The World Behind My Wall escrita por Ruuh


Capítulo 21
Capítulo Vinte - Toda minha culpa.


Notas iniciais do capítulo

Meine Gott.Oii gente, queria pedir mil&uma desculpas por todo essetempo sem postar! É que eu tive um problema com a história,ela estava no meu pen drive e eu esqueci com uma amiga.
Só que eu não conseguia mais me comunicar com ela. E ainda não consegui, é.Mas decidi reescrever tudo de novo para postar aqui.Talvez, ninguém leia, ou nem se lembre dessa história.Mas vou continuar postando mesmo assim, porque ela é importante pra mim. Bem, caso tenha alguma leitora por aqui ainda, peço que aceite minhas desculpas, eu sinto muito mesmo. Eu estou muito feliz por estar postando aqui de novo. E dessa vez não vou parar de jeito nenhum.



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Você vê tudo, você vê cada parte.
Você vê toda minha luz e você ama minha escuridão.
Você entende tudo do que eu tenho vergonha.
Não há nada do qual você não se identifique.
E você ainda está aqui.

Alanis Morisseti - Everything

Bill’s P.O.V

Então assim era a faculdade.

– Cara, você tinha que ter ido na minha festa ontem! Foi alucinante. Um monte de gente vomitando para todos os lados. Eu estava tão chapado que fui junto...
– Porra! A imbecil da minha irmã me dedurou para o meu pai e ele não me deixou ir! Quando vai ser a próxima?
– Sábado com certeza! Vamos nos divertir com as novatas hein? São as mais animadinhas, topam fazer qualquer coisa para saírem com alguém do time de futebol.
– Haha! Com certeza!

Ouvia com muito desgosto esse diálogo altamente intelectual entre dois caras
bombados e cabelos descoloridos. Continuei minha caminhada atrás da dupla de bêbados delirante, sem nem mesmo ter a certeza do porque eu os havia escolhido para seguir. A conversa se baseava unicamente na porcentagem que cada um era capaz de beber sem derreter o fígado e na fina arte de “com quantas vadias eu transei”. Após ouvir esse tipo de coisa posso alegar que sou um puritano, me sentia totalmente pouco a vontade ouvindo esse tipo de conversa. Fiquei imaginando o que Alley diria se estivesse comigo... Eu tinha a nítida sensação de que ela não teria sido capaz de manter a boca fechada.
Falando no diabo... Onde diabos ela estava? Assim que aquele professor Tanenbaum ( ou Tenebroso se preferir ) dispensou a classe ela fugiu em direção a porta como alguém que corre do inferno. Não que eu pudesse culpá-la, eu teria feito a mesma coisa se meu maldito cadarço não tivesse ficado preso no pé da cadeira. Enquanto eu lutava desesperadamente para me soltar ela sumiu de vista. E, devo acrescentar, se ela tivesse me deixado usar seus sapatos com velcro isso não teria acontecido e agora estaríamos juntos e eu não estaria nessa situação. Isso tudo era culpa dela.
Com um suspiro, eu decidi deixar os acéfalos e tentar uma tática diferente. Andei rapidamente até um banco e em sentei, cuidadosamente olhando ao redor esperei até que o lugar estivesse vazio e peguei o mapa em meu bolso. Observei aquele pedaço de papel com desgosto Como é que alguém poderia entender essa coisa estúpida? Talvez eu devesse ter escutado com um pouco mais de atenção quando ela estava explicando. O campus deve ter pelo menos uns vinte quilômetros quadrados. PELO MENOS.
Olhei para o relógio que marcava quase duas da tarde. Ela iria sair da sua aula de história da arte Maçônica... ou História da Arte Americana, tanto faz, não lembro direito o nome, a qualquer momento. Eu sabia o nome do prédio que ela estava e também era capaz de ver o símbolo dele na parte colorida do mapa em minha mão. No entanto eu não tinha a menor idéia de como chegar até ele. Tentar ler um mapa, para mim, é como ler em hieróglifos com erro de ortografia. Só um monte de rabiscos e imagens. Havia prédios para todos os lados, o que significa que mesmo que eu soubesse como chegar lá, eu provavelmente teria que descobrir uma rota alternativa de qualquer maneira.

Maldita seja, Alley.

Suspirei com exasperação e esfreguei minhas têmporas. Qual era o alívio em jogar a culpa nela? Realmente nem tudo foi sua culpa. Ela tentou me impedir de vir, em primeiro lugar. Ela sabia que algo assim poderia vir a acontecer. Por uma questão de fato ela tinha discutido comigo nos últimos dois dias, tentando me fazer mudar de idéia. E eu também menti quando disse que tinha entendido essa porcaria de mapa... Eu estava ansioso para sair do carro e explorar o lugar.

Então, se havia alguém culpado nisso tudo, era eu. Eu sou o responsável pelo fato de estar sentado neste banco, sozinho e perdido, no meio de um campus universitário desconhecido.

Bem Bill – eu pensei comigo mesmo. – nós estabelecemos que agora, só precisamos sair dessa. – Claro que é muito mais fácil falar, no caso pensar, do que fazer.

Esparramei-me no banco, imerso em pensamentos. A luz do sol iluminou minha pele e um vento suave assobiou em minha orelha soprando mechas de cabelo na minha cara. Puxei-os para fora do meu rosto com frustração. Os alunos passavam por mim conversando e rindo. Eu os invejava. Eles eram normais. Eles sabiam para onde estavam indo. Eles podem se ver e conversar uns com os outros. Eles

– Você vai na festa do Mathew neste fim de semana? – Uma menina de cabelos escuros perguntou a outra de cabelos claros, interrompendo meus devaneios. – Vai ser a de boas vinda para as novatas! Eu mal posso esperar!
– Claro! Da última vez que eu fui fiquei tão chapada que acordei na cama com um cara e nem lembrava o nome dele.

Mais uma dupla de bêbadas e acéfalas. Jesus taca farinha. Todo mundo nesse lugar era alcoólatra? Tá que eu bebia uma ou duas doses, mas nada se compara a isso.

– Então, o que você vai vestir? – A menina de cabelos escuros perguntou.

– Ahn, eu pensei em comprar uma mini-saia que vi na semana passada. Ela vem até aqui – Disse apontando para um ponto quase dois palmos acima de seu joelho. – E um top pink que combina perfeitamente com ela...

Querida menina sem cérebro, porque você não vai nua? Iria lhe poupar tempo e seria bem mais fácil. Eu me contorci um pouco na cadeira estudando-a melhor. Bem, ela tinha um corpo muito bonito, e concerteza isso ficaria ótimo nela... mas ainda assim...

– Hey, por que não vamos as compras agora? Não estou com a menor vontade de assitir álgebra.

– Haha... claro! Vamos no meu carro.

Carro?

Imediatamente me endireitei na cadeira. Claro que sim. Ela teria que voltar para o carro em algum momento, certo? Tudo o que eu tinha que fazer era voltar meus passos para o estacionamento e encontrá-lo. Respirei aliviado, saltando para fora do banco e guardei o mapa de volta em meu bolso me dirigindo para a parte de trás do prédio de Biologia. Quando cheguei nas portas parei por um momento pensando.

Hmmm... vamos ver... chegamos a este ângulo... Lembro-me de subir aquela rua logo ali... Arrisquei alguns passos para uma rua chamada “Avenida Washington”. Quando cheguei mais perto , meus passos tornaram-se mais confiantes, comecei a lembrar do percurso que havíamos feito essa manhã.
Ok... agora viramos à esquerda nessa rua quando chegamos, o que significa que agora eu preciso virar a direita. Cheguei ao fim da rua e virei para a direita. Um mar de veículos entraram no meu campo de visão bem a distancia. O estacionamento! Apressei meus passos e logo em seguida já estava correndo. Corri passando as pessoas na calçada. Perguntando-me brevemente se foram capazes de ouvir meus passos de trovão. Cerca de cinco minutos depois, cheguei a borda do estacionamento e diminuí o ritmo parando para tomar fôlego.

– Graças a Deus. – Murmurei sem fôlego. Meus olhos percorreram a fileira de carros, procurando o brilho prata de seu Jetta. Infelizmente eu não me lembrava exatamente de onde ele estava estacionado. E ainda haviam inúmeros Volkswagen prateados pelo local. Fui a cada um inspecionando o seu interior. Saco de ginástica? – Definitivamente não. Pilhas de jornais? – Não. Garrafas vazias de coca-cola, latinhas amassadas, CD’s espalhados por toda a parte? – Bingo!
Encostei-me na lataria. Outra verificação rápida no relógio, indicavam ser quase 14:30. Ela já deveria estar aqui. Ela só tinha essas duas aulas hoje... Dei de ombros para mim mesmo e sentei na calçada, inclinando minhas costas contra o pára-choques. Nada mais a se fazer agora, a não ser esperar...

Descansei minha cabeça contra o metal quente e fechei os olhos, deixando que o sol batesse em meu rosto, não me preocupando em ganhar alguma queimadura. Por que afinal? Minha aparência não mudou em meses por que iria começar agora?

Cantarolava baixinho, enquanto esperava. Eu perdi minha música... perdi minhas oportunidades de cantar para meus fãs, perdi meu estúdio... Suspirei pesadamente. A criatividade é uma coisa frágil, tênue e eu sempre fui muito íntimo dela por que sempre que eu tinha uma nova idéia para uma canção poderia contar com Tom praticamente lendo meus pensamentos ao compor a melodia. Essa era uma das grandes vantagens em se te um irmão gêmeo. Ele está ali mesmo quando você está completamente sozinho, o outro fragmento da sua alma vivendo num corpo idêntico ao seu. Mesmos movimentos, mesmos pensamentos... ele não era só o meu irmão gêmeo, era minha alma gêmea também... Era tão frustrante nem Alley e nem Louise terem instrumentos musicais, a menos é claro, se você quiser contar as colheres e panelas como instrumentos.

Trinta minutos depois e ela ainda não estava lá. Eu me sentia tão cansado... A combinação do meu estado anteriormente em pânico com o flash de pseudo atleta correndo feito louco para o estacionamento e esse sol quente que lança raios gentis sobre mim foram finalmente me dando a sensação de sonolência... Deitei-me ali mesmo na calçada, enroscando-me feito uma bola lentamente sentindo minha consciência escapulindo...


_

Estavámos todos sentados ao redor de uma mesa farta de comida, uma clara celebração de Natal da família Kaulitz. Todos estavam conversando e rindo, passando as travessas de comida ao redor de um círculo. Tom estava sentado a minha direita e minha mãe a minha esquerda. Vovó, sorrindo, veio com uma cesta de Pretzels em nossa direção oferecendo uns para minha mãe. Estendi meu braço para pegá-lo também, mas ela o desviou de mim e entregou a Tom. Encarei-a com a confusão estampada em meu rosto.

O que está fazendo? Eu também quero um desses, vovó.

Nenhuma resposta. Ela sequer olhou para mim. Senti meu peito doer repentinamente com minha pressão arterial elevada e olhei desesperado para Tom.

Hey cara... para de brincadeira, isso não é engraçado. Me dá o pretzel!

Ele continuou passando a cesta para a direita. Minha garganta estava engasgando. Eles estavam celebrando, rindo, brincando, conversando e comendo, como nos velhos tempos... só que sem mim...
Era como se eu nunca tivesse existido...

_

Acordei com um sobressalto algum tempo depois, aliviado quando me vi sentado no estacionamento, e não em casa na mesa de jantar. Eu respirava rapidamente, com gotas de suor frio em minha testa. Meu Deus, que pesadelo... Eu não tinha tido um sonho como aqueles nos últimos meses, desde que eu cheguei aqui basicamente... Mordi meu lábio segurando as lágrimas quentes e me forcei a sentar. Sem mais cochilos por hoje...

Que dia fabuloso. Me perdi da Alley, tive um pesadelo e agora minha bunda estava dormente, minha cabeça estava doendo e eu estava deprimido. Além disso meu relógio marcava 15:45 , muito além da hora que ela disse que já estaríamos em casa. Merda. Onde ela estava? Ela era tudo o que eu tinha por agora, ela era real para mim e eu para ela. E se alguma coisa tivesse acontecido com ela? Eu duvidava muito que alguém iria tentar qualquer jogo sujo em plena luz do dia e na frente de milhares de pessoas, mas mesmo assim havia um monte de gente doida por aí... Eu conheci muitos deles na minha vida. Levantei-me rapidamente, tirando a poeira de minhas calças e me debatendo com a possibilidade de ir procurá-la.

Andei para trás e para frente como um gato enjaulado. Por um lado, se eu fosse atrás dela, provavelmente eu iria ficar perdido e sozinho mais uma vez... Por outro lado eu nunca iria me perdoar se ela tiver sido seqüestrada e agora estar amarrada em um porão qualquer.

– MERDA! – Eu gritei de frustração.

– BILL! – Eu ouvi um grito atrás de mim. Me virei com tanta força que quase perdi meu equilíbrio, cambaleando para os lados de seu carro. Vi um cabelo ondulado e ruivíssimo de uma menina magricela me encarando da outra ponta do estacionamento... Graças a Deus. Ela estava viva e estava bem. Eu poderia ter chorado de alívio.

Seus longos cabelos vermelhos voavam loucamente em seu rosto e sua mochila de saltou de lado quando ela saiu em disparada em minha direção.

– Ohmeudeusondevocêestavaeuteprocureiemtodososlugares! – Sua voz saiu num grito tresloucado e desfigurado com palavras pouco compreensíveis . Eu fui para a frente do carro para encontrá-la.

– Onde você estava? Eu fiquei preocupado! – Exclamei. Quando ela se aproximou de mim, notei que seus olhos estavam ligeiramente vermelhos e seu rosto estava inchado. Ela estava chorando? Awwwn... Chorando por mim? Que gracinha...

– Ahmeudeusmedesculpe! – Ela jogou a mochila para baixo e pulou sobre mim, jogando seus longos braços em volta do meu pescoço me esmagando em uma abraço de urso. Cambaleei um pouco para o lado devido a sua força, mas retribuí sorrindo. – Onde você estava? – Ela ofegou com sua boca praticamente colada em minha orelha. Conseguiu reduzir seu discurso, mas não a respiração rápida e descontrolada. Continuava falando em pequenos jatos. – Eu procurei... em todos os lugares... todo o campus... meus pés doem... acho que andei... cinco milhas...

– Alley... – Murmurei em seu ouvido. – as pessoas estão olhando.

– Eu não me importo... podem olhar... o que bem entenderem... – Ela tomou uma respiração profunda. – Agora me responde!

– Bem, eu meio que fiquei preso no banco depois da sua primeira aula – Disse, rindo um pouco. – E você saiu tão rápido que não consegui alcançar. – Seu aperto em meu pescoço ficou mais forte e ela enterrou seu rosto sobre ele, enrolando a mão em meus cabelos enquanto murmurava uma desculpa. – Está tudo bem amor... – Proferi essas palavras tomando ciência de que eram totalmente verdadeiras. Eu estava com Alley, então tudo estava bem. – Eu decidi que você teria que você teria que voltar para o carro em algum momento então decidi te esperar. – A tranqüilizei acariciando levemente suas costas.

Ela finalmente desfez seu aperto e eu a segurei pelo comprimento do braço. Uma lágrima escapou e lentamente começou a rolar por seu rosto. Ela tentou as pressas enxugá-las me lançando um olhar envergonhado.

– Você está chorando! – Eu ri alto.

– Eu não estou chorando! – Ela atirou de volta. – Só estou aliviando a tensão.

– HÁ! – Puxei-a de volta e foi minha vez de esmagá-la em um abraço – Você é tão engraçada Alley.

– Fico muito feliz que pense assim. – Ela disse fungando.

– É eu acho... então você andou por todo esse lugar por horas me procurando? – Disse enquanto a soltava de meu abraço.

– Sim...

– Eu estava tão preocupado, achei que tinham te seqüestrado e a essa hora você estaria presa e algemada em uma cadeira de um porão qualquer. Eu estava indo te procurar, mas eu não conheço nada desse lugar. – Ela riu esfregando seus olhos avermelhados.

– Não Bill, você não precisa se preocupar comigo, eu sou capaz de me cuidar bem.

– Ah, todo mundo diz isso Alley! Mas você nunca sabe quando vai acontecer, ou qual é a força do cara e –

– Sim... – Ela me cortou sorrindo. – Mas nem todos tem isso. – Eu assisti pasmo quando ela pegou sua mochila e tirou o maior porrete que eu já vi na minha vida era quase maior que uma garrafa de coca-cola.

– Onde diabos você conseguiu isso? – Eu perguntei incrédulo. Aquela coisa poderia derrubar um elefante.

– Um amigo meu comprou pra mim, ele é policial. – Disse ela sorrindo. – Qualquer canalha que tentar fazer algo comigo vai se arrepender é bom você acreditar nisso.

– Eu acredito! Eu acredito! – Disse levantando minhas mãos em rendição.

Ela guardou sua humilde arma na mochila com um sorriso satisfeito.

– Certo... agora que está tudo bem, vamos para casa que eu estou faminta.

Grande novidade.

– Sim – eu concordei, chegando mais perto e arrepiando seus cabelos. – Vamos para casa.


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