Harry Potter e a Arma de Slytherin escrita por Shanda Cavich


Capítulo 42
Capítulo 42 – A Decisão do Cálice


Notas iniciais do capítulo

Mais um cap enoooooooooorme pra vcs, meu queridos leitores! Espero que gostem.



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Aquele era o momento de revelar coragem e determinação. Muitos alunos de Durmstrang, todos vestindo longas capas vermelhas, colocavam no grande cálice um pedaço de pergaminho contendo seus nomes. O Cálice de Fogo era um dos artefatos mágicos mais poderosos, criado especialmente para decidir que alunos teriam a honra de participar do famoso Torneio Tribruxo.

O grande cálice mágico foi colocado no salão de jogos do instituto, pouco a frente de uma lareira com o formato de boca de dragão. Os alunos se empurravam ansiosos para depositarem seus nomes, a maioria deles tinha mais de dezessete anos. Alguns alunos de Hogwarts, timidamente, iam até lá e se inscreviam. Tiago Potter foi um deles, e recebeu uma grande quantidade de aplausos tanto dos alunos de Durmstrang quanto de Hogwarts.

Alvo estava sentado num sofá de couro mais ao canto do ambiente, entre Nicolau e Scorpio, revirando os bolsos em busca de um pedaço de pergaminho no qual pudesse escrever o seu nome.

– Você não vai se inscrever por Hogwarts, Krum? – Alvo levantou uma das sobrancelhas. – Você tem chances de ser escolhido.

– Não, Potterrr. Meu pai não gostaria da ideia, ja que foi campeão de Durmstrang. – Nicolau deu uma risada. – Mas com certeza vou torrrcer por Hogwarts. Afinal, lá é meu lugarrr agora.

– Acho justo. – finalizou Scorpio. Olhou mais atentamente para frente do Cálice e reparou que Rose Weasley colocava um pedaço de pergaminho dentro dele. – Oh Merlin! Eu não acredito!

Alvo e Nicolau olharam para a mesma direção. Rose recebeu alguns aplausos de duas meninas da Grifinória, uma delas era Luana. A garota abraçou a elas, em seguida se juntou a Tiago e Antony. Alvo rapidamente escreveu o seu nome, e foi até o cálice, com passos firmes. Antes de deixar o pergaminho cair, olhou para trás. Todos de Hogwarts, exceto seus amigos, o encaravam de modo grosseiro. Assim que seu nome foi recebido pelas chamas azuis, Scorpio Malfoy, Nicolau Krum, Lavínia Parkinson e Adam Flint o aplaudiram, animados. Eram os únicos alunos de Sonserina classificados para assistir ao torneio.

– Se você for escolhida, Weasley, esse torneio será pior do que uma atração de circo trouxa! – disse Malfoy, assim que passou ao lado de Rose. – Pelo que estou vendo, o nível de seleção dos participantes decaiu muito!

Antony se meteu em frente à Scorpio, cruzando os braços.

– Cala a boca, Malfoy! O que vai decair é a sua cara se falar mais alguma besteira contra a Rose!

Scorpio segurou um riso, Alvo e Nicolau riram com vontade, reparando como Antony estava vermelho.

– Uuuu-huu-huu, Longbottom corajoso, defendendo a namorada castor! – zombou Malfoy. – Não vá me dizer que também se inscreveu para o torneio, pois seria a maior piada do ano!

Antony segurou as vestes de Scorpio, mas levou um soco de Nicolau, que se moveu absurdamente rápido, acertando-lhe no queixo. A atenção de todos no salão se voltou para os dois. Os alunos de Durmstrang incentivavam uma briga gritando "Krum! Krum! Krum!". Antony foi empurrado por Nicolau, então caiu sentado. No mesmo instante uma voz grave ecoou alta e furiosa, antes que Tiago pudesse avançar contra Malfoy.

– Parrrem com isso agorrra mesmo! – Sacha Holski levantou Longbottom do chão agarrando sua capa, então se voltou para Nicolau. – O senhorr sabe muito bem que não aceitamos brigas inforrrmais! Talvez se lembrrre do porquê foi expulso, Sr. Krum!

Izvinite! (Desculpa). – respondeu Nicolau, de má vontade.

Sacha ajeitou sua capa e cabelos, então saiu do salão. Algumas meninas o seguiram, encantadas, dando risadinhas e fazendo comentários sobre o atraente olhar opressor do homem. Alvo olhou para Rose, constrangido, tentando pedir desculpas com os olhos. Por mais que gostasse de sua prima, também duvidava que ela tivesse qualidades suficientes para ser uma campeã, e achou a tentativa dela de se inscrever particularmente inútil. Pois apenas inteligência não garantia a vitória, era necessário ter segurança e equilíbrio mental, coisas que Rose não parecia ter, pois vivia reclamando de como o mundo era injusto e cruel.

– Seus amigos são tão idiotas! – disse Luana Morrigan a Alvo, quase em sussurros, saindo ao lado de Rose. – E você não fica pra trás, Al!

Os alunos de Hogwarts foram saindo aos poucos, decepcionados por não verem a briga acontecer. Quando tudo voltou ao seu estado monótono, alguns gatos começaram a adentrar o salão, a maioria era das raças Abissínia e Egyptian Mau. Quando se aproximaram do cálice, os gatos tomaram formas humanas. Jovens e vestiam o uniforme da Academia Hydra.

– Elas são animagas! – disse Adam Flint, sentando-se no sofá, admirado. Alvo e Scorpio se entreolharam, então sentaram também, supondo que todas na Academia Hydra transformavam-se em gatos.

Cinco das alunas de Hydra colocaram seus nomes no objeto, e num surpreendente silêncio, deixaram o lugar, voltando à forma felina.

As inscrições iniciaram após duas semanas desde a chegada dos estrangeiros. Os alunos de Hogwarts estiveram tendo aulas diretamente lecionadas pela diretora McGonagall, para que não se atrasassem em relação aos alunos que ficaram na escola. Vinte alunos da escola de magia britânica se inscreveram para o torneio, e apenas cinco da escola egípcia. Depois da briga entre Krum e Longbottom, Tiago ficara irritadíssimo com o irmão mais novo. "O Longbottom me odeia, eu não tinha porque defendê-lo. Malfoy só estava brincando. Longbottom foi quem, de fato, começou a briga.", disse Alvo quando Tiago lhe questionou sobre sua maldosa reação.

Estavam todos reunidos no grande Salão Principal, depois de um delicioso banquete a moda eslava. Os professores estavam todos na mesa em frente ao vitral à parede, juntamente com os diretores das três escolas e o chefe do Departamento de Cooperação Internacional em Magia, o senhor Michel Lorrey. O relógio marcava onze horas da noite e cinquenta e seis minutos. O diretor de Durmstrang levantou-se de seu lugar e foi para perto do cálice, pois exatamente à meia-noite os campeões escolhidos seriam revelados.

– Chegou a hora, senhorrras e senhorrres. – disse a voz excitada de Vlad Czarcov, forçando mistério.

As chamas dentro do Cálice de repente começaram a se avermelhar, soltando faíscas para todos os lados. No momento seguinte, uma língua de fogo se ergueu no ar, e expeliu um pedaço de pergaminho chamuscado. O salão inteiro engoliu em seco. Czarcov apanhou o pergaminho e segurou-o à distância do braço, para que pudesse lê-lo à luz das chamas, que voltaram a ficar branco-azuladas.

– O campeão de Durmstrang – leu ele em alto e bom som – é Alec Stoichkov!

Ekonomitʹ Alec (Salve Alec)! – berraram alguns alunos da mesa central, ao mesmo tempo em que uma tempestade de aplausos e vivas percorreu o salão.

Um garoto alto, de cabelos ruivos e compridos se levantou de umas das mesas e se encaminhou até Czarcov, lhe deu um aperto de mão enlouquecido, então os dois bateram a testa um no outro. Ergueu o punho para cima e berrou um grunhido estranho, que Alvo supôs que fosse um "Oh yeah" no país de onde ele vinha, Estônia. Alec Stoichkov virou à direita, passou diante da mesa dos professores e desapareceu pela porta que levava à câmara vizinha.

Os aplausos e comentários cessaram. Agora todas as atenções tornaram a se concentrar no Cálice de Fogo, que, segundos depois, tornou a se avermelhar. Um segundo pedaço de pergaminho voou de dentro dele, lançado pelas chamas.

– A campeã de Hydra é Nalah Malak!

Uma menina pequena, cabelos excessivamente compridos e negros, levantou de uma das mesas, calmamente, como se já esperasse que seria a escolhida do cálice. Foi até Czarkov, cumprimentou-o com a mão de maneira cordial, e se direcionou a porta.

Quando Nalah Malak também desapareceu na câmara vizinha, todos tornaram a fazer silêncio, mas desta vez foi um silêncio ainda mais apavorado e mais delirante. E o Cálice de Fogo ficou mais uma vez vermelho; a língua de fogo ergueu-se muito alto no ar e de sua ponta. Czarkov tirou o terceiro pedaço de pergaminho.

 – O campeão de Hogwarts - anunciou ele, – é Alvo Severo Potter!

Todos os alunos, instintivamente olharam para Tiago, como se algo estivesse errado. Alvo levantou rapidamente, então todos olharam para ele, como se seu rosto fosse a aparição de um ser oculto e intruso. No meio daquele silêncio letal, Scorpio iniciou uma chuva de aplausos, e deu-lhe um abraço.

– É Isso aí! É o meu amigo!– disse Scorpio, olhando essencialmente para os alunos de Hogwarts das outras casas. – Sonserina no Torneio Tribruxo! Engulam essa, otários!

Alvo saiu de perto da mesa onde estava e andou até a frente dos professores, onde Czarkov o aguardava com um medonho e podre sorriso no rosto. O zunzum não parava de crescer, era possível ouvir comentários maldosos como "Tiago é quem deveria ter sido escolhido, e não esse louco do irmão dele.", ou, "Alguém da Sonserina competindo, Hogwarts vai perder!". Depois do que lhe pareceu uma hora, o garoto chegou diante do diretor de Durmstrang, sentindo fixos nele os olhares dos professores e também dos coordenadores, Sacha e Mila. Ambos cochichando algo inquietante.

– Bom... Para a sala de conferências, Sr. Potter.  – disse Czarkov, indicando a sala com o dedo comprido.

Alvo, no fundo, estava tão surpreso e extasiado quanto os outros, logo depois da escolha dos campões. Mas algo lhe dizia desde o início que seria escolhido. Suas habilidades e notas eram de impressionar muitos bruxos adultos e experientes, mas mesmo assim chegou a ter a impressão de que não merecia tudo aquilo. Essa impressão não durou muito. Com o passar dos dias, a ideia de trazer honra à Casa de Salazar Slytherin, que não tivera um campeão Tribruxo já fazia vinte anos, começou a parecer um objetivo de vida, uma louca vontade de se provar.

Os campões das três escolas, os três diretores e o Sr. Michel Lorrey estavam reunidos na sala de troféus. A primeira prova ocorreria dentro de trinta dias, portanto as varinhas dos alunos competidores deveriam passar por uma inspeção, para que pudessem ser analisadas.

A varinha de Alec Stoichkov foi meditada pela equipe de inspetores de varinhas, não havia problema algum com ela. Czarcov tirou uma foto ao lado dele, ambos segurando crânios de dragões e fazendo uma cara raivosa para o fotógrafo. Pelo visto, dragões eram uma obsessão particular de Durmstrang. O campeão da escola anfitriã tinha dezessete anos e parecia um viking, com seu longo cabelo ruivo todo bagunçado. Tinha olhos tão azuis que pareciam o próprio céu a luz do dia, e ombros consideravelmente largos, combinando com sua altura de um metro e oitenta e cinco. Assim como todos do Instituto, ele falava a língua russa perfeitamente, e a inglesa quase fluente, mas com um sotaque estranho.

Em seguida, a campeã Nalah Malak teve sua varinha avaliada. Ao lado de sua diretora, Kaziri Lamsés, ela foi entrevistada por ninguém menos que Rita Skeeter, uma repórter conhecida há décadas pelas incríveis matérias na sessão de fofocas do Profeta Diário.

– Que menininha adorável! – disse Rita, olhando para a campeã de Hydra, sua pena de repetição rápida ao lado, distorcendo inteiramente a conversa. – Tendo apenas doze anos, deve estar se sentindo a princesinha do torneio!

– Nalah tem quinze anos, e odeia princesinhas. – disse Kaziri, já farta daquela mulher.

– Oh, mas tão pequena! – Rita ajeitou seus óculos vermelhos e olhou a garota de baixo a cima. – É uma graçinha selvagem, de fato!

A pena de repetição rápida escreveu sobre o pergaminho flutuante "Uma menina nanica, com um olhar maligno igual ao de um animal grosseiro e selvagem!".

Chegou a vez de Alvo. Os outros dois campeões saíram da sala de troféus, junto de seus diretores. A varinha do garoto foi analisada, e assim como a dos outros, estava em perfeitas condições. Rita Skeeter retocou o batom, animada, e se aproximou. Seu pergaminho e sua pena flutuantes pairando ao seu lado, prontos para deixar por escrito milhares de abobrinhas.

– Minerva, querida, poderia me deixar a sós com o seu jovem campeão? – disse a repórter.

Minerva McGonagall levantou-se da cadeira, vendo que Alvo não se contrapôs a proposta. Então ficaram sozinhos na sala, Alvo, Rita e o fotógrafo.

– Então... – Rita Skeeter deu um sorriso exageradamente grande – Como se sente ao ser o primeiro campeão de Sonserina a competir por Hogwarts em vinte anos? Como se sente ao ultrapassar todos os limites que sua família impôs a você?

– E-eu, não sei, eu acho que me sinto bem... – Alvo olhou para o pergaminho flutuante, onde a pena estava escrevendo "O rosto encantador e sombrio do jovem Potter, transparecendo uma falsa inocência por trás de seu olhar dissimulado e voz sobrenatural..." – Hei, minha voz não é sobrenatural!

– Não de atenção a pena, querido! – disse ela, afastando o pergaminho para um lado em que Alvo não conseguisse ver o que estava sendo escrito. – Me conte como é ser um Potter cheio de rebeldia, que está na Sonserina para arrasar a sanidade do próprio pai.

– Não é rebeldia! Eu me inscrevi para o torneio, simples assim. Se fui escolhido pelo cálice, é porque devo ter capacidade suficiente para representar minha escola, talvez até vencer o torneio... – Alvo esticou o pescoço e pôde notar algumas palavras no pergaminho "tão jovem e tão convencido de sua esperteza e invencibilidade, o garoto se afirma o único capaz de vencer o torneio.".

Alvo bufou, indignado.

– Sonserina é realmente sua Casa de corpo e alma? Seu pai sendo um bruxo de Grifinória certamente tem vergonha de você, não acha, querido? – A mulher ajeitou os óculos, sendo possível notar suas enormes unhas vermelhas.

– Com toda a certeza Sonserina é minha casa, e tenho orgulho disso. Se meu pai tem vergonha ou não, isso é problema dele. Gosto de estar na Sonserina, e não apenas pelo sangue puro, mas sim pela altivez e determinação que formam os meus companheiros, fazem de tudo para atingir seus objetivos. – pela primeira vez Alvo respondeu a uma das perguntas contente e satisfeito.

Pôde-se notar a pena escrever "Alvo, escondendo sua sede de poder por trás de um sorriso simpático, declara ter orgulho de estar na Sonserina, e diz que não suportaria outra casa que não houvesse apenas alunos de sangue puro. Disse que fará de tudo para atingir o seu objetivo de vencer o torneio, podendo assim honrar a casa de Salazar Slytherin com muita altivez e determinação.".

A matéria sobre os três campeões do Torneio Tribruxo foi manchete no Profeta Diário. A tentativa de Alvo de explicar a todos que quase cem por cento daquela entrevista era um terrível exagero de Skeeter, foi em vão. Tiago já estava furioso pelo irmão mais novo ter sido escolhido ao invés dele, e a matéria do jornal foi o gatilho para que ele tivesse um acesso de fúria. Harry Potter, que ficara sabendo de tudo, escreveu uma carta aos dois filhos. Ele mesmo já tinha experiência com aquela repórter, e sabia o quão cruel ela podia ser. Tiago deu uma aliviada depois do depoimento do pai, mas ainda assim parecia chateado.

– Preciso de você para torcer por mim. – disse Alvo, sentando ao lado do irmão na escadaria gelada.

– Uma ova. Você tem seus amiguinhos da Sonserina, que não param de falar de você e ficam o dia todo gritando o seu nome pelos corredores. – Tiago disse, secamente.

– Mas você é meu irmão. Meu sangue. – Alvo tentou encarar os olhos dele. – É capaz de eu perder nesse torneio se você ficar de mal comigo. Sabe, posso ser um péssimo competidor se estiver triste...

Tiago finalmente virou os olhos para ele, e como se quisesse rir, disse claramente.

– Se você perder esse torneio vai se ver comigo, Al! Comece a treinar logo, porque não quero ter um irmão perdedor.

Os dois irmãos deram um abraço. Perto dali, alguém os viu fazendo as pazes, e não gostou nem um pouco do que viu.


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Notas finais do capítulo

Espero reviews. Beijos, amores ;****