Harry Potter e a Arma de Slytherin escrita por Shanda Cavich


Capítulo 43
Capítulo 43 – Primeira Tarefa


Notas iniciais do capítulo

Finalmente o cap 43! Desculpem a demora! Fiquem sem computador durante uma semana, daí me atrasei! Esse capitulo é gigante, espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/121404/chapter/43

Naquela manhã de Outubro, o céu estava inteiramente nublado. O frio era algo assustador, assim como o grande campo onde todos estavam reunidos. A tarefa em si era simples, uma corrida no ar. O que dificultava de verdade eram os obstáculos jogados no meio do caminho, os quatro elementos. Cada campeão teve o direito de escolher como iria voar, mas nenhum deles sabia, de fato, como a prova seria.

O campo era reto e comprido, com arquibancadas nas duas laterais. Os diretores estavam reunidos junto ao chefe de Cooperação Internacional em Magia no topo de uma delas. Vlad Czarcov encostou a ponta de sua varinha no pescoço, e com um feitiço extensor de voz começou a falar.

– Caros alunos e alunas! A primeira tarrrefa dos nossos campões está prrrestes a começar! – o diretor olhou para uma barraca enorme atrás da arquibancada. – Que venha o campeão de Durmstrang, Alec Stoichkov!

Um adolescente ruivo, de longos cabelos lisos, voou até o início do campo montado em um esquisitíssimo dragão prateado. Czarcov continuou.

– O veículo escolhido por ele é ninguém menos do que o meu drrragão de  grramde estima, da raça Silver Skeleton

Os aplausos e vivas duraram quase um minuto. O dragão em que Alec estava montado era longo e muito magro, com olhos totalmente brancos. Sua cauda continha espinhos que pareciam feitos de diamante, e em sua cabeça havia uma espécie de chifre semelhante ao de um bode. As asas do bicho batiam no ar, podendo-se reparar como eram gigantes. O dragão soltou um urro, e o campeão de Durmstrang pareceu tentar imitá-lo, pois urrou de modo parecido, "Urrrgh!".

Os alunos da escola russa gritavam a todo instante palavras quase indecifráveis, e logo começaram a lançar para cima faíscas vermelhas, causando uma terrível barulheira.

– Que venha a campeã de Hydra, Nalah Malak! – disse Vlad Czarcov, sorrindo para Kaziri Lamsés.

A garota, vestindo uma túnica preta e por cima um casaco feito de pele de urso, voou até o lado de Stoichkov, montada em um bicho que parecia ser a mistura de vários animais.

– O veículo escolhido por ela é o hipogrifo felino, vindo diretamente da selva Oriental!

A campeã de Hydra estava usando um tipo de gorro, formando uma manta que lhe cobria parte do rosto, de modo que apenas os seus olhos amarelados ficassem a mostra. O hipogrifo tinha um corpo parecido com o de um cavalo, com grandes asas de águia, e uma cabeça de tigre.

As alunas da Academia Hydra, ocupando uma pequena parte da arquibancada, ergueram suas varinhas para cima e, juntamente, escreveram o nome na escola no ar, com luzes cor de bronze.

– Que venha o campeão de Rrrógwarts, Alvo Potter! – Czarcov acenou para Minerva McGonagall.

Os aplausos romperam o ar invernal como se espatifassem uma vidraça. Alvo voou até os outros dois campeões montado na vassoura de Scorpio Malfoy, modelo exclusivo, criado na Hungria há quase três anos. Não que a sua própria vassoura não fosse boa ou rápida o bastante. Mas a de Scorpio era a mais habilidosa ao fazer curvas, devido a sua inclinação ao centro e madeira leve. Alvo achou que a vassoura era um dos motivos pelos quais Scorpio desviava os adversários com tanta facilidade durante os jogos de Quadribol.

– O veículo escolhido por ele é uma vassoura incrível, criada pelo próprio Ramasek! – Vlad disse animado.

Os alunos de Durmstrang ficaram cochichando durante alguns instantes. Turzo Ramasek era ninguém menos do que o atual apanhador da Hungria, que a tornou vencedora na última copa. O homem é também conhecido por fabricar vassouras exclusivamente superdotas, por um preço extremamente alto, equivalente ao de dez vassouras novas. Apesar de seu sobrenome não ter virado uma marca oficial, é muito famoso em todo o leste Europeu, e já recebeu milhares de propostas da Nimbus e da Firebolt para afiliações.

– Muito bem, campeões. – disse Michel Lorrey, olhando para os alunos flutuando com seus veículos. – O objetivo desta tarefa é chegar até o final deste campo... Vivos! Mas não se enganem! O caminho é longo. Mais longo do que se pode ver ou perceber. O frio pode atrapalhá-los muito. Água, Terra, Fogo e Ar estarão presentes na trajetória. Podem usar suas varinhas para tudo o que for preciso, exceto feitiços de ataque aos companheiros. Estamos entendidos?

Os alunos confirmaram. O chefe de Cooperação Internacional em Magia fez sinal para que Sacha Holski lançasse uma bola de canhão, para dar início a tarefa. Assim que foi feito, a prova iniciou freneticamente, os participantes se arrancaram de onde estavam e voaram rapidamente ao longo da pista. Alvo olhou para trás e percebeu que as arquibancadas saíram de sua vista. A pista era como um grande círculo, que cercava quase todo o terreno externo de Durmstrang.

Passado aproximadamente um quilômetro, Nalah e Alvo estavam pescoço a pescoço, enquanto Alec estava cerca de cinco metros à frente. O dragão prateado era tão rápido e tão aceso, que à noite poderia parecer uma estrela cadente. Os três chegaram a um local semelhante a uma grande caverna escura, era difícil saber a direção para qual deveria ir para não sair da pista. Havia pequenas bandeirinhas flutuantes indicando o caminho, mas eram quase imperceptíveis.

"O primeiro elemento é o fogo, atenção campeões!" – disse a voz de Michel Lorrey, que parecia vir do além.

Alec Stoichkov estava na frente, seu dragão voava veloz como um cometa. Alvo, como se pressentisse algo, diminuiu a velocidade. Nalah, percebendo o lugar ficando mais quente e mais claro, desacelerou.

– Alec, cuidado! – Alvo gritou pouco antes de ver o campeão estoniano ser atingido por um enorme paredão de fogo.

Alec Stoichkov acabara de atravessar uma cortina de fogo que subitamente havia se formado na caverna. O adolescente e o dragão ficaram em chamas. O garoto gritava feitiços para apagá-las, enquanto Nalah e Alvo pararam do outro lado da fogueira. A garota tirou a varinha do bolso e começou a tentar manipular o fogo, tentando abrir uma passagem. Alvo, notando que Stoichkov se recuperara e voltara a voar desesperadamente, achou que demoraria muito até que conseguisse abrir um caminho seguro.

Sem pensar muito, acelerou a vassoura Ramasek de Scorpio, e atravessou a fogueira. Sua capa pegou fogo, mas rapidamente se apagou por conta da velocidade que começara a voar. Nalah demorou um minuto para abrir um espaço e conseguir passar. Alec voava na frente, com a ponta da capa saindo fumaça.

– Eu vencerrr o pozhar (fogo)! – gritou o ruivo para si mesmo, apagando com a própria mão a pequena chama que queimava seu ombro esquerdo, corroendo parte da capa vermelha.

Os três campeões, seguindo as bandeirinhas que indicavam o percurso, sobrevoaram algumas montanhas. Não eram montanhas comuns, estas estavam cobertas de gelo. Alec, alguns metros mais a frente do que os demais, foi atingido por um rochedo médio que caiu de cima misteriosamente. O pedaço de pedra o atingiu nas costas, fazendo-o gritar de dor. Aos poucos, mais rochas começaram a cair sobre os jovens, não se sabia ao certo de onde elas vinham. Algumas eram maiores do que as outras, eram marrons, e outras pareciam carvão.

"A fúria do Elemento Terra está só começando!" – disse a voz do chefe de Cooperação Internacional em Magia, Michel Lorrey.

Alvo começou a desviar as centenas de pedras que começaram a cair, a princípio, do céu. Nalah atirava feitiços redutores em todos os rochedos que se aproximavam dela e de seu hipogrifo, ao mesmo tempo em que voavam pela pista. Uma grande pedra preta atingiu a cauda do dragão prateado, de modo que Alec caísse no chão, junto a ele. Alvo acabou ultrapassando o campeão de Durmstrang com a vassoura, que desviava as pedras com muita facilidade e eficiência. Alec, com um feitiço, conseguiu reerguer o dragão, que muito bravo, lançou fogo para tudo quanto é lado.

A chuva de pedras parou, os três campeões resistiram a ela e continuaram a corrida. Desta vez Alvo estava na frente, seguido por Nalah. Alec estava por último. Chegaram acima do mar, que parecia conter cristas de gelo na superfície. O frio ainda estava rigoroso, porém, com toda a correria, parecia ter sumido para os três.

"A Água parece nada amigável, campões. Rapidez e sabedoria são os únicos caminhos para vencê-la." – disse Michel Lorrey, com sua voz extensora.

Alvo, voando incrivelmente rápido acima de toda aquela água, pôde ouvir mais um dos gritos exaltados de Alec. Imaginando que o garoto poderia ter caído ou algo assim, olhou para trás. Seu coração quase saiu pela boca ao reparar a enorme onda que havia se formado atrás deles, cerca de quinze metros de altura.

– Ahhhh! – gritou Alec, então a onda marinha engoliu o campeão de Durmstrang e o dragão prateado.

Alvo olhou para Nalah, que pareceu tão assustada quanto ele. A garota e seu hipogrifo começaram a voar cada vez mais alto, para que a grande onda não os alcançasse.

– Cuidado, lá em cima é muito frio! Muito friooooooo! – gritou Alvo, tentando alertar a oponente de alguma forma.

A menina fingiu que não ouviu o comentário aparentemente inútil de Alvo, e continuou a subir. A onda estava ainda mais próxima, e não era preciso muita atenção para perceber que a água estava de um gelo cortante de tão fria.

Alvo, desesperado, impulsionou a vassoura o mais rápido que pôde. Exatamente ao seu lado surgiu de dentro da água o campeão Alec Stoichkov e seu dragão, que com o feitiço Ascendio, conseguiu sair das águas com vida. O cabelo ruivo do adolescente estava escorrido sobre a face, saía sangue de sua boca e havia um ferimento em seu pescoço. Mas a expressão em sua face ainda era de um campeão determinado. Alec e Alvo estavam voando lado a lado.

Como se não pudesse haver ainda mais motivos para desespero, um baque a frente dos dois jovens, o fizeram levar outro susto. Nalah Malak e seu hipogrifo haviam caídoc ao mar, ambos congelados. Alvo teve o terrível pensamento de que estavam mortos, pois caíram de uma altura acima de vinte metros sobre uma água quase congelada. Alec e Alvo desviaram a explosão de água causada pelo impacto e continuaram voando. Nalah se obrigou a abandonar a prova e foi socorrida pela equipe de salvamento.

Incessantemente, orientados pelas bandeiras vermelhas, os dois campeões já conseguiam visualizar de longe as arquibancadas, e consequentemente a linha de chegada. Não estavam mais acima do mar, e sim sobre um grande gramado coberto de neve. O dragão prateado começou a voar mais rápido, Stoichkov fez a pele da criatura secar, utilizando um feitiço.

"Senhoras e senhoras, a tarefa está quase no fim. Vamos ver o que o Ar acha disso." – disse Michel, forçando suspense.

Alvo notou que o vento parecia ficar mais forte à medida que se aproximavam da linha de chegada. Alec, poucos metros à frente, gritava vitoriosamente. Alvo já estava enjoado, o garoto ruivo gritou a prova toda, e não eram gritos normais. Eram gritos roucos e animalescos, como se quem gritasse fosse um trasgo a beira da morte.

Um rodamoinho começou a se formar bem a frente de Alec, que possuído pela alegria e desejo de vitória, mal percebeu. Quando se deu conta, foi tarde. O rodamoinho o engoliu, tal como a enorme onda fizera minutos atrás. Alvo deu um sorriso. Um sorriso que durou pouco, pois quando tentou desviar o perigo, foi engolido também.

Os dois campões, agarrados em seus veículos, rodaram violentamente em meio à ventania. Mais uma vez, Alec deu um de seus gritos ensurdecedores. Alvo notou que o dragão se separara do garoto, e os dois circulavam o vento, desnorteados. Alvo sentiu uma incrível vontade de vomitar. Perdeu as forças, e deixou que a vassoura Ramasek escorregasse de si.

"Vejam, Senhoras e Senhores! O campeão de Durmstrang conseguiu se livrar do rodamoinho!"

Alec Stoichkov, ainda com sangue no rosto, levantou-se da neve onde caiu, e começou a caminhar. No início estava mancando, e parecia sentir muita dor. Olhou para trás, e Alvo Potter ainda estava preso no rodamoinho que ficava cada vez menos intenso, junto à vassoura e o dragão prateado.

Alec começou a correr sobre a neve, faltava pouco para que chegasse ao fim. Havia centenas e mais centenas de rostos nas arquibancadas que o olhavam, gritando coisas que naquela hora ele não foi capaz de entender. Dando um grito de triunfo, Alec ultrapassou a linha de chegada. Menos de três segundos depois disso, Alvo voou até a ali, como se tivesse sido arremessado. A apenas dois passos da linha de chegada, Alvo estava sem a vassoura e também sem nenhum ferimento aparente. Apenas um par de olhos azuis sombrios, encarando a plateia sem saber o que responder ao silencio que foi feito.

Accio vassoura! – disse o garoto, por fim.

A vassoura Ramasek de Scorpio saiu do rodamoinho, e voou até sua mão, que a segurou em uma velocidade questionável de acordo com as Leis da Física. Só assim pisou na linha de chegada.

A multidão começou a fazer uma barulheira infernal, mas se era simpática ou não a ele, Alvo não sabia e nem se importava. Era hora de saber o que tinha de saber. Olhou para o lado e finalmente notou que Alec havia chegado antes dele, respirando fortemente o ar gelado do norte.

– O vencedor da prrrimeira tarefa, apesar de ter se mostrado extrremamente inconsequente, demonstrrrou determinação e vivacidade durante a prova toda, sendo o prrrimeiro a chegar ao final. Alec Stoichkov, o senhor venceu! Parabéns! – disse a voz de Vlad Czarcov.

A torcida de Durmstrang deu gritos parecidos com o do vencedor, semelhante a animais ferozes. Alvo colocou sua varinha no bolso, e aplaudiu, elegantemente.

– Porém... – continuou o diretor, proporcionando o silêncio novamente. – O campeão Alvo Severo Potter se mostrou impecavelmente capaz de vencer a todos os obstáculos com ainda maior destreza e sabedoria. Não se esqueceu do veículo que tanto o ajudou, e ainda tentou alertar sua adversária do perigo que as alturas escondiam. Portanto, os jurados decidiram dar a ele o primeiro lugar, empatado com o Sr. Stoichkov.

A pequena torcida de Hogwarts o aplaudiu como nunca, inclusive a de Durmstrang. Alvo foi o único dos campões que não havia se machucado gravemente, e que conseguiu chegar até o fim acompanhado do veículo. O dragão prateado foi socorrido, assim como Nalah. Rita Skeeter observou a prova toda, e sem demora, publicou sua matéria que se tornou manchete no Profeta Diário "Potter, o trapaceiro".

Scorpio literalmente desfilou ao lado do amigo depois da primeira tarefa, dizendo o quanto a ideia dele de ter oferecido sua vassoura ao amigo foi importante para a vitória de Hogwarts. Alvo e Alec até comemoraram juntos, com um banquete que o Scorpio só conseguiu descrever como "selvagem e nojento", carne quase crua para todo lado. O campeão de Durmstrang apenas limpou os ferimentos, mas se recusou a ficar na ala hospitalar por muito tempo. Nalah acordou nela um dia depois, inteiramente furiosa. Com Alec sendo originário do norte europeu, e Alvo ciente das temperaturas e costumes de todos os lugares que ia, Nalah era a única campeã que não estava acostumada com o frio.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Alvo se saiu muito bem nessa, nao? haha
espero reviews! beijos, meus amados leitores!