queixo baterem no chão.

Oh... Meu... Deus!

Não é sempre que eu esqueço um rosto. Os fãs se espantam por várias vezes, quando me lembro deles de sessões de autógrafos ou backstages anteriores. Chame de talento, ou de sexto sentido, de macumba, tanto faz. Qualquer que seja o caso, eu imediatamente reconheci o homem que está parado na soleira da casa. Jay. Jason Edward Blanding Junior. Ou qualquer se seja o seu nome, foda-se não interessa. De repente, me dei conta do por que seu apelido ter aguçado minha curiosidade durante essas semanas.

Eu o peguei! Peguei ele!

Bem, olá “menininho” o que te traz por aqui?

– Hey, onde você vai? A festa está só começando...

Oh meu Deus... aquela voz... o cara que me atacou a tantos anos atrás... seu nome era...

– SEGURA ELE JAY!

Oh Deus, seu nome era JAY! E ele estava bem na minha frente mais uma vez. Oh, merda. Eu suava frio e gaguejei com horror e totalmente sem fala quando Alley começou a descer as escadas.

– Oi. – Ela disse suavemente alisando a frente de seu traje. – Tudo bem?

– Tudo ótimo. Pronta pra ir?

Que diabos ela estava fazendo?! Por que no mundo ela estava saindo com o cara que tinha praticamente tentado me matar? O cara do qual ela mesma me salvou, pelo amor de Deus! Ela estava fazendo isso de propósito? Ela acha que isso é engraçado? Certamente que não...

Talvez... ela não saiba. Ou não se lembre. Aquela noite estava muito escura... ah merda. Ela não sabe onde está se metendo, essa era a única desculpa plausível para tudo isso. Não me admira que ela estava com todas aquelas apreensões sobre ir a essa festa – ela estava saindo com um monstro.

– Sim, eu acho que estou pronta pra ir. – Disse ela pegando sua bolsa. NÃO! Eu tinha que impedi-la, tinha que avisá-la...

– NÃO! – Eu gritei, assustando-a. Jay e Louise a olharam com curiosidade, mas não disseram nada. – Não vá Alley, POR FAVOR! – Eu continuei meu discurso - Em nome de tudo o que é sagrado, não vá! – Ela tentou me ignorar.

– Então... uhn... você está dirigindo?

– ALLEY! Eu estou falando sério! POR FAVOR! – Eu acenei meus braços meio descontrolado. – Me escuta! Isso é sério!

– Oh, espere um minuto, eu acho que esqueci uma coisa lá em cima. Com licença. – Ela sorriu mecanicamente para eles e subiu de volta as escadas. Fui atrás dela, praticamente correndo. Assim que chegou ao topo ela agarrou meu braço e me puxou para o quarto, fechando a porta atrás de si. – O que diabos você pensa que está fazendo? Bill, você não vai me parar. Eu não me importo com o que você diz.

– Alley... por favor... apenas me escute. – Eu respirei um pouco cansado pela corrida pelas escadas. – Você não pode ir-

– VOCÊ NÃO PODE ME DIZER O QUE FAZER! - Ela largou do meu braço e se endireitou. – Bill, você está certo. Nós precisamos ter outra conversa. No entanto, agora não é o momento para isso. Podemos discutir suas inseguranças quando eu voltar essa noite. Agora eu tenho que ir.

Com isso ela empurrou a porta e desceu de volta pelas escadas.

– Espere! ESPERE! Me deixe terminar! – Eu desci correndo as escadas atrás dela, mas era tarde demais. Ela já estava fora da porta. Parei no corredor, ainda sem fôlego, segurando os lados da minha cabeça com as palmas das mãos. Ela tinha ido embora. Debrucei-me contra a parede e gemi. Louise estava parada junto a porta, observando-os caminhar para o carro. Ela suspirou profundamente, preocupada.

Sorri tristemente para ela, aparentemente eu não era o único apreensivo por aqui. Deus, o que eu não daria para ela ser capaz de me ver agora, então eu poderia ter alguém ao meu lado. Embora, do jeito que Alley estava agindo eu duvido que ouvisse alguém mesmo que fosse Louise falando.

– Tenha cuidado, Alley Kat. – Ela murmurou para si mesma, antes de caminhar de volta para a cozinha. Vi-a sair sentindo-me desanimado.

Exatamente os meus pensamentos, Louise. Exatamente isso.


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