Harry Potter e a Arma de Slytherin escrita por Shanda Cavich


Capítulo 44
Capítulo 44 – O Baile de Inverno


Notas iniciais do capítulo

Gente..demorei pra postar porque tive que trocar de PC. O meu tinha sido mandado pra arrumar, mas estragou de vez mesmo. Queria que meu dia tivesse 48 horas!! haha



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O tão comentado Baile de Inverno estava próximo. Era uma tradição de o Torneio Tribruxo conceder a festa de modo que houvesse uma confortável oportunidade para a escola anfitriã conviver socialmente com os hóspedes estrangeiros. De acordo com a tradição, os campeões abrem o baile com os seus pares em uma valsa. Há duas semanas, Alvo teria dito que arranjar um par para dançar era moleza se comparado a enfrentar a pista dos Quatro Elementos que foi a primeira tarefa. Mas agora que se confrontava com a perspectiva de convidar uma garota para o baile nas condições em que estava, ele achou que preferia enfrentar mais uma rodada com a caverna de fogo, a chuva de pedras, a onda gigante e o rodamoinho.

– Sabe, Potter, não sei pra que todo esse drama. – disse Scorpio Malfoy, com a voz tão arrastada que parecia estar com muito sono. – Arranjar alguém pra convidar é tão fácil pra você quanto é pra mim. Nós dois sabemos que não temos problema algum com garotas.

Alvo ergueu uma de suas sobrancelhas negras.

Você não tem problemas com garotas. Já eu tenho problemas com qualquer tipo de ser humano, criatura, ou seja lá o que for.

– Alvo, – Scorpio se desencostou da parede onde estava e colocou as mãos sobre os ombros do amigo. – não diga bobagens. Vá até a primeira menina bonita que encontrar e convide. É simples!

Uma dupla de meninas com o uniforme da Academia Hydra parou perto dos dois, comendo uma espécie de chocolate com frutas. Alvo chegou a pressentir o que Scorpio queria que ele fizesse, e não gostava nem um pouco da ideia.

– Está aí a sua chance de provar como eu estou certo. – Scorpio empurrou Alvo com força em direção elas, fazendo com que ele esbarrasse na maior.

As duas garotas encararam os alunos britânicos ferozmente, como se quisessem matá-los com o olhar. Uma delas era muito alta, com longos cabelos cacheados. Bonita, se não fosse o nariz absurdamente grande. Disseram algo em outra língua, provavelmente um xingamento em egípcio, e se esquivaram, repulsivamente. Alvo olhou para o amigo no instante seguinte, irritado.

– Por que fez isso? As garotas daquela escola são assustadoras!

–Achei que ia dar certo. Lamento. – disse Scorpio, sem parecer lamentar coisa alguma. – E acredite, você é mais assustador do que qualquer um deste lugar. Não sei se lembra, mas você tem fama de psicopata biruta.

– Não precisa me lembrar deste detalhe. – Alvo mudou o tom para deboche. – Já convidou alguém, Sr. Sabido?

– Não vai ser nenhuma novidade. Vou com ao baile com a Parkinson. Convidei na noite passada.

Alvo fez cara de avaliação durante uns cinco segundos.

– Hum, ela é bem bonita. Mas não sei se eu conseguiria convidar uma amiga. Isso é estranho.

– Meu caro, aprenda uma coisa. Não existe amizade entre homem e mulher. Se uma mulher demonstrar que se importa com você, te dizendo que se preocupa e todo esse blá blá blá, é óbvio que tem interesse em você como homem.

– Nunca pensei dessa forma. – concluiu Alvo, surpreso. Arregalou os olhos e encarou o infinito, como se estivesse tendo uma lembrança. – Bom, sendo assim, talvez seja mais fácil encontrar alguém... É... Alguém que... que vai me querer.

– Eu hein. – Scorpio deu uma mordida no enorme biscoito que tirou do bolso, e disse ainda com a boca cheia. – Depoish eu é que shou eshtranho.

Uma semana depois a grande noite chegara. Alvo estava vestindo um smoking preto, com uma flor pendurada no peito. Sua acompanhante estava quase vinte minutos atrasada. Olhava em seu relógio a todo instante, imaginando que seus amigos o estivessem esperando em frente ao grande Salão. Um barulho de sapatos de salto soou vindo atrás dele. Assim que se virou, notou como a menina estava linda.

– Podemos ir? – disse Luana Morrigan, por trás de um batom pêssego.

Alvo ficou quieto durante alguns instantes, perdido em seus próprios pensamentos a respeito dela. Alguns bons, outros nem tanto.

– Claro. – disse ele, por fim, arrogante.

– E não esqueça que só estou indo com você porque já te conheço, e tenho dó! – Luana contorceu os lábios, reparando como Alvo parecia mau humorado. – Afinal, nenhuma garota em sã consciência teria coragem de aceitar seu convite.

– Aham. Entendo. – a voz de Alvo saiu seca. Estendeu o braço para seu par, então os dois desceram a escada que daria acesso ao local do baile.

Quando terminaram de descer, Alvo visualizou Tiago em frente a uma fileira. Assim que reparou melhor, viu que Scorpio Malfoy estava muito próximo ao seu irmão, dando risadas impertinentes e desdenhosas.

– Você não tem jeito mesmo, hein Potter! Teve que arrumar um jeito de se aparecer! – Scorpio disse alto, suficiente para que todos ouvissem.

A princípio Alvo não entendera o comentário do amigo. Olhou novamente para Tiago e finalmente notou que seu braço estava gancheado com o de ninguém menos que Nalah Malak, a campeã de Hydra.

– Cale a boca, Malfoy! – disse Tiago, crispando os dentes.

Alvo e Luana mal se aproximaram da fileira, e o diretor Vlad Czarcov segurou os dois e os colocou junto aos demais campões e acompanhantes. Scorpio fez uma cara tão assustada quando notou a presença de Luana, que Alvo não conseguiu deixar de rir. Antes que Scorpio pudesse dizer alguma coisa, a grande porta do salão se abriu, e a banda iniciou a música da valsa. Aos poucos os diretores das três escolas e o restante dos alunos começaram a dançar também.

Passaram alguns minutos, e a banda russa chamada “Urody” começou a tocar canções vikings, com gaitas, tambores, guitarras de quatro braços e violinos. O vocalista parecia-se um bocado com Alec Stoichkov, só que mais velho. E logo os alunos e professores começaram a mudar o ritmo da dança calma para um empurra-empurra alucinado, especialmente entre os alunos de Durmstrang, que em sua maioria eram grandes como cavalos.

Vlad Czarcov, que estava vestindo uma roupa semelhante a de um bárbaro do norte, estava andando entre os alunos, segurando uma pequena garrafa metálica. Ao passar pela mesa onde estavam as bebidas e salgados, deixou despejar “sem querer” o conteúdo dela no ponche de suco de abóboras.

Horas seguintes, Alvo, que a essas alturas já estava longe de seu par, sentou ao lado do melhor amigo, que estava bebendo seu quinto copo de ponche.

Vozê ficou louco, Podder. Convidar uma – Scorpio soluçou – sangue ruim para o baile!

– Me deixe, Malfoy. Eu a convidei por que foi a única que era capaz de aceitar. Apesar de tudo, ela é minha amiga. Ou foi, pelo menos. – Alvo tirou o copo de ponche da mão do amigo, e bebeu o que restava. – Onde está Lavínia? Ela te abandonou também, foi?

– Ela voi dançar com o tal do Lacroff, da Durmstrang, porgue eu não aguentava mais dançar.

Alvo deu uma risada, embora o assunto não fosse engraçado. Luana Morrigan havia o deixado logo depois da valsa, então sua situação era parecida com a de Scorpio.

– Mais ponche? – Alvo levantou-se.

Scorpio concordou, e logo os dois foram até a mesa e encheram seus copos. A música ainda tocava, e até mesmo Minerva McGonagall havia dançado durante o som pesado da banda Urody. Scorpio olhou para trás e vizualizou Rose Weasley dançando junto ao seu par. Luana e mais duas meninas da Grifinória estavam junto a eles.

– Ridículo! A Weasley e o Longbottom foram juntos ao baile, você viu? – Scorpio disse ao amigo. – Não sei qual dos dois é mais detestável, a castor ou o porco gorducho.

Por mais que Scorpio tivesse acabado de lançar uma ofensa a um membro de sua família, Alvo não pôde deixar de rir. O apelido “castor” que Scorpio tinha dado a Rose por causa de seus dentes espalhou muito rápido, e até mesmo Tiago e Hugo a chamavam assim às vezes, sem querer.

– Deixe-os em paz, Malfoy. – Alvo disse, mesmo no fundo querendo que Scorpio fizesse exatamente o contrário. Ao que se percebia, seu amigo estava bêbado, e podia dar boas risadas em conta disso.

Como se as palavras de Alvo fossem um desafio, Scorpio virou a bebida e começou a andar na direção dos grifinórios. Alvo foi atrás dele, para garantir nenhuma briga.

– Boa noide, castor! – disse Scorpio. Seu smoking caríssimo todo amarrotado, e seu cabelo louro branco espetado como o de um trouxa punkrocker. – Vejo que você está apreziando o charme do porco Longbottom! Não desgrudou dele a festa toda, não é?

Antony colocou a mão no bolso, onde estava sua varinha. Rose o conteve.

– Desinfeta, escorpião. – disse ela, a princípio calmamente. Olhou para Alvo com um olhar de desprezo. – Você também, cobra.

Scorpio arregalou os olhos cinzas e deu uma risada forçada.

– Quer dizer que somos todos animais, então. Veja só, muito inteligente!

– O que?

– A esgala de hierarquia está gorreta. Cobras e escorpiões são boderosos e zuperiores, matariam fazilmente um castor ou um porco.

– Seu idiota! – Rose deu as costas aos sonserinos. Estava vestindo um lindo vestido rosa, com uma estampa floral.

– E não é assim? Para mim, que sou um escorpião, bastava usar o ferrão e furar esse seu traseiro de castor!

Alvo, que estava bebendo um gole de ponche, deixou que o líquido vazasse de sua boca, em função da gargalhada que iniciara. Scorpio deu sua risada desdenhosa, entre soluços. Luana proferiu xingamentos trouxas, que Scorpio não foi capaz de entender, ou fingiu que não entendeu.

Estupefaça! – disse Rose, impulsivamente. O feitiço empurrou Scorpio em cima da mesa onde Alec Stoichkov dormia, esparramado em cima dela.

O campeão de Durmstrang acordou com o baque. Assim que viu Scorpio ao lado dele, ergueu o copo de ponche que segurava como se quisesse fazer um brinde, então caiu de novo, voltando a dormir. Scorpio tirou a varinha do bolso. Antes que pudesse lançar um feitiço, Alvo segurou seu pulso.

– Não faça bobagens, amigo. Minerva não viu o que Rose fez, mas com a tremenda sorte que temos, se você fizer algo, ela vai notar e vai te expulsar!

Scorpio colocou a varinha novamente dentro do bolso, irritado. Tiago Potter, de mãos dadas com Nalah Malak, chamou Alvo com um gesto manual. A expressão de seu rosto parecia nada feliz.

– Eu já volto, meu irmão está me chamando. Enquanto isso, durma aí, igual o Stoichkov. Você está precisando.

Scorpio assentiu com a cabeça e deitou na mesa próxima a de Alec. Havia mais seis alunos da Durmstrang fazendo a mesma coisa em outras mesas.

– Alvo, o que o idiota do seu amigo tava falando com a Rose e o Antony? – disse Tiago, emburrado.

– Ele estava só brincando. Já sossegou, veja só. – Alvo apontou para Scorpio, que estava caído sobre uma das mesas, parecia estar dormindo. – Não causará mais aborrecimentos por hoje.

– Deve ter bebido! – disse Tiago, com ar enojado.

– Na verdade ele só bebeu ponche de abóboras.

Tiago riu com vontade. Nalah Malak fez o mesmo.

– Do que estão rindo? – disse Alvo, sem entender.

– Aquele ponche tinha mais álcool que abóbora! Minerva avisou que algumas das bebidas poderiam estar “mais fortes”. Aqui na Rússia eles bebem demais, por causa do frio. Inclusive os jovens.

– Czarcov é um louco. Louco como todos os alunos da escola bárbara dele. – disse Nalah, arrogantemente.

Alvo fez cara de poucos amigos para a campeã. Não gostava nem um pouco daquela garota. Depois da primeira tarefa, ela pareceu ainda mais mau encarada. Não conseguia imaginar como Tiago aguentou ficar perto dela a noite toda. Começou a pensar que o motivo era mesmo se aparecer, como Scorpio havia sugerido antes do baile iniciar.

– Se não se importam, já vou indo. Estou sem meu par, tenho um amigo bêbado para cuidar, e estou com dor de cabeça. Com licença. – Alvo cumprimentou com a cabeça.

Quando virou as costas, Nalah o segurou no ombro.

– Boa sorte na tarefa da semana que vem, garoto. Seu irmão me contou que você adora uma boa encrenca. Me contou inclusive sobre seu medo de morrer, tendo que recorrer até mesmo a magia negra, pra tentar se safar quando chegasse a sua hora.

Alvo ficou quieto durante alguns segundos. Como Tiago pôde dizer uma coisa daquelas a uma garota que além de desconhecida era sua adversária no torneio? Nalah deu um sorrisinho maldoso. Ela era uns vinte centímetros mais baixa que Alvo, o que da dava a sensação de ele estar falando com uma criança maligna.

– Eu não preciso de sorte. Eu vencerei o torneio utilizando minha inteligência e habilidade. Coisas que você certamente não tem, ou não teria sido congelada na pista. Passar bem.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! beijooooooo