The World Behind My Wall escrita por Ruuh


Capítulo 15
Capítulo Catorze - Feelings




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/121586/chapter/15

Os faróis dos carros passando
Eles iluminam meu rosto e depois fizeram escurecer
A voz do Nirvana diz "venha como você é"
E eu irei, a noite é quase nossa.

Lana Del Rey - Oh Say Can You See

Bill's P.O.V

Estávamos os dois ainda sentados no sofá, já eram quase seis da tarde, depois de passar o dia inteiro conversando. Ao longo da conversa, chegamos à conclusão de que eu não tinha escolha a não ser ficar com ela. Teria sido ridículo para eu tentar “viver” em qualquer outro lugar... Na minha atual condição, eu era basicamente incapaz de cuidar de mim mesmo, por isso ela teria que me ajudar. Uma vez que isso foi decidido, nós apenas continuamos sentados à toa jogando conversa fiada, tentando aprender um pouco mais um do outro, já que eu viveria com ela por um período indeterminado...

Eu já havia aprendido um pouco, pedi para que ela me mostrasse seu anuário, mais uma vez – imaginei que a melhor maneira de conhecer alguém é tendo um auxílio visual útil – Ela folheou o livro, me mostrando fotos dela e de seus amigos, os clubes acadêmicos aos quais pertencia, os professores que amava e os quais desprezava. Uma vez que havia chegado ao fim do livro, minha curiosidade venceu e eu tive que perguntar a ela sobre a mensagem rude que havia em uma das páginas de seu anuário.

– Haan... tem uma mensagem de uma garota chamada Jessica – Eu disse lentamente. – Quem é ela?

Seu rosto logo escureceu, eu podia vê-la morder seus lábios.

– Jessica Smith... ela é minha vizinha. Por que você quer saber?

– Porque a mensagem dela me pareceu um pouco arrogante... talvez.

– Claro que sim. Veio dela, de que outra forma seria? – Alley foi ficando lentamente com o rosto lívido... Eu hesitei antes de continuar.

– Então... qual é o problema? – Eu perguntei. Senti-me um pouco intrometido por está-la pressionando nesse assunto... Mas, hey ela já havia descoberto coisas embaraçosas a meu respeito na sua busca por noticias mais cedo, então era justo.

– Não tenho nada para dizer. – Alley suspirou enquanto eu ainda a encarava, à espera de mais explicações, ela bufou com raiva. – Basicamente é isso: Eu ia para o baile de formatura com um cara, ele era amigo de um amigo meu... eu realmente não o conhecia muito bem. Só que eu precisava de um par, sabe como é... mas, uma semana antes do baile, “do nada” ela rompeu com o cara que estava saindo e pediu ao meu par para que ele a acompanhasse.

– Hã? – Eu questionei indignado. – O que ele disse?

– Ele disse que sim, obviamente Bill... Então, eu fiquei sem um par. E já estava em cima da data, não tinha como arranjar mais ninguém... eu já tinha comprado um vestido, então fui sozinha. Na verdade, muitas meninas formaram um grande grupo de solteiras. – Ela suspirou. – Bem, foi menos embaraçoso de qualquer maneira.

Olhei para ela, sentindo um pouco de pena. Tadinha... essa era uma péssima maneira de ser tratada, não a conhecia bem, mas tinha certeza de que ela não merecia isso.

– Isso é horrível! – Eu disse com sinceridade. – Por que ela fez isso? E que tipo de idiota muda de idéia uma semana antes da formatura?

– O tipo de idiota que gosta de seios grandes. – Ela murmurou. – Ela fez isso porque, eu a dedurei quando a peguei colando na minha prova de cálculo.

– Então você a entregou?

– Eu que não ia deixar essa cadela loira ganhar pontos em cima do meu esforço! – Alley praticamente gritou. Ok... tudo bem, já era hora de arranjar outro assunto com ela antes que a coisa saísse do sério e ela acabasse surtando.

– Desculpe, desculpe. – Eu disse com simplicidade. – Eu nunca tive que me aborrecer com esse tipo de coisa, como bailes de formatura.
Para o meu alívio ela sorriu.

– Ah é, você é daqueles tipos estranhos que estudam em casa.

– Para sua informação eu não sou nenhum estranho, nem o meu irmão. – Concluí lembrando-me de Tom... - Bem, nem tão estranhos assim.

Ela me olhava enquanto eu esticava meus braços acima de minha cabeça e soltava um demorado bocejo.

– Minha nossa, você já está cansado? – Ela perguntou. – E você ainda dorme?

– Sim, eu ainda durmo. Eu expliquei para você como eu fui parar lá fora. –

Andei por toda a sala, tentando recuperar a sensação de minhas pernas dormentes por ficarem sentadas por tanto tempo. – Não agüento mais ficar parado. Preciso levantar e fazer alguma coisa.

– Bem, - Disse ela pensativa. – nós podemos sair e dar uma volta de carro.
Uma oportunidade para sair de casa e fazer algo normal?

– Claro! – Eu disse imediatamente.


_

Dirigir, eu descobri, deve ser algo que Alley faz quando quer relaxar. Cruzamos as ruas quase desertas da cidade e sua expressão parecia muito mais calma e suave. O aparelho de som estava ligado a uma rádio de rock clássico, a qual ela aprovava. Com as janelas abertas o fluxo de vento morno de verão circulava pelo carro levantando meus cabelos, mas eu não me importava, pela primeira vez desde que eu havia “acordado”, realmente me senti vivo, normal.

Ela cantou junto com o rádio Over The Hills and Far Away do Led Zeppelin, e eu apenas não conseguia parar de rir com sua representação freak de Robert Plant.

– Todos aqueles CD’s que estavam espalhados perto do aparelho de som na sala, são seus? – Perguntei.

Ela sorriu, inclinando-se um cotovelo na janela aberta e descansando a cabeça contra a sua mão.

– Sim, todos meus. Exceto o disco do Matchbox 20. – Ela fez uma careta. – Sério, eu não sei de onde veio isso.

Eu sorri.

– Ah sim, você realmente não me parece o tipo de princesinha do rock. Eu me surpreendi quando vi todos aqueles discos e depois vi você.
Ela pareceu um pouco ofendida.

– Por que não? O que você achou que eu parecia? Alguma fã de Avril Lavigne?

– Não, não... eu não sei. Só fiquei um pouco surpreso. Não é muito comum para mim, conhecer garotas que curtem rock clássico.

– Bem, foi um comportamento aprendido. – Disse ela sorrindo. – Papai amava os Stones, Led Zeppelin, Grateful Dead, The Who... todas as grandes bandas clássicas dos anos 60 e 70... Eu cresci ouvindo isso.

Interessante, essa era a primeira vez que ela tinha mencionado seu pai, desde que eu havia perguntado por ele mais cedo. Eu estava morrendo de curiosidade de perguntar a ela sobre sua condição de vida, que ela ainda não havia me explicado, além de dizer que seus pais estavam mortos, quero dizer, dizer que seu pai estava morto, sua mãe eu deduzi que já havia partido também. Talvez ela estivesse com o humor mais receptivo agora...

– Então... – Eu comecei devagar. – Onde você foi morar... depois que seu pai faleceu?

–Bem... fui morar com a família de Louise. Eles cuidaram de mim. Eles sempre foram, basicamente, minha segunda família, enfim... O pai dela e o meu, eram bons amigos.

– Você não tem outros parentes?

– Um... um tio. James, irmão de meu pai. Minha mãe morreu quando eu era bebê... e meus avós também já se foram.

– Por que não foi viver com ele? – Ela virou o carro sobre uma rampa de saída dirigindo por uma estrada que se assemelhava a uma interestadual, dando uma espécie de meio sorriso.

– Bem... ele é 15 anos mais velho que meu pai e nunca se casou... e vive em Seattle. Ele nem saberia como começar a cuidar de uma adolescente órfã... então ele mais do que concordou que eu vivesse com Ellen e Thomas. Eles já me conheciam, já me consideravam como filha e eu os considerava como meus segundos pais... e eu não teria que me mudar. Ele é meu tutor legal, mas me deixa viver aqui.

Eu balancei minha cabeça lentamente.

–E você tem contato com ele?

– De vez em quando. Ele me envia dinheiro para pagar minhas contas... pelo menos até eu e formar... Então, ele paga a fatura de meus cartões de crédito... esse tipo de coisa.

– Quantos anos Louise têm? – Eu perguntei. – Dezoito?

Ela sufocou uma risada.

– Oh, Bill dê graças a Deus que ela não é capaz de te ouvir se não provavelmente chutaria seu traseiro.

– Por quê?

– Ela é mais velha, Bill... tem 22 anos. E às vezes ela é sensível em relação a sua “cara de bebê”

–Ahhh... Bem, como você disse isso não importa... desde que ela não possa me ouvir de qualquer maneira.

– Sim. – Disse Alley, seguida por um silêncio. – Tenho a impressão de que as coisas vão ficar um pouco complicadas.

_

Quando chegamos em casa, Louise já havia retornado. Alley virou-se para mim antes de entrar em casa.

– Só fique fora do caminho e não fale comigo.

– Uau, você é um amor de pessoa.

– Você sabe o que eu quis dizer.

– Tudo bem, tudo bem... – Eu a segui até a porta de casa, sentindo-me um pouco nervoso embora eu não soubesse o por quê... Eu não era o único a me sentir assim. Alley caminhou rapidamente para a cozinha me deixando para trás, incerto do que fazer e de para onde ir. Para o andar de cima? Talvez... mas minha curiosidade natural também estava presente, então resolvi ficar e ouvir. Saber realmente o que as garotas falam quando estão sozinhas.

Eu tentei ficar na sala e ouvir através das paredes, mas quando a máquina de lavar louças foi ligada eu não consegui ouvir mais nada. Suspirando, eu entrei na cozinha, optando por ficar próximo a parede e ficar fora do caminho. Alley perguntava a Louise como havia sido seu dia e eu ouvia como ela falava sobre as pessoas que estavam e reunião em algum lugar e algo como bilhete de estacionamento para a biblioteca.

– Dez dólares! – Louise exclamou. - Para estacionar por dez minutos! Eu odeio aqueles tiranos!

– Sim, isso é uma merda. - Disse Alley. Ela mudou abruptamente de assunto, sorrindo. - Então.... Você está com fome? - Eu não pude esconder meu sorriso para isso. Outra coisa que eu estava aprendendo, essa garota poderia comer como um cavalo. Antes de nós voltarmos para casa, ela insistiu que parássemos no Drive Thru do Mc Donald's para comprar batatas, hambúrguer e coca-cola. Eu estava considerando seriamente a possibilidade de ela ter alguma tênia ou coisa do tipo.

– Alley, você nem estava me ouvindo!

– Estava sim! Você e os bilhetes de dez dólares e os tiranos.... Então, pizza?

– Tudo bem... – Louise sentou-se à mesa da cozinha, passando a mão por seus longos cabelos.

– O que você vai querer?

– Ah, o de sempre. Com calabresa e azeitonas pretas.

Eu logo fiquei animado. Será que eu ganharia algum pedaço desta pizza mais tarde quando Louise estivesse dormindo?

– Qual é o de sempre? – Eu perguntei, esquecendo-me que eu não deveria falar. – Ei, peça champignon. Eu adoro champignon.

Por força do hábito, Alley virou o rosto para mim como se fosse me dar uma resposta, mas parou de repente com a boca entreaberta.

– Alley, você está bem?

– Sim, sim, eu estava apenas... pensando... – Quando Louise virou a cabeça, Alley olhou para mim. – Pare com isso! – Disse num sussurro. Dei de ombros me desculpando. – Tudo bem – Disse ela falando com Louise outra vez. – Vou pedir com um pouco de champignon, ok?

Louise olhou surpresa.

– Champignon? Eu pensei que você odiava isso!

– Oh, bem, sim... em saladas e essas coisas. – Disse Alley rapidamente. – Cogumelos crus são nojentos. Mas talvez na pizza... você nunca sabe até provar, certo?

Louise balançou a cabeça lentamente e Alley lhe deu um sorriso alegre pegando o telefone. Enquanto ela fazia o pedido – Gigante, calabresa, queijo extra e azeitonas pretas a pedido de Louise, e os meus cogumelos. – eu cuidadosamente caminhei para o outro lado da cozinha, sentando em um dos bancos do balcão. Eu estava cansado de ficar de pé. Louise levantou-se momentos depois, dizendo algo sobre ir ao banheiro, e eu esperei até que ela estivesse fora do alcance da voz de Alley para falar enquanto ela caminhava em minha direção com uma careta.

– Eu odeio azeitonas pretas – Eu disse sorrindo quando ela me lançou um olhar assassino. Eita, a Medusa teria ficado com inveja de um desses. Eu esperava ser transformado em estátua de pedra a qualquer momento.

– Você pode superar isso... Enfim, eu não te falei pra não abrir a sua boca grande? Além disso, eu detesto champignon. Então, se eu tenho que comer fungos você pode lidar com algumas azeitonas.

– Touché – Murmurei. – Tudo bem, quanto tempo vai demorar?

– Trinta minutos. Embora... você sabe que vai ter que esperar e comer mais tarde...

– É... – resmunguei. – Eu já sabia disso. Serei como aqueles cachorros que espreitam ganhar alguma coisa depois do jantar dos donos.

Ela riu dando um tapa de leve em meu ombro.

– Bem, se te serve de consolo, Bill, você é o cachorro mais bonito que já tive.

_

Depois que o jantar acabou – bem, uma vez que eu as assisti comer, com meu estômago rugindo durante todo o tempo – Alley e Louise ficaram a mesa, conversando à toa. Eu estava ficando um pouco irritado, queria logo que Louise fosse para outro lugar e me desse uma chance de comer o que restou da pizza. Infelizmente, isso não parecia que ia acontecer em breve.

Levantei-me, sentindo uma familiar e natural pressão logo abaixo do estômago... Eu tinha que mijar... o que eu deveria fazer? Comecei avançando em direção à escada, arrastando-me pelo corredor.

– Ahn... já volto. – Ouvi Alley dizer. A próxima coisa que percebi é que ela estava bem atrás de mim, com um olhar curioso no rosto.

– Eu tenho que mijar – resmunguei para ela.

– Ah, infelizmente não temos um telhado para você usar. – Ela sussurrou e em seguida tampou a mão com a boca escondendo um riso histérico. Eu fiz uma carranca.

– Apenas me deixe ir em paz, caramba... – Eu comecei a subir as escadas, e para a minha surpresa, ela me seguiu. – O que você está fazendo?

– Eu vou com você.

– O quê? Por quê? – Nós alcançamos o topo da escada, e eu olhava para ela.

Ela suspirou impaciente, empurrando-me para a porta do banheiro. Uma vez lá dento, Alley rapidamente abriu a torneira, deixando a água correr na pia.

– O que é isso? Estimulo sonoro? – Eu perguntei incrédulo. – Eu posso controlar muito bem, obrigado... – Eu caminhava pelo banheiro, driblando todas as roupas sujas e sapatos que estavam empilhados pelo chão. Jesus, não admira que ela estava usando essa roupa horrível . A julgar pela pilha no chão, ela não parecia que tinha muita limpa em seu guarda-roupa...

–Não, eu vou ficar aqui. E isso é para que eu não tenha que ouvir você. – Disse ela.

– O QUÊ? – Perguntei estupefato. – De jeito nenhum. Eu tenho meus limites.

– Bill, se eu ficar do lado de fora existe a possibilidade de Louise vir até aqui em cima fazer algo, então ela vai me ver lá fora, enquanto você está aqui, o que eu ia explicar para ela? “Olha um mijo invisível!” – Ela me deu um olhar desafiador e eu, a contragosto, tive que admitir que ela tinha razão. Eu esperava fervorosamente que Louise trabalhasse um monte de horas extras nesse verão, então eu não precisaria passar por situações como essa com freqüência. Alley sorriu levemente.– Olha, eu vou me virar e cantarolar o hino nacional polonês. Não vou nem saber que você está aqui.

Com um suspiro pesado, me virei mexendo em meu cinto. Isso era ridículo. Eu era um homem adulto, pelo amor de Deus, eu tinha que ser escoltado no banheiro? Era embaraçoso e só pra constar, ela cantou mesmo o hino nacional polonês. Terminei o mais rápido que pude e puxei minha calça.

– Pronto.

Após eu lavar minhas mãos Alley abriu a porta, acenando para que eu a seguisse. O que eu estava prestes a fazer antes de tropeças em um de seus sapatos e desabar no chão com um baque. Ela soltou um gritinho e se inclinou sobre a cintura abafando o riso.

– Porra! – Eu murmurei, esfregando meu cotovelo que recebeu o impacto da queda. Duas vezes em um dia? Jesus.

– Alley – Ouvi Louise chamar do andar de baixo. – Você está bem?

– Estou bem – Alley conseguiu gritar de volta. – Eu, uh... tropecei em meus sapatos... – Voltando-se para mim, sorriu. – Talvez você apenas deva ficar caído aí por um tempo. – Sugeriu. – Aí fica fora de problemas.

Estendi a mão e agarrei sua perna com força. – Me ajuda aqui, mulher! – eu exigi. – Foi o seu sapato estúpido e monstruoso que fez isso... Caramba, para uma menina tão magrinha, você tem pés de pato.

Seus olhos se arregalaram comicamente.

– Você é um idiota! – Disse ela estendendo a mão, que eu segurei e me apoiei ficando de pé. – Bill, você vai acabar me matando!


_

Mais tarde naquela noite, a questão de onde exatamente eu iria dormir, finalmente veio à tona. Eu meio que já tinha me perguntado sobre isso, mas estava hesitante em tocar no assunto. Alley me informou, por volta de onze da noite, que eles tinham um quarto vazio. Fiquei aliviado – Eu realmente não estava muito a fim de dormir no chão, ou até mesmo no sofá – Uma cama seria maravilhoso para mim, até porque eu não sabia exatamente por quanto tempo eu iria ‘ficar’.

Segui-a até um quarto no fim do corredor. Alley abriu a porta e lá havia uma cama com um edredom branco acolchoado.

– Certo... – disse ela baixinho para não ser ouvida por Louise. – Se você precisar de alguma coisa, venha me chamar... bem, boa noite.

– Boa noite. – Eu respondi enquanto ela caminhava para a porta, mas antes que ela pudesse sair, porém, ela se abriu e Louise enfiou a cabeça parecendo confusa.

– O que você está fazendo? – Perguntou ela. Alley congelou. – Você vai dormir aqui?

– Uh... bem... eu estava pensando nisso...

– Por quê?

– Meu quarto está quente demais...

– Ué, ligue o ar condicionado. O meu é abafado também. – Louise sorriu para ela um pouco hesitante. – Ou, abra a sua janela. É isso o que eu faço quando está muito quente.

– Ah, ok. – Alley gaguejou. – Certo... – Louise sorriu para ela, disse boa noite e desapareceu da minha vista. Eu mordi meu lábio ansiosamente. Bem, parecia que eu ia acabar no chão no fim das contas.

– Venha aqui. – Sussurrou ela, acenando para que eu a seguisse. Eu obedeci enquanto ela ia em direção ao próprio quarto e fechou a porta atrás de si.

– Eu não acho que isso vai funcionar – Disse ela calmamente. – Ela vai notar se você ficar lá dentro sabe, os cobertores, a cama desarrumada e tudo o mais... ou ela pode até mesmo ver um nódulo na cama, sem nenhuma pessoa lá... Eu não tinha pensado nisso...

Eu suspirei.

– Nem eu. – Admiti.

– Eu poderia enganá-la por algum tempo... dormindo lá e deixar você aqui, mas ela ia saber eventualmente que algo errado estava acontecendo se eu não ficar no meu quarto...

–Certo...

– Então... bem... Eu já pensei... minha cama é muito grande. Na verdade, são duas camas de molas juntas com um colchão king-size por cima... Então, realmente, seria como se você tivesse sua própria cama...

– Você quer que eu durma aqui? – Eu perguntei desconfiado. – A mesma menina que me acusou de tê-la molestado mais cedo?

– Você que provocou isso seu bastardo. E deixou meu lábio machucado. Eu realmente espero que você beije sua namorada melhor que isso. – Eu fiz uma careta me lembrando de Alexys. Hmmm... pergunto-me como ela devia estar em relação ao meu novo ‘’estado’’. – Sinceramente não quero que você durma aqui, mas não temos escolha. Eu sempre deixo minha porta fechada, ela nunca vai saber a diferença. E eu não vou fazer você dormir no chão...

– Bem, obrigado por isso. – Eu disse. Ela já estava vestida com seu pijama e se arrastou para a cama.

– Você dorme para o lado da parede. – Disse ela.

– Ok. – Fiquei ali, sem saber o que fazer. Eu achava que ia dormir de cueca, quando eu pensei que iria ter meu próprio quarto, mas certamente eu não iria fazer isso agora...

– O que você está fazendo?

– Eu... eu não tenho nada para vestir para dormir.

Ela suspirou profundamente.

– Bill, use suas boxers e uma camisa. Eu não vou pirar quando você tirar suas calças, se isso te faz sentir melhor, não sou uma de suas fãs lunáticas de 14 anos de idade. Não vou nem olhar. – Ela fez uma careta cobrindo os olhos.

– A maior parte de nossas fãs são mais velhas que isso. – Eu respondi com altivez. Relutantemente tirei minha calça e a coloquei no canto da cadeira e logo em seguida me arrastei para a cama deitando. Afundei contra um travesseiro, suspirando. Na verdade, sua cama era muito confortável...

– Viu? Não foi tão ruim. – Ela apagou a luz respirando suavemente. – Eu tenho a vida mais estranha do mundo. – Ela murmurou.

– Não... na verdade, eu acho que esse titulo pertence a mim.

Ela riu.

– Certo, eu vou dormir. E Bill... se você rolar e me bater de alguma forma durante a noite e me acordar, você vai pagar caro por isso.

– Eu poderia fazer isso. – Eu disse preguiçosamente – Sou um idiota lembra?
Ela riu com isso.

– Você é sim, não importa o que suas fãs de catorze anos digam. – Eu comecei a protestar, mas ela me cortou. – Boa noite Bill.

– Boa noite.

Bem, tinha sido um dia interessante, para dizer o mínimo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!