The World Behind My Wall escrita por Ruuh


Capítulo 27
CapítuloVinte&Seis - Tentações


Notas iniciais do capítulo

Atente-se aos detalhes do capítulo, eles serão muito importantes no decorrer da história



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Eu estou sumindo perdendo cada cor
Tentando achar um pigmento de verdade debaixo de minha pele

Hilary Duff – Come Clean

Bill’s P.O.V

Abri o chuveiro deixando que a água quente batesse em meu corpo e escorresse pelo chão. Molhei meu cabelo e corri as mãos por ele. Eu me sentia tão bem, quase havia me esquecido de como um banho pode ser relaxante. Peguei o shampoo e li o rótulo “Big Sexy Hair”. Bem, não é exatamente o que eu teria escolhido para mim mas fazer o que. Despejei uma pequena quantidade do produto em minha mão e esfreguei ferozmente em minha cabeça... como se eu pudesse lavar também todos os meus problemas.


Inclinei minha cabeça para trás para que a água caísse e enxaguasse toda aquela espuma. Eu realmente precisava aprender a deixar minhas emoções sob controle... Eu não tinha a intenção de ser tão rude com ela naquele momento. Foi apenas uma reação instintiva – um convite para uma festa só significa uma coisa – Ela tinha um encontro. Um encontro de verdade. Não um apenas para estudar, nem apenas um ocasional. Mas um maldito encontro oficial

É claro parte de mim argumentouvocê acha que eles nunca iam sair disso? Que seria só isso e ela ia o despachar? E então ela estaria livre para dar atenção somente a você? Cai na real Bill. Ela encontrou alguém e você deve ficar feliz por ela. Você tem que apoiá-la. Não aja como um idiota toda vez que ela mencionar algo sobre ele.

Uau. Aquela voz irritante sempre tinha razão.

Enquanto eu passava o sabão em meu peito e meus braços, tomei uma decisão. Estava se tornando cada vez mais óbvio meu carinho por ela, eu teria que me controlar. Tinha que mantê-la perto de mim, não posso estragar nossa amizade. Eu tinha que desistir dessa idéia. É uma escolha difícil, mas eu não tenho alternativa. A mágoa estava estampada em seu rosto quando fechei a porta do banheiro... Fui eu que ocasionei isso. Eu não estava fazendo nenhum bem a ela com esse meu ciúme, eu estava apenas a perturbando. E essa era a última coisa que eu queria fazer.


Merda. Por que eu não a conheci em circunstâncias normais? Não o Bill de treze anos que havia necessitado de sua ajuda. Mas no mundo atual, onde eu teria o controle das coisas. Embora eu saiba que no mundo real, com minha antiga forma arrogante de ser eu nunca teria olhado duas vezes para ela.

– Aaaaah – Eu suspirei alto no chuveiro enquanto tirava o sabão do corpo. – Por que tudo tem que ser tão complicado?

Eu estava limpo... pelo menos do lado de fora. Pois minha mente ainda estava uma bagunça, totalmente perturbada. Peguei uma garrafa de produto de beleza e analisei seu conteúdo. Eu não estava com vontade de sair do banho quente e confortável ainda.


Gel de banho, linha Spa. Levantei a tampa e cheirei, tinha aroma de pêssego. Eu li as instruções em voz alta.

– Derrame uma pequena quantidade em esponja macia. Em seguida espalhe por todo o corpo. Repita se desejar. –Aff... Precisava de instruções para isso? Que idiota não sabe usar um sabonete líquido

Removi completamente a tampa e a joguei de lado, não estava encontrando nenhuma esponja então iria usar a mão mesmo. Derramei a garrafa esperando que um líquido denso e melado lentamente caísse. Mas não era bem assim.


Era um líquido fino e não tinha nada de denso naquilo. Acho que derramei quase que o pote todo em minha mão antes que eu percebesse o que estava acontecendo. Soltei um grito de surpresa e deixei a garrafa cair ela esparramou com um baque forte. Usei minha outra mão para aparar o liquido que caia constantemente e vazava p0r meus dedos.

– Merda! – Exclamei em voz alta segurando um punhado de gosma. O que eu vou fazer com isso tudo? Eu não quero desperdiçar, mas

– Bill? – Ouvi um barulho na porta e em seguida Alley se enfiou para dentro do banheiro.

– O QUE VOCE ESTÁ FAZENDO? – Gritei. – EU ESTOU NÚ! – Esqueci que o vidro estava totalmente embaçado e ela seria incapaz de me ver.

– O que é que você está fazendo? – Ela indagou. – Eu ouvi um barulho, depois um baque e você xingando. Te gritei três vezes e você não respondeu, achei que tinha caído e batido com a cabeça.

Empurrei um pouco a porta do box lançando um olhar aguçado para ela, que corou imediatamente e desviou o olhar.

– Eu estou bem, só derrubei um pote.

– Eu... ah... Esquece eu to saindo – Ela disse recuando para a porta. Mas mudou de idéia e voltou um pouco. – E se apresse, se não vou desligar a água quente. – Disse sorrindo maliciosamente, em seguida saiu correndo.

Eu ri, fechando novamente a porta do box, em seguida olhando para minhas mãos. Agora, voltando ao assunto em questão, o que é que eu vou fazer com essa coisa?


Ah, dane-se. Vou usar, quanto mais melhor, certo? Eu esfreguei as mãos, cobrindo-as com o gel, e depois espalhei por todo o meu peito e braços. O cheiro doentiamente doce de pêssegos invadiu minhas narinas

– Por que essa coisa espuma tanto? – Murmurei – Yeech. – O cheiro era insuportável, e agora eu estava todo pegajoso, por mais que a água caísse aquela coisa parecia estar grudada na minha pele. Desesperando pegue a toalha e esfreguei pelo corpo para tirar aquela melequeira.

– Bill! – A voz dela gritou através da porta de madeira seguida por várias batidas. – Se apresse! Você tem que sair daí antes de Louise chegar em casa!

– Já to indo! Já to indo! – Gritei de volta – me dá mais um pouco de tempo aqui!

– Você já está aí há quase uma hora! Consegue ser pior que eu!

Alguns minutos depois, eu estava satisfeito. Peguei a toalha verde e a enrolei em torno de minha cintura pisando para fora do box.

– Pronto! Já acabei.

– Posso entrar? Eu preciso de um colírio! Meus olhos estão ardendo!

– Sim, eu acho. – Suspirei. – Quero dizer, você já meteu o carão aqui antes, de qualquer forma.

– Você não está pelado né?

– NÃO! ENTRA LOGO MULHER.

A porta se abriu e hesitante, ela entrou em cena, com o rosto em virado para baixo, com a mão coçando furiosamente seu olho esquerdo.

– Eu acho que tem algo no meu olho – Ela murmurou. – Isso está me matando.

– Deixa eu ver. – Dei um passo mais perto dela que olhou para cima e quase caiu para trás.


– BILL! – ela gritou.

– O quê?


– VOCÊ NÃO ESTÁ VESTIDO! – Revirei os olhos.

– Claro que não estou vestido, minhas roupas estão no seu quarto. – Seu rosto estava ganhando uma tonalidade de vermelho incrível, o que eu achava totalmente bonito.

– Bem, então vá pegá-las!

– Deixa eu ver seus olhos primeiro. – Insisti.

Ela bufou, mas finalmente concordou. Sequei as mãos molhadas na minha toalha, então, cuidadosamente segurei seu o rosto e ela manteve os olhos abertos. No fundo eu sabia que era uma desculpa esfarrapada só para tocá-la ... sua pele era extremamente macia e suave, sem dúvida devido à evitação ao sol ... ela iria envelhecer bem. Eu lentamente puxei a pele abaixo de seu olho um pouco para baixo, olhando para o que estava causando coceira. Seus olhos estavam avermelhados, mas eles ainda estavam lindos ... com sua cor incomum avelã, numa tonalidade doce e vulnerável o que me fez sentir muito protetor...

– Tem uma pestana presa nele. – Eu disse suavemente a centímetros de seu rosto. Eu podia sentir minha pele esquentando. – Acho que se lavar com soro fisiológico sai.

Seus olhos estavam ficando mais vermelhos, provavelmente por eu os estar forçando a ficarem tanto tempo abertos. Usando meus dedos, cuidadosamente sequei a lacrimação de seus olhos.

– Tudo bem. – Ela disse depois respirou fundo, desconfiada. – O que você estava fazendo aqui?

Relutantemente recuei, deixando meus braços caírem para os lados. Eu queria tocá-la novamente.

– Nada... ué tava só tomando banho, obviamente. – Estreitei meus olhos. – Por quê?

– Porque você está cheirando a pêssegos. – Ela riu alto.

– Bem, – Eu disse na defensiva. – eu usei seu gel de banho, desculpe.

– Nossa, quanto dele você usou? Eu uso isso há séculos e nunca cheirei assim. É melhor não ir na rua ou as abelhas irão te atacar. – Ela foi até o espelho onde pegou uma garrafa de soro, inclinou a cabeça para trás e esguichou um pouco do líquido em seus olhos. Depositou a garrafa na pia e piscou várias vezes, o líquido escorreu-lhe dos olhos como lágrimas, depois enxugou o rosto com alivio.

– Eu acho que usei um pouco mais do que o planejado. – Fui para o seu lado e cutuquei suas costas, me divertindo. Olhei para o espelho e fiquei fascinado com nosso reflexo.

– Você não leu as instruções? – Ela disse se virando para me dar o olhar de “como você é idiota”.

Eu não respondi. Ainda estava admirando a imagem que eu via. Estava tão próximo a ela que nossos braços estavam se tocando, um fato que dava sensações agradáveis a minha espinha. Parecíamos mesmo um casal. Eu era bem mais alto que ela, mas tinha certeza de que se nos abraçássemos sua cabeça se encaixaria perfeitamente em meu peito e seus braços se entrelaçariam com exatidão em minhas costas. Ambos tinham a pele clara, o que diferenciava era a tonalidade de nossos cabelos e olhos, o dela era um tom de avelã escuro e os meus estavam mais para âmbar puro. Teríamos filhos lindos... eu podia até imaginar uma Alley em miniatura com seus cabelos cor de fogo e seu sorriso brincalhão...

BILL ALERTA VERMELHO!

Pisquei rapidamente, saindo de meu transe. Oh Deus, o que havia de errado comigo? Desde quando eu virei um retardado sentimental? Será que esse tipo de coisa acontecia com os outros caras?

– Bill? – Ela chamou preocupada.

– S-sim?

– Hum... Você está bem?

– Ah... claro, claro. Estou bem sim. – Blasfêmia do ano.

– Ah... é que você meio que apagou por um segundo. – Ela se inclinou para frente analisando os olhos no espelho. – Bem, parece que está melhor agora. – Disse e se virou para me dar um cutucão. – Agora se vista e desça.

– Será que você pode separar as roupas pra mim? – Eu precisava de uns minutos a sós. – Basta colocá-las em cima da cama. – Ela ergueu uma sobrancelha e coçou um pouco a cabeça bagunçando os cabelos próximos a orelha.

– Quer mesmo que eu escolha suas roupas? Bill, você tem certeza de que está tudo bem?

– Estou bem. – Disse e a enxotei com as mãos – Agora vai. – Ela sorriu para mim como alguém que está prestes a fazer algo realmente estúpido.

– Tudo bem... Ah, e Bill?

– O que?

– Antes que colocar a camisa de volta... Eu tenho que dizer que estou impressionada. – Ela sorriu maliciosamente.

– Impressionada? Com o que?

– Com... – Ela puxou a palavra para fora, fazendo um som lento e surpreso onde eu tive que fazer leitura labial para entender que significava “ISSO”. Estendeu a mão de leve e cutucou meu peito. – Eu estava enganada, tem muito mais debaixo de sua roupa do que eu esperava ver. Uau!

– Ahn... uhm... – Seu toque suave brincando com minha pele me deixou com uma idiota gagueira. Ela bateu de leve em meu ombro sem tirar o sorriso do rosto.

– Bem... eu vou pegar suas roupas e te encontro lá em baixo. Se apresse. – A porta se fechou e eu estava finalmente sozinho.

Quanto tempo mais eu serei capaz de agüentar isso? Me perguntei encarando meu reflexo. Deus, será que ela tinha alguma idéia de como eu me senti? Quanto tempo eu suportarei sem tentar fazer nenhuma besteira? Essa era minha única pergunta.


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